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Vasco Alves Dias

Cardiologia HSA – CHP


Medicina II - ICBAS
• Antes de tudo!
• Confirmar o nome paciente e data-
• Condições técnicas e calibração – 25mm/seg 10mm/mv
• 1- Frequência cardíaca
• Ritmos Regulares

• Regra dos “1500”:


§ 1500/n.º quadrados pequenos” (0.04s - 1mm)

• Regra dos “300”:


§ variante; 300/”n.º quadrados grandes” (0.2s - 5mm) 300 -150-100-75-60-50-40etc

• Ritmos Irregulares
Frequência:
• Ritmo 6s:
§ n.º QRS em 6s x 10
§Bradicardia: < 60 bpm
• Ritmo 10s: §Taquicardia: ≥ 100 bpm
§ n.º QRS em 10s x 6
• 2- Ritmo
• Ondas P?
• Onda P positiva em todas as derivações do plano frontal,
excepto em aVR. Ritmo Sinusal
Sem ondas P – Irregularmente irregular? Fibrilhação auricular
Ondas dente serra DII, DIII, AVF- ? 2-1; 4;1
Juncional?
• 3- Onda P

• Anomalia auricular esquerda? >0.12seg

• Anomalia auricular direita? >2.5mv

• >2 morfologias de P- Ritmo auricular multifocal


• 4- Intervalo PQ

• Curto? <0.12seg

• Prolongado? >0.2seg
• Olhar para relação PQ? Regular ? Constante? Dissociada?

• Bloqueios?
• Sino-auricular?
• Auriculo-ventricular?
• 1 grau? 2 grau? Mobitz 1/ Mobitz 2?
• 3 grau?
• 5- Complexo QRS – 3 perguntas?

• Largura complexo QRS?


• >0,12seg Bloqueios intraventriculares? BRE? BRD? Hemibloqueios?

• Amplitude onda R?
• Baixa voltagem? derrame pericárdico.... abaixo dos 7mm para pre-cordiais
periféricas
e 5mm para

• Critérios de HVE?
• (Desvio esquerdo eixo; S v1+RV5/V6 >35mm; RAVl>11mm)

• Critérios de HVD?
• (Desvio direito do eixo; ondas R V1-V3 ; R>S V1; ondas S V5-V6; V1 +S
V5/6 >v10mm; infradesnivelamento ST V1-V3)

• Avaliar presença de ondas Q patológicas? largura mais de que 1 quadradinho, e + de


25%....
em derivações contíguas!!! pelo menos duas v1-avl, v2-v3-avf
• 6- Intervalo ST

• Curto? Prolongado? (QT)


isquemia

• Supra/infradesnivelamento de ST?
Convexo/concavo?
• Derivações? Alterações em espelho?

• Inversão da onda T?
• Simêtrica? Assimêtrica?
• 7- Eixo cardíaco

Normal:
§ [-300 ;
+1100]
Desvio Esquerdo:
§ > - 300
Desvio Direito:
§ > +1100

Olhar para DII!


+ - normal
- Desvio esquerdo
do eixo
Willem Einthoven
1889 – Einthoven faz o primeiro registo da actividade eléctrica cardíaca

ELECTROCARDIOGRAMA – termo usado por Einthoven num Congresso da


Sociedade Médica Holandesa em 1893

1895 – Distingue as 5 ondas do electrocardiograma a que chama: P; Q; R; S; T

1905 - Transmite um EKG desde o Hospital até ao seu laboratório a 1 Km de


distância via cabo telefónico – 1º Registo de HVE

1906 – Publica a primeira apresentação organizada de EKG normais e anormais


registados com um galvamómetro de filamento. Onda U

1912 – Preside à Chelsea Clinical Society e descreve o Triângulo formado pelas


derivações Standard DI; DII; DIII

1924 – Einthoven recebe o Prémio Nobel por inventar o Electrocardiógrafo


Actividade eléctrica
cardíaca
1934 – Frank Wilson constrói o eléctrodo indiferente unindo o braço direito,
braço esquerdo e perna esquerda com resistências de 5.000 ohms – Central
Terminal de Willson – Derivações VR; VL; VF

1938 – A American Heart Association e a British Cardiac Society definem


as posições standard e a localização das derivações precordiais V1 a V6

1942 - Emanuel Goldberger Aumenta a voltagem das derivações


unipolares de Wilson e cria as derivações aVR; aVL; aVF
1942 – Arthur Master Teste de
Electrocardiograma exercício em escada

1963 – Tapete Rolante


Prova de Esforço Protocolo de BRUCE
Electrocardiograma 1949 - Norman Jeff HOLTER
Mochila de 35KG que podia
registar o ECG do portador e
Holter transmitir o sinal.
1960 – Primeiro Registo do Feixe de His
O Electrocardiograma
Normal
Electrocardiograma Normal Bases de Interpretação

Einthoven:
- introdução
prática clínica ECG

Electrocardiograma:
- representação gráfica da
Wilson:
actividade eléctrica
- derivações VR; VL; VF do coração
(superfície)

Goldberger:
- derivações
aVR; aVL; aVF
Electrocardiograma Normal Bases de Interpretação

Segmento: tempo
compreendido entre o final de
uma deflexão e o início de outra.

