ANDRADE, Manuel Correia. O pensamento geográfico e a realidade brasileira. São Paulo,
Boletim Paulista de Geografia, n 54, jun. 1977.
O Texto inicia-se apresentando em destaque a importante contribuição de pensadores alemães
como Alexandre de Humboldt, Karl Ritter e Frederico Ratzel para se discutir o pensamento geográfico autônomo antes da metade do século XIX, assim como a revolução da ciência no século XVIII que incentivou o pensamento filosófico sobre o dinamismo ocorrido entre o homem e o meio. A nova geografia do século XIX se torna prestigiada dentro das universidades europeias, e se condiciona como novo alicerce para o pensamento geográfico atual e tornando independente como ciência, mas segundo o autor não se pode renegar os conhecimentos adquiridos por séculos dentro das geografias tido como tradicionais ou clássicas, já que a nova geografia não surge como algo espontâneo e sim com os atributos acumulados de pensadores e filósofos que foram moldando essa ciência e que atualmente a nova geografia passar a obter conhecimentos de novas técnicas, descobertas científicas e procura enriquecer, consolidar ou modificar conceitos e modos pensados por especialista que os antecederam. ANDRADE também destaca o processo de formação dessa nova geografia através do conhecimento e pesquisas de campo dos pensadores alemães e sua visão determinista, outro destaque é o processo de recuperação da escola alemã e a vitória sobre a França que viria a se voltar mais preocupada ao estudo geográfico pós derrota, e assim consolidar o possibilismo, determinando que o meio influenciava o homem, que por si poderia modificar e melhorar o meio. O desenvolvimentismo é outro tema abordado pelo autor onde não se leva em conta uma racionalização da utilização dos recursos naturais e uma melhor qualidade de vida para a população. A expansão do modo capitalista e a vitória do socialismo levam a disputa científica, econômica e até mesmo militar para os países subdesenvolvidos. Já para finalizar o autor coloca agora a decisão de se impor um pensamento geográfico brasileiro com a capacidade de elaboração própria dos seus princípios científicos e ideológicos, procurando conhecer a realidade brasileira e os desafios apresentados e reformulados mediante a capacidade de reflexão dos geógrafos brasileiros.