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Brasília - DF.
Autores
Andréia Cristina Almeida
Cleber Gonzaga
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e
Editoração
Sumário
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa.......................................................................................................4
Introdução...............................................................................................................................................................................6
Aula 1
Antecedentes Históricos da Administração...........................................................................................................7
Aula 2
O Papel do Administrador e suas Competências.............................................................................................. 14
Aula 3
Escola Clássica da Administração.......................................................................................................................... 23
Aula 4
Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista.................................................................................... 35
Aula 5
Abordagens Neoclássica e Comportamental..................................................................................................... 55
Aula 6
Abordagens Sistêmica e Contingencial............................................................................................................... 84
Referências.........................................................................................................................................................................100
Organização do Caderno de
Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos,
de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com
questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável.
Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras
e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Atenção
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem,
a fonte primária sobre um determinado assunto.
4
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Saiba mais
Sintetizando
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
5
Introdução
A disciplina de Teoria Geral da Administração é essencialmente teórica e vasta, pois ela resgata
toda a história da Administração, perpassando alguns milhares de anos, apontando seus conceitos,
teorias, fundamentos e fatos marcantes que fomentaram a construção e a solidificação de uma
ciência e de uma profissão reconhecida nos dias atuais.
A ideia deste Caderno é levar ao estudante um conteúdo resumido e de fácil compreensão dos
conceitos das principais teorias da Administração e, com isso, promover uma iniciação ao estudo
da Administração de Empresas, de forma linear e consistente. O Caderno trata as teorias da
Administração com a seguinte organização: Primórdios da Administração; Abordagem Clássica
da Administração; Abordagem Humanística da Administração; Abordagem Estruturalista da
administração; Abordagem Neoclássica da Administração; Abordagem Comportamental da
Administração; Abordagem Sistêmica da Administração e Abordagem Contingencial. Cada aula
foi desenvolvida de maneira a propiciar uma linguagem dialógica com o leitor, com o objetivo
de facilitar o seu processo de aprendizagem. Buscamos contextualizar cada época em que foram
desenvolvidas as respectivas teorias, seus principais precursores e características. Ao longo de
cada capítulo, o aluno será estimulado a refletir sobre os assuntos tratados, de modo a fazer
uma associação entre teoria e prática que resultará na sua melhor compreensão da realidade
empresarial.
Objetivos
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Aula
Antecedentes históricos da
Administração 1
Apresentação
Nesta primeira aula, serão apresentadas ao aluno as contribuições de alguns filósofos na formação
da ideia administrativa, assim como a importância da Revolução Industrial e suas consequências
de ordem econômica e social; as influências dos economistas liberais e os avanços conseguidos
por grandes empreendedores ao longo da recente história da disciplina.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
Administração na história
A Administração como ciência teve seu marco histórico no início do século XX, com a publicação
do livro Shop Management (Administração Fabril), por Frederick W. Taylor, mas a Administração
começou a ser talhada há milênios, desde os primeiros agrupamentos humanos, quando os
homens, os “administradores” do passado enfrentaram problemas práticos e precisaram resolvê-los.
Nesse contexto, elementos relacionados à Administração são facilmente encontrados na história
da humanidade, como: Previsão ou Planejamento de médio e longo prazo; Contabilidade;
Comércio e Escambo; Pensamento Logístico (suprimentos); Poder e Comando; Hierarquia;
Doutrina; Controle; Registro e Análise de Informações; Democracia; Qualidade, entre outros.
Segundo Maximiano (2009), uma provável origem dessa história seria aproximadamente há
6.000 anos, na Mesopotâmia, região do oriente Médio, durante o período chamado de Revolução
Urbana. Foi nessa época em que surgiram as cidades, que precisaram de administradores e obras
públicas. Esses administradores fizeram as cidades e as grandes obras públicas, dando origem
7
AULA 1 • Antecedentes históricos da Administração
aos mesmos princípios e técnicas que conhecemos hoje, e que se estabilizaram e evoluíram nos
séculos seguintes.
Como característica da região, a abundância de água (Rio Nilo), contribuiu para a “sociedade
de irrigação”, que consistia em pequenas comunidades autossuficientes interligadas. A
responsabilidade de coordenar esse esforço coube aos que exerciam funções sacerdotais. Os
sacerdotes-reis mandaram construir templos que se transformaram em centros de administração.
Nesses centros trabalhavam funcionários que faziam anotações no vasto arquivo de placas de argila
que ficou para a posteridade e encontramos em museus. Nos registros constam recebimentos,
armazenamento e desembolso de produtos, sendo uma espécie embrionária de contabilidade.
A parte excedente da produção agrícola era usada para pagar os servidores do templo e financiar
o comércio na forma de escambo.
»» No Egito, por volta de 3100 a.C até o início da era cristã, o modo de vida estava baseado no
ciclo de inundação do Rio Nilo, dando origem à mentalidade orientada ao planejamento de
longo prazo. As pirâmides são o mais conhecido exemplo de competência administrativa
dos egípcios dessa época. Para construir as pirâmides, eles resolveram problemas
gigantescos de administração e engenharia. A grande pirâmide de Quéops é feita de
2.300.000 blocos de pedra, com peso médio de 2,5 toneladas cada bloco. Originalmente,
tinha 146,5 metros de altura e 230 metros em cada um de seus lados. Estima-se que
100.000 pessoas tenham trabalhado em sua construção, entre 2.589 e 2.566 a.C. Na média,
a construção da pirâmide envolveu a movimentação de cerca de 270 blocos de pedra de
2,5 toneladas, todos os dias, durante 23 anos. Outra evidência do planejamento egípcio
era a organização militar, que consistia em um exército regular, assalariado, e uma rede
de fortes para a proteção do reino. Todos os fortes continham grandes celeiros, suficientes
para suprir várias centenas de homens durante um ano. Provavelmente eram abastecidos
por um centro de suprimentos de retaguarda, dando origem à logística.
»» Na China, Sun Tzu é um autor chinês que escreveu no século IV a.C o tratado A arte da
guerra, que recomenda evitar a batalha, intimidar psicologicamente o inimigo e usar
o tempo, em vez de força, para desgastá-lo e atacá-lo quando estivesse desprevenido.
Esse livro sobreviveu à passagem dos séculos por tratar de princípios fundamentais
permanentes, sobre planejamento, comando, doutrina, informação etc., tornando-se
um manual necessário até os dias atuais. No ano de 221 a.C, com a unificação da China,
ocorreram projetos importantes. O primeiro foi a construção de uma rede de estradas. O
segundo foi a conclusão das muralhas que protegiam as fronteiras do norte. Centenas de
milhares de pessoas foram empregadas nesse empreendimento, que é provavelmente o
maior projeto da história. Em cerca de 10 anos, foram construídos 1.500 quilômetros de
muralha. Outra mudança foi a abolição do feudalismo e a instituição de uma burocracia
estatal, baseadas na meritocracia de Confúcio. Ou seja, para ingressar no governo era
necessário mérito e não berço, dando origem à preocupação com o profissionalismo
na Administração Pública.
8
Antecedentes históricos da Administração • AULA 1
›› Democracia: a democracia ateniense teve por base a igualdade de todos perante a lei e
procurou fazer o povo governar a si próprio. A participação direta na reunião periódica,
chamada de assembleia, era o instrumento da democracia. Os altos funcionários do
Estado, os estrategos (generais) e os membros de comissões temporárias eram eleitos,
quebrando, assim, a cultura de governar para a aristocracia.
»» Roma: a história de Roma cobre o período entre os séculos III a.C e IV d.C. Em seu auge,
Roma controlava uma população de 50.000.000 de pessoas num vasto território que ia
desde a Inglaterra até o norte da África. Princípios e técnicas de Administração construíram
e mantiveram o Império Romano durante 12 séculos. Além do império multinacional e do
avançado exército em termos organizacionais, Roma também é marcada pelas grandes
empresas privadas – os coletores de impostos arrendavam o direito de recolher impostos
das colônias e remuneravam o Estado. Para explorar esse mercado, criaram-se grandes
empresas sob a forma de sociedade por ações. As assembleias de acionistas escolhiam
um presidente, que era assessorado por um conselho administrativo.
O nome Maquiavel ficou conhecido como sinônimo de esperteza mal-intencionada, que é o sentido
o adjetivo maquiavélico. Isso se deu pela popularização de certos princípios simplificados, como:
»» Se tiver que fazer o mal, o príncipe deve fazê-lo de uma só vez. O bem deve fazê-lo aos
poucos.
»» O príncipe terá uma só palavra. No entanto, deverá mudá-la sempre que for necessário.
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AULA 1 • Antecedentes históricos da Administração
Maquiavel pode ser entendido como um analista do poder e do comportamento dos dirigentes
em organizações complexas. Se tivesse vivido na segunda metade do século XX, certamente seria
um escritor de textos de Administração e liderança.
A conotação negativa relacionada a seu nome é injusta, tendo em vista suas ideias, como:
Desde os remotos tempos da Mesopotâmia até o Vale do Silício, essa ciência vem sofrendo
mudanças e adaptando-se aos novos paradigmas. Para resumir um pouco essa história, vale a
pena ler o texto publicado na Enciclopédia Mirador Internacional, vol. 2, na qual encontraremos
detalhes sobre o surgimento e o crescimento da Administração.
Saiba mais
A Administração, como atividade relacionada com a cooperação humana, sempre existiu. O estudo científico da
Administração, porém, é bem mais recente. Historicamente, contudo, a Administração foi estudada em todos os
tempos, embora com percepções, intensidade e métodos variados. Assim, quando os antigos sumérios procuravam
a melhor maneira de resolver seus problemas práticos estavam, na realidade, exercitando a arte de administrar.
No Egito ptolomaico dimensionou-se um sistema econômico planejado que não poderia ter-se operacionalizado
sem uma administração pública sistemática e organizada. Na velha China de 500 a.C., os trabalhos de Mencius
(ch. Meng-tzu) advogavam a necessidade de se adotar um sistema organizado de governo para o império; a
constituição de Chow, com seus oito regulamentos para governar os diferentes setores do governo e as Regras de
Administração Pública de Confúcio, de que se destacava a necessidade de um conhecimento da realidade objetiva
para bem governar, exemplificam a tentativa chinesa de definir regras e princípios de Administração. Apontam-se
outras raízes históricas. As instituições otomanas refletiam um sistema altamente aperfeiçoado de Administração.
Pode-se inferir, graças à expansão atingida pelo império romano e à forma como eram administrados seus grandes
feudos, que os romanos souberam manipular uma complexa máquina administrativa, indício de desenvolvimento
considerável de técnicas administrativas. Na Idade Média, os prelados católicos e os próprios párocos destacaram-
se como administradores. De 1550 a 1700 desenvolveu-se, na Áustria e na Alemanha, um grupo de professores
e administradores públicos: os fiscalistas ou cameralistas. Tal como os mercantilistas britânicos ou fisiocratas
franceses, valorizavam a riqueza física e o Estado. Sua preocupação ia mais além, pois ao lado das reformas fiscais
preconizavam uma administração sistemática, especialmente no setor público. Na história da Administração, duas
instituições merecem ser mencionadas: a igreja católica romana e as organizações militares.
A igreja católica romana pode ser considerada a organização formal mais eficiente da civilização ocidental. Tem
atravessado séculos e sua forma primitiva tem permanecido mais ou menos a mesma: um chefe executivo, um
colégio de conselheiros, arcebispos, bispos, párocos e a congregação de fiéis.
10
Antecedentes históricos da Administração • AULA 1
Apoiada não só na força de atração de seus objetivos, mas, também, na eficácia de suas técnicas organizacionais e
administrativas, a igreja tem vivido às revoluções do tempo e oferecido um exemplo de como conservar e defender
suas propriedades, suas finanças, rendas e privilégios. Sua rede administrativa espalha-se por todo o mundo e exerce
influência, inclusive, o comportamento dos fiéis. A organização de exércitos nacionais tem-se constituído numa das
principais preocupações do Estado moderno.
O exército aparece nos tempos modernos como o primeiro sistema administrativo organizado. Substituiu as displicentes
ordens de cavaleiros medievais e, posteriormente, os exércitos mercenários que proliferaram nos séculos XVII e XVIII.
O exército moderno se caracteriza não só por uma hierarquia de poder, que vai desde o comandante em chefe até
o último soldado, como também pela adoção de princípios e práticas administrativas comuns a todas as empresas
modernas. Malgrado todos esses momentos históricos, é difícil precisar até que ponto os homens da Antiguidade, da
Idade Média e, até mesmo, do início da Idade Moderna foram conscientes de que estavam administrando. Há, hoje
em dia, uma interação muito grande entre a Administração e as Ciências Sociais, particularmente o Direito, a Ciência a
Política, a Economia, a Sociologia, a Psicologia Social e Antropologia. Sob o impacto e influência das Ciências Sociais, a
Administração desenvolveu a engenharia humana, com ênfase em como executar racionalmente coisas, para a Ciência
Social Aplicada, em que a decisão racional constitui a variável fundamental.
Observa-se essa evolução mais nitidamente quando se identificam as principais escolas, orientações e abordagens
seguidas pelos estudiosos da Administração, quer pública, quer particular, nas várias tentativas já efetivadas para a
formulação de uma teoria administrativa.
Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional/Vol. 2
Podemos notar que a Administração constitui-se de unificações de ideias. Não se tem um fundador
ou maior pensador, mas, sim, diversas mentes que cunharam a Administração uma ciência. As
ideias dos filósofos e pensadores antigos e modernos foram postas em prática durante uma nova
fase do surgimento da Administração, talvez a mais importante de todas, a Revolução Industrial.
Aqui são observadas mudanças significativas no pensamento social e nos processos produtivos,
como veremos a seguir.
A Revolução Industrial teve seu início na Inglaterra, no final do século XVIII. Ela provocou
transformações na estrutura social, política e econômica. Neste período, percebemos a passagem
do capitalismo comercial para o industrial e, posteriormente, para o capitalismo financeiro,
assim como mudanças na concepção do trabalho.
Saiba mais
O pioneirismo da Inglaterra
A Inglaterra industrializou-se cerca de um século antes de outras nações, por possuir uma série de condições
históricas favoráveis dentre as quais, destacaram-se: a grande quantidade de capital acumulado durante a fase do
mercantilismo; o vasto império colonial consumidor e fornecedor de matérias-primas, especialmente o algodão; a
mudança na organização fundiária, com a aprovação dos cercamentos (enclousures) responsável por um grande
êxodo no campo, e, consequentemente, pela disponibilidade de mão de obra abundante e barata nas cidades.
11
AULA 1 • Antecedentes históricos da Administração
É importante lembrar que, nesse período, a produção artesanal estava sob controle das corporações
de ofício, assim como o comércio também se encontrava sob controle de associações, limitando
o desenvolvimento da produção.
Saiba mais
Desdobramentos econômicos
O artesanato era a forma de produção característica da baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e
comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possuía os
meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa,
realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima até o acabamento final; ou seja, não havia
divisão do trabalho ou especialização.
A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até numa terceira e quarta Revolução
Industrial. Porém, se concebermos a industrialização como um processo, seria mais coerente
falar num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII), num segundo momento (energia
elétrica no século XIX) e num terceiro e quarto momentos, representados, respectivamente, pela
energia nuclear e pelo avanço da informática, da robótica e do setor de comunicações ao longo
dos séculos XX e XXI, porém aspectos ainda discutíveis.
12
Antecedentes históricos da Administração • AULA 1
Saiba mais
DESDOBRAMENTOS SOCIAIS
A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando, inicialmente,
um intenso deslocamento da população rural para as cidades, com enormes concentrações urbanas. A produção em
larga escala e dividida em etapas irá distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de
trabalhadores irá dominar apenas uma etapa da produção. Na esfera social, o principal desdobramento da revolução
foi o surgimento do proletariado urbano (classe operária), como classe social definida. Vivendo em condições
deploráveis, tendo o cortiço como moradia e submetido a salários irrisórios com longas jornadas de trabalho, o
operariado nascente era facilmente explorado, devido, também, à inexistência de leis trabalhistas. O desenvolvimento
das ferrovias irá absorver grande parte da mão de obra masculina adulta, provocando em escala crescente a utilização
de mulheres a e crianças como trabalhadores nas fábricas têxteis e nas minas. O agravamento dos problemas
socioeconômicos, com o desemprego e a fome, foram acompanhados de outros problemas, como a prostituição
e o alcoolismo. O divórcio entre é representado socialmente pela polarização entre burguesia e proletariado. Esse
antagonismo define a luta de classes típica do capitalismo, consolidando esse sistema no contexto da crise do Antigo
Regime.
Disponível em: <http://www.historianet.com.br>.
Podemos dizer que a organização e a empresa moderna nasceram com a Revolução Industrial
devido a alguns fatores como:
Resumo
13
Aula
O Papel do Administrador e suas
Competências 2
Apresentação
Objetivos
Perspectivas da administração
Diversos fatores, como pressões legais, normativas, mercadológicas e até a elevação da criticidade
do consumidor, influenciaram o aumento da produtividade e da qualidade de empresas e
produtos, tornando-se necessidades competitivas de interesse global, não apenas em relação a
bens produzidos e a serviços prestados pelas organizações, mas, também, como um requisito
para que elas se mantenham em um mercado caracterizado por concorrências mais acirradas
e por interferências em nível mundial.
14
O Papel do Administrador e suas Competências • AULA 2
Diante desse cenário, percebe-se a necessidade de uma nova postura do administrador, que
precisará desempenhar papéis diversos além de desenvolver habilidades e competências.
O novo desenho do mundo dos negócios torna certo que o gestor estará diante da administração
das incertezas. Os problemas de hoje em dia são multifacetados e mais complexos que no início
do século XX, quando a concorrência era menos acirrada e as indústrias estavam em fase de
desenvolvimento. Portanto, não havia tantos produtos similares no mercado e a qualidade era
pouco exigida.
Conforme Chiavenato (2003, pp. 15-16), vários fatores deverão provocar profundos impactos
sobre as organizações e empresas, entre eles se destacam:
15
AULA 2 • O Papel do Administrador e suas Competências
Habilidades
Não basta ter conhecimentos sobre administração... Você precisa estar preparado
para praticá-la.
(ROBBINS, 2000)
Para Katz (1955), o gerente precisa desenvolver as habilidades conceituais, humanas e técnicas.
Vejamos cada uma delas:
16
O Papel do Administrador e suas Competências • AULA 2
Competências
Não apenas as habilidades são importantes para o exercício de um cargo gerencial. As competências
pessoais do administrador são tão importantes quanto as habilidades, pois elas constituem
qualidades das pessoas que são capazes de analisar uma situação, propor soluções e equacionar
assuntos ou problemas.
Atenção
Você já deve ter ouvido falar, ou deve ter lido em alguma revista de negócios, que a delegação de poder, o
achatamento da hierarquia organizacional ou a redução do quadro de pessoal diminuiu a necessidade de gerentes.
Atenção! Esta informação de redução do quadro gerencial é equivocada. Ocorre que funcionários comuns estão
recebendo responsabilidades gerenciais. Outro fator é que empresas de pequeno e médio porte ampliaram o número
de postos gerenciais.
17
AULA 2 • O Papel do Administrador e suas Competências
Podemos dizer que elas constituem uma das maiores riquezas de um administrador, o seu capital
intelectual.
Saiba mais
Competências Pessoais
Mas, afinal, qual dessas três competências é a mais importante?
Qual delas sai as outras? Sem dúvida, a competência pessoal mais importante para o administrador é a atitude.
Defendemos o ponto de vista de que o administrador precisa ser um agente de mudança dentro das organizações. É
ele que faz acontecer a mudança de mentalidade, de cultura, de processos, de atividades, de produtos/serviços etc.
Vimos até agora algumas das principais perspectivas da Administração de Empresas e os desafios
que são colocados para os gerentes. Entendemos que, diante desses desafios, o gerente precisará
desenvolver habilidades e competências, bem como desempenhar papéis.
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O Papel do Administrador e suas Competências • AULA 2
Leitura 1
Para sobreviver no mercado de trabalho
O que mudou nos ambientes organizacionais nos últimos 20 anos e o que se exige de um profissional nos dias atuais?
CENA 1 CENA 2
7h30min chegada ao local de trabalho 9h chegada ao local de trabalho
Papéis e pastas nas gavetas Micro ligado, 60 novos e-mails.
Máquina de escrever elétrica (esférica IBM última Videoconferência com parceiros da Venezuela, dos
geração) Estados Unidos e de Hong Kong (o inglês do oriente é
incompreensível!)
Pedir uma ligação para a telefonista Reunião com o pessoal da categoria de produtos e do
processo de supply chain
Fazer trabalho prévio para participar no curso gerencial 25 minutos de visita à intranet para preencher formulário
de trabalho em equipe (40 horas de duração) de autoavaliação de desempenho
Aviso de aumento de salário vindo do departamento de Reunião com célula de trabalho para tomar decisões
pessoal técnicas e de gestão de pessoas
Almoçar num dos quatro restaurantes da empresa, Elaboração de relatório de custos da célula para enviar
aquele do seu nível hierárquico ao gerente
Pedir um relatório de dados ao CPD Conference call com fábrica e departamento de marketing
para update de lançamentos de produtos
Discutir com O&M uma norma de utilização da máquina Verificar as metas para estimar o bônus do mês
“xerox”
Estar no oitavo posto (de cima para baixo) dos 10 níveis Estar no meio dos três níveis hierárquicos existentes
hierárquicos existentes
17h15min retorno para casa E o almoço?
*Conference Call: teleconferência ou videoconferência geralmente envolve várias filiais de diversos países onde
determinada empresa tem sede.
Quantos anos separam as duas cenas? Não é difícil dizer: apenas 20 anos. Quantas diferenças! A única igualdade
é a presença dos protagonistas. Por isso interessa ressaltar aqui não as mudanças ocorridas nesses anos e que
transformaram os ambientes tão drasticamente; essas todos nós conhecemos ou experimentamos.
No entanto, parece sempre muito mais importante discutir e refletir sobre que exigências são feitas aos protagonistas
das cenas de hoje do dia a dia organizacional, para que possam ter um desempenho adequado para sobreviver e obter
sucesso profissional, em comparação àquelas exigidas dos protagonistas de ontem.
Isso porque aprendemos, depois de muitas mudanças, que as estruturas e modelos de gestão organizacionais
mudaram muito mais rapidamente do que nossa capacidade de nos adaptarmos a eles, e além disso, diz-se nos meios
organizacionais que as pessoas são o patrimônio mais importante das empresas hoje. Portanto, nunca é demais buscar
entender o que as empresas esperam/exigem dos seus “colaboradores” hoje.
Algumas exigências feitas hoje são velhas conhecidas: trabalho em equipe, competência interpessoal, falar outro
idioma, visão de resultados e de custos, estilo participativo... Quer dizer, vêm sendo desenvolvidas e discutidas com
mais ênfase nos últimos 15 ou 20 anos.
19
AULA 2 • O Papel do Administrador e suas Competências
Outras são inéditas, por isso mais recentes: trabalhar em/com grupos virtuais, autonomia decisória, trabalhar sem
supervisão permanente, desempenhar-se em estruturas matriciais, ter visão de processo, falar outros idiomas..., a
exemplo dos home offices.
Acrescente-se a elas a pressão por resultados, a vivência cotidiana com o ambíguo, o intangível, o anacrônico, o virtual,
o efêmero, o estressante, o rápido, e teremos um quadro fiel da luta pela sobrevivência de muitos nas organizações de
hoje.
Obviamente, os impactos em cada um de nós são diferentes. Alguns desenvolvem comportamentos adequados e se
adaptam rapidamente sem problemas; outros sofrem para conseguir isso; outros acabam não conseguindo, porém
mudam “a reboque”. Mas todos fazem esforços para decodificar as exigências, buscar entendê-las e transformá-las em
comportamentos adaptados e esperados pela empresa. Esse processo de busca das pessoas é intenso e interminável.
Assim acontece o desenvolvimento humano.
Uma das fontes de apoio a ele têm sido, inegavelmente, as explicações teóricas, as metáforas, os depoimentos
de líderes de sucesso, as analogias com o esporte, a literatura de autoajuda, os treinamentos alternativos... todos
elaborados como tentativas válidas de ajudar a compreensão da realidade organizacional de hoje e dar pistas de
sobrevivência para o amanhã às pessoas.
No entanto, essas fontes não são iguais nem em profundidade nem em intenção explicativa; essa parece ser também
uma característica do contexto de hoje se comparado ao de ontem. É preciso que os profissionais desenvolvam, para
isso, outra última exigência que pode ajudar em todas as outras: a visão crítica. Somente com ela poderão selecionar as
informações/explicações desse tipo que chegarão a eles em uma velocidade e quantidade sempre crescentes.
Administração hoje
Notamos que muito da Administração, senão seu todo, constitui-se de unificações de ideias, de
conceitos que ao longo do tempo evoluíram e tornaram-se bases para o desenvolvimento dela
como ciência. Não se tem um fundador ou maior pensador da Administração, mas, sim, diversas
20
O Papel do Administrador e suas Competências • AULA 2
mentes que, de forma brilhante, tornaram a Administração uma ciência muito respeitada e
necessária para o desenvolvimento corporativo e humano.
Em seu livro Introdução à Administração (1998, pp. 2-3), o autor explica o seguinte sobre o tema:
Conforme vimos, não é o fato da propriedade que conduz ao sucesso, mas a decisão de administrar
de maneira correta e com delegação de funções. Não nos é possível enxergar tudo, precisamos de
outros olhos para um alcance mais amplo, que torne mais veloz a chegada e a saída de informações
acelerando o processo administrativo de maneira coerente e segura.
21
AULA 2 • O Papel do Administrador e suas Competências
Resumo
Observamos nesta nossa segunda aula que diversos fatores exercem forte pressão na prática de
Administração. Para que o administrador consiga obter êxito no desenvolvimento de sua prática
profissional é essencial que desenvolva habilidades e esteja constantemente aprimorando suas
competências, sem deixar de lado as diretrizes preconizadas por Peter Drucker.
22
Aula
Escola Clássica da
Administração 3
Apresentação
Nesta terceira aula, serão apresentados ao aluno os precursores da Administração como ciência.
As primeiras empresas tinham estruturas simples e eram organizadas de forma rudimentar,
conforme você deve ter observado no capítulo anterior quando comentamos sobre as estruturas
que serviram de modelo para as organizações que estavam se estabelecendo com a Revolução
Industrial. Somente a partir de 1900 começaram a surgir os primeiros estudos sobre os métodos
e processos organizacionais. Entre os precursores da administração científica das empresas, em
suas diversas áreas, mencionaremos aqueles que mais contribuíram para o seu desenvolvimento.
