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Detalhamento
Redação de MATTHEUS MARTINS WENGENROTH CARDOSO (2018)

O advento da internet possibilitou um avanço das formas de comunicação e permitiu um


maior acesso à informação. No entanto, a venda de dados particulares de usuários se mostra
um grande problema. Apesar dos esforços para coibir essa prática, o combate à manipulação
de usuários por meio de controle de dados representa um enorme desafio. Pode-se dizer,
então, que a negligência por parte do governo e a forte mentalidade individualista dos
empresários são os principais responsáveis pelo quadro.

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater


a venda de dados pessoais e a manipulação do comportamento nas redes. Segundo o
pensador Thomas Hobbes, o Estado é responsável por garantir o bem-estar da população,
entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta de atuação das autoridades, grandes
empresas sentem-se livres para invadir a privacidade dos usuários e vender informações
pessoais para empresários que desejam direcionar suas propagandas. Dessa forma, a opinião
dos consumidores é influenciada, e o direito à liberdade de escolha é ameaçado.

Outrossim, a busca pelo ganho pessoal acima de tudo também pode ser apontado como
responsável pelo problema. De acordo com o pensamento marxista, priorizar o bem pessoal
em detrimento do coletivo gera inúmeras dificuldades para a sociedade. Ao vender dados
particulares e manipular o comportamento de usuários, empresas invadem a privacidade dos
indivíduos e ferem importantes direitos da população em nome de interesse individuais. Desse
modo, a união da sociedade é essencial para garantir o bem-estar coletivo e combater o
controle de dados e a manipulação do comportamento no meio digital.

Infere-se, portanto, que assegurar a privacidade e a liberdade de escolha na internet é um


grande desafio no Brasil. Sendo assim, o Governo Federal, como instância máxima de
administração executiva, deve atuar em favor da população, através da criação de leis que
proíbam a venda de dados dos usuários, a fim de que empresas que utilizam essa prática
sejam punidas e a privacidade dos usuários seja assegurada. Além disso, a sociedade, como
conjunto de indivíduos que compartilham valores culturais e sociais, deve atuar em conjunto e
combater a manipulação e o controle de informações, por meio de boicotes e campanhas de
mobilização, para que os empresários sintam-se pressionados pela população e sejam
obrigados a abandonar a prática.
Afinal, conforme afirmou Rousseau: “a vontade geral deve emanar de todos para ser
aplicada a todos”.
Redação de JULIANA SOUZA (2019)

Segundo o filósofo Friedrich Nietzsche, a arte existe para impedir que a realidade nos
destrua. Sob essa ótica, é inegável a crucialidade das expressões culturais para a promoção
do bem-estar do homem moderno. No entanto, ao se observar o caráter excludente do acesso
ao cinema no Brasil, é notório que essa imprescindibilidade não tem sido considerada no país.
Nesse sentido, pode-se afirmar que a negligência governamental e a escassa abordagem do
problema agravam essa situação.

Primeiramente, é válido destacar que a displicência estatal colabora com esse cenário. De
acordo com o Artigo 6º da Constituição Federal do Brasil, promulgada no ano de 1988 , todo
cidadão brasileiro tem direito ao lazer. Entretanto, ao se analisar a concentração de cinemas
nas áreas de renda mais alta das grandes cidades, é indiscutível que essa premissa
constitucional não é valorizada pelo governo nacional. Dessa maneira, é importante salientar
que essa má atuação do Estado provoca o acesso desigual a essa atividade de exibição por
parte da população e, consequentemente, garante a condição de sub cidadania de diversos
indivíduos.

Além disso, é pertinente ressaltar que a insuficiente exposição dessa problemática contribui
para a não democratização desse programa cultural. Nessa perspectiva, muitas vezes, a mídia
negligencia o debate acerca da ausência de lazer nas periferias urbanas e no interior do país, o
que faz com que a carência de cinemas nessas regiões não seja denunciada. Dessa forma, é
indubitável que a pouca abordagem midiática com relação ao caráter restritivo do universo
cinematográfico proporciona a perpetuação da concentração regional dessa atividade de
exibição.

