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TUMORES ÓSSEOS MALIGNOS

Inavan Dantas – Turma XIV – Medicina UERN


Aula Prof. Vicente Andrade; MedCurso 17; Guia prático para o Diagnóstico de TU ósseos

INTRODUÇÃO reacional, que não traduz a verdadeira característica da


lesão.
LESÕES ÓSSEAS
Obs.: Fratura de estresse em criança jovem parece muito com
 Lesões pseudotumorais osteossarcoma ao RX – diferenciar pela peça histológica 
o Cisto ósseo simples Uma criança que teve um trauma recente, como durante uma
o Cisto ósseo aneurismático 1
luta de judô, pode apresentar uma lesão óssea ao RX muito
o Defeito fibroso cortical / FNO parecido com um osteossarcoma.
o Granuloma eosinofílico
 Tumores benignos Obs.: Toda criança com dor em membros, considerar
o Osteoma osteóide osteossarcoma – pedir exames de imagem
o Osteoblastoma CLASSIFICAÇÃO  Clássico, teleangectásico,
o Osteocondroma fibroblástico, condroblástico, de pequenas células, parosteal,
o Condroblastoma periosteal e secundário a irradiação ou a doença de Paget.
 Tumores malignos (na criança)
o Osteossarcoma TRATAMENTO
o Sarcoma de Ewing
 QT neoadjuvante / Cirurgia / QT adjuvante  A QT
Essa aula será sobre tumores malignos e tumores metastáticos. neoadjuvante aumentou muito a chance de preservação do
Os tumores primários acometem o osso durante o membro. Antigamente a amputação era muito mais
desenvolvimento acelerado. comum.
 Não se faz RT em osteossarcoma! Ela pode aumentar o
OSTEOSSARCOMA osteossarcoma.
 Cirurgia
 Tumor maligno primário mais comum.
 Preservação x amputação
 5,6 casos / milhão de crianças até 15 anos
 Preservação: opções de reconstrução de esqueleto em
 Adolescentes  mais raro
fêmur, tíbia e úmero
 Dor e aumento de volume com bom estado geral  o o Endoprotese não convencional
paciente em uma semana está bem e na outra já apresenta
o Enxerto ósseo: autoenxerto, aloenxerto
piora.
 Sobrevida de 60% em 5 anos para não metastáticos e 10%
 60% fêmur distal + tíbia proximal  Locais com
para metastáticos
cartilagem de crescimento muito rápido.
 Osteossarcoma multicêntrico é de prognóstico muito
 Discrepância trauma/duração dos sintomas
reservado, mas é muito raro também.
 Diagnóstico radiológico!
 Radiografia: lesão metaepifisária, blástica/lítica, Resumo MedCurso 2017 - Osteossarcoma: É o sarcoma
destruição cortical, levantamento periosteal, triangulo de ósseo mais comum, predominando na faixa etária entre 10-
Codman, imagem em raios de sol, invasão de partes moles. 25anos, e por ordem decrescente de frequência. Pode ser
 A reação perioteal é muito importante nesse tipo de tumor. secundário à doença de Paget óssea. Acomete geralmente a
O crescimento é tão rápido que logo a gente não consegue metáfise dos ossos longos, sendo muito mais comum nos ossos
mais diferenciar o que é osso e o que é partes moles. do joelho, como o fêmur distal (52%) e tíbia proximal (20%),
seguido pelo úmero proximal (9%). É um tumor de crescimento
ESTADIAMENTO rápido, formador de osso, e é diagnosticado geralmente no
 RX estágio IIB. Os sintomas são a dor local (maior à noite),
tumefação e fratura patológica. A fosfatase alcalina está
 Cintilografia Óssea  Pesquisa de lesões
elevada. A radiografia revela uma lesão heterogênea de bordos
 TC tórax  Procurar metástase pulmonar. Grande parte
indistintos, com áreas blásticas de osso esclerótico, reação
dos pacientes com lesões de úmero proximal já tem
periosteal e expansão para além da cortical do osso, por vezes
metástases em pulmão – prognóstico muito ruim
sendo descrita como imagem dos “raios de sol”. O tratamento
 RM  Já pensando em fazer a cirurgia. Serve para
se baseia na cirurgia sempre associada à quimioterapia
melhor delimitar o tumor. Quando pedir RM, tirar de todo
neoadjuvente (pré) e adjuvante (pós). Se possível, deve ser
o membro para avaliar a extensão da lesão
tentada a cirurgia preservadora do membro, utilizando-se
 Biopsia  tecidos osteoide formado por células
endopróteses e homoenxertos. Caso contrário, está indicada a
neoplásicas malignas = diagnóstico. A biopsia é
amputação (mesmo assim, a QT deve ser realizada com o
mandatória para quem vai fazer tratamento definitivo. A
protocolo pleno). Com a terapia correta, consegue-se uma
biopsia por agulha é a mais usada atualmente e, quando
sobrevida em cinco anos de 65-70%. Metástases pulmonares
necessário, pode ser guiada por radioscopia ou TC. Não
podem ocorrer (estágio III) e contraindicam a terapia cirúrgica
puncionar o triângulo de Codman, pois há apenas osso
curativa...
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Uma lesão nesse estágio não tem muito o que fazer. A sobrevida é baixa e já
há grande risco de haver metástase.

Lesão em raios de sol. É em alusão como a luz que entra por uma fresta. É
como se o osso tivesse “explodido”. Quando o tumor cresce, o periósteo tenta
conter o crescimento, criando linhas concêntricas.

Lesões metastáticas pulmonares.

Radiografia mostrando o triângulo de Codman em um osteossarcoma da


extremidade distal do fêmur. É o levantamento periosteal em forma de triangulo
em uma região que não é tumor ósseo propriamente dito.