Em um primeiro momento, serão expostas ao aluno as contribuições de Frederick Winslow
Taylor e sua Administração Científica; a seguir, trataremos do Fordismo, de Henry Ford; depois
apresentaremos a Teoria Clássica, de Henri Fayol, e as contribuições de Max Weber.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
Introdução
23
AULA 3 • Escola Clássica da Administração
administrar organizações. Na Alemanha, Max Weber elaborou teorias para explicar as organizações
formais. Esses conceitos e métodos surgidos na passagem para o século XX integram o movimento
chamado Escola Clássica da Administração.
Uma das preocupações marcantes da Administração dessa época era a eficiência dos processos
de fabricação. Frederick Winslow Taylor, pioneiro da Administração científica, conseguiu montar
um conjunto de princípios e técnicas visando à eficiência no processo fabril. Taylor acreditava que
a prosperidade econômica somente seria conseguida com a maximização da produtividade dos
trabalhadores, e a eficiência dependeria do redesenho do trabalho e da mudança de atitude dos
trabalhadores. A importância do redesenho se dava pela ausência de métodos, e sem métodos,
cada trabalhador fazia suas tarefas de acordo com palpites e intuições, sem contar a dificuldade
na avaliação de desempenho, por parte dos administradores.
Em 1903, Taylor publicou seu estudo Shop Management (Administração Fabril), em que propunha
sua filosofia de administração, que compreendia quatro princípios.
1. O objetivo da Administração era pagar salários altos e ter baixo custo de produção.
2. Com esse objetivo, a Administração deveria aplicar métodos de pesquisa para determinar
a melhor maneira de executar tarefas.
Os estudos de Taylor dividem-se em duas fases distintas. Cada uma delas corresponde a
publicações de um livro. A primeira fase corresponde à publicação do livro Shop Management
(Administração Fabril), em 1903. A segunda fase é demarcada com a publicação de Principles
os Scientific Management (Princípios da Administração Científica).
24
Escola Clássica da Administração • AULA 3
Ao longo de sua vida profissional, Taylor buscou solucionar esses e outros problemas que eram
e continuam sendo comuns em muitas empresas da atualidade. A partir de suas observações e
experiências, ele começou a desenvolver seu sistema de administração de tarefas, mais adiante
conhecido como sistema Taylor, taylorismo e, finalmente, administração científica.
Taylor observou que os operários aprendiam a maneira de executar as tarefas olhando seus colegas de
trabalho. Devido a isso, os operários acabavam realizando a mesma tarefa de maneiras diferentes, e isso
gerava desperdício de tempo e recursos. O que prevalecia eram métodos empíricos, e Taylor buscou
substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos, os quais receberam o nome de
Organização Racional do Trabalho (ORT).
»» Supervisão funcional.
Consistia na cronometragem dos movimentos dos trabalhadores, dividindo-os nas tarefas que
os compunham, chamando-as de unidades básicas de trabalho. O segundo passo era analisar
as unidades básicas de trabalho, procurando a melhor maneira de executá-las e de combiná-
las para a tarefa maior. Usando um sistema de pagamento por peças produzidas, que fazia os
rendimentos do trabalhador aumentarem de acordo com seu esforço, Taylor conseguia aumentar
expressivamente a eficiência.
25
AULA 3 • Escola Clássica da Administração
Isso, para Taylor, causava uma revolução mental relacionada ao trabalho, em que o trabalhador
encarava sua tarefa com mais responsabilidade. A questão não é trabalhar duro, nem depressa,
nem bastante, mas trabalhar de forma inteligente.
»» diminuição da produtividade.
26
Escola Clássica da Administração • AULA 3
O trabalho de cada pessoa deveria, tanto quanto possível, se limitar à execução de uma única
e simples tarefa predominante, de maneira contínua e repetitiva. Principal aplicação: linha de
montagem.
Para cada tarefa há um método apropriado, pois os cargos e tarefas são desenhados para uma
execução automatizada por parte do trabalhador, que deve fazer e não pensar ou decidir. Esse
pensamento é resultante do método de Taylor para dar conta do aumento de produtividade
demandada pela Revolução Industrial.
Vantagens
Taylor sugere que se pague mais a quem produzir mais, de acordo com um sistema de incentivos
monetários. Acredita que, dessa forma, se garante maior produção, e como não se vê qualquer
oposição de interesses entre trabalhadores e administração, imagina-se que isso se traduza
necessariamente em maiores lucros e maiores salários.
O conceito de homo economicus, ou melhor, homem econômico, diz que toda pessoa é concebida
como influenciada exclusivamente por recompensas salariais, econômicas e materiais. Isso quer
dizer que o homem procura o trabalho não por que gosta dele, mas como um meio de ganhar a
vida mediante recebimento de salário.
Essa concepção não se restringia a ver o homem apenas como um indivíduo motivado por
dinheiro, mas como um indivíduo mesquinho, limitado e preguiçoso, culpado pela vadiagem e
desperdício das empresas. Dessa forma, o homem precisa ser controlado para poder executar
seu trabalho.
27
AULA 3 • Escola Clássica da Administração
Para Taylor, a gerência adquiriu novas atribuições e responsabilidades descritas pelos quatro
princípios a seguir:
»» Princípio do controle: o gerente deverá controlar o trabalho para se certificar de que este
está sendo executado conforme as normas estabelecidas e segundo o plano previsto. A
gerência deve cooperar com os trabalhadores para que a execução seja a melhor possível.
Segundo as ideias tayloristas, o operário não tem capacidade, nem formação, nem meios para
analisar cientificamente o seu trabalho e estabelecer racionalmente qual o método ou processo
mais eficiente. O que acontecia nas fábricas era que o supervisor deixava seu pessoal escolher o
melhor método de trabalho e isso acarretava problemas. Com a Administração Cientifíca ocorre
uma repartição de responsabilidades: a administração (gerência) fica com o planejamento (estudo
minucioso do trabalho do operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a supervisão
(controle contínuo ao trabalhador durante a produção), e o trabalhador fica com a execução do
trabalho, pura e simplesmente.
O taylorismo exerceu uma influência prática também poderosíssima. A “taylorização” das relações
de produção caracteriza todo um período da industrialilzação mundial. De fato, o pensamento
de Taylor encontrou seguidores em todo o mundo.
Mesmo assim, essas limitações e restrições não apagam o fato de que a Administração Científica
foi o primeiro passo concreto da Administração rumo a uma teoria administrativa. Foi Taylor
quem implantou diversos conceitos que até hoje são utilizados na Administração.
28
Escola Clássica da Administração • AULA 3
Fordismo
Henry Ford nasceu nos Estados Unidos em 1863 e morreu em 1947. Filho de fazendeiros, Ford
era responsável pela manutenção das máquinas da propriedade da família, mas ainda jovem
foi trabalhar com manutenção de motores em algumas empresas até desenvolver seus próprios
motores e carros. Era um engenheiro prático, e fundador da Ford Motor Company, em 1903, com
mais 11 investidores e um capital de 28 mil dólares.
Ford foi pioneiro ao implementar a linha de montagem em esteira, uma ideia que ele subtraiu
de um sistema de carretilhas aéreas de um matadouro, em que as peças (reses) passavam nessas
carretilhas enquanto os homens executavam os cortes necessários. Ford implementou essa ideia
em sua fábrica juntamente com o aprimoramento dos princípios de Taylor, e conseguiu tornar
o carro acessível à classe média.
O famoso modelo “T”, lançado em 1908, foi fruto dessa produção em esteira e revolucionou a
indústria automotiva na época, por ter baixo custo de produção e manutenção e também pela
velocidade empregada na produção (produtividade), sendo capaz de entregar um carro a cada 90
minutos. Essa produtividade levou o modelo “T” a ter mais de 50% do mercado norte-americano
em 10 anos, porém, para alcançar essa velocidade, somente produzia carros na cor preta.
O trabalho se tornou algo central em nossas vidas, e por mais que haja críticas ao modelo
taylorista-fordista com relação à visão do homem motivado por dinheiro, não poderíamos negar
que é a partir das recompensas salariais e materiais que as pessoas conseguem realizar boa parte
dos seus principais objetivos na sociedade moderna. Além de recompensar as pessoas, deveria
proporcionar as condições adequadas de trabalho para que o homem pudesse realizar bem as
suas atividades, conforme citado por Taylor em seus principais aspectos da organização racional
do trabalho.
29
AULA 3 • Escola Clássica da Administração
A Teoria Clássica
A Teoria Clássica de Henri Fayol foi desenvolvida na França quase que concomitantemente aos
trabalhos de Taylor e Ford nos Estados Unidos, no início do século XX. Essa difere do modelo
taylorista-fordista pelo tipo de abordagem, ou seja, Taylor e Ford tiveram uma microabordagem,
analisaram essencialmente as tarefas desempenhadas pelos operários, enquanto Fayol teve uma
macroabordagem, pois observava o todo organizacional; sua ênfase foi, portanto, na estrutura.
Provocação
Controle
Ato ou efeito de controlar; monitoração, fiscalização ou exame minucioso, que obedece a determinadas expectativas,
normas, convenções etc.
Com o fayolismo, a ideia da divisão do trabalho foi expandida para toda a fábrica, que deveria
ser subdividida em Funções Organizacionais, são elas: técnicas (produção), comerciais (compra
e venda), financeiras (gerência de capitais), contábeis (custo, balanço), segurança (cuidar do
patrimônio) e administrativas (coordenação de todas as outras funções). Essa última função
administrativa deveria ser exercida por uma pessoa, o gerente preferencialmente, que deveria
planejar as atividades, organizar o duplo organismo tanto material quanto pessoal, coordenar
sendo um elo entre as pessoas e os departamentos, exercer sua autoridade e controlar para que
o trabalho fosse realizado conforme o planejado. Essas Funções Gerenciais (planejar, organizar,
comandar ou dirigir, coordenar e controlar) seriam exercidas pelo administrador, ou seja, a pessoa
que estivesse numa linha de comando e que tivesse subordinados dentro da escala hierárquica.
Provocação
Planejamento
Ato ou efeito de planejar serviço de preparação de um trabalho, de uma tarefa, com o estabelecimento de métodos
convenientes; o mesmo que planificação.
Funções Gerenciais
»» Previsão ou Planejamento: avalia o futuro e o aprovisionamento dos recursos em
função dele.
30
Escola Clássica da Administração • AULA 3
Funções Organizacionais
»» Funções Técnicas/Produção: relacionadas com a produção de bens e de serviços da
empresa.
»» Funções de Segurança: relacionadas com proteção e preservação dos bens e das pessoas.
»» Unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada grupo de atividades que tenham
o mesmo objetivo.
31
AULA 3 • Escola Clássica da Administração
»» Cadeia escalar: linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo. É o
princípio do comando.
»» Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana.
Provocação
Hierarquia
Organização fundada uma ordem de prioridade entre os elementos de um conjunto ou relações de subordinação
entre os membros de um grupo.
Hierarquia, comando, direção, divisão do trabalho. Essas palavras já foram citadas logo no
primeiro capítulo deste Caderno quando foram apontadas as influências da igreja e da organização
militar no desenvolvimento da teoria da Administração. De fato, é possível fazer uma correlação
desses princípios a essas instituições.
Apesar da crítica de que a teoria clássica foi normativa e prescritiva, ou seja, normativa ao passo
que ela impunha normas a serem seguidas e, prescritiva, pois ela prescrevia como o administrador
deveria fazer para obter a eficiência, como uma receita de bolo pronta para ser seguida e obter
sucesso, pode-se observar que a teoria clássica de Fayol (1916), em seus Princípios Gerais da
Administração, citava que a remuneração para os trabalhadores deveria ser justa e garantir sua
satisfação e o que deveria prevalecer dentro da empresa seria o espírito de equipe.
Max Weber, filósofo e sociólogo alemão (1864-1920), desenvolveu uma análise mais profunda
em relação à dominação, não se restringindo apenas aos fatores econômicos. Ao contrário de
Taylor e Ford, Weber não fez recomendações para a administração das organizações. Weber
32
Escola Clássica da Administração • AULA 3
foi um explicador das organizações modernas. Suas ideias, hoje, são usadas como base para o
entendimento da natureza das organizações e das diferenças entre elas.
Podemos observar na atualidade que muitos dos princípios da abordagem clássica da Administração
receberam influência da Filosofia, da Igreja Católica e da Organização Militar.
33
AULA 3 • Escola Clássica da Administração
Resumo
Vimos que a preocupação que norteou a Escola Clássica da Administração foi a busca pela
eficiência. Nessa jornada, Taylor, por meio da observação, constatou que determinada atividade
possuía diversas formas de execução; para isso, idealizou a Organização Racional do Trabalho
com o propósito de padronizar o método de trabalho. Podemos inferir que o estudo de tempos
e movimentos foi fator determinante para adequação e uniformidade do tempo necessário a
cada atividade e a produtividade esperada. Pela leitura percebemos que, para o Taylorismo, o
homem era impulsionado por recompensas salariais e incentivos financeiros. Não obstante, Henri
Fayol contribuía na França nesse mesmo período, mas dando então enfoque à estrutura e não
à atividade propriamente, como Taylor. Já Max Weber contribuiria com aspectos fundamentais
para um tipo ideal de burocracia, fundamentada em aspectos como formalidade, impessoalidade
e profissionalismo.
