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TRABALHO ECONOMIA DO SETOR ELETRO-ENERGÉTICO

JULHO/2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
ENGENHARIA ELÉTRICA

SMART GRID
Nayana Scherner Rodolpho Lopes Lima

Orientador: Prof. Dr. Anderson Rodrigo de Queiroz


Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Resumo – O conceito de Smart Grid (SG) – ou redes e oportunidades para o futuro das redes de distribuição.
inteligentes (REI) – traz uma mudança de paradigma Porém é importante reconhecer os desafios que o desen-
para o setor de energia elétrica. As REIs objetiva, volvimento de Smart Grid frente a diversos pontos de
otimizar a produção, distribuição e consumo de ener- vista, como tecnologico, econômico e políticas públicas.
gia, viabilizando a entrada de novos fornecedores e
consumidores na rede, com melhorias significativas e II – CONCEITO SMART GRID
monitoramento, gestão, automação e qualidade de
energia ofertada por meio de uma rede elétrica carac- O conceito de Redes Elétricas Inteligentes (REI) ou
terizada pelo uso intensivo das tecnologias de infor- Smart Grids (SG) foi utilizado pela primeira vez em um
mação e comunicação (TIC). artigo publicado na revista IEEE Power & Energy Maga-
zine em 2005 por Masoud Amin e Bruce F. Wollenberg
Este artigo apresenta os conceitos básicos sobre Smart que define como sendo “uma infraestrutura de rede elétri-
Grids bem como as iniciativas de implantação pelo ca em larga escala caracterizada por segurança, agilidade
mundo e no Brasil. Também conceitua a tarifa branca e resiliência/robustez que enfrenta novas ameaças e con-
em substituição a convencional para consumidores de dições não previstas”. Os agentes da rede seriam capazes
baixa tensão. Por fim faz uma análise de investimento de se comunicar e cooperar entre si de maneira a se auto-
da instalação de células fotovoltaicas. configurar ou se corrigir caso um novo elemento entre na
rede. Para esta definição, verifica-se que a perspectiva do
Palavras-Chave: Smart Grid, Redes Inteligentes Tari- gestor da rede prevalece, com a preocupação centrada na
fa Branca automação e maior eficiência do sistema [Ministério de
Minas e Energia, 2012].
I – INTRODUÇÃO
Porém, a definição de Smart Grid é muito ampla, chegan-
O desenvolvimento do Smart Grid é uma tendência glo- do a ser um conceito de múltiplas definições, que variam
bal. As atividades em diferentes partes do mundo refle- entre os autores de acordo com a perspectiva adotada,
tem os recursos e as necessidades regionais. Estamos como por exemplo, a tecnologia, questões ambientais,
presenciando a integração em larga escala de dispositivos socioeconômicas ou política regulatória.
geradores solares e eólicos no sistema elétrico de potên-
cia. Cada vez mais rede de distribuição inteligente e au- Para o governo americano, a definição de Smart Grid não
tomatizada vem sendo utilizadas em vários países. Pelo se trata de uma “coisa” e sim de uma “visão” a ser alcan-
lado da transmissão, um número significativo de unidades çada, tendo como características a participação ativa dos
de medição fasorial (Phasor Measurement Units - PMU) consumidores no mercado de eletricidade, acomodando
vem coletando uma grande quantidade de informação todas as opções de geração e armazenamento (tanto as
para o monitoramento dos sistemas de potência. Bem grandes centrais geradoras quanto a geração distribuída),
como, para a demanda a troca dos antigos medidores ele- permitir novos produtos, serviços e mercados, melhorar a
tromecânicos por medidores inteligentes eletrônicos que qualidade da energia fornecida, aperfeiçoar a utilização e
possibilita a coleta de dados para o gerenciamento do a operação dos ativos, antecipar e responder a perturba-
consumo de energia. ções do sistema, conhecido como “self-heal” e tornar o
sistema mais resistente a ataques cibernéticos e desastres
O aumento da integração de geração a partir de fontes naturais [US Department of Energy, 2009].
renováveis no sistema elétrico em conjunto com a im-
plantação de medidores inteligentes, traz uma nova visão

