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Grande parte do desenho institucional do Sistema Financeiro Nacional (SFN) se alterou a partir de
uma ampla reforma estrutural em 1964. Até então, era composto por:
Nesta reestruturação, foram criados o Banco Central do Brasil (BC), o Conselho Monetário Nacional
(CMN), o Banco Nacional de Habitação (BNH), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além dos
Bancos de Investimento (BI) e Corretoras de Valores (CV).
BC
CV CMN
SFN
SISTEMA
FINANCEIRO
NACIONAL
BI BNH
CVM
A Constituição de 1988 retirou do Banco do Brasil a função de autoridade monetária (conta movimento
— que dividia com o Banco Central), que passou a atuar apenas como um banco comercial.
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Sistema Financeiro Nacional
Orgãos Entidades
Operadores
Normativos Supervisoras
Adm. De Instituições de
Bancos e Caixas
Consórcios pagamento **
Econômicas
Banco Central do
Brasil (BCB) Corretoras e Demais
Cooperativas de
Conselho distribuidoras* instituições não
Crédito
Monetário bancárias
Nacional (CMN)
Comissão Bolsas de
Corretoras e
de Valores Mercadorias e Bolsas de Valores
distribuidoras*
Mobiliários (CVM) Futuros
Sociedades de
Conselho Capitalização
Superintendência
Nacional de Sociedades
de Seguros Priva- Resseguradoras
Seguros Privados Seguradoras Entidades Abertas
dos (SUSEP)
(CNSP) de Previdência
Complementar
Conselho
Superintendência
Nacional de
Nacional de Pre- Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Fundos
Previdência
vidência Comple- de Pensão)
Complementar
mentar (PREVIC)
(CNPC)
* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB,
conforme
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Sistema Financeiro Nacional
Os três órgãos integram a mesma estrutura, que visa promover o desenvolvimento equilibrado do
país e servir aos interesses da coletividade, possuindo, portanto, muitas características comuns em
relação ao controle hierárquico.
É o órgão normativo responsável pela fixação das diretrizes das políticas monetária, creditícia
e cambial do país.
O CMN teve diferentes composições ao longo de sua história. A partir do Plano Real, o Conselho
passou a ter um perfil monetário, sendo integrado por apenas três membros:
Também funcionam junto ao CMN sete outras Comissões Consultivas, como discriminado
na figura abaixo.
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Sistema Financeiro Nacional
Ministro da Economia
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Sistema Financeiro Nacional
A partir dessas funções básicas, o CMN fica responsável por várias atribuições específicas,
destacando-se:
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Sistema Financeiro Nacional
O Tesouro Nacional é considerado por alguns como parte do Sistema Financeiro Nacional e é
responsável pela gestão eficiente e transparente das contas públicas, por zelar pelo equilíbrio fiscal e
pela qualidade do gasto público. O Banco Central atua como administrador da dívida pública, realizando
a venda de títulos emitidos pelo Tesouro Nacional.
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Sistema Financeiro Nacional
Com essas atividades, a CVM tem por objetivo o fortalecimento do mercado de capitais e valores
mobiliários por meio do(a):
― proteção aos titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e outros tipos
de atos ilegais que manipulem preços de valores mobiliários nos mercados primários e
secundários de ações;
A CVM tem o poder de polícia, uma vez que pode multar infratores e comunicar a irregularidade
à Procuradoria especializada e às autoridades policiais. Porém, a CVM não tem o poder de fechar
uma instituição financeira infratora ou obrigá-la a parar de oferecer certos investimentos.
A Instrução da CVM 554/2014, em seu artigo 9-B, define investidores qualificados como:
— investidores profissionais;
— clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas,
que sejam investidores qualificados.
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— fundos de investimento;
Investidores Não Residentes (INRs) são pessoas físicas ou jurídicas, inclusive fundos ou outras
entidades de investimento coletivo, com residência, sede ou domicílio no exterior e que investem
no Brasil.
