O condomínio contesta a ação movida contra ele alegando: 1) Ilegitimidade passiva, já que o dano não partiu de componente do prédio, mas de apartamento específico; 2) Incompetência relativa, uma vez que a ação deveria ser movida no foro do réu; 3) Ausência de nexo causal entre a conduta atribuída e a segunda internação do autor. Pede a improcedência total ou parcial da demanda.
Descrição original:
Trabalho acadêmico para dar noções de como estruturar uma contestação sem reconvenção.
O condomínio contesta a ação movida contra ele alegando: 1) Ilegitimidade passiva, já que o dano não partiu de componente do prédio, mas de apartamento específico; 2) Incompetência relativa, uma vez que a ação deveria ser movida no foro do réu; 3) Ausência de nexo causal entre a conduta atribuída e a segunda internação do autor. Pede a improcedência total ou parcial da demanda.
O condomínio contesta a ação movida contra ele alegando: 1) Ilegitimidade passiva, já que o dano não partiu de componente do prédio, mas de apartamento específico; 2) Incompetência relativa, uma vez que a ação deveria ser movida no foro do réu; 3) Ausência de nexo causal entre a conduta atribuída e a segunda internação do autor. Pede a improcedência total ou parcial da demanda.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA
CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP
Processo nº 123456
CONDOMÍNIO BOSQUE DAS TULIPAS, já qualificado nos autos do
processo em epígrafe (ação de responsabilidade civil) que lhe move o senhor JOÃO, neste ato processual sendo representado pelo seu atual síndico, MARCELO ARANTES, no qual também já foi devidamente qualificado na peça vestibular, pelo procedimento comum, vem por intermédio de seu procurador devidamente constituído nos termos dos artigos 103 e 105 do novo código de processo civil (procuração em anexo), com endereço profissional situado na Rua ... (endereço completo), vêm respeitosamente e com acatamento perante vossa excelência tempestivamente e nos termos do artigo 335 do NCPC propor CONTESTAÇÃO.
I - DOS FATOS
Em curta síntese, o AUTOR ingressou com a presente demanda alegando
que à data dos fatos fora atingido por um pote de vidro que teria sido arremessado da janela de um apartamento do edifício do condomínio RÉU, tendo sido, em razão deste fato, submetido a cirurgias e longo período de internação.
Suscitando que em razão dos acontecidos teria sido arremetido por
diversos danos, inclusive em razão de ter permanecido impossibilitado de exercer sua atividade laboral por aproximadamente 60 dias, pleiteia o AUTOR o pagamento de lucros cessantes, bem como danos morais, arguindo integral responsabilidade do Condomínio RÉU.
II - DAS PRELIMINARES
II.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA
No presente caso o requerido não pode figurar como parte passiva no
processo, vez que, nos termos do Art. 939 do Código Civil, o autor identificou o morador do Apartamento nº 601 do referido condomínio, não derivando o dano de algum tipo de componente do prédio em si, mas sim, de algo da própria unidade autônoma.
Portanto, nos termos do Art. 339 do CPC, o polo passivo da presente
demanda deverá ser composto pelo morador do Apartamento 601, vez que o pote de vidro fora lançado do referido apartamento, o qual atingiu o requerente que transitava pela calçada.
II.2. DA INCOMPETÊNCIA RELATIVA
Conforme preceitua o Art. 337, inciso II do CPC, cabe ao réu, antes de
discutir o mérito, alegar incompetência absoluta e relativa.
No caso em epígrafe, o autor ajuizou a ação de responsabilidade civil no
foro de seu domicílio, o que diverge da previsão mantida no Art. 53, inciso IV, alínea “a” do CPC, o qual dispõe:
“É competente o foro:
IV – do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação do dano; (...)”.
Portanto, diante do exposto, a consequência da arguição de uma
preliminar dilatória, em razão da incompetência relativa observada é a necessidade de regularização do processo, ou seja, a remessa dos autos para o foro de domicílio do réu.
III - DO MÉRITO
Em respeito aos princípios da eventualidade, concentração e do ônus da
impugnação especificada, além da tese preliminar, apresenta-se tese meritória.
III.1. DA AUSÊNCIA DE NEXO CAUSAL NA SEGUNDA INTERNAÇÃO
Ainda que se impute ao condomínio, pessoa jurídica, a responsabilidade civil
pelo dano experimentado faz-se necessário estabelecer uma cisão entre o nexo de causalidade decorrente da segunda internação do autor. No presente caso, mesmo após retornar ao trabalho e estar apto a exercer suas funções regulares, João retornou ao hospital, para nova cirurgia, em decorrência de uma infecção no crânio causada por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo por ocasião da primeira cirurgia. Ora, não há nexo causal entre a suposta conduta do condomínio e a segunda internação. Importante consignar, que até mesmo a responsabilidade objetiva exige o nexo causal como um de seus elementos. Logo, não há que se falar em dever de indenizar no tocante a perda da quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais) referentes a lucros cessantes, conforme art. 944, do Código Civil.
IV - DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer:
a) o acolhimento da preliminar, no sentido de reconhecer a ilegitimidade
passiva do requerido, extinguindo o processo sem a resolução do mérito, nos termos do Art. 485, inciso VI do CPC, b) caso superado o pedido do reconhecimento da ilegitimidade passiva, que seja acolhida a preliminar de incompetência relativa prevista no Art. 337, inciso II c/c Art. 53, inciso IV, alínea “a”, ambos do CPC; c) subsidiariamente, a redução da quantia pretendida em razão da ausência de nexo causal entre o segundo dano experimentado pelo autor e a conduta atribuída ao réu conforme Art. 944, do CC. d) a condenação em custas e honorários de advogado, nos termos do Art. 82, parágrafo 2º e Art. 85, ambos do CPC.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.