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Aula
Teoria das Relações Humanas e
Teoria Estruturalista 4
Apresentação
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
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AULA 4 • Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista
A Abordagem Humanística ocorre com o surgimento da Teoria das Relações Humanas, que
acompanha o desenvolvimento das Ciências Sociais, sendo a Psicologia sua maior contribuinte. A
Abordagem Humanística pressupõe oposição aos conceitos das teorias anteriores que colocavam
à margem as pessoas, não se preocupavam com o significado ou com as correlações existentes
entre um trabalho melhor e mais bem executado e as formas de tratamento do funcionário no
ambiente de trabalho.
Saiba mais
Monopólio
Segundo o dicionário Houaiss, significa: comércio abusivo que consiste em um indivíduo ou grupo tornar-se único
possuidor de determinado produto para, na falta de competidores, poder vendê-lo por preço exorbitante.
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Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista • AULA 4
»» Os empregados não eram motivados somente por fatores externos, como pagamento
e condições físicas do ambiente de trabalho – havia fatores psicológicos que afetavam
a produtividade, e não só fisiológicos.
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AULA 4 • Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista
James A. F. Stoner resume as contribuições dos estudos da Hawthorne pelos seguintes aspectos:
ELTON MAYO
Falecido em 1949, o australiano Elton Mayo é considerado o fundador do movimento das relações humanas,
que se opôs aos princípios científicos do trabalho de Taylor. As suas teorias foram baseadas nas experiências que
conduziu em Hawthorne, entre 1927 e 1932, os fatores que realmente motivam os empregados. Mayo licenciou-
se na Universidade de Adelaide e estudou Medicina em Londres e Edimburgo, ensinou Filosofia Mental e Moral
em Queensland, durante a primeira década do século, e emigrou para os Estados Unidos em 1923. Começou por
trabalhar em pesquisas numa empresa têxtil da Pensilvânia e juntou-se mais tarde à Harvard University como
professor convidado em Pesquisa Industrial.
Bibliografia: The Human Problems of an Industrial Civilization (Mcmillan, 1933); e The Social Problems of an Industrial Civilization (Routledge
and Kegan Paul, 1949).
http://www.abrh-pr.org.br/fatosefotos
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Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista • AULA 4
Apesar de a época na qual ocorreu a experiência ter sido uma época de novidades e mudanças
no mundo administrativo, ainda eram observados alguns traços antiquados nos processos
produtivos, no que se relacionava ao trabalhador, principalmente. A TRH surgiu como uma
consequência das falhas nas Abordagens Clássica e Científica. Essas preconizavam apenas o
trabalho, sem uma preocupação com quem o executava.
Além de Hawthorne, outros fatores foram muito importantes para o surgimento da TRH.
O desenvolvimento das Ciências Sociais, dando-se, aí, maior ênfase à Psicologia, e a insatisfação
foram os precursores da TRH, que passou por duas etapas no seu desenvolvimento:
Nesta etapa, a Psicologia Industrial está voltada para os aspectos individuais e sociais do trabalho,
que predominam sobre os aspectos produtivos. Pelo menos em teoria. Os temas predominantes
são o estudo da personalidade do trabalhador e do gerente, a motivação e os incentivos do
trabalho, a liderança, as comunicações e as relações interpessoais e sociais dentro da organização.
Vale observar o que relata Chiavenato (2003, p. 102) o panorama daquela época:
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AULA 4 • Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista
Vale também citar alguns autores que, mesmo sendo seguidores dos modelos mais tradicionais,
começaram uma revisão crítica ao modelo Taylorista. Essa fase é conhecida como Fase das
Teorias Transitivas.
Partindo dessas variações, pode-se concluir que a organização é um sistema cooperativo racional.
O fator racionalidade é percebido no estágio final visado pela organização. As organizações existem
com a finalidade maior de alcançar objetivos que as pessoas sozinhas não conseguem alcançar.
Provocação
Organização informal
O conjunto de interações e relacionamentos que se estabelecem entre as pessoas denomina-se organização informal,
em paralelo à organização formal, que é constituída pela estrutura organizacional de órgãos, cargos, relações
funcionais, níveis hierárquicos etc. O comportamento dos grupos sociais está condicionado a esses dois tipos de
organização.
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Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista • AULA 4
Após conhecer os formadores da TRH, conheceremos as suas decorrências como, por exemplo, a
influência da motivação humana, a liderança, a comunicação e a dinâmica de grupo. Conheceremos
também algumas críticas ao modelo da TRH.
Com o surgimento da TRH, entra em cena uma nova concepção para refazer o ambiente
administrativo. O momento exige a utilização de novas palavras e agora o tom é ditado por
motivação, liderança, comunicação, dinâmica de grupo etc.
Tudo que era utilizado como os conceitos de hierarquia, padronização, autoridade, racionalização
do trabalho e departamentalização são subitamente deixados de lado. Começa uma substituição
do engenheiro e supervisores técnicos por sociólogos e psicólogos. A dinâmica de grupo toma
o lugar da mera instrução relacionada ao conhecimento da máquina.
As pessoas são motivadas por necessidades humanas e alcançam suas satisfações por meio de
grupos sociais com os quais interagem. Dificuldades em participar e em se relacionar com o
grupo provocam elevação da rotatividade de pessoal (turnover), diminuição da moral, fadiga
psicológica, redução dos níveis de desempenho etc.
Saiba mais
Turnover
É a grande rotatividade de empregados durante um ciclo de produção em uma empresa.
41
AULA 4 • Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista
Motivação
A motivação humana procura dar uma explicação para o como e o porquê do comportamento
das pessoas. Durante muitas décadas, a base de medida utilizada nas empresas foi a do homo
economicus. Ela primava pela interpretação do funcionário motivado somente por questões de
ordem financeira. O oposto a esse pensamento foi concluído pela Experiência de Hawthorne. Ao
contrario da ideia da época, ficou provado que a recompensa salarial, mesmo justa e generosa,
não era o principal fator de motivação dos funcionários. A equipe de Hawthorne criou a nova
concepção afirmando que as recompensas sociais e simbólicas são muito apreciadas, não se
nega o fato de haver interesses econômicos, porém, isso não é tudo.
Vale ressaltar que alguns autores afirmam que ninguém consegue motivar ninguém, por ser um
valor intrínseco, ou seja, a motivação vem de dentro, é o motivo para agir e só pode ser encontrado
por si próprio. O que acontece de forma externa é o estímulo.
Saiba mais
Homo Economicus
É o homem motivado por recompensas materiais, salariais e financeiras.
Liderança
Não houve, por parte da Teoria Clássica, uma preocupação com a liderança. Já a TRH estudou e
constatou a influência do líder sobre o comportamento das pessoas e, por conseguinte, da equipe.
A Teoria Clássica tratava a autoridade formal, que considerava apenas os níveis hierárquicos
superiores sobre os inferiores em relação aos cargos. Houve outra prova em Hawthorne de que
existem líderes que podem assimilar as normas e expectativas do grupo mantendo o controle
sobre seu comportamento e ajudando na coesão e na integração.
Quadro 1.
Teoria dos traços de personalidade Características marcantes de personalidade possuídas pelo líder.
Teorias sobre os estilos de lideranças Maneiras e estilos de se comportar adotados pelo líder.
Teorias situacionais de liderança Adequação do comportamento do líder às circunstâncias da situação.
Não se pode tratar de liderança sem abordar a teoria mais estudada e polêmica sobre o assunto, a
Teoria sobre os Estilos de Liderança. Para White e Lippitt, o líder pode ter três estilos de liderança:
a liderança autocrática, a liderança democrática e a liderança liberal (laissez-faire).
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Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista • AULA 4
Quadro 2.
Ao finalizar a parte da liderança, é bom deixar claro que existem até hoje estudos sobre o assunto,
que não se encerram com a chegada da TRH.
A comunicação
O enfoque das relações humanas mostrou que as comunicações dentro das organizações são
terrivelmente falhas e alertou os administradores em diversos aspectos.
A TRH colocou em voga a ideia de que a participação das pessoas dos escalões inferiores na
solução dos problemas da empresa é imprescindível e que se deve incentivar a franqueza e a
confiança entre os indivíduos e grupos.
Quando se trata da comunicação com uma atividade administrativa, conclui-se que seus propósitos
mais evidentes são facilitar a informação e a compreensão necessárias para a condução das tarefas,
promovendo a motivação, a cooperação e a satisfação nos cargos. Agindo assim, promove-se um
ambiente aberto que acaba em espírito de equipe e melhor desempenho nas tarefas.
A Importância da Comunicação
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AULA 4 • Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista
»» Cada pessoa pode ser auxiliada a dar a mínima contribuição à organização e a utilizar
ao máximo as suas habilidades e capacidades.
A dinâmica de grupo
Segundo Chiavenato (2003, p. 132), “Dinâmica de Grupo é a soma de interesses dos componentes
do grupo e que pode ser ativada por meio de estímulos e motivações no intuito de maior harmonia
e melhor relacionamento humano”.
Para a TRH, a Dinâmica de Grupo é um dos temas de maior importância. Kurt Lewin foi seu
maior nome. Foi este autor que criou a Escola da Dinâmica de Grupo, introduzindo o conceito de
equilíbrio “quase estacionário” nos processos grupais, para significar o campo de forças existentes
dentro dos grupos. E que conduzem a processos de autorregulação e manutenção de equilíbrio.
O núcleo central dessa teoria é o estudo de pequenos grupos, enfatizando coesão grupal,
padrões grupais, motivação, participação, processo decisório, produtividade, tensões, estilos
de liderança etc.
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Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista • AULA 4
Assim, não obstante as vantagens do trabalho de grupo, convém não perder de vista que a
coesão grupal pode funcionar em sentido oposto ao desejado pela administração da empresa.
De fato, a solidariedade grupal pode influenciar as pessoas no sentido de diminuir a produção
e fixar metas inferiores às que poderiam ser obtidas. Alem disso, poderá produzir resistência à
mudança ou à sua aceitação.
Abordagem estruturalista
Origens
Max Weber foi considerado o primeiro teórico das organizações, ele as estudou sob um ponto
de vista estruturalista, preocupando-se com sua racionalidade. Isso implica dizer que há uma
necessidade de adequação em relação aos meios ou recursos utilizados e os objetivos a serem
alcançados pelas organizações burocráticas.
No momento em que ocorreu o crescimento das burocracias, a teoria administrativa era puramente
introspectiva, ou seja, preocupava-se apenas com os aspectos internos da organização, depois
ela ganhou uma nova dimensão com a abordagem estruturalista. O que ocorreu foi que além
do enfoque intraorganizacional, surgiu o enfoque interorganizacional. Com esse novo enfoque,
ampliou-se o campo de análise para observar além das relações internas, também as relações
da organização com seu ambiente externo, constituído de outras organizações.
Figura 3.
45
AULA 4 • Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista
PRECURSORES
Max Weber
Era um sociólogo alemão, nasceu em 1864 e morreu em 1920. Foi também um cientista político e economista. Ficou
mundialmente conhecido por seus estudos das relações entre sistemas religiosos e políticos. Para a Administração,
são de enorme relevância os estudos de Weber as fontes de autoridade e a resultante forma organizacional a que
chamou de burocracia. Suas principais obras foram:
»» Economia e sociedade;
Amitai Etzioni
Nasceu em 4 de janeiro de 1929, em Colônia, na Alemanha, obteve seu mestrado pela Universidade Hebraica, em
Jerusalém, e seu doutorado pela Universidade da Califórnia, em Berkeley. Desenvolveu uma carreira brilhante como
sociólogo organizacional, além de ser um cidadão engajado na política. Ele demonstrou uma habilidade pouco usual,
o que lhe permitiu integrar a sociologia à economia neoclássica. Ele teve várias publicações como:
»» Modern organizations;
A Burocracia, segundo Weber, é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade,
ou seja, na adequação dos meios aos objetivos pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência
possível no alcance desses objetivos.
A origem da Teoria da Burocracia, a partir da década de 1940, dá-se em função de alguns aspectos:
Para que você tenha uma melhor compreensão das origens da Burocracia, leia o texto a seguir:
A burocracia – tal como ela existe hoje, como a base do moderno sistema
e produção – teve sua origem nas mudanças religiosas verificadas após o
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Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista • AULA 4
Para Weber desenvolver sua teoria, ele partiu de alguns questionamentos como: Por que os
indivíduos obedecem a ordens? Por que eles agem de acordo com o que lhes é ordenado? Ele
teorizou que existem três tipos básicos de relações de autoridade, os quais poderiam ser utilizados
para classificar as organizações. São eles:
»» Tradicional: é um tipo de autoridade que não é racional, o poder pode ser herdado ou
delegado. Essa autoridade baseia-se na tradição, usos e costumes. Passa de geração a
geração. Depende da crença na “santidade dos hábitos”. Sua fraqueza como fonte de
autoridade está ligada ao fato de valorizar o precedente, o passado, e não a melhor
decisão possível.
»» Legal, Racional Ou Burocrática: é legal, racional, impessoal e formal que se dá por justiça
da lei com promulgação e regulamentação de normas legais previamente definidas.