A Resolução CMN nº 4.373/14 disciplina sobre as aplicações dos INRs no Brasil, nos mercados
financeiro e de capitais do país. Ainda, de acordo com o art. 4º do mesmo normativo, tais
investidores estão sujeitos a registro prévio na CVM.
PREVIC
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) é um órgão do Ministério
da Economia responsável por fiscalizar as atividades das Entidades Fechadas de Previdência
Complementar (Fundos de Pensão).
A PREVIC pode ser considerada como o braço fiscalizador do Conselho Nacional de Previdência
Complementar (CNPC), que tem a função de regular o regime de previdência complementar
operado pelas entidades fechadas de previdência complementar
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Sistema Financeiro Nacional
À PREVIC compete:
SUSEP
Com função regulatória, a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) é o órgão responsável
pelo controle e pela fiscalização do mercado de seguros, previdência complementar aberta
e capitalização.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por fixar as diretrizes e
normas da política de seguros privados.
ANS
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi criada pela Lei 9.961, de 28 de janeiro de 2000.
Apesar de não integrar formalmente o SFN, a ANS é uma autarquia sob regime especial, vinculada
ao Ministério da Saúde, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro (RJ), prazo de duração
indeterminado e atuação em todo o território nacional, como órgão de regulação, normatização,
controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar à saúde.
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Sistema Financeiro Nacional
A ANS terá por finalidade institucional promover a defesa do interesse público na assistência
suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com
prestadores e consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das ações de saúde no país.
Participantes do Mercado
As principais atividades e funções de cada uma das instituições financeiras que atuam no sistema
financeiro serão descritas resumidamente a seguir.
Bancos Comerciais
As mais conhecidas das instituições financeiras em função dos múltiplos serviços prestados à
população, constituindo-se na base do sistema monetário.
Para tanto, podem, entre outras atividades, descontar títulos, realizar operações de abertura de
crédito simples ou em conta corrente, captar recursos à vista e a prazo fixo, repassar aos clientes
recursos de instituições oficiais e obter recursos externos para repasse.
Bancos de Investimento
Criados para canalizar recursos de médio e longos prazo para financiamento de capitais fixo e de
giro das empresas.
Não podem manter contas correntes, nem destinar recursos a empreendimentos imobiliários.
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Sistema Financeiro Nacional
Bancos Múltiplos
Foram criados para racionalizar a administração das instituições financeiras, permitindo que
algumas delas se constituam em uma única empresa. Na prática, as funções de cada uma são
mantidas em separado, mas as operações são contabilizadas em um único balanço.
Para que se configure a existência de um banco múltiplo, este deve possuir pelo menos duas das
carteiras mencionadas, sendo uma delas necessariamente a comercial ou a de investimento.
A Caixa Econômica Federal tem o monopólio de empréstimo com penhor dos bens pessoais e e
integra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro Habitacional
(SFH).
BNDES
É a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo Federal, sendo
a principal instituição financeira de fomento do País. Seus principais objetivos são:
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As LCs são títulos de crédito que podem ser sacados pelos financiados e
aceitos pelas financeiras para a colocação junto ao público.
Devido ao risco das operações, as atividades passivas são limitadas pelo múltiplo do patrimônio
referência (PR). A intermediação financeira é realizada pelas promotoras de vendas, que são
sociedades civis que intercedem entre o consumidor final, o lojista e a financeira definidas por
contratos específicos.
Cooperativas de Crédito
As cooperativas de credito são instituições financeiras, sociedade de pessoas, homologadas pelo
Banco Central do Brasil, sem fins lucrativos e não sujeitas a falência (Lei 5.764/71 e 4.595/64), cuja
regulamentação é disciplinada pela Resolução 2.771/2000. O funcionamento de cooperativas de
credito depende de previa autorização do Banco Central do Brasil, concedida sem ônus e por prazo
indeterminado.