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Smart Grid é o uso de sensores comunicação e controle para caracterizar uma rede inteligente como [Petinri, J.
computacional para melhorar as funcionalidades globais O., Shaaban, M, 2012]:
de um sistema de entrega de energia elétrica. Um sistema
se torna smart através do monitoramento, comunicação,  Self-healing: o sistema é capaz de prevenir, corrigir
aplicação de inteligência artificial, exercendo controle e se restaurar. Rapidamente detecta e reage a pertur-
através de feedbacks, ajustando-se continuamente. Para bação com o mínimo ou nenhum efeito ao consumi-
sistema de potência, isso permite diversa funcionalidade
dor.
que permite a otimização do uso dos recursos de geração,
transmissão, distribuição e consumo para garantir a con-  Interatividade: participação do usuário final, tanto
fiabilidade, minimiza o consumo da energia, mitigar os como consumidor quanto como fornecedor de ener-
impactos ambientais, gerenciar os ativos e diminuir cus- gia na rede de distribuição.
tos [Gellings, 2009].  Segurança: capacidade de mitigar perturbações e
contingencias. A rede rapidamente identifica ata-
De acordo como o Departamento de energia e mudanças
ques cibernéticos e físicos e responde às falhas hu-
climáticas do Reino Unido (2009), o Smart Grid usa mo-
nitoramento incorporado a processamento e comunicação manas e naturais, falha de proteção, brechas na se-
digital, para permitir que a rede elétrica seja observável gurança entre outras vulnerabilidades.
(capaz de ser medida e visualizada), controlável (capaz de  Otimização: Melhoria dos ativos e diminuição dos
ser manipulada e otimizada), automatizada (capaz de se custos de operação e manutenção.
adaptar e auto recuperar o “self-heal”) e ser totalmente  Compatibilidade: incorporação de todas as fontes de
integrada (ser interoperavel com os sistemas existentes e
geração (grandes geradoras e geração distribuída) e
com a capacidade de incorporar um conjunto diversifica-
do de fontes de energia). capacidade de armazenamento de energia.

A comissão europeia sobre Smart Grid (SG), define como III – SMART GRID PELO MUNDO
sendo uma rede elétrica que pode integrar as ações de
todos os usuários conectados a ele – geradores e/ou con- A implementação de Smart Grids é incentivada pelo go-
sumidores – a fim de garantir um sistema de potência verno, como um meio de modernizar as infraestruturas
sustentável e economicamente eficiente com baixas per- dos sistemas de potência, permitindo a integração de fon-
das, alto nível de qualidade, estabilidade no fornecimento tes de energia com baixa emissão de carbono. A imple-
e segurança. Também pode ser entendido como sendo um mentação de Smart Grids, também é vista como uma
sistema de informação e comunicação integrado com os oportunidade de oferecer e desenvolver novos serviços e
sistemas de geração, transmissão, distribuição e as tecno- produtos.
logias de consumo que permitirão ao consumidor geren-
ciar e escolher entre as ofertas mais eficientes e econômi- A seguir serão mostradas as iniciativas adotadas por al-
cas; utilizando automação e fontes alternativas para man- guns países para colocar em funcionamento as redes inte-
ter a confiabilidade e estabilidade do sistema; e aplicar ligentes.
alternativas de armazenamento e geração renováveis [Pe-
tinrin J. O.,Shaaban M., 2012]. III.1 – China

No Brasil, as redes inteligentes ou smart grids são carac- O governo chinês declara que até 2020 a emissão de car-
terizadas como redes que tem o objetivo de otimizar a bono será reduzida em 40 a 50% do registrado em 2008.
produção, distribuição e consumo de energia. Viabilizan- Outro motivo que impulsiona o desenvolvimento do
do a entrada de novos fornecedores e consumidores na Smart Grid na China foi o rápido crescimento econômico
rede, com melhorias significativas em monitoramento, e a desigual distribuição geográfica da geração de eletri-
gestão, automação e qualidade de energia ofertada, por cidade e dos consumidores.
meio de uma rede elétrica caracterizada pelo só intensivo
das tecnologias de informação e comunicação [Ministério O State Grid Corporation of China (SGCC) tem um plano
de Minas e Energia, 2012]. de médio-longo prazo para o desenvolvimento do Smart
Grid. O SGCC interpreta o Smart Grid como:
Assim, o conceito básico de Smart Grid incluí a capaci-
dade de monitoramento, análise, controle e comunicação “Um sistema elétrico forte e robusto, baseada nas redes
das redes convencionais para maximizar a taxa de trans- de Ultra Alta Tensão (UHV); baseado no desenvolvimen-
ferência do sistema e reduzir o consumo de energia. O to coordenado das redes de energia em diferentes níveis
Smart Grid dá a oportunidade para usuários de transferir de tensão; auxiliado pela infraestrutura de informação e
energia pelo sistema com maior eficiência e mais econo- comunicação; caracterizado por ser um sistema automa-
micamente possível. Além dessas noções de infraestrutu- tizado e interoperável e a integração dos fluxos de eletri-
ra de medição, para melhorar o gerenciamento pelo lado cidade, informação e de negócios”
da demanda, outros conceitos também são importantes

