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01. Leia, abaixo, trechos da canção “Quinto Império” e responda as questões que seguem.
Parte 1 Parte 2
(...) (...)
Meu sangue é trilha, Eu decifrei astros e constelações,
dos Mouros, dos Lusitanos. conduzi embarcações,
Dunas, pedras, oceanos destinei-me a navegar.
rastreiam meu caminhar. Atravessei
E sendo eu a Tormenta, a Esperança,
que a Netuno dei meu leme, até onde o sonho alcança
com a voz que nunca treme minha Fé pude cravar.
fiquei a me perguntar: Rasguei as lendas
'o que será do Oceano Tenebroso,
que além daquelas águas para El Rey, o Glorioso,
agitadas, turvas, calmas, não há mais trevas no mar.
eu irei lá encontrar?'
NÓBREGA, Antonio; FREIRE, Wilson. “Quinto Império” In: NÓBREGA,
Antonio. Madeira que cupim não rói. São Paulo: Brincante, 1997, faixa 04.
B) Os versos abaixo, transcritos da segunda parte da canção Quinto Império, sugerem algumas
conseqüências das navegações portuguesas. Cite, abaixo de cada transcrição, a conseqüência por ela
sugerida.
B.I. Atravessei / a Tormenta, a Esperança,
Comentários:
Os mouros, como na época eram conhecidos os mulçumanos, invadiram e dominaram a Península
Ibérica no século VIII. No século X, os cristãos refugiados na região das Astúrias iniciaram uma longa
guerra visando à expulsão dos Mouros, que ficou conhecida como a Reconquista. O avanço da
Reconquista, nos séculos XI e XII, fez surgir, na Península Ibérica, vários pequenos reinos cristãos, entre
eles o Condado Portucalense, entregue a D. Henrique de Borgonha (considerado o fundador da dinastia
portuguesa), como prêmio por sua participação na guerra, que se estendeu ainda por um longo período.
02. Nos séculos XIV e XV, o Ocidente cristão passou por crises que levaram ao declínio do modelo social,
econômico e político então vigente. Sobre esse período, responda as questões abaixo.
A) A que modelo se refere o enunciado acima?
Comentário: Nos séculos XIV e XV, a Europa medieval foi atingida por sérias crises políticas,
econômicas e sociais, dentre as quais se destacam a peste negra, a crise agrícola e as revoltas
camponesas, que findaram por levar a um lento declínio do feudalismo, que era o modelo social, político
e econômico que organizava a sociedade da época, abrindo caminho para um novo modelo de sociedade
que irá se organizar ao longo a Idade Moderna. O feudalismo, ou modelo feudal, tinha como
características principais: a descentralização política, as relações de suserania e vassalagem, uma intensa
hierarquização social, a servidão, a economia baseada na agricultura, o feudo como unidade básica da
economia e a hegemonia do pensamento católico.
Pontuação: O item A vale até dois pontos e o B, até oito pontos.
03. Uma casa dividida contra si mesma não subsistirá. Acredito que esse governo, meio escravocrata e meio
livre, não poderá durar para sempre. Não espero que a União se dissolva; não espero que a casa caia;
mas espero que deixe de ser dividida. Ela se transformará só numa coisa, ou só na outra.
Citado em JUNQUEIRA, Mary A. Estados Unidos: a consolidação da nação. São Paulo: Contexto, 2001, p. 79.
A partir do trecho transcrito do famoso discurso “A casa dividida”, pronunciado por Abraham Lincoln,
na convenção republicana de 1858, responda as questões propostas.
A) A que “casa” o autor se refere?
Comentário: A “casa” a que Lincoln se refere são os EUA. O país estava cindido politicamente entre o
Sul e o Norte. Várias questões o dividiam. Uma delas dizia respeito à controvérsia sobre a escravidão;
em linhas gerais, o Norte condenava o regime escravocrata, e o Sul o defendia, o que se acirrou com a
expansão para o Oeste, visto que a definição do modo de trabalho nas novas áreas colonizadas
concorreria para a hegemonia de um ou de outro. Outro motivo de discordância advinha da intervenção
do Estado na economia. O Norte, industrializado, prezando o protecionismo (tarifas altas de importação,
um Banco Central forte); o Sul, agrícola, o livre-mercado. Com a vitória da União sobre os Estados
Confederados da América, na Guerra de Secessão (1861-1865), a escravidão foi abolida em todo o país,
mediante a 13ª (Décima Terceira) Emenda. A Lei de Emancipação, aprovada em 1863, libertara somente
os escravos das áreas fora do domínio da União, devendo-se mais a objetivos militares.
Pontuação: O item A vale um ponto, o B vale um ponto, o C vale até seis pontos, o D vale um ponto e
o E vale um ponto.
04. BRASÍLIA - Irritada com a versão de Hollywood para a guerra entre gregos e persas no filme ‘300 de
Esparta’, a Embaixada do Irã em Brasília divulgou uma nota nesta quarta-feira na qual acusa o filme,
que tem no elenco o brasileiro Rodrigo Santoro fazendo o papel do rei persa Xerxes, de ‘promover o
conflito entre as civilizações’.
(Jornal O Globo, 04/04/2007).
Com base no texto acima e em seus conhecimentos, responda as questões que seguem.
A) Qual a ligação histórica entre os povos iraniano e persa?
D) Cite dois motivos do conflito diplomático entre Irã e EUA nos dias de hoje.
1.
2.
05. O cajueiro floresceu quatro vezes depois que Martim partiu das praias do Ceará, levando, no frágil
barco, o filho e o cão fiel. (...) O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria.
