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Anamnese

Definição – ana=trazer de volta, que as despoja dos seus elementos inúteis e as


mnesis=memória. Significa, portanto, trazer interpreta à luz dos conhecimentos médicos.
de volta à mente todos os fatos relacionados à
É um registro cronológico e detalhado
doença e a à pessoa doente.
do problema atual de saúde do paciente. As
Identificação – A identificação possui recomendações para a realização desse passo
múltiplos interesses. O primeiro deles é de são: determinar o sintoma-guia, marcar a
iniciar o relacionamento com o paciente. época de seu início, use o sintoma-guia como
Contém elementos indispensáveis como: fio condutor da história e estabeleça as
Nome, Idade, Sexo, Cor (Etnia), Estado Civil, relações das outras queixas com ele, verifique
Profissão, Local de Trabalho, Naturalidade, se a história obtida tem começo, meio e fim.
Residência, outros (filiação à órgãos de • Início;
previdência, religião). • Duração;
Queixa Principal – Registra-se a queixa • Frequência;
principal que levou o paciente a procurar o • Fatores precipitantes;
médico, repetido se possível as expressões por • Sintomas associados;
ele utilizadas. Alguns objetivos são: Procurar • Fatores de melhora e piora;
esclarecer os sintomas descritos pelo paciente • Episódios prévios;
sob uma outra denominação; solicitar que ele • Progressão dos sintomas;
dê uma tradução em linguagem corriqueira • Situação no momento atual.
daquilo que se sente. Vale ressaltar que é um
verdadeiro risco tomar ao pé da letra os Interrogatório Sintomatológico – Trata-se
“diagnósticos” dos pacientes, seja por indução de uma avaliação detalhada dos sintomas de
ou por aceitação, tornando-se inaceitável essa cada sistema corporal. Chamado também de
atitude por parte do médico. anamnese especial ou revisão dos sistemas,
constitui, na verdade, um completo da HDA.
História da Doença Atual – É parte principal Caso a HDA tenha sido bem elaborar, existem
da anamnese e costuma ser a chave-mestra poucos registros a serem considerados nessa
para se chegar ao diagnóstico. As etapa, entretanto é um elemento indispensável
recomendações para a realização desse passo para o exame clínico. Essa etapa permite que
são: (1) determinar o sintoma-guia, (2) o médico levante possibilidades e reconheça
marcar a época de seu início, (3) use o enfermidades que não tem relação direta com
sintoma-guia como fio condutor da história e o quadro sintomatológico registrado no HDA,
estabeleças as relações das outras queixas novos sintomas podem culminar em novos
com ele, (4) verifique se a história obtida tem diagnósticos.
começo, meio e fim. É preciso lembrar que a
HDA não é o registro puro e direto das Antecedentes Pessoais e Familiares – Essa
informações dadas pelo doente, todas essas investigação não pode ser esquematizada
informações precisam ser “elaboradas” ou rigidamente, entretanto, uma sistematização
“digeridas” mentalmente pelo examinador, desse processo se torna simples e útil como
roteiro e diretriz de trabalho.
Iniciando-se pelos antecedentes pessoais que consiste em analisar os antecedentes
fisiológicos, incluem os seguintes itens: Gestação e nascimento, Dentição, Engatinhar e Andar,
Fala, Desenvolvimento Físico, Controle dos Esfíncteres, Aproveitamento Escolar, Puberdade,
Menarca, Características do Ciclo Menstrual; os antecedentes patológicos, por sua vez,
compreendem os seguintes itens: Doenças sofridas pelo paciente, Alergia, Cirurgias, Traumatismo.

Além disso, há os antecedentes familiares, que começam com a menção ao estado de saúde
(quando vivos) dos pais e irmão do paciente. Se for caso, inclui-se o conjugue e, se tiver filhos,
estes são referidos, se houver algum doente na família referir-se à enfermidade, em caso de
falecimento indagar a causa do óbito e a idade em que ocorreu.

Pergunta-se sistematicamente sobrea a existência de: enxaqueca, diabetes, tuberculose,


hipertensão arterial, câncer, doenças alérgicas, doença arterial coronariana (IAM, angina do peito),
AVE, dislipidemias, úlcera péptica, colelitíase e varizes, que são as doenças com caráter familiar
mais comuns. Quando o paciente é portador de uma doença de caráter hereditário: hemofilia,
anemia falciforme, rins policísticos, erros metabólicos), torna-se imprescindível um levantamento
genealógico mais rigoroso.

Condições socioeconômicas e culturais – Avaliar as condições de habitação do paciente, além de


vínculos afetivos familiares, condições financeiras, atividades de lazer, filiação religiosa e crenças
espirituais, bem como escolaridade, higiene e vida conjugal.

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