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III.2 – União Europeia “Apoia a modernização das redes de transmissão e dis-
tribuição para manter uma infraestrutura do sistema
A Plataforma de Tecnologia Smart Grid da União Euro- elétrico confiável e seguro para que possa atender a
peia publicou uma visão e estratégia para as redes elétri- crescente demanda futura e aumentar o uso de tecnolo-
cas europeias no futuro. Ela diz: gias de comunicação e informação digital; otimização
dinâmica de operação e recursos da rede; implantação e
“é vital que as redes elétricas europeias sejam capazes de interação da geração distribuída; desenvolvimento e in-
integrar todas as tecnologias de geração com baixa ge- corporação da resposta a demanda, recursos do lado da
ração de carbono bem como encorajar a parte da de- demanda e eficiência energética dos recursos; desenvol-
manda a participar da cadeia de geração. Isto deve ser vimento de tecnologias para medição inteligente, comu-
feito atualizando e evoluindo as redes eficientemente e nicação e automação da distribuição; interação de apa-
economicamente.” relhos inteligentes e dispositivos de consumo; desenvol-
vimento e integração de dispositivos de armazenamento
A Plataforma de Tecnologia de Smart Grids identificou avançados e tecnologias de cortes de picos de demanda
as seguintes áreas chaves para a utilização das fontes re- (peak-shaving); informações sobre consumo por tempo e
nováveis, eficiência e redução de carbono para 2020 e opção de controle e desenvolvimento de padrões de co-
2050: municação e interoperabilidade.”

 Fortalecimento da rede, incluindo extensões além III.5 – Japão


das fronteiras;
Em 2009, o governo japonês declara que até 2020 irá
 Desenvolvimento de sistemas de controle descentra-
reduzir as emissões de carbono em 75%. Para alcançar
lizados; esse objetivo serão instalados 28 GW até 2020 e 53 GW
 Entrega da infraestrutura de comunicação; até 2030 de geração de energia fotovoltaica. O ministério
 Permitir atividades pelo lado da demanda; da economia, comércio e indústria realizou a partir de
 Integrar fontes de geração intermitentes; 2008 três comissões para estudar o Smart Grid e aspectos
 Reforçar a inteligência da geração, demanda e da relacionados a ele. Esses comitês tiveram duração de um
ano e tiveram como assunto:
rede;
 Captura dos benefícios da geração distribuída e ar-  2008 - 2009: busca por um sistema com baixa emis-
mazenamento; são de carbono;
 Preparação para os veículos elétricos;  2009 – 2010: próxima geração da rede de distribui-
ção e transmissão e o Smart Grid no contexto japo-
III.3 – Reino Unido
nês;
O documento do Departamento de energia e mudanças  2010 – 2011: questões regulatórias para a próxima
climáticas Smarter Grids: The Opportunity estabelece geração do sistema de transmissão e geração;
uma meta para o desenvolvimento do Smart Grid que
fornece uma flexibilidade para rede elétrica atual, permi- Essas comissões discutiram as seguintes questões regula-
tindo assim um sistema com baixa emissão de carbono tórias e técnicas sobre a introdução de fontes de energias
com melhor custo benefício e mais seguro. O mapa da renováveis, principalmente as fotovoltaicas, no sistema
rota do Smart Grid reconhece um número de desenvolvi- elétrico de potência:
mentos críticos que levará o sistema elétrico do Reino
Unido para um sistema de baixa emissão de carbono. Isso  Energia em excesso, em condição de cara leve;
inclui:  Flutuação de frequência;
 Aumento da tensão nas linhas de distribuição;
 Rápida expansão das fontes renováveis em substi-
 Prioridade da interconexão, aceso e despacho de ge-
tuição as fontes baseadas em carbono;
ração de fontes renováveis;
 Utilização da eletricidade nos transportes e no aque-
 Retorno do investimento da construção do Smart
cimento;
Grid;
 Inclusão das fontes geradoras distribuídas;
 Aumento da utilização de veículos elétricos;
Esses problemas estão sendo resolvidos por um projeto
nacional chamado de “The Field Test Project on Optimal
III.4 – Estados Unidos Control Technologies for the Next-Generation Transmis-
sion and Distribution System” que é conduzido pelas
De acordo com a Lei publica 110–140-DEC. 19, 2007, os companhias elétricas e laboratórios de pesquisa.
Estados Unidos:
Desde o terremoto que atingiu a cidade de Tohouk em
2011, o Smart Grid tem atraído muita atenção para a re-