ALENCAR, José de. Iracema: lenda do Ceará. São Paulo: FTD, 1991, p. 88. (1ª ed.: 1865).
Não somos fruto de uma relação de paixão como a de Martim por Iracema. Eu proponho que nós
nascemos de uma relação de rejeição. Nós fomos largados, nós somos órfãos. Antônio Cardoso de
Barros não quis vir aqui.
Gilmar de Carvalho, em entrevista ao jornal O Povo, publicada no dia 23/06/2007.
C) Relacione a morte de Iracema na narrativa de Alencar com a disputa por terras vigente na Província
do Ceará à época da publicação do romance.
D) O relativo desinteresse da Coroa portuguesa pelo Ceará no primeiro século da colonização do Brasil
fez-se notar, prova disso foi o absenteísmo de Antônio Cardoso de Barros, o seu primeiro donatário.
Explicite os fatores econômicos, naturais e humanos que explicam esse desinteresse de colonização:
1. Econômicos:
2. Naturais:
3. Humanos:
06. Em 07 de abril de 1831, o Imperador D. Pedro I renunciou ao trono do Brasil, deixando como herdeiro
seu filho de apenas cinco anos de idade, o futuro D. Pedro II.
A) Cite quatro elementos que provocaram a renúncia de D. Pedro I.
1.
2.
3.
4.
B) Como ficou conhecido o sistema de governo que vigorou no período entre a abdicação de D. Pedro I
e a coroação de D. Pedro II?
D) Cite dois fatores que contribuíram diretamente para a antecipação da coroação de D. Pedro II, por
meio do “golpe da maioridade”.
1.
2.
Comentário:
No início da década de 1830, a continuidade do reinado de D. Pedro I tornou-se insustentável. A crise
financeira, desencadeada pelo declínio das exportações, pelo crescente endividamento externo e pelos
gastos com a Guerra da Cisplatina, resultou em um aumento da inflação e no agravamento da pobreza. A
isso somou-se a insatisfação com a centralização do poder e o autoritarismo do Imperador, levando a
intensos conflitos entre facções favoráveis (em sua maioria ligados ao Partido Português) e contrárias
(em sua maioria ligados ao Partido Brasileiro) ao Imperador. Outro fator importante foi o empenho do
Imperador na luta a favor de seu irmão, D. Miguel, o qual disputava, com a própria filha, D. Maria II, a
sucessão do trono português, após a morte de D. João VI. A junção destes elementos provocou a
renúncia do Imperador ao trono brasileiro em favor de seu filho, o príncipe D. Pedro de Alcântara. A
menoridade do herdeiro, que tinha, à época da abdicação, apenas cinco anos de idade, o impossibilitou
07. A cultura política das elites brasileiras contemporâneas lhes tem permitido transformar o sono sobre um
barril de pólvora em repouso em berço esplêndido. Afinal, por séculos a fio, elas não apenas
conviveram como se reproduziram mediante a exclusão social (...) Nesse sentido, é possível que dois
elementos tenham contribuído desde sempre para o verdadeiro êxito histórico desse padrão
excludente: ...nossas elites inscrevem a pobreza no mundo da natureza (...) O segundo elemento refere-
se ao comprometimento de toda a sociedade com a exclusão...
FRAGOSO, João e FLORENTINO, Manolo. O arcaísmo como projeto: mercado atlântico, sociedade agrária e elite mercantil
em uma economia colonial tardia. Rio de Janeiro: 1790-1840. 4ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 235-237.
B) Como o discurso das elites sobre a pobreza, acima referido, relaciona-se com a incriminação dos
excluídos?
D) As rebeliões coloniais e regenciais eram, em geral, antiescravagistas? Com base na sua resposta, cite
duas rebeliões.
08. Se, na Monarquia, Tiradentes, quando lembrado, era apresentado como um homem sem habilidades e
realização profissional, no início da República ele passou a ser descrito como personagem de múltiplos
talentos, entre os quais o talento político e revolucionário. Já no Estado Novo, tornava-se exemplo do
brasileiro laborioso e dotado de inúmeras qualidades...
FONSECA, Thais Nívia de Lima e. “A imagem do herói”. In: Nossa História. São Paulo: Editora Vera Cruz, nº 3, 2004 pág. 81.
Considerando o texto acima, responda:
A) A que episódio célebre da história brasileira se liga a personagem supracitada?
Comentário: O episódio ficou conhecido como “Inconfidência” ou “Conjuração Mineira” (1789), sendo
a sua motivação imediata a previsão de uma nova derrama, forma de recolhimento compulsório dos
impostos atrasados instituído pela Metrópole na região das Minas. Quanto à memória edificada em torno
de Tiradentes, a Monarquia lhe foi quase indiferente (quando não lhe depreciava, desenhando-o como
inapto), devido ao fato da personagem simbolizar um movimento defensor da República. Essa, nos seus
alvores, tinha-o na conta de uma figura hábil politicamente e visionária, visto que sua elite, sequiosa de
legitimação, construíra um panteão de heróis, que teriam prefigurado a nova forma de governo, no qual
Tiradentes detinha lugar especial. O Estado-Novo concebia-o como valoroso, afeito ao trabalho,
porquanto podia ser modelo da nova cidadania que se queria engendrar, plena de civismo e amor à pátria
e à coletividade.
Pontuação: A questão contém três itens, o item A vale dois pontos, o item B vale até dois pontos e o
item C vale até seis pontos.