Intervalo: tempo mediado


entre o início e o final de uma
onda ou entre o início de uma
onda e o início da onda seguinte.
Electrocardiograma Normal Bases de Interpretação
Determinação da Frequência Cardíaca

Ritmos Regulares

Régua de frequências:
§ nem sempre acessível;
§ incorrecta para ritmos irregulares.

Regra dos “1500”:


§ 1500/n.º quadrados pequenos” (0.04s - 1mm)

Regra dos “300”:


§ variante; 300/”n.º quadrados grandes” (0.2s - 5mm)

Ritmos Irregulares

Ritmo 6s:
§ n.º QRS em 6s x 10
Ritmo 10s:
§ n.º QRS em 10s x 6
Electrocardiograma Normal Bases de Interpretação
Determinação do Eixo Eléctrico
Electrocardiograma Normal Bases de Interpretação
Determinação do Eixo Eléctrico

Cálculo do Vector Médio

Parelelograma de vectores

Quadrantes
§ polaridade QRS em DI e aVF

Eixo perpendicular
§ derivação mais positiva
§ derivação equifásica
§ ajuste
Olhar para DII!
+ - normal
- Desvio esquerdo
do eixo
Electrocardiograma Normal Bases de Interpretação
Terminologia do QRS

Q (ou q): primeira onda negativa


R (ou r): primeira onda positiva
S (ou s): negativa após R

Mais que uma onda: adicionar sufixo ‘ (R’, s’, etc)


Electrocardiograma Normal Análise Sistemática

Ritmo
Natureza:
§ RS: onda P positiva em todas as derivações do plano
frontal, excepto em aVR.

Frequência:
§ Bradicardia: < 60 bpm
§ Taquicardia: ≥ 100 bpm

Eixo Eléctrico
Normal:
§ [-300 ; +1100]
Desvio Esquerdo:
§ > - 300
Desvio Direito:
§ > +1100
Electrocardiograma Normal Análise Sistemática

Auriculograma
Duração:
§ 80 ms - 100 ms (DII)
§ > 120 ms: Anomalia auricular esquerda
Amplitude:
§ ≤ 2.5 mm
§ > 2.5 mm: Anomalia auricular direita
Morfologia:
§ Arredondada, monofásica (DII) ou bifásica (V1)
§ Entalhada “P mitral” (DII) e/ou bifásica + - - (V1): AAE
§ Ponteaguda “P pulmonale” (DII) e/ou bifásica + + - (V1): AAD

Intervalo P-R(Q)
Duração:
§ 120 ms - 210 ms (DII / V1)
Electrocardiograma Normal Análise Sistemática

Ventriculograma
Duração:
§ 60 ms - 100 ms (DII)
§ ≥ 110 ms: PCIV
§ > 120 ms: Bloqueio de ramo
Q patológica:
Amplitude: 0.03/0.04 s
§ 7 mm (PF); 10 mm (PH) e
> 25% R
§ < em ambos os planos: baixa voltagem
§ >> em determinadas derivações: HV
↑ R ↓S
R (V1) < 5 mm
Transição V3-V4
S (V1) ≤ 24 mm
R/S (V1) < 1
R (aVL) ≤ 13 mm
R (aVF) ≤ 21 mm
R (V5-V6) ≤ 27 mm
S(DI) + R (V5-V6) ≤ 35 mm (índice de Sokolow-Lyon)

Morfologia:
§ Estreito
§ Deflexão intrinsecóide (TAV): 0.03s p.c.dir.; 0.05 p.c.esq.
Electrocardiograma Normal Análise Sistemática

Repolarização Ventricular (T)


Amplitude:
§ < 10 mm; 25% R; (ondas T hiperagudas; hipercaliémia; …)
Morfologia:
§ Assimétrica (ramo ascendente mais lento)
§ Polaridade
DI: +
aVR: -
aVL,V1,V2: +/-
V3-V6: +

Repolarização Ventricular (ST - J - U)


Morfologia:
§ ST e J: isoeléctricos; supra. ou infra.; côncavo ou convexo
§ U ou T2: assimétrica; baixa voltagem; repolarização tardia ???

Intervalo Q-T
Duração:
§ 0.42s ♂ 0.43s♀ QTc = Q-T (s ) / √ R-R (s) Fórmula de Bazzett
Exercícios Práticos
Exercícios Práticos

bradicardia sinusal
Exercícios Práticos

bloqueio de ramo esquerdo


positivo com identação d2
Exercícios Práticos
• O termo arritmia é muito geral e refere-se a todos os ritmos
que não o sinusal

• Arritmia sinusal é uma pequena variação


do ritmo sinusal causada pela alteração do
equilíbrio autonómico durante o ciclo respiratório

l A presença de perturbações do ritmo não


reflete necessariamente doença cardíaca
• Ritmos de origem auricular apresentam frequência na
aurícula superior à do ventrículo

• Ritmos originados no ventrículo apresentam frequência


ventricular sup. à da aurícula

• Dissociação aurículo ventricular frequências auricular e


ventricular independentes
• Onda P
A preceder cada complexo QRS
Positiva nas derivações DII, DIII e aVF
Invertida em aVR