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construção dos distritos atingidos e o desenvolvimento de tudo, faz-se necessário passar a ter uma tarifa diferencia-
uma sociedade de baixa emissão de carbono. da para o consumo ao longo do dia, em especial no horá-
rio de ponta, tal modalidade tarifária foi possível com a
IV. SMART GRID NO BRASIL criação da Tarifa Branca a partir de março de 2014, que
será tratada na seção VII.
De acordo com o BNDS (2013), a implantação da Rede
Inteligente no Brasil, teria como principais motivadores, Portanto, a indústria da energia elétrica no Brasil, assim
(i) busca de eficiência comercial e energética, (ii) aumen- como no mundo, enfrenta nesse início de século XXI,
to da confiabilidade, (iii) segurança operacional e sis- grandes e novos desafios: como criar uma rede de energia
têmica e (iv) sustentabilidade econômica e ambiental. elétrica que seja amigável ao meio ambiente, econômica,
de alta eficiência energética, de baixo custo, segura e
A eficiência comercial e energética seria decorrente da flexível.
redução de perdas técnicas e comerciais, melhoria na
qualidade de energia e gestão de horário de consumo de O Brasil possui alguns projetos pilotos, em cidades espe-
energia pelo consumidor. O aumento da confiabilidade do cíficas (cidades inteligentes), apresentados na figura 1.
sistema elétrico seria dado, pelo planejamento entre di-
versos componentes da rede e das subestações, gestão dos
ativos e do planejamento de novas fontes de geração,
linhas de transmissão e distribuição. Já em relação à se-
gurança operacional e sistêmica, provém do controle de
acesso dos usuários a rede, redução de energia não distri-
buída e pelas perdas por fraudes, bem como, possibilitar a
geração distribuída e a gestão para contingências e autor-
recomposição. A sustentabilidade econômica e ambiental,
decorrente da diversificação dos negócios e das oportuni-
dades, como veículos elétricos e híbridos conectados às
redes e a regulamentação do sistema de compensação de
energia elétrica (Net Metering), onde os micro e mini
geradores de energia distribuída podem inserir energia na
rede de distribuição, entregando o montante de energia
excedente a concessionária de energia local, e este será Figura 1 - Smart Grids no Brasil
convertido em crédito para os consumidores [ANEEL,
2012]. Esses pilotos são encaixados no âmbito de projetos de
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), e os objetivos são a
O Plano Nacional de Energia 2030 (PNE, 2007), prevê definição de arquitetura padrão para rede inteligente, com
uma expansão média do consumo de energia elétrica em a constituição dos elementos que compõem os sistemas,
torno de 4% ao ano. Para isso é necessário o aumento nas incluindo novos dispositivos, softwares, serviços e pro-
próximas duas décadas do atual valor de 136,7 mil MW cessos. São realizados testes de interoperabilidade entre
instalados (ANEEL, 2015) para 225 mil MW, a ser supri- medidores e demais equipamentos, bem como implanta-
do pela expansão de ofertas hidráulicas e termoelétricas, e ção de sistema de supervisão e reconfiguração de redes
como estratégias complementares, o gerenciamento de em tempo real e do desenvolvimento de metodologia e
demanda, geração distribuída, microgeração e investi- dispositivos para serviços interativos com os consumido-
mentos em eficiência energética. res [Lamin, 2013].

Conforme o Plano Nacional de Eficiência Energética Um dos projetos mais avançados, ou seja, com maior
(PNEf, 2014), está previsto que o Governo Federal irá tecnologia Smart Grid, é o projeto piloto da empresa
implantar um plano de eficiência energética mais amplo, Light, onde prevê todas as fases típicas de um programa
onde as residências que instalarem geração distribuída de Pesquisa e Desenvolvimento, além da fabricação dos
possam vender a energia excedente para a rede elétrica no próprios medidores. O projeto piloto realizado pela Light,
longo prazo, o que irá requerer uma tarifa para essa ener- atende 400.000 consumidores localizados na área metro-
gia vendida pelo consumidor, dando origem a um consu- politana do Rio de Janeiro, e atualmente o projeto piloto
midor produtor de energia elétrica. já está finalizado [Redes Inteligentes Brasil, 2015].

Atualmente as elevadas tarifas de energia elétrica, faz A CEMIG desenvolve um projeto piloto denominado
com que os usuários finais busquem por alternativas para Cidade do Futuro, na cidade de Sete Lagoas- MG, envol-
redução tarifária, tomando-se iniciativas para melhorar a vendo consumidores de todas as categorias. O projeto
eficiência, bem como a instalação de placas solares, como engloba desde a implantação de medidores inteligentes
uma fonte alternativa à fornecida pela distribuidora local, até a utilização de veículos elétricos, passando pela auto-
e também a instalação de medidores inteligentes, onde o mação das redes, geração distribuída, implantação da
consumo de energia por faixa horária é discretizado. Con- infraestrutura de telecomunicações e de sensores, ferra-