Torna-se evidente, portanto, que o acesso não democrático ao cinema no Brasil é um


entrave que precisa ser solucionado. Sendo assim, o Estado deve investir na ampliação do
alcance desse programa cultural, por meio da capitalização das empresas exibidoras. Isso
pode ocorrer, por exemplo, com a concessão de subsídios fiscais a instituições privadas que,
comprovadamente, promovam a construção de cinemas nas áreas carentes do país, a fim de
que a acessibilidade a essa atividade de exibição seja garantida de forma igualitária. Ademais,
a mídia deve elaborar reportagens de denúncia, as quais exibam a carência desse tipo de lazer
nas periferias urbanas.
“Desse modo, certamente, a afirmação de Nietzsche será vivenciada por todos os cidadãos
brasileiros.”
Redação da Júlia Sampaio (2020)

No filme estadunidense “Coringa”, o personagem principal, Arthur Fleck, sofre de um


transtorno mental que o faz ter episódios de riso exagerado e descontrolado em público, motivo
pelo qual é frequentemente atacado nas ruas. Em consonância com a realidade de Arthur, está
a de muitos cidadãos, já que o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
ainda configura um desafio a ser sanado. Isso ocorre, seja pela negligência governamental
nesse âmbito, seja pela discriminação dessa classe por parcela da população verde-amarela.
Dessa maneira, é imperioso que essa chaga social seja resolvida, a fim de que o longa norte-
americano se torne apenas uma ficção.

Nessa perspectiva, acerca da lógica referente aos transtornos da mente no espectro


brasileiro, é válido retomar o aspecto supracitado quanto à omissão estatal nesse caso.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o país com maior número de
casos de depressão da América Latina e, mesmo diante desse cenário alarmante, os
tratamentos às doenças mentais, quando oferecidos, não são, na maioria das vezes, eficazes.
Isso acontece pela falta de investimentos em centros especializados no cuidado para com
essas condições. Consequentemente, muitos portadores, sobretudo aqueles de menor renda,
não são devidamente tratados, contribuindo para sua progressiva marginalização perante o
corpo social. Esse contexto de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das
Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, buque as descreve como presentes na
sociedade, mas que não cumprem seu papel com eficácia. Desse modo, é imprescindível que,
para a completa refutação da teoria do estudioso polonês, essa problemática seja revertida.

Paralelamente ao descaso das esferas governamentais nessa questão, é fundamental o


debate acerca da aversão ao grupo em pauta, uma vez que ambos representam impasses para
a completa socialização dos portadores de transtornos mentais. Esse preconceito se dá pelos
errôneos ideais de felicidade disseminados na sociedade como metas universais. Entretanto,
essas concepções segregam os indivíduos entre os “fortes” e os “fracos”, em que os fracos,
geralmente, integram a classe em discussão, dado que não atingem os objetivos
estabelecidos, tal como a estabilidade emocional. Tal conjuntura segregacionista contrária o
princípio do “Espaço Público”, da filósofa Hannah Arendt, que defende a total inclusão dos
oprimidos — aqueles que possuem algum tipo de transtorno, nesse caso — na teia social.
Dessa maneira, essa celeuma urge ser solucionada, para que o princípio da alemã se torne
verdadeiro no país tupiniquim.

Portanto, são essenciais medidas operantes para a reversão do estigma associado às


doenças mentais na sociedade brasileira. Para isso, compete ao Ministério da Saúde investir
na melhora da qualidade dos tratamentos a essas doenças nos centros públicos especializados
de cuidado, destinando mais medicamentos e contratando, por concursos, mais profissionais
da área, como psiquiatras e enfermeiros. Isso deve ser feito por meio de recursos liberados
pelo Tribunal de Contas da União — órgão que aprova e fiscaliza feitos públicos—, com o fito
de potencializar o atendimento a esses pacientes e oferecê-los um tratamento eficaz. Ademais,
palestras devem ser realizadas em espaços públicos sobre os malefícios das falsas
concepções de prazer e da importância do acolhimento das pessoas doentes e vulneráveis.
Assim, os ideais inalcançáveis não mais serão instrumentos segregadores e, finalmente, a
situação de Fleck não mais representará a dos brasileiros.

