5º CICLO – ASTI
OURINHOS
2º Semestre/2009
5º Ciclo ASTI – FATEC – Prof. Donizeti Aparecido Mello – donizeti.mello@ig.com.br 1
SUMÁRIO
1 Introdução a contabilidade.........................................................................................04
1.1 Conceituação............................................................................................................. 04
1.2 O termo entidade em contabilidade............................................................................04
1.3 Breve evolução histórica da contabilidade.................................................................04
1.3.1 Contabilidade do mundo antigo..................................................................................04
1.3.2 Contabilidade do mundo medieval.............................................................................04
1.3.3 Contabilidade do mundo moderno.............................................................................05
1.3.4 A escola italiana versus a escola americana..............................................................05
1.4 Usuários da contabilidade.......................................................................................... 05
1.4.1 Administradores / gerentes.........................................................................................05
1.4.2 Sócios ou acionistas (investidores)............................................................................05
1.4.3 Instituições financeiras............................................................................................... 05
1.4.4 Governo...................................................................................................................... 06
1.4.5 Fornecedores............................................................................................................. 06
1.4.6 Clientes...................................................................................................................... 06
1.4.7 Empregados / Funcionários........................................................................................ 06
1.4.8 Sociedade (consumidores, ambientalistas, ONGs)....................................................06
1.5 A contabilidade aplicada aos diversos segmentos econômicos.................................06
1.6 Exercícios................................................................................................................... 06
2 Patrimônio.................................................................................................................. 08
2.1 Conceituação............................................................................................................. 08
2.1.1 Bens........................................................................................................................... 08
2.1.2 Direitos....................................................................................................................... 08
2.1.3 Obrigações................................................................................................................. 08
2.2 Considerações sobre os bens....................................................................................08
2.2.1 Bens imóveis.............................................................................................................. 08
2.2.2 Bens móveis............................................................................................................... 08
2.3 Patrimônio.................................................................................................................. 09
2.4 Exercícios................................................................................................................... 10
3 Demonstrações contábeis..........................................................................................12
3.1 Conceituação............................................................................................................. 12
3.2 Origens e aplicações.................................................................................................. 12
3.3 Exercício social x exercício civil.................................................................................13
3.3.1 Exercício social.......................................................................................................... 13
3.3.2 Exercício civil.............................................................................................................. 13
3.4 Obrigatoriedade na publicação das demonstrações contábeis..................................13
3.5 Conceito de curto e longo prazo.................................................................................14
3.6 Ciclo operacional........................................................................................................ 14
3.7 Exercícios................................................................................................................... 14
4 Balanço Patrimonial................................................................................................... 15
4.1 Conceituação............................................................................................................. 15
4.1.1 Ativo........................................................................................................................... 15
4.1.2 Passivo....................................................................................................................... 16
4.1.3 Patrimônio Líquido..................................................................................................... 16
4.2 Critérios de classificação do ativo e do passivo.........................................................17
4.2.1 Classificação do ativo.................................................................................................17
4.2.2 Classificação do passivo............................................................................................18
4.3 Grupos de contas do balanço patrimonial..................................................................18
4.3.1 Ativo........................................................................................................................... 18
4.3.1.1 Ativo circulante........................................................................................................... 18
4.3.1.1.1 Disponível................................................................................................................... 19
4.3.1.1.2 Direitos realizáveis a curto prazo...............................................................................19
4.3.1.1.3 Estoques.................................................................................................................... 19
4.3.1.2 Ativo realizável a longo prazo.....................................................................................19
4.3.1.3 Ativo permanente....................................................................................................... 19
4.3.1.3.1 Investimentos............................................................................................................. 19
4.3.1.3.2 Imobilizados............................................................................................................... 19
4.3.1.3.3 Intangível.................................................................................................................... 19
4.3.1.4 Diferido....................................................................................................................... 20
4.3.2 Passivo....................................................................................................................... 20
4.3.2.1 Passivo circulante...................................................................................................... 20
4.3.2.2 Passivo exigível a longo prazo...................................................................................20
4.3.2.3 Patrimônio líquido....................................................................................................... 20
4.4 Exercícios................................................................................................................... 21
6 Plano de contas.......................................................................................................... 29
6.1 Conceituação............................................................................................................. 29
6.2 Contas........................................................................................................................ 29
6.3 Elaboração de um plano de contas............................................................................29
6.4 Classificação do plano de contas...............................................................................29
6.4.1 Contas sintéticas........................................................................................................ 29
6.4.2 Contas analíticas........................................................................................................ 29
6.5 Particularidades de um plano de contas....................................................................29
6.6 Grupo de contas......................................................................................................... 30
6.7 Modelo de um plano de contas..................................................................................30
6.8 Exercícios................................................................................................................... 32
7 Escrituração contábil.................................................................................................. 33
7.1 Conceituação............................................................................................................. 33
7.2 Método das partidas dobradas...................................................................................33
7.3 Saldo das contas........................................................................................................ 33
7.4 Contabilização das contas patrimoniais.....................................................................33
7.4.1 Lançamento contábil.................................................................................................. 34
7.4.1.1 Exemplo prático.......................................................................................................... 34
7.4.1.2 Balancete de verificação (contas patrimoniais)..........................................................35
7.5 Contabilização de contas de resultado.......................................................................35
7.5.1 Exemplo prático.......................................................................................................... 36
7.5.1.1 Balancete de verificação (contas de resultado)..........................................................36
7.6 Exercícios................................................................................................................... 37
1.1 Conceituação
Classificada como uma ciência social aplicada assim como a Administração, a Contabilidade tem
como objeto de estudo o patrimônio das entidades. É a principal ferramenta de gestão das organizações,
proporcionando a seus usuários uma gama enorme de dados sobre a situação patrimonial destas.