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mentas de gerenciamento pelo lado da demanda e de rela- discutido desafios referente a (i) tecnologias a serem uti-
cionamento com consumidores. O projeto Cidade do Fu- lizadas nas Redes Inteligentes e (ii) Regulamentação.
turo irá atender 8000 consumidores.
Relativo às tecnologias as ser utilizadas, podemos desta-
Em ABDI (2012), Light e CEMIG pretendem investir R$ car, [Neves e Bagarolli, 2013]:
65 milhões nos próximos três anos em temas de Smart
Grid, desde medidores eletrônicos até geração distribuída, a) Telecomunicações: as concessionárias podem dispor
em parceria com fabricantes de soluções para desenvolver de várias tecnologias de telecomunicações, para criar a
os equipamentos que serão utilizados. sua própria rede de dados ou, dependendo da localidade,
utilizar as redes das operadoras de telecomunicações que
V. BENEFÍCIOS DO SMART GRID atuam no local. A opção por uma rede própria ou alugada
depende de fatores estratégicos de cada concessionária.
Os benefícios da implementação da Rede Inteligente po- Outro fator a ser considerado, são as características da
dem ser tanto para as concessionárias de energia elétrica, região, onde pode ser empregada a utilização de fibras
para os consumidores, bem como para o meio ambiente. ópticas em uma parte e redes sem fio em outra. Logo,
cada localidade deve ser estudada para que a rede de tele-
Referente às concessionárias de energia elétrica, a Rede comunicações empregada seja confiável, robusta e de
Inteligente permitirá aumentar a eficiência operacional, menor custo para a operação da rede elétrica.
melhorar o atendimento aos clientes, incentivar o uso
racional de energia elétrica, promover o deslocamento de b) Infraestrutura Avançada nas Medições: através dos
carga, especialmente nos horários de pico, reduzir os cus- Medidores Inteligentes, que possuem o objetivo de me-
to, reduzir perdas de transmissão e distribuição, princi- lhorar o nível de informação sobre o consumo, suportar
palmente perdas não técnicas, facilitar o controle e opera- tarifas diferenciadas, avaliar a qualidade da energia, e
ção do sistema elétrico [Oliveira e Júnior, 2012]. fornecimento de energia por microgeração, precisam ser
aprovados pelo INMETRO.
Para os consumidores o principal benefício é a diminui-
ção do custo da tarifa de energia, ou seja, através de uma c) Microgeração: A microgeração distribuída poderá con-
medição inteligente aliada a um novo sistema tarifário, tribuir com o sistema elétrico para que os aumentos de
com diferentes faixas de valores ao longo do dia, permiti- carga aconteçam de forma otimizada, reduzindo-se os
rão que o usuário planeje a utilização dos equipamentos e picos de demanda. O principal desafio para implantação
reduza a fatura mensal de energia. Além do nível econô- da microgeração distribuída está relacionado à participa-
mico, existem benefícios quanto à qualidade e confiabili- ção dos consumidores, que possibilitará a avaliação de
dade do serviço de energia elétrica, onde o usuário pode benefícios e do comportamento do consumidor. Conside-
usufruir da distribuição de energia sem perder o serviço rando que a instalação de um microgerador depende do
por sobrecarga, já que a rede passa a ser confiável. imóvel ter localização e condições adequadas para rece-
ber a instalação.
Por fim, os benefícios ao meio ambiente se dão pela di-
minuição de emissão gases que provocam o efeito estufa, d) Armazenamento de Energia: Com o aumento de gera-
devido ao aumento de inserção de fontes renováveis em ção solar e eólica, se faz necessário a integração de siste-
conjunto com a introdução de tecnologias que beneficiam mas de armazenamento de energia, com o propósito de
o gerenciamento de produção e consumo de energia. compensar a variabilidade e disponibilidade dessa gera-
Através do gerenciamento, a Rede Inteligente permitirá ção. O principal desafio do armazenamento é a de redu-
que as fontes geradoras mais poluentes sejam acionadas ção do custo de implantação, devido a ele não ser um
apenas em períodos críticos e com menor frequência, e sistema flexível, deve ser realizado para uma determinada
também, com o gerenciamento local, a Rede Inteligente rede e não é facilmente adaptado com as alterações na
permitirá a inserção de Geração Distribuída, tais como mesma.
pequenas turbinas eólicas, telhados fotovoltaicos, entre
outros, ou seja, microgeração por parte dos consumido- e) Veículos Elétricos: Os desafios estão relacionados à
res/geradores. De acordo com, Hamilton e Summy disponibilidade de veículos elétricos que tenham condi-
(2011), o Departamento de Energia dos Estados Unidos ções de transitar com as similares condições que os de-
acredita que com 100% de inserção das tecnologias da mais veículos possuem. E a necessidade de uma avaliação
Rede Inteligente, poderia conduzir a uma redução de 18% efetiva dos impactos que as recargas dos veículos podem
de emissão de dióxido de carbono até 2030. causar na rede, bem como a possibilidade da utilização
dos veículos como armazenadores de energia elétrica de
VI. DESAFIOS DA IMPLANTAÇÃO DOS SMART geração eólica ou solar.
GRIDS O desafio referente à regulamentação está relacionado à
tarifa de energia elétrica, que devem ser redefinidas con-
Os principais desafios para a implementação das Redes siderando alterações de valores ao longo do dia, de acor-
Inteligentes são de diferentes naturezas, neste artigo será do com a variação da demanda, que viabilizam a substi-