• Intervalo PR
Duração entre 0,12 e 0,21 s

• Complexo QRS
Duração inferior a 0,08 s

• Intervalo QT < 0.44 s

• Frequência cardíaca entre 60 e 100 bpm


• Ritmo sinusal com fc inferior a 60 bpm
• Fisiológica nos atletas
• Durante o sono
• Doença do nó sinusal
• Drogas como B B Adrenérgico; Antag Ca;
• Enfarte agudo do miocárdio
• Doença não cardíaca mixedema; PIC aumentada
• Ritmo sinusal com fc superior a 100 bpm
• Exercício físico
• Ansiedade ou qualquer desordem que aumente
actividade do SN simpático
• Desarranjo (raro) primário do nó sinusal (reentrada no
nó sinusal)
• Em geral é uma resposta fisiológica
• Em jovens
• Frequência cardíaca aumenta com inspiração
• Resposta a variação do SNA
• São ritmos
supraventriculares
regulares nos quais a
actividade auricular
reflete o local de origem

• A onda P nas derivações


DII, DIII e aVF é
negativa, precedendo ou
seguindo QRS, ou
ausente

• Ritmo escape juncional


(40 - 60 bpm)

• Ritmo juncional
acelerado (61 - 99 bpm)

• Taquicardia juncional
• Onda P anormal e prematura
• QRS semelhante ao do ritmo sinusal
• O intervalo pós extrassístole é mais curto que o intervalo
compensatório pós EV
• Onda P irreconhecível por ocorrer durante onda T precedente
• Extrassistolia auricular não conduzida
(intervalo acopolam/ muito curto)

• Bigeminismo auricular
• Originadas na junção AV podem ser retrogradamente
conduzidas e activar a aurícula antes, durante ou após
activação do ventrículo
• QRS alargado (»0,12 s) não precedido de onda P – condução
fora do tecido esp.

• Pausa compensadora

• Intervalo acopolamento fixo (reentrada)

• Ocorrência de longo ciclo cardíaco tende a precipitar


fenómenos de reentrada
• Direita versus esquerda
• V 1 positiva origem no VE
• Fibrilhação
• Impulso causador de reentrada produz múltiplos circuitos dentro
da aurícula
• Ondas “ f “ rápidas (350-600 bpm), irregulares, redondas,
multiformes
• Flutter
• O impulso causador de reentrada, produz um circuito simples,
dentro da aurícula
• Ondas “ F “ à frequência de 350 bpm, regulares, uniformes, tb
chamadas em “dente de serra”
• Ritmo ventricular variável de acordo com o grau de bloqueio AV, QRS
semelhante ao do ritmo sinusal
• Taquicardia Auricular provocada por circuito microreentrada
próximo do nó sinusal

• A frequência das ondas P varia entre 120 e 240 bpm,

• Ondas P anormais, mais estreitas e afiladas


• Frequência ventricular variável com o grau de bloqueio 1:1;
2:1… QRS semelhante ao em ritmo sinusal
• Conecção adicional entre aurícula e ventrículo
• FC varia entre 120 e 250 bpm; regular
• QRS estreito
• Impulso reentra na aurícula
depois da activação ventricular,
cada QRS será seguido de
onda P (anormais); nem sempre
detectável
• Ondas P invertidas, entalhadas no ou após QRS
• Taquicardia definida por 4 ou mais batimentos
extrassistólicos ventriculares, numa sucessão rápida
• FC entre 120 e 250 bpm
• QRS de duração sup. a 0,12 s

TV monomórfica
• Taquicardia ventricular com evidência directa de
actividade auricular independente

lTaquicardia ventricular c/ activação auricular


retrógrada
TV Displasia Arritmogénica do VD

Ritmo sinusal Displasia Arritmogénica do VD


• TV Polimórfica é caracterizada por mudanças repetidas e
progressivas no complexo QRS em relação linha de base

• Fibrilhação Ventricular
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

• Bloqueio cardíaco: pode ocorrer em qualquer local do sistema especializado de condução


desde as conexões sino-auriculares, junção AV, ramos dos feixes de His até às fibras ventriculares distais
de Purkinje

• Doença de condução – pode manifestar-se como:

• atraso da condução – 1º grau

• falha intermitente da condução – 2º grau


•tipo I (Wenckebach) – condução decremental (atraso progressivo da velocidade de
condução até que se verifica falha)

• tipo II (Mobitz) – bloqueio “tudo ou nada”

• falha completa da condução – 3º grau


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

• Bloqueio de saída – atraso ou falha da condução imediatamente distal a um local de


pacemaker

• ex. bloqueio sino-auricular

DII
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

• Bloqueio sino-auricular: tipo I e II

• Bloqueio AV:
• 1º grau,
• 2º grau (tipo I e II) e
• 3º grau

• Bloqueio intraventricular:
• bloqueio de ramo,
• bloqueio fascicular e
• bloqueios inespecíficos

• Bloqueio de saída: bloqueios imediatamente distais ao local de um pacemaker ectópico


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

• 2 tipos: tipo I e tipo II


• podem ser difíceis de distinguir se arritmia sinusal
• distinção ECG; sem relevância clínica
• bloqueio sino-auricular de 2º grau – único grau que pode ser reconhecido no ECG de superfície

• falha intermitente da condução entre o nó sinusal e a AD


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

• Bloqueio SA tipo I (Bloqueio SA Wenckebach)


• 1) intervalos PP gradualmente menores até que ocorre uma pausa
(o impulso sinusal bloqueado falha em atingir a aurícula)
• 2) a duração da pausa é < que os 2 intervalos PP precedentes
• 3) o intervalo após a pausa é > que o intervalo imediatamente antes da pausa

