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EXCELENTISSIMO DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DA 40ª VARA CÍVEL DE CURITIBA –


PARANÁ

LEONARDO __, nacionalidade __, estado civil __, profissão __, portado
do Registro geral nº __, inscrito no Cadastro de Pessoa Física sob o nº __,
tendo como endereço eletrônico __, residente e domiciliado na rua __, nº __,
bairro __, CEP __, Curitiba – PR, por meio desta representado por seus
advogados vem interpor,

RECURSO DE APELAÇÃO

Em face de GUSTAVO __, nacionalidade __, estado civil __, profissão


__, portador do Registro Geral nº __, inscrito no Cadastro de Pessoa Física sob
o nº __, tendo endereço eletrônico ___, residente e domiciliado na rua __, nº
__, bairro __, CEP __, Curitiba – PR.

Com base nos artigos 1009 e seguintes do CPC/15, requerendo, na


oportunidade, que os recorridos sejam intimados para, caso queiram, ofereçam
as contrarrazões e, continuamente, que os autos, com as razões anexas,
sejam remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná para os
fins de mister.

Termos em que,pede o deferimento.


Santo André, 06 de junho de 2021
XXXXXXXXXXXXXX
OAB/SP XXX.XX
Apelante: Leonardo

Apelado: Gustavo

Processo: (número)

Origem: 40ª Vara Civil – Comarca de Curitiba

I-PRELIMINARMENTE

Nulidade Processual.

Nobres julgadores, a sentença, ora apelada, proferida pelo a quo, trouxe


a baila matéria não trazida pela parte apelada ferindo o preceito da restrição da
sentença aos limites do pedindo, trazidos pelo CPC/15 nos artigos 141 e 492
conforme seguem:

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes,
sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei
exige iniciativa da parte.

Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da


pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto
diverso do que lhe foi demandado.

Este é o entendimento do TRT da 3ª Região:

PROCESSO CIVIL. SENTENÇA EXTRA PETITA. NULIDADE


PROCESSUAL. CONFIGURAÇÃO. ARTS. ART. 141 E 492, NCPC (ART. 128
E 460 DO CPC DE 1973. APELAÇÃO PROVIDA -O juiz deve decidir a lide nos
limites em que foi proposta, não podendo proferir sentença de natureza diversa
da pedida. - A sentença extra petita é nula, porque soluciona causa diversa da
que foi proposta em juízo. -Precedentes dessa Corte. -Apelação provida.

(TRF-3 - AMS: 00043581320054036111 SP, Relator:


DESEMBARGADORA FEDERAL MÔNICA NOBRE, Data de Julgamento:
06/09/2017, QUARTA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1
DATA:21/09/2017)

II-BREVE HISTÓRICO

Gustavo ajuizou, em face de seu vizinho Leonardo,

Ação com pedido de indenização por dano material suportado em razão


de ter sido atacado pelo cão pastor alemão de propriedade do vizinho.
Segundo relato do autor, o animal que estava desamarrado dentro do quintal
de Leonardo, o atacara, provocando-lhe corte profundo na face. Em
consequência do ocorrido, Gustavo alegou ter gastado R$3 mil em atendimento
hospitalar e R$2 mil em medicamentos. Gastos hospitalares foram
comprovados por meio de notas fiscais emitidos pelo hospital em que Gustavo
fora atendido, entretanto este não apresentou os comprovantes fiscais relativos
aos gastos com medicamentos, alegando ter-se aquecido de pega-los na
farmácia. Leonardo, devidamente citado, apresentou contestação, alegando
que o ataque ocorrera por provocação de Gustavo, que jogava pedras no
cachorro. Alegou, ainda, que ante a falta de comprovantes, não poderia ser
computada na indenização o valor gasto com medicamentos. Houve audiência
de instrução e julgamento na qual as testemunhas ou vidas declaram que a
mureta da casa de Leonardo media cerca de um metro e vinte centímetros e
que, de fato, Gustavo atirava pedras no animal antes do evento lesivo. O juiz
da 40º vara cível de Curitiba proferiu sentença condenado Leonardo a
indenizar Gustavo pelos danos materiais no valor de R$5 mil, sob o argumento
de que o proprietário do animal falhara em seu dever de guarda e por
considerar razoável a quantia que o autor alegara ter gastado com
medicamentos. Pelos danos morais decorrentes dos incômodos evidentes em
razão do fato, Leonardo foi condenado a pagar indenização no valor de R$6
mil. A sentença foi publicada e após uma semana, Leonardo, não se
conformado com a sentença, procurou advogado.
III-RAZÕES DA REFORMA

Fez-se provada através de testemunhas, em fazer de instrução, o nexo


de causalidade entre a conduta do agente e o ocorrido. Onde pesa contra este
o fato de estar atirando pedras no animal, fazendo-se, assim, comprovando a
culpa do apelado conforme dita o artigo 936 do Código Civil:

Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este


causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.

O apelado em inicial pede ressarcimento da importância de R$2000,00


(Dois mil reais) por questão dos gastos com remédios, não comprovados no
curso do processo. Dano material não se presume, se incumbe quem alegou
prová-lo conforme artigo 373 Código de Processo Civil:

Art. 373. O ônus da prova incumbe:

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

Assim entende o TJRJ:

RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS


MATERIAIS E MORAIS. CONTRATO DE TRANSPORTE. ALEGAÇÃO DE
VÍCIO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO NÃO CONFIGURADA. DANOS
MATERIAIS NÃO COMPROVADOS. DANOS MORAIS INOCORRENTES.
SENTENÇA MANTIDA. A parte autora pede provimento ao recurso, para
reformar a sentença que julgou improcedente a presente ação indenizatória.
Hipótese em que não comprovada falha na prestação do serviço, em razão da
inexistência de prova de que um dos volumes da mercadoria transportada não
foi entregue. Artigo 333, inciso I do CPC. Ausência de prova fatos constitutivos
do direito do autor. Danos materiais não comprovados. Danos morais
inocorrentes. RECURSO IMPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005537832,
Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: José Ricardo de
Bem Sanhudo, Julgado em 29/10/2015).

(TJ-RS - Recurso Cível: 71005537832 RS, Relator: José Ricardo de


Bem Sanhudo, Data de Julgamento: 29/10/2015, Primeira Turma Recursal
Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 03/11/2015.
IV-DOS PEDIDOS

a) Requer deferimento da nulidade da sentença extra petita, prolatada


pelo juízo ad quo;

b) Se, da não declaração da nulidade, que seja devolvida ao MM Juízo


para correção do erro na sentença a fim de que seja proferida outra;

c) Reforma do nexo de causalidade reconhecendo a culpa da do autor,


ora apelado;

d) Não reconhecimento do valor de R$2.000,00(Dois mil reais)


referentes, segundo o autor, a gastos com medicamentos, não comprovados
no curso do processo.

Termos em que,pede o deferimento.


Santo André, 06 de junho de 2021
XXXXXXXXXXXXXX
OAB/SP XXX.XX

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