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tuição dos medidores convencionais por medidores inte- 3) Tarifa Horossazonal Azul: caracterizado pela apli-
ligentes. cação de preços diferenciados em relação às horas
do dia (ponta e hora de ponta) e aos períodos do ano
VII. TARIFA BRANCA (úmido e seco) para o consumo de energia elétrica
(kWh) e uma tarifa constante para a demanda (kW).
O sistema tarifário apresentado pela resolução normativa
nº 414 de 9 de setembro 2010 da ANEEL, determina que
para cada tipo de consumidor existe uma forma diferente  Grupo B: composto por consumidores com forne-
de se calcular e apresentar a fatura. Os consumidores são cimento em tensão inferior a 2,3 kV e possui as se-
separados em dois grupos tarifários de acordo com o ní- guintes subdivisões:
vel de tensão, o grupo A e grupo B.
a) Subgrupo B1: residencial;
 Grupo A: composta por consumidores cuja tensão b) Subgrupo B2: rural;
de fornecimento é igual ou superior a 2,3 kV ou c) Subgrupo B3: demais classes;
atendidas por um sistema subterrâneo de distribui- d) Subgrupo B4: Iluminação pública.
ção em tensão secundária e possui a seguintes sub-
divisões: Neste grupo é aplicada a tarifa monômia, que é constituí-
da por preços aplicáveis unicamente ao consumo de ener-
a) Subgrupo A1: tensão de fornecimento igual o supe- gia elétrica ativa (kWh). Para aplicação da tarifa os con-
rior a 230 kV; sumidores são identificados por classes e subclasses de
b) Subgrupo A2: tensão de fornecimento entre 88 kV consumo: residencial, comercial, industrial, serviços e
outras atividades, rural, poder público, iluminação públi-
e 138 kV;
ca, serviços públicos e consumo próprio.
c) Subgrupo A3: tensão de fornecimento igual a 69
kV; A ANEEL, a partir de 2014 permite que os consumidores
d) Subgrupo A3a: tensão de fornecimento entre 30 kV em baixa tensão (que compõe o grupo B, excluindo os de
e 44 kV; baixa renda e iluminação publica) podem optar pela mo-
e) Subgrupo A4: tensão de fornecimento entre 2,3 kV dalidade tarifária branca. Esta é uma tarifa monômia,
e 25 kV; baseando-se em apenas na quantidade de energia consu-
mida, com três postos tarifários: ponta, intermediário e
f) Subgrupo AS: tensão de fornecimento inferior a 2,3
fora de ponta. Segundo o modulo 7 dos procedimentos de
kV, sendo atendido por um sistema de distribuição regulação Tarifária (PRORET) temos que:
subterrâneo;
 Posto tarifário ponta: período composto por três
Para este grupo é aplicada a tarifa binômia, que é consti- horas diárias consecutivas definitivas pela distribui-
tuída por preços aplicados ao consumo de energia elétrica dora considerando a curva de carga do sistema elé-
ativa (kWh) e a demanda faturável (kW), que possui três trico, com exceção dos sábados, domingos e feria-
modalidades de fornecimento:
dos;
1) Estrutura Tarifaria Convencional: é caracterizada
pela aplicação de tarifas de consumo de energia elé-  Posto tarifário intermediário: período de horas
trica e/ou demanda de potência, independentemente conjugado ao posto tarifário ponta, sendo uma hora
das horas de utilização do dia e dos períodos do ano. imediatamente anterior e outra imediatamente poste-
Aplicada a consumidores que possui tensão de for- rior;
necimento abaixo de 69 kV e possui demanda con-
tratada inferior a 300 kW e que não tenham optado  Posto fora de ponta: período composto pelo con-
pela tarifa horossazonal. junto das horas diárias consecutivas e complementa-
res àquelas definidas nos postos ponta e intermediá-
2) Tarifa Horossazonal Verde: caracterizado pela rio;
aplicação de preços diferenciados em relação às ho-
ras do dia (ponta e hora de ponta) e aos períodos do Uma comparação entre a tarifa convencional e a tarifa
ano (úmido e seco) para o consumo de energia elé- branca é mostrada na figura 2.
trica (kWh) e preços diferenciados em relação às ho-
Pode-se observar que no horário de ponta, uma tarifa
ras do dia para a demanda (kW). Esta tarifa esta dis-
mais cara é aplicada, uma tarifa intermediária é aplicada
ponível para todos os consumidores ligado em alta o horário intermediário e uma tarifa menor que a conven-
tensão, sendo obrigatório a todos os consumidores cional é aplicada no horário fora de ponta. Nos finais de
dos subgrupos A1, A2 e A3. semana e feriados (feriados nacionais especificados por