DD: arritmia sinusal sem bloqueio SA (muito difícil distinção)


•não é possível ver os eventos SA no ECG, mas sim apenas a resposta
auricular – ondas P
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

• Bloqueio SA tipo II
•intervalos PP constantes (excepto se arritmia sinusal presente) até que a falha de condução
ocorre
• a pausa é aproximadamente 2X o intervalo PP basal

DII
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio aurículo-ventricular (AV)

• Locais onde ocorre bloqueio:


• nó AV – mais comum
• feixe de His – incomum
• ramos do feixe de His e seus fascículos
(na presença de bloqueio completo de ramo pré-existente)
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

BAV 1º grau

Intervalo PR > 0,20 seg. (N: 0,10 – 0,20 seg.)


Todas as ondas P são conduzidas para o ventrículo

• Atraso da condução intra-auricular (incomum)

• Condução lentificada no nó AV (local + frequente)

• Condução lentificada no feixe de His (raro)

• Condução diminuída nos ramos do feixe de His (quando ramo contralateral bloqueado)
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

BAV 1º grau

PR>0.20 seg.
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

BAV 2º grau, tipo I

BAV 2º grau, tipo I (Wenkebach):


• intervalo PR progressivamente > (por pequenos incrementos) até que uma onda P não é conduzida

• intervalo RR da pausa é < que os 2 intervalos precedentes e o


intervalo após a pausa é > que o intervalo antes da pausa

• podem ocorrer formas atípicas


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

BAV 2º grau, tipo II

BAV 2º grau, tipo II (Mobitz):


• o intervalo PR é constante até que uma onda P não é conduzida

• devem existir 2 intervalos PR constantes consecutivos para o diagnóstico


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

BAV 2º grau, 2:1

BAV 2º grau inespecífico


• se bloqueio AV 2:1 não é possível assegurar se é tipo I ou II
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

BAV 2º grau, 2:1


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio 2º grau

Alto grau ou avançado – várias ondas P consecutivas bloqueadas


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio AV 3º grau

• BAV 3º grau habitualmente observa-se dissociação AV completa – as aurículas e


os ventrículos são despolarizadas por pacemakers independentes

• QRS estreitos sugerem um escape juncional que comanda os ventrículos, com bloqueio acima
do foco do pacemaker ectópico (habitualmente nó AV)

• QRS alargados sugerem um escape ventricular (ritmo idioventricular); bloqueio na junção AV


ou bilateralmente nos ramos do feixe de His
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

BAVC

P P P P P P P P P P

QRS QRS QRS QRS QRS


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Dissociação AV

• ritmos independentes na aurícula e no ventrículo

• não é sinónimo de BAV 3º grau - este constitui uma das causas de dissociação

• pode ser completa ou incompleta:

• completa – as aurículas e os ventrículos sempre independentes entre si


• incompleta – observa-se:
captura auricular intermitente a partir de um foco ventricular ou
captura ventricular intermitente a partir de um foco auricular


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueios intraventriculares

• Bloqueio completo do ramo direito

• Bloqueio completo do ramo esquerdo

• Bloqueio fascicular anterior esquerdo

• Bloqueio fascicular posterior esquerdo

• Bloqueios bifasciculares

• Perturbações inespecíficas da condução intraventricular

• WPW
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio do ramo direito

• BCRDtº - QRS ≥ 0,12 seg.

• características do QRS:

• forças terminais (2ª parte do QRS) – orientadas para a direita e anteriormente


(VD despolarizado após o VE)

• onda R’ terminal em V1 (rSR’) indica forças anteriores tardias

• ondas S terminais em DI, aVL e V6 indicam forças direitas tardias

• onda R terminal em aVR indica forças direitas tardias


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio do ramo direito

• eixo QRS no plano frontal - orientado na direcção N (-30 a +90°)

• se desvio esquerdo do eixo eléctrico pensar em BFAE

• se desvio direito do eixo eléctrico pensar em BFPE

• bloqueio incompleto do ramo direito – QRS: 0,10 – 0,12 seg.


(com as mesmas características na parte terminal do QRS)

• o ST-T deve estar orientado na direcção oposta às forças terminais do QRS (se =
orientação Þ interpretar como alterações primárias da repolarização)
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio de ramo direito

rSR’
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio do ramo esquerdo

• BCRE – QRS ≥ 0,12 seg.

• características do QRS:

• forças terminais (2ª parte do QRS) - orientadas para esquerda e posteriormente (VE é
despolarizado após o VD)

• ondas S terminais em V1 indicam forças tardias posteriores

• onda R terminal em DI, aVL e V6 indicam forças tardias esquerdas

• ondas R entalhadas e monofásicas nestas derivações

• é comum má progressão de R de V1 a V3
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio do ramo esquerdo

• ST-T deve estar orientado na direcção oposta às forças terminais do QRS


• nas derivações com forças terminais R ou R’ o ST-T deve orientar-se inferiormente

• nas derivações com forças S terminais o ST-T deve estar orientado superiormente

• se ST-T na mesma direcção da forças terminais do QRS – alterações 1as do ST-T

• bloqueio incompleto do ramo direito: QRS: 0,10 – 0,12 seg.

