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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA

CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP

Processo nº 123456

CONDOMÍNIO BOSQUE DAS TULIPAS, já qualificado nos autos do


processo em epígrafe (ação de responsabilidade civil) que lhe move o senhor
JOÃO, neste ato processual sendo representado pelo seu atual síndico,
MARCELO ARANTES, no qual também já foi devidamente qualificado na peça
vestibular, pelo procedimento comum, vem por intermédio de seu procurador
devidamente constituído nos termos dos artigos 103 e 105 do novo código de
processo civil (procuração em anexo), com endereço profissional situado na
Rua ... (endereço completo), vêm respeitosamente e com acatamento perante
vossa excelência tempestivamente e nos termos do artigo 335 do NCPC propor
CONTESTAÇÃO.

I - DOS FATOS

Em curta síntese, o AUTOR ingressou com a presente demanda alegando


que à data dos fatos fora atingido por um pote de vidro que teria sido
arremessado da janela de um apartamento do edifício do condomínio RÉU,
tendo sido, em razão deste fato, submetido a cirurgias e longo período de
internação.

Suscitando que em razão dos acontecidos teria sido arremetido por


diversos danos, inclusive em razão de ter permanecido impossibilitado de
exercer sua atividade laboral por aproximadamente 60 dias, pleiteia o AUTOR
o pagamento de lucros cessantes, bem como danos morais, arguindo integral
responsabilidade do Condomínio RÉU.

II - DAS PRELIMINARES

II.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA

No presente caso o requerido não pode figurar como parte passiva no


processo, vez que, nos termos do Art. 939 do Código Civil, o autor identificou o
morador do Apartamento nº 601 do referido condomínio, não derivando o dano
de algum tipo de componente do prédio em si, mas sim, de algo da própria
unidade autônoma.

Portanto, nos termos do Art. 339 do CPC, o polo passivo da presente


demanda deverá ser composto pelo morador do Apartamento 601, vez que o
pote de vidro fora lançado do referido apartamento, o qual atingiu o requerente
que transitava pela calçada.

II.2. DA INCOMPETÊNCIA RELATIVA

Conforme preceitua o Art. 337, inciso II do CPC, cabe ao réu, antes de


discutir o mérito, alegar incompetência absoluta e relativa.

No caso em epígrafe, o autor ajuizou a ação de responsabilidade civil no


foro de seu domicílio, o que diverge da previsão mantida no Art. 53, inciso IV,
alínea “a” do CPC, o qual dispõe:

“É competente o foro:

IV – do lugar do ato ou fato para a ação:

a) de reparação do dano; (...)”.

Portanto, diante do exposto, a consequência da arguição de uma


preliminar dilatória, em razão da incompetência relativa observada é a
necessidade de regularização do processo, ou seja, a remessa dos autos para
o foro de domicílio do réu.

III - DO MÉRITO

Em respeito aos princípios da eventualidade, concentração e do ônus da


impugnação especificada, além da tese preliminar, apresenta-se tese meritória.

III.1. DA AUSÊNCIA DE NEXO CAUSAL NA SEGUNDA INTERNAÇÃO

Ainda que se impute ao condomínio, pessoa jurídica, a responsabilidade civil


pelo dano experimentado faz-se necessário estabelecer uma cisão entre o
nexo de causalidade decorrente da segunda internação do autor. No presente
caso, mesmo após retornar ao trabalho e estar apto a exercer suas funções
regulares, João retornou ao hospital, para nova cirurgia, em decorrência de
uma infecção no crânio causada por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo
por ocasião da primeira cirurgia. Ora, não há nexo causal entre a suposta
conduta do condomínio e a segunda internação. Importante consignar, que até
mesmo a responsabilidade objetiva exige o nexo causal como um de seus
elementos. Logo, não há que se falar em dever de indenizar no tocante a perda
da quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais) referentes a lucros cessantes,
conforme art. 944, do Código Civil.

IV - DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer:

a) o acolhimento da preliminar, no sentido de reconhecer a ilegitimidade


passiva do requerido, extinguindo o processo sem a resolução do
mérito, nos termos do Art. 485, inciso VI do CPC,
b) caso superado o pedido do reconhecimento da ilegitimidade passiva,
que seja acolhida a preliminar de incompetência relativa prevista no Art.
337, inciso II c/c Art. 53, inciso IV, alínea “a”, ambos do CPC;
c) subsidiariamente, a redução da quantia pretendida em razão da
ausência de nexo causal entre o segundo dano experimentado pelo
autor e a conduta atribuída ao réu conforme Art. 944, do CC.
d) a condenação em custas e honorários de advogado, nos termos do Art.
82, parágrafo 2º e Art. 85, ambos do CPC.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

Termos em que pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB nº ...

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