Ela cria direitos e obrigações. Para Weber, esse tipo de autoridade é o mais adequado
para as organizações de porte, complexas em natureza, pois a autoridade racional-
legal enfatiza a obediência às ordens de quem ocupa o cargo – não importa quem seja.
A autoridade está vinculada ao cargo e não ao indivíduo.
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AULA 4 • Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista
A Figura 2 a seguir expõe de uma forma resumida o que uma organização burocrática deve ter:
»» Impessoalidade: os poderes, direitos e deveres das pessoas nas organizações são inerentes aos cargos que elas
ocupam, e as pessoas são governadas por essas relações.
»» Profissionalismo: os cargos de uma burocracia oferecem a seus ocupantes uma carreira profissional e meios de
subsistência. O integrante de uma burocracia é um funcionário que faz do cargo um meio de vida, recebendo um
salário regular em troca de seus serviços. A escolha para ocupar o cargo deve ser com base na meritocracia.
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Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista • AULA 4
Para Weber, a burocracia não se configuraria como uma “regra-impedimento”, como o termo é
popularmente entendido. Para esse autor, o tipo de administração de organização puramente
burocrático é, do ponto de vista técnico, capaz de atingir o mais alto grau de eficiência e é, dessa
forma, o meio mais racional de levar a efeito um controle imperativo sobre os seres humanos.
No entanto, Peter Blau e Richard Scott apontam que Weber teria ignorado a organização
informal que produz e amplia as ineficiências do modelo burocrático de organização. O fato
de uma burocracia ser concebida como uma máquina constituída de engrenagens e, também,
o fato de visualizar o homem como uma peça provocariam as consequências imprevistas
levando a organização à ineficiência. Existe, então, uma tendência ao formalismo excessivo e à
despersonalização.
»» Hierarquia como base do processo decisorial: as decisões são tomadas por quem ocupa
o posto hierárquico mais alto, mesmo que não saiba nada a respeito do problema que
está em questão.
Essas anomalias descritas por Robert K. Merton fazem com que a organização se torne mais lenta
para responder mais prontamente ao cliente e se adequar às demandas ambientais.
Teoria Estruturalista
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AULA 4 • Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista
O nome que mais se projeta quando tratamos do estruturalismo é Amitai Etzioni pelo fato de
ter se ocupado em analisar os fundamentos das escolas correntes até então conhecidas (Teoria
Clássica, Administração Científica, Teoria da Burocracia e das Relações Humanas).
Uma nova teoria surge dentro de determinados contextos históricos, assim, podemos dizer que
as origens da Teoria Estruturalista são as seguintes:
»» A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas, que eram
incompatíveis, e, então, havia a necessidade de uma posição mais ampla.
A abordagem das Relações Humanas entendia que a organização mais satisfatória seria também
a mais eficiente. Ela sugeria que os trabalhadores não ficariam satisfeitos numa organização fria,
formal, racional, que apenas satisfizesse suas necessidades econômicas.
Tendo muitas fontes, mas somente um adversário, a Abordagem Estruturalista é uma síntese da
Escola Clássica (ou formal) com a da Escola de Relações Humanas (ou informal), porém, com ênfase
no formalismo das estruturas organizacionais. Seus fundamentos são mais bem compreendidos
por meio do exame da crítica que ela levanta contra a abordagem humanística. É exatamente
ao explorar a visão harmônica dos escritores da Escola de Relações Humanas que os escritores
estruturalistas, pela primeira vez, reconheceram integralmente o dilema organizacional, ou seja,
o inevitável conflito entre os objetivos organizacionais e as necessidades individuais, conflito
que pode ser reduzido, mas não eliminado.
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Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista • AULA 4
Podemos dizer que o Estruturalismo introduziu uma nova lógica. Uma lógica integrativa e não
dicotômica, com o objetivo de tratar de forma mais ampla a organização e o indivíduo. A análise
organizacional ficou mais rica, o que possibilitou uma melhor compreensão das organizações
e de seu desempenho.
Os estruturalistas passaram para uma abordagem múltipla para realizar uma análise das
organizações. Esta análise deve incluir:
»» O objetivo e o alcance dos grupos informais e as relações desses grupos dentro e fora
da organização.
Organizações e Poder
Para o cientista social Amitai Etzioni, o tipo ideal de Weber aplica-se particularmente a empresas
e governo. Ele peca por não abranger todas as organizações. Etzioni descreve as organizações
como unidades sociais, que possuem objetivos específicos e, por isso, não se encaixam num
modelo universal. As organizações podem ser agrupadas em categorias, apesar das diferenças
existentes entre elas. O agrupamento em categorias pode facilitar as comparações e ressaltar as
peculiaridades.
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AULA 4 • Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista
PODER MANIPULATIVO: baseia-se CALCULISTA: obediência UTILITÁRIA: objetivo é obter resultados por
em recompensas. interesseira. meio de barganhas com os funcionários.
Segundo Etizioni, nas organizações coercitivas, a coerção ou força física é o principal meio de
controle sobre os participantes operacionais, que não detêm o poder; são os participantes de
nível mais baixo. Os campos de concentração, prisões e hospitais penitenciários são exemplos
de organizações desse tipo.
Conflitos
Para os estruturalistas, as teorias anteriores, como a Teoria Clássica e a Teoria das Relações
Humanas, ignoravam a ideia de conflito. Eles, os estruturalistas, discordavam que havia harmonia
de interesses entre patrões e empregados, conforme afirmava a Teoria Clássica. E, ainda, que
essa harmonia de interesses deveria ser preservada por meio de uma atitude compreensiva e
terapêutica como afirmava a Teoria das Relações Humanas.
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Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista • AULA 4
O conflito significa que as pessoas possuem ideias diferentes, ou sentimentos, atitudes ou interesses
antagônicos e colidentes. As ideias podem se chocar, mas não devemos observar esse fato como
algo simplesmente negativo. Os conflitos, as ideias divergentes podem se configurar como
elementos geradores de mudança e desenvolvimento da organização. A partir de pensamentos
diferentes, surgem inovações e mudanças. Portanto, os conflitos podem ser desejáveis ao passo
que possibilitam à organização um ajustamento a uma nova realidade que se coloca como
necessária para promover novamente o equilíbrio.
O conflito e a cooperação são dois aspectos da atividade social ou, melhor ainda, dois lados da
mesma moeda. Um dos propósitos da Administração deverá ser o de promover a cooperação e
sanar os conflitos. A resolução de um conflito não deverá ser vista como “fim de conflito”, mas
como parte integrante da atividade organizacional.
Existem vários fatores que podem ser a causa de situações de conflito como:
Toda nossa exposição sobre as principais características da Teoria Estruturalista pode ter parecido
muito extensa. Veja no quadro a seguir uma proposta de síntese dessa teoria que representou
um marco no desenvolvimento das Teorias da Administração.
Variáveis Características
Lógica predominante Integrativa e não dicotômica
Ênfase Indivíduo e organização
Abrangência Escola Clássica e Escola das Relações Humanas
Dilema identificado Conflito inevitável entre objetivos organizacionais e necessidades individuais
Além das indústrias, também hospitais, universidades, presídios, clubes e
Organizações objeto de estudo
Exército
Temática Introdução de novos tópicos para discussão: conflito, poder, alienação
53
AULA 4 • Teoria das Relações Humanas e Teoria Estruturalista
O Homem Organizacional
Para obter sucesso nas organizações em que o homem participa, ele precisará ter as seguintes
características:
»» Flexibilidade, em face das constantes mudanças que ocorrem na vida moderna, bem como
da diversidade de papéis desempenhados nas diversas organizações, que podem chegar
à inversão, aos bruscos desligamentos das organizações e aos novos relacionamentos.
Resumo
Nossa quarta aula contempla dois grandes blocos, o primeiro abrange a experiência de Hawthorne,
que contribuiu significativamente para o surgimento da Teoria das Relações Humanas, pois
contemplava uma atenção maior em valores humanísticos desfocando o aspecto mecanicista,
enfatizando a preocupação com as pessoas no ambiente laboral. Os desdobramentos da Teoria
das Relações Humanas originaram estudos sobre motivação, experiências pioneiras em liderança,
estudos sobre as comunicações e seus impactos nas relações entre as pessoas e referência ao
desempenho laboral, a organização informal e a relevância da dinâmica de grupo nesse contexto.
O segundo bloco remete à Teoria Estruturalista, suas origens e resultantes, assim como suas
resultantes a partir dos conflitos originados dos objetivos pessoais em sobreposição aos objetivos
organizacionais, contribuindo com abordagem com maior sinergia e menor antagonismo.
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Aula
Abordagens Neoclássica e
Comportamental 5
Apresentação
Após chegar a nossa quinta aula, podemos ter uma ideia bem formada da evolução e dos acréscimos
que a Administração e as teorias administrativas sofreram ao longo dos anos. E é bem presente a
influência dos nomes de Taylor, Fayol, Ford, Weber, Mayo, Lewin e Etzione nesse processo. Com
a evolução natural das organizações, a Teoria Geral da Administração (TGA) continua sendo
modificada e novos nomes e conceitos surgem, pois os estudos e as adaptações às novas realidades
são de cunho obrigatório para os que pretendem existir enquanto empresas ou empreendedores,
em um mundo de poucos empregos e cada vez mais competitivo. Se os clássicos eram presos à
supervisão e os adeptos da Administração científica às estruturas, surgiu a TRH para criar um
meio termo, algo que diminuísse a influência, dita exagerada, nas funções básicas do trabalhador.
Conheceremos agora a Teoria Neoclássica da Administração embasados na obra de Chiavenato.
Essa construção teórica se encaixa visivelmente no quadro desenhado anos antes por todas as
suas antecessoras e vai ao encontro da modernidade. Veremos também uma das abordagens
mais importantes no tocante à motivação, a Abordagem Comportamental, que sofreu influências
da Teoria das Relações Humanas e dos estudos relacionados ao comportamento condicionado
que originaram o Behaviorismo.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
Foi igualmente um homem marcado pela influência de várias culturas. Nasceu na Áustria (onde permaneceu até a
adolescência), fez os estudos na Alemanha (até ao regime nazista ter chegado ao poder) e trabalhou na City londrina
(até casar com a sua companheira de sempre, Doris Drucker). O casal emigrou para os Estados Unidos quando
Drucker tinha apenas 26 anos. Nesse país sempre foi considerado o grande embaixador da tradição intelectual
europeia. Enquanto a saúde permitiu, tentava viajar todos os anos para a Ásia, em particular para o Japão – país cuja
cultura sempre o fascinou e onde ainda hoje tem a maior legião de fãs.
Apesar de sempre ter odiado o rótulo de “guru” (que associava a charlatanismo), existe uma grande unanimidade
entre o meio acadêmico e empresarial o fato de não existir outra pessoa no mundo que mereça ostentar tal título.
Afinal, foi quem inventou a Gestão como disciplina e definiu as funções do gestor moderno. Foi um dos raros
pensadores que se pôde gabar de ter mudado o mundo com as suas ideias ao inventar conceitos como as (re)
privatizações, a gestão por objetivos ou a descentralização nas empresas.
O maior legado de Drucker está, porém, na sua capacidade de interpretar o presente e de perceber as suas
implicações para o futuro. Drucker tinha a capacidade de vislumbrar as tendências que irão produzir mudanças na
sociedade, na economia e nas empresas. A ele se deve o diagnóstico de “descontinuidades” como a ascensão dos
fundos de pensões no capital das empresas cotadas ou a emergência dos trabalhadores do conhecimento. Foi o
primeiro a alertar que os trabalhadores são os donos do ativo (o conhecimento) mais precioso da sociedade atual que
ele apelidou de “pós-capitalista”.
Acima de tudo, tornou a Gestão uma disciplina séria e respeitada, e acessível a milhões de pessoas.
Na sua visão, a Gestão é uma disciplina prática e humanista. É uma “arte” que se alimenta de ciências como a
Economia, a Psicologia, a História, a Matemática, a Teoria Política e a Filosofia. E é também uma prática – como a
Medicina – no sentido em que não interessa se o tratamento é, ou não, científico, mas, sim, se cura o doente.
No seu entender, a gestão é fundamentalmente uma ciência social que lida com pessoas e cujo âmbito não se confina
ao mundo empresarial (por isso, o autor dedicou vários livros ao mundo das organizações sem fins lucrativos).
Apesar de todas essas contribuições, Peter Drucker, com a sua proverbial modéstia, recusava o título de “pai” do
Management (título que, apesar disso, se manteve nesta obra em sua homenagem).
Teoria Neoclássica
Nos primeiros anos da década de 1950, as empresas começaram a passar por diversas reestruturações.
Com esses novos processos, a teoria administrativa também precisou se tornar mais versátil e
flexível, pois precisava acompanhar um mercado mais veloz e que, sem muito facilitar projeções,
desencadeou mudanças socioculturais que influenciaram por muitos anos à frente.
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
Mesmo com essa nova onda de crescimento, alguns escritos dos autores clássicos da Administração
não deixaram de frequentar as linhas de produção e complexos administrativos daquela fase
temporal do mundo. Pois a racionalização do trabalho, a estrutura linear, ou funcional, não foi
substituída por nenhum novo processo ou teoria que pudesse abalar suas estruturas conceituais
e práticas.
O ponto conceitual básico de tudo que se podia praticar, em termos administrativos, naquela
época, era a Teoria Clássica da Administração. Todos buscavam nela soluções e melhorias, mesmo
com as severas críticas que sofrera dos estruturalistas, comportamentalistas e humanistas nada
se comparou ao seu influente papel no desenvolvimento empresarial.