Retomada do
contexto feito na
introdução
Redação da Maria Júlia Passos

A obra “Holocausto Brasileiro”, da escritora e jornalista Daniela Arbex, retrata as péssimas


condições do maior hospital psiquiátrico do país, na cidade de Barbacena. Nesse livro, os
pacientes são tratados por meio de métodos arcaicos e invasivos, desde agressões
psicológicas até choques elétricos, demonstrando a violência sofrida por indivíduos portadores
de transtornos psíquicos. Assim, além de expor os abusos do sistema de saúde da época, o
texto também é atual, uma vez que o preconceito e a omissão estatal perpetuam o estigma
associado às doenças mentais no Brasil.

Em primeiro lugar, cabe ressaltar que a falta de informação da sociedade brasileira é o


principal catalisador da problemática. De fato, o avanço da tecnologia e dos meios de
comunicação é responsável pela rápida disseminação de notícias, principalmente no meio
digital, mas isso não significa que os cidadãos se encontram mais conscientes acerca de
temáticas sociais. Dessa forma, mesmo que diversos estudos atuais demonstrem a relevância
da saúde mental e a legitimidade dos distúrbios psíquicos, as raízes de uma intolerância
generalizada ainda questionam a veracidade da doença. Consequentemente, os indivíduos
portadores de transtornos psicológicos vivem em um meio degradante de discriminação
estrutural, enfrentando constantemente a invisibilidade presente na sociedade brasileira. De
acordo com a escritora nigeriana Chimamanda Adichie, a rotulação de grupos sociais através
de uma característica marcante é responsável pela criação de histórias únicas, as quais são
repletas de preconceitos. Nesse viés, ao negligenciar a complexidade das pessoas com
distúrbios mentais, devido a estigmas baseados no estereótipo de incapacidade ou de invalidez
desses indivíduos, a sociedade míope alimenta uma visão eugenista e tóxica, limitando as
diversas possibilidades de manifestação do ser humano.

Ademais, a ausência de compromisso do Estado para com a saúde mental dos cidadãos é
outro ponto que fomenta o estigma criado sobre o problema. De certo, a falta de incentivos
financeiros na área da psiquiatria e na acessibilidade é a realidade enfrentada no país,
resultando nos diagnósticos tardios e na exclusão de uma parcela significativa da sociedade
que necessita de cuidados especiais. Segundo o filósofo John Rawls, em sua obra “Uma
Teoria da Justiça”, um governo ético é aquele que disponibiliza recursos financeiros para todos
os setores, promovendo uma igualdade de oportunidades a todos os cidadãos e o acesso a
uma vida digna. Sob essa óptica, torna-se evidente que o Brasil não é um exemplo dessa ética
do pensador inglês, visto que negligencia a saúde mental dos brasileiros ao não investir
corretamente nos setores públicos voltados ao atendimento e ao acolhimento desses
indivíduos, submetendo-os a uma notória subcidadania.

Fica exposta, portanto, a necessidade de medidas para mitigar o estigma associado aos
transtornos. Destarte, as Secretarias de Educação devem desenvolver projetos educativos, por
meio de palestras e de dinâmicas que levem profissionais da saúde mental e pacientes para
debaterem sobre o preconceito enfrentado no cotidiano, uma vez que o depoimento individual
sensibiliza os estudantes. Isso deve ser feito com a finalidade de ultrapassar os estereótipos
prejudiciais. Outrossim, o Ministério da Fazenda deve redistribuir as verbas, principalmente
para hospitais públicos e para campanhas de conscientização. Por fim, será possível criar um
país mais democrático e longe da realidade retratada por Daniel Arbex.

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