com < alterações de ST-T


habitualmente constitui uma progressão de HVE
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio completo do ramo esquerdo


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio fascicular anterior esquerdo

• é a perturbação + freq. dos defeitos de condução intraventriculares

• desvio esquerdo do eixo no plano frontal, habitualmente: -45 a -90 °

• complexos rS em DII, DIII e a VF

• ondas q pequenas em DI e/ou aVL

• tempo do pico da onda R em aVL > 0,04 seg.,


frequentemente com R “entalhado na fase descendente”
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio fascicular anterior esquerdo

• QRS habitualmente < 0,12 seg. ( a não ser que coexista BRDtº)

• é frequente má progressão de R de V1 a V3 e ondas S profundas em V5 e V6

• pode mimetizar HVE em aVL e mascára a presença de HVE em V5 e V6


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio fascicular anterior esquerdo

q
rS

rS rS
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio fascicular posterior esquerdo

• perturbação da condução intraventricular muito rara

• desvio direito do eixo no plano frontal (habitualmente > 100°)

• rS em DI

• qR em DII, DIII, aVF, com R em III > R em DII

• excluir clinicamente outras causas de desvio direito do eixo eléctrico como:

• cor pulmonale padrão ECG idêntico

• HTP, etc
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueio fascicular posterior esquerdo

rS

qR
rS
R DIII> R DII

qR qR
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Bloqueios bifasciculares

• BRDtº + BFAE (frequente) ou BFPE (incomum)

• características do BRDtº + alterações no plano frontal próprias do bloqueio


fascicular (desvio do eixo, etc.)
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

BAV 1º grau + bloqueio bifascicular


Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Perturbações inespecíficas da condução intraventricular

• QRS > 0,10 seg. Þ indica condução lenta nos ventrículos

• sem critérios definidos para bloqueio de ramo ou bloqueio fascicular

• causas:

• hipertrofia ventricular (+ HVE)

• enfarte do miocárdio (denominados bloqueios peri-enfartes)

• efeito de drogas, especialmente anti-arritmicos da classe IA e IC (ex.


quinidina, flecainida)

• hipercalemia
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

• não se trata verdadeiramente de uma perturbação da condução intraventricular;


causa um alargamento do QRS

• QRS – representa uma fusão entre 2 frentes de activação ventriculares

• activação ventricular precoce na região da via AV acessória (feixe de Kent)

• activação ventricular através da junção AV normal, sistema de ramos do feixe


de His
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

• critérios ECG:

• intervalo PR curto (<0,12 seg.)

• empastamento da parte inicial do QRS (onda delta):


activação ventricular precoce do músculo ventricular N na região da via acessória

• QRS com duração prolongada (habitualmente > 0,10 seg.)

• alterações 2as da repolarização (ST-T):


devido à alteração da sequência de activação ventricular
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca
Electrocardiograma patológico:
Perturbações da condução cardíaca

Hipersensibilidade do seio carotídeo


Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Pacemakers

Eléctrodo

Gerador
Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Pacemaker – definição:

Aparelho electrónico que emite impulsos eléctricos


com o objectivo de estimular o músculo cardíaco se:

- incapacidade do coração iniciar o estímulo eléctrico


ou
- perturbações na sua condução

Gerador do pacemaker

Eléctrodo auricular

Eléctrodo ventricular
Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Pacemaker – constituição:

Circuito electrónico
Bateria (lítio)

Eléctrodos
Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Perspectiva histórica:

•1932 – HYMAN •1958 – 1ªs UNIDADES IMPLANTÁVEIS


Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Perspectiva histórica:
Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Pacemakers – 2 funções básicas

• Pacing:
P

• Sensing:
Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Indicações para Pacing Cardíaco

• Bradiarritmias sintomáticas:

• Disfunção sino-auricular

• Bloqueio aurículo ventricular:

1º grau (PR > 0,3 seg); 2º grau, Mobitz I e II; 2:1; avançado; 3º grau

• Hipersensibilidade do sito carotídeo


Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Estudo das arritmias


Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Sintomas

• cansaço fácil / intolerância ao exercício

• dispneia

• palpitações

• tonturas

• confusão mental

• pré-síncope

• PDC
Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Modos de estimulação cardíaca

Estimulação auricular Estimulação ventricular Dupla câmara


Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Perspectiva histórica:

NASPE / BPEG Generic Code for Antibradycardia, Adaptive - Rate, and Multisite Pacing

Bernstein et al, Jornal of Pacing and Clinical Electrophysiology 2002, 25-2:260


The NASPE/BPEG Generic (NBG) Code
Position I II III IV V

Category Chamber(s) Chamber(s) Response Rate modulation Multisite


Paced Sensed to Sensing pacing

Letters O-None O-None O-None O-None O-None


Used
A-Atrium A-Atrium T-Triggered P-Simple A-Atrium
Programmable
V-Ventricle V-Ventricle I-Inhibited V-Ventricle
M-Multi-
D-Dual D-Dual D-Dual Programmable D-Dual
(A+V) (A+V) (T+I) (A+V)
C-Communicating
R-Rate
modulation

Manufac- S- Single S- Single


turer’s (A or V) (A or V)
Designation
Only

V V I R O
Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Pacemaker de câmara única

PACING AURICULAR PACING VENTRICULAR


Electrocardiograma patológico:
Pacemakers

Pacemaker de dupla câmara


• J.F.B. 65 anos.
• Diabetes tipo 2, dislipidémia.
• Medicado com: ADO, estatina, AAS.
• Dor precordial súbita, em moedeira, sem irradiação,
acompanhada de sensação de desfalecimento, a meio de uma
aula de cardiologia.
• 112 -> HGSA. (tempo dor – admissão aprox 40 min)
• TA=120/55, FC=90/min, rras. Eupneico. Pálido, diaforético.
Medicado com NTG na ambulância + O2. Dor ligeira.
• O que fazer?