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lei federal) é aplicado à tarifa no período fora de ponta nuindo o valor da fatura dos consumidores de baixa ten-
durante todo o dia. são e a necessidade de expansão de rede de distribuição.

VIII. ANÁLISE DE INVESTIMENTO


Para realização de análise do investimento em energia
solar fotovoltaica residencial conectada a rede de energia
elétrica, utilizou-se o orçamento procedente da empresa
Neosolar Energia (Neosolar, 2015), leva-se em conta o
consumo médio mensal de 166,1 kWh residencial do Bra-
sil (EPE, 2015), a localização do empreendimento, ou
seja cidade de Itajubá (MG), empresa distribuidora de
energia, CEMIG, e por fim, leva-se em conta que toda
demanda de energia será atendida pela geração solar.

Itens inclusos no orçamento:

 1 Gerador Solar Fotovoltaico FRONIUS 1,75 kWp


(7x250Wp) - produção de até 245 kWh/mês;
 7x Painel Solar Fotovoltaico YINGLI YL250P 29b
(250 Wp);
 1 Inversor Fronius Galvo 1.5-1 (1500W);
 Suporte para fixação;
 Material de instalação;
 Mão de obra de instalação;
 Projeto e Regularização;
 Sistema de monitoramento de dados.

Totalizando um investimento inicial de R$ 25.290,00. De


acordo com a Neosolar os painéis solares apresentam
vida útil de até 40 anos e o inversor possui vida útil de até
15 anos. Ainda de acordo com a Neosolar, a estimativa de
produção do sistema fotovoltaico devido à localização e
os meses do ano, apresenta o mínimo de produção no mês
de junho, com 200 kWh/mês, e máxima de 241 kWh/mês
no mês de outubro.

Existem diversos métodos de análise de rentabilidade de


investimentos, porém nesse artigo iremos utilizar o Valor
Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno
(TIR).

Para o cálculo do VPL e da TIR, algumas considerações


foram adotadas:

Figura 2 - Comparação entre a tarifa convencional e a  Foi utilizado um horizonte de 40 anos, ou seja até a
tarifa branca. total depreciação dos painéis fotovoltaicos;
 A cada 15 anos, reinvestiu-se em um novo inversor,
Para implantação da tarifa branca é necessário a substi- R$ 7.190,00, valor obtido através da Neosolar;
tuição dos atuais medidores eletromecânicos, que só re-  Considera-se receita anual, o valor de 166 kWh/mês
gistram kWh consumido, por medidores eletrônicos que multiplicado pelo custo do kWh da empresa CEMIG
registrem também os horários de consumo. Com a substi- para o mês de maio de 2015, em torno de 0,5647
tuição dos medidores possibilita a incorporação de tecno- R$/kWh (CEMIG, 2015), sendo este valor multipli-
logias de Smart Grid, como os sistemas de medição, co- cado por 12 meses;
mando e controle presentes nestes dispositivos.  A receita a cada ano sofre um reajuste, devido ao
Reajuste Anual Tarifário. Para tal, foi considerada
Uma vantagem deste novo método de tarifação é estimu- uma média dos reajustes desde abril 2004 até abril
lar o consumo em horários que a tarifa é mais barata, ali- de 2015 da empresa CEMIG, que resultou em um
viando assim a carga solicitada no horário de pico, dimi-