I. captação de recursos:
a) desconto de títulos;
c) crédito rural;
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Sistema Financeiro Nacional
VI. outros tipos previstos na regulamentação em vigorou autorizados pelo Banco Central do
Brasil.
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Sistema Financeiro Nacional
É importante destacar que a competência da CVM em relação às CTVMs e DTVMs está limitada ao
que prevê a Lei 6.385/76, ou seja, às operações com valores mobiliários.
No conceito de valores mobiliários sujeitos ao regime da referida lei incluem-se, por exemplo,
ações, debêntures, e contratos derivativos, mas, por exemplo, não são incluídos os títulos
públicos, sendo que toda a atividade relativa a esses ativos está sujeita à regulamentação e
fiscalização do Banco Central do Brasil.
Corretoras de Câmbio
As sociedades corretoras de câmbio são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou
por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação social a
expressão “Corretora de Câmbio”.
Corretoras de Mercadorias
Para os efeitos da Instrução CVM nº 402/2004, considera-se “corretora de mercadorias” a sociedade
habilitada a negociar ou registrar operações com valores mobiliários em bolsa de mercadorias
e futuros. Elas estão sujeitas ao controle e à fiscalização da CVM, bem como das bolsas de
mercadorias e futuros das quais tiverem sido admitidas como membros, e também integram o
sistema brasileiro de distribuição de valores mobiliários.
Crédito Imobiliário
Os dois principais sistemas de financiamento imobiliário são o Sistema Financeiro de Habitação
(SFH) e o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). O SFH é regulamentado pelo Governo
Federal, que estabelece algumas condições para o financiamento imobiliário como valor máximo
de avaliação do imóvel e custo efetivo máximo do empréstimo. Por outro lado, no caso do SFI,
essas condições não estão preestabelecidas, mas são negociadas os clientes e os bancos e outras
instituições financeiras.
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Sistema Financeiro Nacional
É por meio do Sistema de Pagamentos Brasileiro que o dinheiro sai da conta do “devedor” e chega
até a conta do “credor”.
Em março de 2017, o Banco Central, que é o órgão responsável pelo SPB, emitiu um comunicado
divulgando os sistemas em funcionamento que integram o Sistema de Pagamentos Brasileiro.
São eles:
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Sistema Financeiro Nacional
Entre os sistemas listados, vamos destacar alguns. O primeiro é o STR, sistema do tipo LBTR
(Liquidação Bruta em Tempo Real), cujas transferências são realizadas no momento do
processamento e sujeitas à existência de saldo na conta debitada.
Então o raciocínio do Banco Central era: como o banco A tem R$ 5.000.000 e irá
receber mais R$ 7.000.000 do Banco C, no final do dia, terá o valor suficiente para
pagar os R$ 10.000.000 que serão transferidos para o banco B. Dessa forma, o BC
permitia que a transferência fosse realizada.
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Sistema Financeiro Nacional
O grande problema é que o Banco C poderia não ter o dinheiro para pagar o banco A e,
consequentemente, este último não teria o dinheiro para pagar o banco B, ocasionando uma
reação em cadeia no mercado, o chamado “efeito dominó”.
Para diminuir esse risco e manter a liquidez no mercado, muitas vezes o Banco Central bancava
essas operações a descoberto, ou seja, ele assumia o risco de crédito em caso de falência da
instituição financeira, ocasionando um prejuízo para a sociedade brasileira.
A partir de 2002, com a implantação do STR, o Banco Central adotou uma postura
mais conservadora permitindo que essa transferência de recursos entre as
instituições seja realizada apenas se a emissora tiver o saldo disponível.
Essas mudanças possibilitaram a redução dos riscos de liquidação nas operações interbancárias e
uma consequente redução do risco sistêmico, isto é, o risco de uma instituição financeira quebrar
por causa de outra.