1) Troponina rápida
2) Chamar cardiologista
3) RX tórax
4) Ansiolítico + AINE e reavaliar
5) Nenhuma das anteriores
O ESPECTRO DOS SÍNDROMES CORONÁRIOS AGUDOS

Roptura da placa

Adesão plaquetária

Trombose arterial com oclusão parcial


(angina instável)

Microembolização (EAM sem elevação ST)

Trombose com oclusão total (EAM com elevação ST)


O ESPECTRO DOS SÍNDROMES CORONÁRIOS AGUDOS

ECG

Reperfusão urgente Estratificação de risco

• Elevação ST ≥ 0,2mv em duas derivações precordiais contíguas


• Infra de ST V1-V3 e R >> S nas precordiais dtas
• Supra ST ≥ 0,1 mV nas periféricas
• Bloqueio de ramo esquerdo “de novo”
O ESPECTRO DOS SÍNDROMES CORONÁRIOS AGUDOS
Evolução do ECG na fase aguda do EAM com supra de ST:

üElevação de ST e ondas T hiperagudas são os achados mais precoces no ECG.

üHoras - > Dias: Onda Q e inversão da onda . Normalização da onda T e prognóstico.

ü Normalização do ECG: raro. Mais frequente em enfartes pouco extensos, boa


colaterização, bom prognóstico.

ü Onda Q em ≥ 3 derivações: correlação com necrose mais extensa, disfunção VE e pior


prognóstico. Presistência de supra de ST e áreas de discinésia ou aneurisma.
Localização da isquemia / enfarte

Lateral Antero-lateral

Parede inferior Apical / Lateral


Antero-septal
EAM hiperagudo extenso anterior e lateral; infra de ST recíproco inferior

EAM inferior, posterior e lateral evoluído;


EAM inferior com extensão ao ventrículo direito (oclusão da CD proximal)

Dicas para a localização mais


provável:

• ST DIII > DII e oclusão da CD

•ST DII > DIII + supra em DI e aVL +


infra V1-V3 e oclusão da CX proximal
EAM inferior e posterior
evoluído

• R > R´ em V1 = onda Q
do enfarte anterior

EAM posterior evoluído:

• R>>S V1-V3 = Q´s


anteriores
EAM na presença de bloqueios fasciculares

ü A presença de bloqueio de ramo direito não impede o diagnóstico de EAM com


supra de ST nem a identificação de ondas Q patológicas !
EAM na presença de bloqueios fasciculares

ü A presença de bloqueio de ramo esquerdo torna a interpretação do ECG em


contexto de EAM particularmente difícil, se não impossível.

EAM inferior

EAM septal: o vetor inicial afasta-se da área de


enfarte
• EAM anterior + choque
cardiogénico
• Coronárias “normais”
• “apical ballooning”

Takotsubo?
Pericardite aguda:

ü Corrente de lesão auricular


ü Corrente de lesão ventricular
ü Supra de ST em várias derivações (por vezes não contíguas)
ü Menos “infra” de ST recíprocas
ü Evolução diferente do EAM
Repolarização precoce:

ü Procurar ondas R
proeminentes

ü “take off” logo após pequena


onda S

ü ST concavidade superior

• EAM inferior antigo

• Hipercaliémia
HVE com sobrecarga

Cardiomiopatia
hipertrófica
Muito cuidado:
Pseudonormalização
do segmento ST
CASO #2 (HGSA, Set/2019)

• J.S.P., 71 anos
• Diabético, HTA e dislipidémia. Medicado com AAS, bisoprolol 10mg,
Valsartan, Clopidogrel, sinvastatina, nitratos, nifedipina, metformina.
• Doença vascular periférica (carotídea e femoral)
• Antecedentes de SCA em 2003: DC de 3 vasos (+ TC)
• CABG (2003): AMIE -> DA; enxerto livre de safena – RI
• A 13 de Set: dor precordial típica, despertada com exercicio e aliviada
com repouso e nitratos; A 15 de Out episódios para pequenos esforços e
em repouso.
• Recorre ao SU por episódio de dor precordial (em repouso) +/- 20min de
duração. Admitido já sem dor, TA=198/88, FC=60/min.
CASO #2 (HGSA, Set/2019)

O que fazer?