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reajuste médio anual na receita de 4,69%. Dados telhados para as concessionárias, onde os consumidores
fornecidos pela ANEEL (2015). residenciais “alugam” seus telhados para produzir eletri-
 O investimento no empreendimento de geração solar cidade e em troca recebem a instalação do equipamento
realizado em abril de 2015; praticamente de graça e fica com cerca de 80% da energia
 Para o cálculo do VPL, foi adotada a taxa de infla- gerada. O excedente é revendido pela concessionária que
ção do começo de 2015, 6,41% [Trading Econo- ainda conta com incentivos do governo.
mics, 2015].
Outro aspecto importante das redes inteligentes, é a utili-
Para tais considerações, o VPL calculado foi de R$ zação de medidores eletrônicos em conjunto com a Tarifa
4.727,50 e a TIR 7,50%. Verifica-se que o VPL encon- Branca, onde os usuários da rede podem gerenciar o seu
trado foi positivo, ou seja, a decisão de investir no em- consumo para obter o menor dispêndio de energia elétri-
preendimento de geração de energia elétrica é favorável, ca.
portanto o projeto garantirá o retorno do capital inicial
investido e ainda gerará um excedente financeiro. E tam- REFERÊNCIAS
bém, através da TIR calculada, nota-se que o seu valor é
maior que o valor da taxa mínima de atratividade espera- [1] ABDI – Agencia Brasileira de Desenvolvimento
da, no caso 6,41%, agregando que o investimento no pro- Industrial. “Relatório de acompanhamento setorial
jeto é atrativo. Smart Grid”. Disponível em: http://goo.gl/0FrfLG.
Acesso em 13 de junho de 2013.
Observa-se, que o investimento ainda poderia gerar maior [2] ANEEL - Agencia Nacional de Energia Elétrica ,
atratividade se fosse considerada a venda do excedente de “Tarefa Branca”, disponível em:
geração, não utilizado pela residência, para a distribuido- http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=781.
ra local, e também a venda do inversor no final dos 40 Acesso em: 13 de junho de 2015
anos, porém é importante ressaltar que o custo de manu- [3] ANEEL - Agencia Nacional de Energia Elétrica ,
tenção não foi considerado. “Capacidade de geração do Brasil”, disponível em:
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/
IX. CONCLUSÃO capacidadebrasil.cfm Acesso em: 13 de junho de
2015
Verifica-se que com a evolução tecnológica, computacio- [4] ANEEL - Agencia Nacional de Energia Elétrica ,
nal e dos sistemas de informações, torna-se cada vez mais “Resolução normativa nº 414, de 9 de setembro de
viável a implantação das redes inteligentes, tanto no sis- 2010” disponível em :
tema de transmissão quando em sistemas de distribuição. http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2010414comp.pdf
Acesso em 13 de junho de 2015
O incentivo para a instalação de Smart Grid na maioria [5] ANEEL - Agencia Nacional de Energia Elétrica ,
dos países, se dá através da redução da emissão de carbo- “Resolução normativa nº 482, de 17 de abril de
no e da diversificação de matriz energética. Já no Brasil, 2012” disponível em :
além dos motivos mencionados, nota-se a necessidade de http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf
mudanças do setor elétrico devido ao elevado custo tari- Acesso em 13 de junho de 2015
fário. [6] ANEEL - Agencia Nacional de Energia Elétrica ,
“Conheça as Tarifas da Classe de Consumo Residen-
Com a análise de investimento realizada, verifica-se que cial de uma Concessionária” disponível em :
com a instalação de placas fotovoltaicas conectadas à http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/tarifaAplicada/in
rede são viáveis para consumidores residenciais, mesmo dex.cfm. Acesso em 15 de junho de 2015
não levando em conta a venda do excedente gerado. A [7] Amin, S. M., Wollenberg, B. F., “Toward a Smart
incerteza relacionada ao preço da energia no Brasil está Grid”. IEEE power & energy magazine, setem-
cada vez mais evidente, como presenciado entre os anos bro/outubro 2005, pp 34-41
de 2014 à 2015, um aumento em torno de 30% na tarifa [8] BNDS - Banco Nacional do Desenvolvimento, “Re-
residencial. des elétricas inteligentes (smart grid): oportunidade
para adensamento produtivo e tecnológico local”.
Acredita-se que com o avanço das tecnologias, o custo de Disponível em:
implantação energia solar fotovoltaica seja reduzido. www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/b
Além disso o Observatório do clima, em junho de 2015, ndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/revista/rev
defende que o Brasil acabe com as emissões de gases que 4002.pdf Acesso em 21 de maio de 2015.
provocam o efeito estufa até 2050, e uma das ações suge- [9] Buchholz, B. M., Styczynski Z., “Smart Grids –
ridas é o investimento em energia renovável, onde o go- Fundamentals and Technologies in Electricity Net-
verno poderá incentivar a geração solar residencial, redu- works”, Ed. Springer, 2014
zindo ainda mais o seu valor.
CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais.
Outra medida para estimular o uso das placas fotovoltai- “Valores de tarifa e serviços”. Disponível em:
cas, como já ocorre em outros países, seria o aluguel dos http://www.cemig.com.br/pt-

8
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