O segundo é o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), operado pelo BCB. O SELIC
realiza a liquidação de operações dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Bacen
e custódia dos mesmos. A liquidação de operações envolvendo títulos públicos acontece no
SELIC pelo princípio de entrega contra pagamento, ou delivery against payment. Por este princípio,
primeiro o SELIC recebe os valores do comprador e os ativos do vendedor, para somente depois
entregar os valores ao vendedor e os ativos ao comprador. Isso reduz drasticamente o risco de
contraparte: o risco do comprador pagar e não receber o ativo; ou do vendedor entregar o ativo e
não receber o pagamento.
Caso uma das partes não honre suas obrigações, a operação é cancelada. O Selic entregará à parte
que cumpriu com suas obrigações os recursos ou ativos de volta. Os pagamentos do comprador
para SELIC e do SELIC para o vendedor são feitos em tempo real via STR. Ou seja, o SELIC depende
do STR para operacionalizar as liquidações financeiras.
A liquidação financeira das operações e entrega de títulos públicos no Selic precisam acontecer
dentro de 30 minutos. Para se ter uma comparação, a liquidação financeira e entrega de ações na
B3 acontece em dois dias úteis. A maior rapidez na liquidação financeira e física do SELIC garante
um risco menor, mas dá menos flexibilidade aos participantes.
O terceiro sistema de destaque é o segmento CETIP UTVM, que hoje é administrado pela B3. O
segmento CETIP atua na liquidação de operações envolvendo títulos de renda fixa corporativa,
principalmente debêntures , títulos públicos estaduais e municipais e títulos representativos de
dívida bancária. Da mesma forma que o Selic, o Cetip também emprega estritos princípios de
entrega contra pagamento e a liquidação financeira ocorre por meio da transferência de fundos via
STR.
Cabe também destacar 4 sistemas administrados pela B3: Câmara de Registro, Compensação e
Liquidação de Operações de Câmbio ou Câmara de Câmbio, Câmara que se destina ao registro, à
compensação e à liquidação de operações do mercado de derivativos financeiros e de commodities
ou Câmara B3; Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Ativos da B3 ou Câmara de
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Sistema Financeiro Nacional
Os quatro sistemas têm algo em comum com o Selic e o segmento CETIP UTVM, uma vez que todos
fornecem serviços de Câmara ou de Clearing e todas as câmaras realizam liquidações financeiras
via o STR. Entretanto, existe uma importante diferença. Estas câmaras permitem em geral a
compensação multilateral das obrigações dos envolvidos e a liquidação pelo resultado líquido. Ou
seja, estas câmaras permitem que compradores possam usar créditos para compensar débitos
decorrentes de operações. Um comprador que precisa pagar um montante, mas tem o mesmo
montante a receber de uma venda efetuada, não precisará remeter nada para a câmara.
Quando uma câmara permite a compensação de créditos e débitos, ou o acerto pelo resultado
líquido, dizemos que ela adota a Liquidação Defasada pelo Valor Líquido (LDL) ou Netting. O LDL
é uma modalidade distinta da LBTR, em que os pagamentos são realizados pelos valores brutos.
Quando há o LDL, a liquidação de um determinado dia depende do acumulado das operações
de determinadas datas anteriores. Ou seja, a liquidação de operações demora mais tempo para
acontecer do que no LBTR. Podemos falar que a liquidação acontece de forma defasada.
Finalmente cabe destacar a Central Depositária da B3. Trata-se de uma infraestrutura que atua na
preservação da integridade dos ativos sob sua guarda e na proteção dos investidores em relação à
propriedade desses ativos e direitos que deles se originam.
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Sistema Financeiro Nacional
No Brasil, a regulamentação estabelece que todos os valores mobiliários que venham a circular
no mercado de capitais, sejam registrados em contas de depósito individualizadas mantidas pelas
instituições intermediárias junto à Central Depositária em nome do beneficiário final.
A B3 efetua a conciliação diária dos ativos mantidos sob sua guarda com os registros
dos emissores. Esse processo de conciliação é feito de forma automatizada, por meio
da troca diária de arquivos eletrônicos entre a Central Depositária e os emissores.
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