Skip metástase. Metástase de seguimento. Há comprometimento dos tecidos


adjacentes ao tumor.

Peça anatômica mostrando o comprometimento de partes moles.

Aspecto de lesão pós QT. Note como ela fica encapsulada e fácil de
Note na peça anatômica as lesões em raios de sol. diferenciar do tecido sadio.
SARCOMA DE EWING mais comum a diáfise femoral, seguida pela fíbula e ulna. O
paciente se apresenta com dor, tumefação local e pode ter
 Segundo tumor ósseo maligno pediátrico mais frequente sintomas constitucionais (exceção à regra dos tumores ósseos).
 Acomete mais a população jovem  É o tumor mais A radiografia demonstra uma lesão permeativa, salpicada, com
comum na primeira década – 7 a 15 anos. aspecto em “roído de traças”, com predomínio de áreas líticas
 Faz parte de um conjunto de tumores do neuroectoderma. sobre as blásticas, e reação periosteal. Pode ser confundido com
 ESFT: PNET: Tumor de Askin, sarcoma de Ewing osteomielite!! Este tumor possui alta chance de
 2:1 Casos/milhão de crianças até 15 anos extracompartimentalização e metástases à distância, exigindo
 Extremamente raros em negros sempre TC de tórax e abdome, bem como uma cintilografia
 Translocação (11:22) – 90% dos casos  Mas não se sabe óssea. O tratamento se baseia na radioquimioterapia (altamente 3
se é exatamente a causa do tumor. Não serve como radio e quimiossensível) neoadjuvante e adjuvante e na cirurgia
diagnóstico. preservadora do membro (se possível).

QUADRO CLÍNICO

 Queixa de dor de forte intensidade, acompanhada de


aumento de volume, sinais inflamatórios locais e sintomas
sistêmicos como perda de peso, adinamia e febre, tornando
em alguns casos a distinção com osteomielite muito difícil.
 Crescimento mais lento, história mais arrastada
 Similar aos osteossarcomas, mas pode cursar com febre e
perda ponderal. Diferencial com osteomielite
 É muito difícil de diferenciar da osteomielite subaguda
 Pode causar lesões que lembram abcesso.
 Cinturas pélvicas e escapular mais frequentes que que nos
OS

EXAME DE IMAGEM – Radiografia

 Lesão metadiafisária
 Lítica
Lesão em casca de cebola
 levantamento periosteal em casca de cebola  Como o
tumor cresce lento, o periósteo consegue envolve-lo, mas
logo depois o tumor o engloba novamente.
 Grande invasão de partes moles

ESTADIAMENTO

 RX, cintilografia óssea, biopsia de medula óssea, TC de


tórax, RM
 Biopsia: células pequenas e redondas, sem tecido osteoide
produzido por elas: CD99+

TRATAMENTO

 O tratamento deve ser instituído o mais rápido possível


Pós a QT, o tumor fica encapsulado e mais fácil de ser removido
após confirmação diagnóstico para o exame
cirurgicamente. Se torna uma lesão operável.
histopatológico e pode ser iniciado com quimioterapia
neoadjuvante, seguida de cirurgia com margens amplas ou
radicais e quimioterapia adjuvante. Algumas vezes, a
radioterapia pode também ser utilizado após a
quimioterapia pré-operatória.
 QT, cirurgia, QT
 Radioterapia pode ser utilizada em tumores irressecaveis
ou com margem cirurgia exígua
 Cirurgia: idem osteossarcoma
 Prognóstico: 60% de sobrevida em 5 anos; recidiva tardia

Resumo MedCurso 2017 - Sarcoma de Ewing  É um


sarcoma ósseo de alta malignidade, de origem desconhecida, e
que predomina em crianças, na faixa etária entre 5-15 anos.
Acomete principalmente as diáfises dos ossos longos, sendo
Tumor de Askin
LESÕES METASTÁTICAS CLASSIFICAÇÃO DE ENNEKING

 Meta frequente – 1:300.000/ano EUA  Tumor mais  Critérios


frequente  Clínicos, radiográficos, anatomopatológico, topográfico.
 Mais acometido  Esqueleto axial – coluna, costela e  Com ou sem Meta.
bacia. Se ver lesão em membros, dificilmente é metastática.  Graduação
 15-30% sem sitio primário o G0 (benigno)  sem meta, bem delimitado,
 > 40 anos bem diferenciado.
o Confirmar meta o G1(baixo grau)  crescimento lento, meta raro,
o Realizar biopsia invasão indolente, diferenciação moderada. 4
o Sitio primário o G2 (alto grau)  crescimento rápido, meta
 Sítios  Mama, próstata, pulmão, rim tireoide (em ordem frequente, destrutiva, pouca diferenciação.
de frequência)

DISSEMINAÇÃO

 Hematogênica  É a mais comum


o Neoplasia primaria causa lesão de vasos regionais
o Para a medula vermelha
 Direta  incomum
 Linfática  Rara

IMAGEM - Radiográfico

 Cintilografia  Importante sempre ter, porque quando


temos uma lesão no fêmur, por exemplo, temos que fazer a
pesquisa para saber se a lesão trata de uma tumor e se há
outros sítios acometidos.
 TC e RNM  Definir tratamento.

TRATAMENTO

 Clinico  Estadiamento com o oncologista


 Ortopédico  Fraturas por lesões metastáticas são
sempre cirúrgicas

Lesão metastática de vertebra. A lesão sempre começa pelo pedículo, pois é o


local de entrada dos vasos sanguíneos.

Cintilografia com aumento de captação de TC.

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