Com um desenho modernizado e enxuto, então, surge a Teoria Neoclássica. Mas de que forma a
dita teoria, que se mostrou tão eficiente, foi redesenhada, adaptada àquelas condições?
A Teoria Neoclássica tem como principal característica aproveitar todas as contribuições das
teorias anteriores e baseia-se nos seguintes fundamentos:
A cultura e o universo físico biológico afetam o meio ambiente e o administrador. Como ciência
ou arte, a Teoria da Administração não precisa abarcar todo conhecimento para poder servir de
fundamentação científica aos princípios de Administração.
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
A Teoria Neoclássica caracteriza-se por uma forte ênfase nos aspectos práticos da Administração,
pelo pragmatismo e pela busca de resultados concretos, embora não se descuide dos conceitos
teóricos. Os seus autores desenvolvem os conceitos de forma prática e utilizável, visando à ação
administrativa. A teoria somente tem valor quando operacionalizada na prática. Quase todos os
neoclássicos referem-se a essa prática da Administração ou a essa ação administrativa, enfatizando
aspectos instrumentais da Administração.
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
Toda organização existe não para si mesma, mas para alcançar objetivos e produzir resultados.
É em função dos objetivos e resultados que a organização deve ser dimensionada, estruturada e
orientada. Daí a ênfase colocada nos objetivos organizacionais e nos resultados pretendidos como
forma de avaliar o desempenho das organizações. Os objetivos são valores visados ou resultados
desejados pela organização. A organização espera alcançá-los por meio de sua operação eficiente.
Se a operação falha, os objetivos são parcialmente alcançados ou simplesmente frustrados. São
os objetivos que justificam a existência e a operação de uma organização. Tendo em vista essa
nova dimensão, surgiu a Administração por Objetivos (APO) que veio a sintetizar as formas mais
atuais de administração.
A APO, sem dúvida, representa uma evolução na TGA, apresentando uma nova metodologia de
trabalho, reconhecendo o potencial dos funcionários das empresas, ampliando o seu campo de
atuação para outros tipos de organizações (e não somente indústrias), permitindo estilos mais
democráticos de administração. Essa teoria já existe há várias décadas, e predomina ainda hoje
nas nossas organizações.
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
atualizada e dentro do figurino eclético que define a formação do administrador na metade final
do século XX.
Todas as instituições são organizações e têm uma dimensão administrativa comum. Cada
organização deve ser considerada sob o ponto de vista de eficácia e de eficiência, simultaneamente.
Eficácia é a medida do alcance de resultados, enquanto eficiência é a medida da utilização dos
recursos nesse processo. Em termos econômicos, a eficácia da empresa refere-se à sua capacidade
de satisfazer uma necessidade da sociedade por meio do suprimento de produtos (bens ou
serviços), enquanto a eficiência é uma relação técnica entre entradas e saídas. Assim, a eficiência
é uma relação entre custos e benefícios, ou seja, uma relação entre os recursos aplicados e o
produto final obtido: é a razão entre esforço e resultado, entre despesa e receita, entre custo
e benefício resultante. Contudo, nem sempre a eficácia e a eficiência andam de mãos dadas.
Uma empresa pode ser eficiente em suas operações e pode não ser eficaz ou vice-versa. Pode
ser ineficiente em suas operações e, apesar disso, ser eficaz, muito embora a eficácia fosse bem
melhor quando acompanhada da eficiência. Pode também não ser eficiente nem eficaz. O ideal
seria uma empresa igualmente eficiente e eficaz, ao qual se poderia dar o nome de excelência
ou efetividade. A seguir, algumas diferenças entre eficiência e eficácia.
Quadro 5.
EFICIÊNCIA EFICÁCIA
Ênfase nos meios Ênfase nos resultados
Foco na Produtividade Foco na Qualidade
Cumprir tarefas e obrigações Obter resultados
Treinar os subordinados Dar eficácia aos subordinados
Manter as máquinas Máquinas em bom funcionamento
Jogar futebol com arte Ganhar a partida
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
»» Divisão do trabalho.
»» Especialização.
»» Hierarquia.
»» Autoridade.
»» Responsabilidade.
»» Delegação.
»» Amplitude administrativa.
Divisão do trabalho
Especialização
Níveis hierárquicos
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
operações dos níveis que lhe estão subordinados. Daí o princípio da hierarquia: o princípio
escalar. Em toda organização formal existe uma hierarquia que divide a organização em camadas
ou níveis de autoridade. Na medida em que se sobe na escala hierárquica, aumenta o volume de
autoridade do administrador. Ao mesmo tempo em que diminui a necessidade de conhecimento
técnico-operacional.
Autoridade
Para os clássicos, a autoridade é conceituada como um poder formal, ou seja, o direito de dar ordens,
de comandar outros, para que executem ou deixem de executar algo, da maneira considerada,
pelo possuidor dessa autoridade, como adequada para a realização dos objetivos da empresa
ou do órgão. Assim, como condição básica para a tarefa administrativa, a autoridade investe o
administrador do direito reconhecido de dirigir subordinados para que desempenhem atividades
voltadas ao alcance dos objetivos da empresa. A autoridade formal é um poder concedido pela
organização ao indivíduo que nela ocupa determinada posição. Para os neoclássicos, autoridade
é o direito formal e legítimo de tomar decisões, transmitir ordens e alocar recursos para alcançar
os objetivos desejados da organização.
»» A autoridade flui para baixo por meio da hierarquia verticalizada. A autoridade flui do
topo até a base da organização, e as posições do topo têm mais autoridade do que as
posições da base.
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
Responsabilidade
Delegação
»» Delegar a tarefa inteira. O gerente deve delegar uma tarefa inteira a uma pessoa, em
vez de subdividi-la entre várias pessoas. Isso dá a cada indivíduo a responsabilidade
completa e aumenta sua iniciativa, enquanto proporciona ao gerente melhor controle
sobre os resultados.
»» Delegar à pessoa certa. O administrador deve conciliar o talento da pessoa com a tarefa
para que a delegação seja eficaz e avaliar os subordinados que são independentes nas
decisões e que desejam assumir responsabilidades.
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
Quanto maior a organização, maior o número de níveis hierárquicos de sua estrutura. A nivelação
hierárquica representa a especialização da direção, ou seja, a distribuição da autoridade e
responsabilidade nos níveis de organização. A estrutura formal é uma cadeia de níveis hierárquicos
sobrepostos – a cadeia escalar descrita por Fayol – formando uma pirâmide, tendo a direção
(nível institucional) no topo, os executores na base (nível operacional) e, no nível intermediário,
as camadas do meio do campo. Atualmente, as organizações estão reduzindo seus níveis
hierárquicos para enxugar a organização e aproximar a base do topo e fazê-la mais ágil em um
mundo repleto de mudanças.
Saiba mais
Empowerment
Refere-se ao ato de dar poder aos subalternos, ou seja, delegar poder de decisão aos colaboradores.
Amplitude administrativa
Centralização e descentralização
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
Figura 6.
Processo Administrativo
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
Planejamento
As organizações não trabalham na base da improvisação. Tudo nelas é planejado antecipadamente.
O planejamento é a primeira função administrativa, por servir de base para as demais funções.
O planejamento é a função administrativa que define quais os objetivos a atingir e como se deve
fazer para alcançá-los. Trata-se de um modelo teórico para a ação futura. Começa com a definição
dos objetivos e detalha os planos para atingi-los da melhor maneira possível. Planejar é definir
os objetivos e escolher o melhor curso de ação para alcançá-los. O planejamento define aonde
se quer chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que sequência.
Estabelecimento de objetivos
O planejamento é um processo que começa com os objetivos e define os planos para alcançá-los.
O estabelecimento dos objetivos a serem alcançados é o ponto de partida do planejamento. A
fixação dos objetivos é a primeira coisa a ser feita: saber aonde se pretende chegar para se saber
exatamente como chegar até lá. Objetivos são resultados futuros que se pretende atingir. São
alvos escolhidos que se pretende alcançar em certo espaço de tempo, aplicando-se determinados
recursos disponíveis ou possíveis. Assim, os objetivos são pretensões futuras que, uma vez
alcançadas, deixam de ser objetivos para se tornarem realidade.
Abrangência do Planejamento
Além da hierarquia de objetivos, existe também uma hierarquia do planejamento. Nesse sentido,
existem três níveis distintos de planejamento: o planejamento estratégico, o tático e o operacional.
›› É projetado no longo prazo e seus efeitos e consequências são estendidos para vários
anos (em geral, cinco) pela frente.
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
Organização
»» Organização como uma entidade social. É a organização social dirigida para objetivos
específicos e deliberadamente estruturada. A organização é uma entidade social porque
é constituída por pessoas. É dirigida para objetivos porque é desenhada para alcançar
resultados – como gerar lucros (empresas em geral) ou proporcionar satisfação social
(clubes) etc. É deliberadamente estruturada pelo fato de que o trabalho é dividido e seu
desempenho é atribuído aos membros da organização.
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
Trataremos, aqui, da organização sob o segundo ponto de vista, ou seja, a organização como a
segunda função administrativa e que depende do planejamento, da direção e do controle para
formar o processo administrativo.
Abrangência da Organização
»» Organização em nível das operações: é a organização que focaliza cada tarefa, atividade
ou operação. É o chamado desenho dos cargos ou tarefas. É feito por meio da descrição
e análise dos cargos.
Direção
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
Abrangência da Direção
Dirigir significa interpretar os planos para os outros e dar as instruções como executá-los
em direção aos objetivos a atingir. Os diretores dirigem os gerentes, os gerentes dirigem os
supervisores, e os supervisores dirigem os funcionários ou operários. A direção pode se dar em
três níveis distintos:
Controle
Tratar-se-á, aqui, do controle sob o terceiro ponto de vista, ou seja, o controle como a quarta
função administrativa do processo administrativo. A finalidade do controle é assegurar que
os resultados do que foi planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível
aos objetivos previamente definidos. A essência do controle reside em verificar se a atividade
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
Fases do Controle
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
Abrangência do controle
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
Behaviorismo
Nesta primeira parte, veremos resumidamente a contribuição dos autores Watson, Skiner e Pavlov.
O Psicólogo John Watson (1878-1958) foi o pioneiro nessa teoria, estudando principalmente o
comportamento de bebês, ele afirma, por exemplo, que o medo é um comportamento aprendido
pelos humanos. Watson chegou a essa conclusão em seus estudos, colocando animais (ratos)
em contato com crianças com menos de um ano de idade, e as crianças não esboçavam medo
ou qualquer reação de desagrado.
Em estudos sobre o comportamento condicionado com animais, os mais expoentes são Skiner e
Pavlov. Skiner, em seus estudos, comprovou que o comportamento de animais (ratos, pombos...)
podem ser condicionados por meio de estímulos externos. Os experimentos de Skiner eram
realizados em uma caixa (apelidada de caixa de Skiner), na qual os animais recebiam água ou
comida toda vez que executavam um movimento desejado pelo estudo. De certa forma, como
exemplo, podemos relacionar o adestramento de cães ao comportamento condicionado, pois,
em treinamento, os cães recebem estímulos quando realizam tarefas desejadas e sofrem punição
quando o comportamento não é adequado.
Pavlov é outro autor sobre o comportamento condicionado. Seu estudo provou que a salivação
dos cães pode ser estimulada pelo som que antecede a oferta de alimento. Após várias repetições
de uma sequência: estímulo sonoro e a oferta do alimento, o cão passou a salivar a partir do
momento em que percebia o estímulo sonoro, antes mesmo de ver ou sentir o cheiro da comida.
Toda essa fase de estudos sobre o comportamento faz relação ao comportamento de pessoas,
que podem ser condicionadas às empresas, às condições de trabalho e de forma mais ampla, à
sociedade. Embora a descrição das contribuições citadas seja breve, qualquer desses autores e
seus experimentos são facilmente encontrados em vídeos na internet.
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
Com o crescimento da oposição da Teoria das Relações Humanas (TRH) à Teoria Clássica, sendo a
primeira enfática em relação às pessoas e a segunda quanto às tarefas e estrutura organizacional,
algumas mudanças se processaram no desenho administrativo.
O caminho tornou-se fácil para o surgimento de uma teoria que abordasse de forma mais
sintetizada o enfoque nas relações humanas. Essa nova teoria é, na verdade, um desdobramento
da TRH sem ser, porém, uma cópia fiel de seu conteúdo.
A Teoria Comportamental faz uma redefinição total de conceitos administrativos, pois critica as
teorias anteriores, apoiando-se de forma concisa no estudo do comportamento individual. Seu
tema mais fundamental é a motivação humana, pois, ao conhecerem as necessidades humanas,
os administradores passam a compreender melhor a vida dentro das organizações.
Nesse contexto, podemos entrar, em primeiro lugar, no âmbito dos estudos de Maslow, que
apresentou uma Teoria da Motivação na qual as necessidades humanas estão organizadas e
dispostas em níveis, em uma hierarquia de importância e influências diferenciadas. Maslow
valeu-se de uma pirâmide para criar uma forma de explicar sua teoria.