• 1) Análises com MNM

• 2) Chamar cardiologia

• 3) ECG

• 4) Todas as anteriores

• 5) Nenhum dos anteriores


TNI (SU ) = 0,2
TNI max = 16,2
CK total =751
Pericardites
Miocardites
Alterações Hidroelectrolíticas
Diagnóstico:
- História clínica (dor torácica pleurítica)
- Exame físico (atrito pericárdico)

C- Achados do ECG

- Outros
. Eco (derrame pericárdico)

. Estudo laboratorial
— Padrão evolutivo em 4 fases:

1. Supradesnivelamento ST

2. Pseudonormalização

3. Inversão de onda T

4. Normalização
1. Fase 1: Supra ST

. Fase mais precoce


. Envolvimento habitualmente
generalizado mas poupando
aVr, V1 e DIII
. Duração: horas a dias
. Associa-se frequentemente
a infradesnivelamento de PR
Diagnóstico diferencial com isquemia miocárdica

Pericardite Aguda EAM


. Ausência de ondas Q patológicas . Ondas Q patológicas de novo
Ondas Q . Pequenas Qs septais possíveis (marcador de enfarte)

. Côncavo para cima ( “sorridente” J), . Convexo, envolvendo derivações


Elevação ST difuso, mas poupando aVr, V1 e DIII localizadas à área do enfarte

. Ausente . Frequente em derivações localizadas


Depressão longe da área de enfarte
recíproca ST

. Permanece positiva enquanto existir supra . Inversão simétrica de T


Onda T de ST concomitante com elevação de ST
. Invertem na fase de ST isoeléctrico
3. Fase 3: Inversão de onda T

.Inversão generalizada
de onda T , simétricas
. Difícil distinção com
isquemia
. Pode persistir por
semanas ou meses
Pericardite aguda
Miocardite Aguda

. Subclínica
Apresentação clínica variável o que reflecte . IC aguda
também a variabilidade da gravidade da doença . Choque
cardiogénico
. Morte súbita
. Focal
. Inflamação miocárdica
. Difusa

Etiologia vírica é a mais comum e o vírus mais


frequentemente implicado é o Coxsackie B
O ECG é quase sempre invariavelmente anormal mas as

alterações são múltiplas e inespecíficas

A taquicardia é o achado mais comum

Supradesnivelamento de ST mimetizando EAM ou Pericardite

Alterações inespecíficas de ST-T

Disritmias supraventriculares e ventriculares

20% desenvolvem alterações da condução AV

20% desenvolvem BCRE ou BCRD que podem perdurar


Actividade eléctrica das células
miocárdicas individuais – potencial de
acção – é significativamente influenciada Saída de K+
Entrada de Ca
pelo “ambiente bioquímico”

O2

Ph (H+)

Glicose

Electrólitos

. K+
Entrada de Na+ Saída K+
. Ca

. Mg Correntes iónicas transmembranares


Condiciona efeitos significativos no ECG, sendo este uma
excelente ferramenta clínica para avaliar a sua presença

Fase 1 Ondas T pontiagudas,


de base estreita

Fase 2 Redução amplitude/desaparecimento onda P

Fase 3 Alargamento do QRS


• Primeira manifestação a ocorrer:
K+ entre 5,5 – 7,0 mmol/l
• Fase 1 • Melhor visível em II, III, V2-V4
• Apenas 1/5 com morfologia típica
• Na maioria dos dts apenas T elevada
amplitude (≥ R em > 1 derivação)

Diagnóstico diferencial com:

Variante do normal Isquemia

Base mais larga Imagem em espelho de


Menos pontiaguda isquemia da parede
Frequente adulto jovem posterior
V1-V4
Hipercalemia

n Fase 2

Alterações da onda P e Intervalo PR :


• K+ entre 6,5- 7,5 mmol/l
• Alargamento e aplanamento da onda P
• Alargamento de PR
• Desaparecimento de onda P
Hipercalemia

n Fase 3

Alterações do QRS:
• K+ entre 7,0 - 10 mmol/l
• Alargamento de todas as fases do QRS
(e não apenas as forças terminais como nos bloqueios de ramo)
• Fusão com a onda T aparentando morfologia sinusoidal
• Assistolia e Fibrilação ventricular
Hipercalemia
K – 7,9 meq/l QRS – 240 ms aplanamento P,↑ PR
Padrão sinusoidal K+ > 8 mmol/l
Hipocalemia

As manifestações electrocadiográficas não são precoces e


surgem apenas para valores de K+ < 2,7 mmol/l:

• Diminuição amplitude e alargamento de onda T

• Depressão de ST

• Onda U

• Fusão T/U e Aumento do intervalo QT

(particularmente se em concomitância com hipomagensemia)

• Extrassistolia ventricular (EV, Torsades de pointes, FV)

• Arritmias supraventriculares: Taquicardia auricular paroxística,


taquicardia auricular multifocal, FA, Flutter
Onda U
•Sinal mais característico
(mas não patognomónico)
•Melhor visíveis V2-V6
•Amplitude com relação
inversa com níveis de K+

K+ 2,5 mmol/l K+ 2,16 mmol/l


Normal Hipocalemia ligeira Hipocalemia grave
a moderada

•Aumento amplitude onda U


• Aplanamento T
•Prolongamento QT (QU)
• Depressão ST
•. Pode ocorrer alargamento
• Onda U
do QRS e inversão T

• Muitos dts com hipocalemia não apresentam alterações no ECG


• Muitas das características electrocardiográficas da hipocalemia surgem em dts
com níveis de K+ normais
• Ao contrário da hipercalemia, na hipocalemia o ECG não é um preditor da sua
presença ou severidade
Hipocalemia
Hipocalemia
Hipomagnesemia
“O catião esquecido”