Franco (1997) entende que a função da Contabilidade passa pelas atividades de registrar,
classificar, demonstrar, auditar e analisar as mutações ocorridas no patrimônio afim de entende-las e
proporcionar informações úteis para o processo decisório ao qual os administradores estão sujeitos no dia-
a-dia de suas atividades.
Já Marion (1998) escreve que a Contabilidade tem como característica fornecer o máximo de
informações úteis para a tomada de decisões internas ou externas ao ambiente da organização.
A Contabilidade preocupa-se em estudar todas as movimentações financeiras da organização
fornecendo um instrumental de análise ao gestor e a seus demais usuários.
A Contabilidade é realizada para as entidades, que aqui, recebem uma conotação muito mais
ampla do que tão somente as empresas. Entendam como entidade, qualquer organização constituída com
ou sem fins lucrativos, de ordem pública ou privada, composta por pessoas físicas ou jurídicas, de forma
que uma única pessoa física pode ser considerada uma entidade para fins de realização de sua
Contabilidade. Diga-se que esta é uma prática muito utilizada pelas pessoas cujo patrimônio apresenta um
certo volume financeiro.
A Contabilidade existe desde os primórdios da civilização e, durante um longo período, foi tida
como a arte da escrituração mercantil. Praticada inicialmente de forma rudimentar e não sistematizada
evoluiu com a criação de técnicas específicas que foram aperfeiçoadas, sendo algumas delas aplicadas até
os dias atuais.
O homem enriquecia, e isso impunha o estabelecimento de técnicas para controlar e preservar os
seus bens. Aí se inicia a história da contabilidade, que segundo historiadores e estudiosos, se divide em
quatro períodos:
Período que se inicia com a civilização do homem e vai até 1202 da Era Cristã.
A Contabilidade era empírica, praticada pelo homem primitivo, e já tinha como objeto o Patrimônio,
representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos. Os registros combinavam o
figurativo com o numérico. Da idade antiga a meados da idade média a evolução da contabilidade foi lenta,
sendo que a partir deste período e principalmente na idade moderna a evolução foi constante e de forma
acelerada.
Período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle
Amministrazioni Private e Pubbliche" , da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria.
Obra marcante na história da Contabilidade.
O período moderno foi a fase da pré-ciência. A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se
estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava.
O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na
Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.
São os grandes usuários da Contabilidade, pois cabe a estes a tarefa de tomada de decisão.
Nestes casos é imprescindível ao administrador tomar conhecimento de informações sobre o
endividamento, nível dos estoques, duplicatas a receber, saldo do caixa, etc.
São os grandes aportadores de recursos nas entidades, portanto, são também os grandes
interessados sobre questões como a rentabilidade do capital investido, taxas de retorno dos negócios, o
nível de endividamento e as perspectivas de continuidade da entidade.
Além de ser usuário de sua própria Contabilidade enquanto entidade, utiliza a Contabilidade das
demais entidades para promover informações e adotar a política macroeconômica do Estado. Ao longo dos
anos tornou obrigatória a Contabilidade para todas as demais entidades (entendam pessoas jurídicas) a fim
de buscar subsídios para auditar as empresas e controlar a fiel arrecadação dos tributos. Este instrumento
vem sendo cada vez mais utilizado principalmente com o dinamismo tecnológico oferecido pela informática,
a ponto de hoje, os órgãos competentes possuírem grandes bancos de dados contendo diversas
informações sobre os contribuintes.