Abraham Maslow
Falecido em 1970, psicólogo e estudioso do comportamento, Abraham Maslow licenciou-se na Universidade de
Wisconsin e lecionou na Brandeis University, Massachusetts. Inventou o conceito de pirâmide das necessidades,
segundo o qual, uma vez satisfeitas as necessidades fisiológicas básicas – da alimentação ao desejo de um ambiente
seguro e estruturado – as necessidades mais elevadas de autoestima e realização pessoal podem ser preenchidas.
Para Maslow, existe uma hierarquia natural entre a natureza das necessidades; nenhuma delas é absoluta:
quando uma delas é preenchida, a preocupação com a sua satisfação desaparece. Maslow destacou-se ao provar a
insuficiência da teoria Y, que procurou tornar mais exigente.
Bibliografia: Motivation and Personality (Harper and Row, 1970).
A partir da observação da Pirâmide de Maslow, muitos autores formaram bases de estudos. Ela
pode contribuir com diversas áreas como a mercadologia, o estudo dos comportamentos de
compra, entre outros.
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
Abraham H. Maslow apresentou uma teoria da motivação segundo a qual as necessidades humanas
estão dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e influência. Nessa hierarquia das
necessidades (Pirâmide de Maslow), encontram-se cinco níveis de necessidades:
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
Cada pessoa possui sempre mais de uma motivação. Toda necessidade está intimamente ligada
com o estado de satisfação ou insatisfação de outras necessidades. Seu efeito sobre o organismo
é sempre global e nunca isolado.
A teoria proposta por Frederick Herzberg, Teoria dos Dois Fatores, apresenta pontos de semelhança
com a Teoria da Hierarquia das Necessidades. Ela está estruturada em dois fatores: os higiênicos
(que podem levar à insatisfação) e fatores motivacionais (que podem levar o trabalhador à
motivação).
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
trabalho. Estes já estão sob o controle do próprio indivíduo, pois se relacionam com a
sua tarefa, envolvendo sentimentos de crescimento profissional. Esses fatores dependem
das tarefas que os trabalhadores realizam no seu trabalho. O impacto dos fatores
motivacionais sobre o comportamento das pessoas é muito profundo e estável, pois,
quando são ótimos, provocam a satisfação, mas quando são precários (não atendidos),
não a alcançam. Mas também não geram insatisfação.
Fonte: Autores.
Segundo Herzberg, o que motiva as pessoas no trabalho é o próprio trabalho em si. É gostar do
que faz, pois quando a pessoa não gosta do que faz, mesmo que os fatores higiênicos estejam
completos, ela não se sente motivada a trabalhar. Portanto, para o trabalhador continuar sempre
motivado, é necessário o “enriquecimento do cargo ou tarefa”, que significa ampliar o conteúdo
dos cargos, transformando em tarefas complexas, para que o funcionário trabalhe sempre com
desafios e possa ter satisfação profissional.
O ponto de encontro entre as teorias de Maslow e Herzberg é que os primeiros dois níveis
da hierarquia das necessidades (fisiológicos e de segurança), são compatíveis com os fatores
higiênicos de Herzberg, e sucessivamente, os últimos três níveis (sociais, estima e autorrealização)
se equivalem aos fatores motivacionais.
É importante ressaltar que, para Herzberg, o salário é um fator higiênico, ou seja, não motivador,
pois ele é necessário para a aquisição de suas necessidades básicas (comida, vestimenta,
moradia...), e um trabalhador, quando não gosta de sua atividade, não ficará mais feliz (no
desempenho de suas funções laborais) por receber um salário maior. Essa felicidade no trabalho
somente seria conquistada com o prazer no desempenho das tarefas.
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
Estilos de Administração
Douglas McGregor
Falecido em 1964, McGregor partilhou as suas ideias as necessidades do indivíduo com Maslow e Likert. Psicólogo
social especialista em comportamento humano, professor do MIT, tornou-se famoso pela sua teoria X (gestão
autoritária) e teoria Y (gestão participativa) criada em 1960. Esta última desafia as empresas a inovar na gestão
dos recursos humanos e preconiza que as pessoas têm uma necessidade psicológica de trabalhar e aspiram a ter
realização profissional e responsabilidade. A teoria X nega a existência de qualquer potencial na força de trabalho e
assume que as pessoas são preguiçosas, imaturas e precisam ser controladas para ter resultados.
Bibliografia: The Human Side of Enterprise (McGraw-Hill, 1960);
Leadership and Motivation (MIT Press, 1966); e The Professional Manager (McGraw-Hill, 1967).
Por sua vez, os estilos de administração dependem substancialmente das convicções que os
administradores têm a respeito do comportamento humano dentro das organizações. Essas
convicções moldam não apenas a maneira de conduzir as pessoas, mas, também, a maneira pela
qual se divide o trabalho e a forma como são planejadas e organizadas as atividades. McGregor
identificou dois estilos distintos de trabalhadores: os trabalhadores “X” (que não gostam de
trabalhar, são indolentes e preguiçosos) e os trabalhadores “Y” (que gostam de trabalhar, são
prestativos, proativos e são capazes de sentir prazer no desempenho de suas funções). Diante desses
modelos distintos de trabalhadores, os estilos de liderança também deveriam ser antagônicos.
Quadro 6. TEORIAS X E Y
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
estilo de administração muito aberto e dinâmico, extremamente democrático, por meio do qual
administrar é um processo de criar oportunidades, liberar potenciais, remover obstáculos, encorajar
o crescimento individual e proporcionar orientação quanto a objetivos. Segundo McGregor, a
teoria Y é geralmente aplicada nas empresas por meio de um estilo de direção baseado em uma
série de medidas inovadoras e humanistas, entre as quais salienta as seguintes:
»» Autoavaliação do desempenho.
Rensis Likert
Falecido em 1981, o sociólogo norte-americano Rensis Likert fundou, em 1949, a instituição pioneira na pesquisa do
comportamento humano nas organizações: o Institute for Social Research, da Universidade de Michigan. Mais tarde,
obteve o doutoramento na Universidade de Colúmbia. A sua obra teve grandes repercussões na teoria organizacional
e no estudo da liderança. Likert baseou-se em inquéritos intensivos a empregados de companhias industriais, em que
os interrogava o comportamento dos seus supervisores. As respostas permitiram-lhe definir vários perfis ou estilos
de liderança, que depois associou ao nível de desempenho das empresas.
Bibliografia: New Patterns of Management (McGraw-Hill, 1961);
The Human Organization – Its Management and Value (McGraw-Hill, 1967).
Rensis Likert, nascido nos Estados Unidos, psicólogo, foi outro autor da Teoria Comportamental
da Administração. Sua maior contribuição foi em função dos sistemas de administração, dividido
em quatro estilos:
»» Autocrático Coercitivo.
»» Autocrático Benevolente.
»» Consultivo.
»» Participativo.
Antes de haver uma ideia formada sobre o comportamento nas organizações, um autor chamado
Chester Barnard propôs uma forma de trabalho cooperativo nas organizações. Para este autor,
as pessoas não atuam ou trabalham isoladamente, mas tentando interações para alcançar seus
objetivos. Nas ligações humanas, as pessoas criam influências mútuas chamadas interações sociais.
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
Chester Barnard
Nascido em 1886, faleceu em 1961. Chester Barnard foi gestor na companhia de telefones Bell durante 40 anos,
tornando-se mais tarde presidente. Foi dos primeiros a estudar os processos de tomada de decisão, o tipo de relações
entre as organizações formais e informais e o papel e as funções do executivo. Contrariamente a sociólogos como
Max Weber, ele considerava as empresas como instrumentos mais eficazes para o progresso social do que o Estado
ou as igrejas. Enquanto estas são baseadas na autoridade formal, as empresas regem-se pela cooperação entre
indivíduos ligados por uma causa comum. Ele analisou questões como a liderança, a cultura e os valores 30 anos
antes de o mundo empresarial se aperceber da sua existência.
Bibliografia: The Functions of the Executive (Harvard Business School Press, 1938); e
Organization and Management (Harvard Business School Press, 1948).
Processo Decisório
Segundo a sua teoria, a empresa deve ser encarada como um sistema de decisões em que o
indivíduo é responsável pela tomada delas. Segundo ele, o planejamento é necessário a todos
os níveis e é o substrato da racionalidade no comportamento administrativo.
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
Comportamento Organizacional
Assim, surge uma interação entre as pessoas e a organização, a que se dá o nome de processo
de reciprocidade: a organização espera que as pessoas realizem suas tarefas e concede-lhes
incentivos e recompensas, enquanto as pessoas oferecem suas atividades e trabalho esperando
certas satisfações pessoais. A decisão de participar é parte essencial da teoria do equilíbrio
organizacional.
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
Quem desenvolveu boa parte da literatura sobre liderança foram os autores da TRH. A Teoria
Comportamental tratou, em grande parte, do lado mais humano da liderança. Um de seus autores,
Burns, criou as expressões liderança transacional e liderança transformadora. Que querem
dizer respectivamente: liderar de forma eficiente, fazendo com que os subordinados recebam
recompensas em troca de sua colaboração e, ao mesmo tempo, sejam valorizados; e liderar com
a ideia de criar uma visão e ser seguido em direção a esta.
Outro autor que tratou da liderança foi Bennis. Para ele, o ato de liderar é uma habilidade que
pode ser aprendida e desenvolvida. Seus estudos concluíram que os bons líderes têm em comum
quatro competências vitais. São elas:
Existem, ainda segundo Bennis, algumas diferenças entre líderes e gerentes. Os líderes conquistam
o contexto, enquanto os gerentes se rendem às condições do ambiente. Os líderes procuram falar
sempre na primeira pessoa do plural, trabalham em equipe naturalmente e agrupam pessoas.
No quadro a seguir, estão algumas das diferenças entre o gerente e o líder, pense em como anda
o seu desempenho gerencial. Você lidera ou apenas obedece às condições?
Gerente Líder
Administra Inova
É uma cópia É original
Mantém Desenvolve
Concentra-se no sistema e na estrutura Concentra-se nas pessoas
Baseia-se no controle Inspira confiança
Visão de curto prazo Perspectiva de longo prazo
Pergunta quando e como O quê? E por quê?
Olhar focado em resultados Enxerga o horizonte
Aceita o status quo Contesta
É o clássico bom soldado É ele mesmo
Faz coisas corretamente Faz a coisa certa
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AULA 5 • Abordagens Neoclássica e Comportamental
»» A organização como um sistema de decisões: a Teoria das Decisões trata dos efeitos
formais sobre as tomadas de decisões, deixando de lado os processos interpessoais, não
incluídos na organização formal.
»» Visão tendenciosa: seu maior engano foi não ter levado em conta as diferenças de
personalidade das pessoas.
Para refletir
E lembre-se: o sucesso não deve ser perseguido. Tudo o que é perseguido está fugindo de você. Em vez disso, atraia o
sucesso tornando-se uma pessoa melhor – alguém que realmente merece ser um sucesso.
Resumo
Na abordagem da Teoria Neoclássica, contemplamos seu surgimento e as ênfases nos princípios, prática,
objetivos e resultados, perpassando os aspectos administrativos comuns a qualquer organização, além de
ilustrar a importância das posições funcionais hierárquicas fundamentais para atendimento do objetivo
econômico. No segundo bloco referente à Teoria Comportamental iniciamos com uma conceituação
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Abordagens Neoclássica e Comportamental • AULA 5
83
Aula
Abordagens Sistêmica e
Contingencial 6
Apresentação
Nossa sexta e última aula inicia com a apresentação do biólogo Ludwig von Bertalanffy, considerado
o pai da Teoria Geral dos Sistemas. Posteriormente, é apresentado ao aluno o conceito de
sistemas, seus tipos e parâmetros. Nesta primeira etapa ressalta-se a importância quanto aos
aspectos de inter-relação e interdependência entre as partes que compõem um sistema, enfatiza,
sobretudo, a necessidade de o administrador atuar com mecanismos de controle, coordenação
e integração. O bloco que encerra a sexta aula apresenta a origem da teoria da contingência,
seguido da contribuição de pesquisas de Chandler, Burnrs e Stalker e de Joan Woodward. Na
sequência, o texto apresenta o ambiente geral e o ambiente de tarefa, assim como ferramentas para
contextualização análise e busca por soluções. O capítulo se encerra com uma contextualização
a respeito de Gestão de mudanças.
Objetivos
A teoria sistêmica teve influência da Biologia. Os trabalhos do biólogo Ludwig Von Bertalanffy,
comparando o funcionamento do corpo humano como um todo com um sistema, contendo,
também, subsistemas, como o sistema circulatório, o sistema respiratório e o sistema digestivo
ou, como é chamado atualmente, sistema digestório. Esses estudos foram o início da Teoria
Geral dos Sistemas (TGS).
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Hardware e Software
Na realidade, há uma complementaridade entre sistemas físicos e sistemas abstratos: os sistemas físicos (como as
máquinas, por exemplo), precisam de um sistema abstrato (programação) para poder funcionar e desempenhar
suas funções. A recíproca também é verdadeira: os sistemas abstratos somente se realizam quando aplicados a
algum sistema físico. Hardware e software se complementam. É o exemplo de uma escola com suas salas de aula,
carteiras, lousas, iluminação etc. (sistema físico) para desenvolver um programa de educação (sistema abstrato); ou
um centro de processamento de dados, no qual o equipamento e os circuitos processam programas de instruções ao
computador.
Fonte: Chiavenato (2003, p. 477).
Conceito de Sistemas
O sistema pode ser definido como um conjunto de partes que interagem e são interdependentes
que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada
função.