• Manifestações clínicas e electrocardiográficas semelhantes à hipocalemia


• Deve proceder-se a correcção simultâneas de ambas
Hipercalcemia
• Alterações habitualmente subtis
• Surgem tardiamente para níveis consideravelmente
elevados de Ca+ (> 12mg/dl
• Encurtamento do intervalo QT

Hipocalcemia
• Alargamento do intervalo QT, devido a alongamento do ST
2º a um atraso no início da repolarização
• Não afecta onda T ou ST
• Conjuntamente com a hipocalemia e a hipomagnesemia é
uma das 3 alterações electrolíticas que alargam o QT

Hipo ou hipernatremia
• Não se associam a qualquer alteração no ECG característica
Hipercalcemia
Hipercalcemia
Hipocalcemia
Hipocalcemia
Monitorização
Electrocardiográfica
e

Artefactos
Técnicas de Monitorização
Mason-Likar

o Maior acuidade diagnóstica


o Mais estudado / alterações da variante
o Excelente monitorização
• alterações ST-T
• disritmias
• perturbações da condução

o Difícil monitorização (10 eléctrodos)


o Artefacto / ♀
o DC
Artefactos
Tipos de Artefactos

o Técnicos
• dextrocardia
• incorrecta colocação eléctrodos membros e pré-cordias
• calibração
• incorrecta colocação eléctrodos membros e pré-cordias

o Anatómicos
• dextrocardia
• variantes anatómicas

o Outros
• tremores musculares
Artefactos
Artefactos
• P-QRS-T (- DI)
• P-QRS-T (+aVR)
o Tremores musculares
• Colocar doente na posição mais confortável
possível e mantê-lo relaxado;
• Verificar temperatura ambiente da sala;
• Verificar a existência de gel electrocondutor
em quantidade suficiente;
• Activar filtro de baixa frequência (se ainda
o Dextrocardia não estiver activado);
• Dextrocardia Técnica • Trocar cardioclips por ventosas.
Recolocar os cardioclips na posição
correcta;
• Dextrocardia Anatómica
Trocar os cardioclips dos membros
superiores e colocar eléctrodos de
sucção na posição V1 e V2 (passando a
denominar-se, respectivamente, por V2
e V1) e V3R a V6R.

o Interferências
• Verificar a existência de campos electromagnéticos (equipamentos
próximos, bombas infusoras, cabos de alimentação, lâmpadas de néon, etc.);
• Verificar ligação à terra;
• Verificar existência de cruzamento entre cabos de alimentação e cabos do
doente;
• Verificar a existência de fractura num dos cabos;
• Activar filtro de alta frequência (se ainda não estiver activado).
• Antes de tudo!
• Confirmar o nome paciente e data-
• Condições técnicas e calibração – 25mm/seg 10mm/mv
• 1- Frequência cardíaca
• Ritmos Regulares

• Regra dos “1500”:


§ 1500/n.º quadrados pequenos” (0.04s - 1mm)

• Regra dos “300”:


§ variante; 300/”n.º quadrados grandes” (0.2s - 5mm) 300 -150-100-75-60-50-40etc

• Ritmos Irregulares
Frequência:
• Ritmo 6s:
§ n.º QRS em 6s x 10
§Bradicardia: < 60 bpm
• Ritmo 10s: §Taquicardia: ≥ 100 bpm
§ n.º QRS em 10s x 6
• 2- Ritmo
• Ondas P?
• Onda P positiva em todas as derivações do plano frontal,
excepto em aVR. Ritmo Sinusal
Sem ondas P – Irregularmente irregular? Fibrilhação auricular
Ondas dente serra DII, DIII, AVF- ? 2-1; 4;1
Juncional?
• 3- Onda P

• Anomalia auricular esquerda? >0.12seg

• Anomalia auricular direita? >2.5mv

• >2 morfologias de P- Ritmo auricular multifocal


• 4- Intervalo PQ

• Curto? <0.12seg

• Prolongado? >0.2seg
• Olhar para relação PQ? Regular ? Constante? Dissociada?

• Bloqueios?
• Sino-auricular?
• Auriculo-ventricular?
• 1 grau? 2 grau? Mobitz 1/ Mobitz 2?
• 3 grau?
• 5- Complexo QRS – 3 perguntas?

• Largura complexo QRS?


• >0,12seg Bloqueios intraventriculares? BRE? BRD? Hemibloqueios?

• Amplitude onda R?
• Baixa voltagem?
• Critérios de HVE?
• (Desvio esquerdo eixo; S v1+RV5/V6 >35mm; RAVl>11mm)

• Critérios de HVD?
• (Desvio direito do eixo; ondas R V1-V3 ; R>S V1; ondas S V5-V6; V1 +S
V5/6 >v10mm; infradesnivelamento ST V1-V3)

• Avaliar presença de ondas Q patológicas?


• 6- Intervalo ST

• Curto? Prolongado? (QT)

• Supra/infradesnivelamento de ST?
Convexo/concavo?
• Derivações? Alterações em espelho?

• Inversão da onda T?
• Simêtrica? Assimêtrica?
• 7- Eixo cardíaco

Normal:
§ [-300 ;
+1100]
Desvio Esquerdo:
§ > - 300
Desvio Direito:
§ > +1100

Olhar para DII!


+ - normal
- Desvio esquerdo
do eixo
Dúvidas?

Apresentação com o apoio do Dr. Hipólito Reis.

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