Tipos de Sistemas
Os físicos são compostos de equipamentos, maquinaria, objetos e coisas reais. São denominados
hardware.
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Os sistemas fechados são aqueles cujas relações entre os componentes do sistema são fixas,
automáticas, sem que haja trocas com o ambiente. Às vezes, encontramos famílias e organizações
que se mantêm isoladas da comunidade e de outras influências externas. Os sistemas abertos
são aqueles que interagem com o ambiente, trocando energia e matérias-primas por bens e
serviços. A família, os hospitais, a escola são exemplos de sistemas abertos.
Parâmetros de um Sistema
O sistema é constituído por parâmetros que são constantes arbitrárias que caracterizam, por
suas propriedades, o valor e a descrição dimensional de um sistema ou componente do sistema.
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Para uma melhor compreensão de sinergia, podemos dizer que constituímos uma família quando
existe interação entre as pessoas, caso contrário seria apenas uma aglomeração de pessoas como
os passageiros de um ônibus. É a interação que produz o efeito que faz surgir o sistema.
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As organizações como sistemas abertos são afetadas por mudanças em seus respectivos
ambientes. No ambiente externo, existem variáveis ou fatores incontroláveis e desconhecidos
que podem acarretar transformações internas. Como as organizações respondem a muitas
variáveis, as consequências dependem dos acontecimentos futuros. Portanto, o comportamento
das organizações como sistemas abertos é probabilístico e não determinístico.
Dentro das organizações existem subsistemas ou partes de uma totalidade. É como se fossem
sistemas dentro de sistemas. Essa focalização incide mais sobre as relações entre os elementos
interagentes cuja interação produz uma totalidade, a qual não poderá ser compreendida pela
simples análise das partes tomadas isoladamente.
A organização pode ser entendida como um sistema social em que as partes são independentes,
porém inter-relacionadas. Isso implica dizer que uma mudança em uma das partes acarretará
ou provocará alterações sobre as outras partes. Assim como nos sistemas biológicos, no sistema
empresa existe a propriedade de interdependência ou dependência mútua. Estes sistemas se
diferem de um sistema mecânico no qual uma parte pode ser alterada sem provocar um efeito
as demais. Em função da diferenciação que é provocada pela divisão do trabalho, é necessário
um grande esforço de coordenação por meio de mecanismos de integração e controle.
A organização alcança um estado firme – ou seja, um estado de equilíbrio – quando satisfaz dois
requisitos: a unidirecionalidade e o progresso.
»» Progresso em relação ao fim: este progresso pode ser observado quando a empresa
alcança resultados com o mínimo de esforço, com maior precisão e sob condições de
variabilidade.
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Fronteiras ou limites
Fronteira é a linha que demarca o que está dentro e o que está fora do sistema ou subsistema. Ela
pode não existir fisicamente. Nos sistemas sociais, pode ser uma linha imaginária que se superpõe.
Morfogênese
Resiliência
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O Homem Funcional
A Teoria de Sistemas utiliza o conceito do homem funcional em contraste com o conceito de homo economicus,
da Teoria Clássica; do homem social, da Teoria das Relações Humanas; do homem organizacional, da Teoria
Estruturalista, e do homem administrativo, da Teoria Comportamental ou Behaviorista. O indivíduo comporta-se
em um papel dentro das organizações, inter-relacionando-se com os demais indivíduos como um sistema aberto.
Nas suas ações em um conjunto de papéis, o “homem funcional” mantém expectativas quanto ao papel dos demais
participantes e procura enviar aos outros as suas expectativas de papel. Essa interação altera ou reforça o papel. As
organizações são sistemas de papéis, nas quais as pessoas desempenham papéis.
Fonte: Chiavenato (2003, p. 491).
Contingência quer dizer alguma coisa incerta ou eventual, que pode ou não acontecer. A verdade
ou falsidade será conhecida pela experiência e não pela razão. As organizações complexas levaram
a uma nova teoria. A estrutura de uma organização e seu funcionamento são dependentes de
interfaces com o ambiente externo.
»» Teoria da Burocracia: foi trazida das obras de Max Weber; preocupado com os aspectos
internos e formalidades de um sistema fechado, na divisão do trabalho, no poder da
autoridade, na imposição de regras e disciplina. Buscando um caráter racional, legal,
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impessoal e formal para a máxima eficiência. Com essa teoria, inicia-se a crítica da
organização burocrática.
»» Teoria Comportamental: é uma teoria deixada como herança da teoria das RH; ela
ampliou o conceito do comportamento social, comparando estilo tradicional de
Administração com o moderno estilo na compreensão dos conceitos de comportamento
de motivação. Para mudar uma organização e para se adaptar à dinâmica, é preciso mudar
o comportamento dos seus participantes e suas relações.
Provocação
Contingência
É algo que pode ou não acontecer, mas quando acontece passa a influenciar o comportamento da organização de
diversas formas.
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Baseados nesses estudos, puderam confrontar como (aspecto das organizações) interagem as
variáveis ambientais, as técnicas administrativas e a relação funcional dentro das organizações.
A abordagem contingencial conclui que os fatores ambiente e tecnologia são fundamentais
para o equilíbrio e a ponderação dentro das organizações, podendo tais aspectos atuarem como
oportunidades ou restrições que influenciam a estrutura e os processos internos da organização
e que tais fatores devem ser constantemente identificados, especificados e reformulados para
uma Administração equilibrada e de acordo com seu objetivo alcançado.
Pesquisa de Chandler
Em 1962, Alfred Chandler Jr. realizou uma das mais sérias investigações históricas abordando
a estratégia de negócios. Estudou quatro grandes empresas americanas: a DuPont, a General
Motors, a Standar Oil Co. (New Jersey) e a Sears Roebuck & Co; demonstrou que as estruturas
dessas empresas foram necessariamente adaptadas e ajustadas às suas estratégias durante todo
um processo histórico envolvendo quatro fases distintas:
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Alfred Chandler
Nascido em 1918, Alfred Chandler fez pesquisas exaustivas das empresas norte-americanas, em atividade no período
entre 1850 e 1920, que foram a base da maior parte do seu trabalho posterior e que deram origem a uma nova forma
de ver a gestão – Abordagem Contingencial.
Depois de se licenciar em Harvard, tornou-se um historiador no MIT. Mais tarde, foi professor de História na Johns
Hopkins University e, a partir de 1971, professor de História Econômica na Universidade de Harvard.
Chandler foi o primeiro teórico a defender a criação de um plano estratégico antes da elaboração de uma estrutura
organizacional, ou seja, a estratégia deve preceder a estrutura. Teorizou também o conceito de descentralização nas
grandes empresas, em voga nos anos 1960 e 1970, defendendo que a vantagem das empresas multidivisionais era
o fato de essas permitirem que os executivos de topo deixassem de ser os únicos responsáveis pelo destino de uma
empresa e passassem a ter responsabilidades mais rotineiras, ganhando tempo para se dedicarem a outras tarefas
e passando a assumir o compromisso de um planeamento a longo prazo. Defendeu também a necessidade de
coordenar o planejamento estratégico das sedes com as políticas das unidades de negócio.
As atribuições de cada funcionário são claramente definidas. As operações são reguladas por
instruções, regras e decisões emitidas pelos superiores. A hierarquia de comando decorre da
suposição de que todo o conhecimento sobre a firma e suas tarefas só se encontra na cúpula
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empresarial. Existe uma hierarquia rígida com operações de informações em um sistema vertical
descendente e ascendente.
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Cem empresas foram classificadas em três grupos de tecnologia de produção, cada qual
desenvolvendo diferentes maneiras de produzir.
Resumindo a pesquisa de Woodward: a tecnologia adotada para uma empresa é que determina
a sua estrutura e o seu comportamento organizacional.
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Ambiente é tudo o que acontece externamente, mas influenciando internamente uma organização.
A Análise do Ambiente foi iniciada pelos estruturalistas; como a análise tinha abordagem de
sistemas abertos, aumentou o estudo do meio ambiente como base para verificar a eficácia das
organizações, mas nem toda a preocupação foi capaz de produzir total entendimento do meio
ambiente.
Cada um de seus elementos pode ser um grupo, instituição ou indivíduo, podem ser ameaças ou
oportunidades para a organização, o que gera a incerteza. A incerteza hoje é um grande desafio
tanto da Administração quanto das organizações, mas a incerteza não está no ambiente e, sim,
na percepção das organizações, tanto que o mesmo ambiente pode ser interpretado de maneiras
diferentes por duas organizações.
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As condições legais constituem a legislação, são leis trabalhistas, fiscais, civis, de caráter comercial.
Todas essas condições interagem entre si, e suas forças juntas têm efeito sistêmico.
O ambiente geral é genérico, mas as organizações têm também o ambiente particular ou de tarefa.
Entidades reguladoras são as que fiscalizam a organização, tais como sindicatos, associações de
classe, órgãos regulamentares do governo, regulador do consumidor etc.
Provocação
Benchmarking
Segundo o International Benchmarking Clearinghouse (IBC), o benchmarking é um processo sistemático e
contínuo de medida e comparação das práticas de uma organização com as das líderes mundiais, no sentido de
obter informações que possam ajudar a melhorar o seu nível de desempenho. Ou seja, é uma técnica de observação
e adaptação das melhores práticas das melhores empresas, que, no entanto, não deve ser confundida com a
espionagem industrial.
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As organizações são, de certa forma, sistemas abertos, pois, muitas vezes, surgem as incertezas
do ambiente, contudo são capazes de se anteciparem se defendendo e se ajustando a elas.
Podem ser também sistema fechado, uma vez que esse nível opera tecnologicamente com meios
racionais. É eficiente, pois nela as operações seguem uma rotina e procedimentos padronizados,
repetitivos.
Análise Swot
Criada por Kenneth Andrews e Roland Christensen, dois professores da Harvard Business School e, posteriormente,
aplicada por numerosos acadêmicos a SWOT Analysis estuda a competitividade de uma organização segundo quatro
variáveis: strengths (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). Por meio
desta metodologia, poderá fazer-se a inventariação das forças e fraquezas da empresa; das oportunidades e ameaças
do meio envolvente; e do grau de adequação entre elas. Quando os pontos fortes de uma organização estão de
acordo com os fatores críticos de sucesso para satisfazer as oportunidades de mercado, a empresa será, por certo,
competitiva no longo prazo.
BIBLIOGRAFIA: Field Guide to Strategy – A Glossary of Essencial Tools and Concepts of Today Managers, de Tim Hindle e Margaret Lawrence
(Harvard Business School Press, 1994); e The Concept of Corporate Strategy, de Kenneth Andrews (Irwin, 1971).
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Gestão da mudança
A ideia não é propriamente nova. O que mudou foi a própria natureza da mudança que, de incremental e passível
de previsão, passou a descontínua, veloz e imprevisível. Segundo o livro Fast Forward, as três forças geradoras da
mudança são as tecnologias, a desregulamentação e a globalização. Os gestores devem preparar-se para a mudança
por meio da resposta a três perguntas fundamentais: como será a organização do futuro? Qual o processo de
mudança ideal? Qual o tipo de competências é necessário?
Bibliografia: Fast Forward, de James Champy e Nithin Nohria (HBS Press, 1996); Managing in a Time of Great Change, de Peter Drucker
(Heinemann, 1995); Crazy Times Calls for Crazy Organizations, Tom Peters (Alfred Knopf, 1995); Liberation Management (Alfred Knopf, 1990);
e A Force for Change, de John Kotter (The Free Press, 1990).
Para cada uma das “Teorias Administrativas”, há uma maneira diferenciada de administrar.
Para cada situação, são utilizados critérios diferenciados, pois depende da situação do ambiente.
As atitudes administrativas deverão ser tomadas de acordo com o momento, já que a situação
mostrará qual o procedimento correto a ser adotado para a solução dos problemas.
Resumo
Apesar de a Abordagem Contingencial ser a mais recente das teorias administrativas, sua origem
está ligada ao trabalho de pesquisa de vários autores clássicos da Administração. Percebemos
que a influência desses ambientes conduziu à compreensão de que tudo que existe fora ou
dentro de uma empresa influencia diretamente no seu desempenho e cultura. Vislumbramos
que podemos entender a Teoria da Contingência como uma forma de visão de mundo que nos
apresenta um modelo relativista, em que tudo é visto sem uma ideia absoluta. Ao tratarmos da
Teoria de Sistemas, notamos que, seu conceito, para ser mais bem compreendido, é necessário
o conhecimento de algumas características dos sistemas, como propósito, globalismo, entropia
e homeostase, sem excluir seus cinco parâmetros: ambiente, entradas, processamento, saídas,
retroação. Discutiu-se que as organizações podem ser abordadas como sistemas abertos, pois
dependem de interações com o meio externo, além de existir uma interdependência entre suas
partes. Nossa última aula se encerra com uma breve explanação de Gestão de Mudanças.
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Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 4ª ed. compacta. Barueri: Manole, 2014.
______. Introdução à TGA: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2003.
DRUCKER, Peter Ferdinand. Introdução à administração. Tradução de Carlos A. Malferrari. 3ª ed. São Paulo: Pioneira,
1998.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2012.
______. Fundamentos da administração: manual compacto para as disciplinas de TGA e introdução à administração.
São Paulo: Atlas, 2009.
SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
Outras fontes
Enciclopédia Mirador Internacional, vol. 2.
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