1.4.5 Fornecedores
1.4.6 Clientes
A análise da Contabilidade dos fornecedores é muito utilizada pelos Clientes, principalmente nas
negociações que envolvam risco na entrega dos bens, assim como ocorrem nos grandes contratos para a
construção de embarcações, aeronaves e outros bens, ou nas negociações de fornecimento de matéria-
prima ou bens que podem afetar a produção do Cliente caso o fornecedor, por exemplo, sofra um processo
falimentar.
Os colaboradores diretos da entidade também são usuários da Contabilidade, sua utilização passa
pela identificação das melhores alternativas para a tomada de decisão nos diversos níveis hierárquicos da
entidade até mesmo para verificação dos lucros a serem distribuídos (participação nos lucros e resultados-
PLR).
Cada vez mais consciente do papel que as organizações exercem sobre ela, a sociedade passa a
utilizar a Contabilidade para selecionar até mesmo os produtos que irá consumir. Utilizando o Balanço
Social, é possível identificar as políticas de ação sociais desempenhadas por cada entidade, bem como
indicadores de geração de valor na macroeconomia e os níveis de utilização de recursos naturais (meio
ambiente).
Embora o objetivo desta disciplina seja o estudo da Contabilidade Geral, também conhecida por
alguns como Contabilidade Financeira e ainda num sentido mais restrito como Contabilidade Básica, é
preciso acrescentar que a Contabilidade pode ser aplicada especificamente a diversos segmentos
econômicos. Temos então, a aplicação dos conceitos contábeis de forma dirigida a cada nicho econômico,
formando a Contabilidade Comercial - para as entidades com fins comercias, a Contabilidade Financeira ou
Bancária - para as entidades financeiras, a Contabilidade Industrial ou de Custos - para as entidades
industriais, a Contabilidade Agropecuária - para as entidades agropecuárias, a Contabilidade Pública - para
as entidades públicas, etc.
1.6 Exercícios
4) Quais os benefícios (se houver algum) que um empresário tem quando utiliza os dados contábeis da
sua empresa?
5) De acordo com as regras contábeis a contabilidade somente poderá ser feita para as empresas (PJ)?
Explique.
a) Para o governo
b) Para os administradores
c) Para a tomada de decisões
d) Para os advogados
7) Entidade contábil:
O Sr. Pertinaz Rocha Dura, o feliz proprietário da pequena industria de máquinas de sorvete
Bom Gelado Ltda, não está satisfeito com o seu negócio. O dinheiro está cada vez mais difícil. “Já houve
épocas melhores”, diz ele.
Normalmente, o Sr. Pertinaz critica o governo, a conjuntura econômica, os impostos elevados, a
concorrência etc.
No momento de pagar suas contas, o sócio da Bom Gelado Ltda, deixa por último o pagamento
do escritório de contabilidade. Entende ele que a contabilidade é um “mal necessário” e ela só é feita para
atender as exigências do governo.
O Sr. Pertinaz faz questão absoluta de não olhar os relatórios contábeis preparados pelo
escritório de contabilidade. Realmente não se conforma de ter que pagar um escritório todos os meses.
A que poderíamos objetivamente atribuir o insucesso da Bom Gelado Ltda?
2.1 Conceituação
2.1.1 Bens
São objetos ou coisas úteis que possam satisfazer as necessidades das entidades, tais como
mercadorias, veículos, dinheiro, móveis.
2.1.2 Direitos
Constitui a faculdade de poder exigir algo de outra entidade (pessoa física ou jurídica). Nas
relações comerciais é muito comum o aparecimento do “direito” que em grande parte resulta no poder que
uma entidade detém sobre a outra para receber (financeiro) por uma mercadoria negociada, um valor
emprestado, etc...
2.1.3 Obrigações
São o solo e aqueles comumente ligados a este, tais como: terrenos, residências, instalações
fabris (galpões, armazéns, fábricas), etc.
São todos os demais bens com movimentos próprios ou passíveis de remoção por força alheia,
tais como: móveis, dinheiro (moeda espécie), veículos, computadores, etc.
Assim Bens Tangíveis ou Intangíveis e Bens Imóveis ou Móveis são formas de se classificar um
bem e é perfeitamente aceitável que um bem se enquadre em uma categoria de tangível ou intangível e ao
mesmo tempo ser móvel ou imóvel.
O patrimônio Líquido de uma entidade representa sua riqueza líquida, ou seja, o somatório de
todos os bens e direitos subtraídas as obrigações.
É representado pela fórmula: PL = B + D - O, onde:
PL = patrimônio líquido
B = bens
D = direitos
O = obrigações
2.4 Exercícios
a) As obrigações com terceiros e os direitos são alocadas no mesmo lado dos bens
b) Os bens, direitos e as obrigações com os proprietários devem ser alocados no lado direito
c) As obrigações com os proprietários são alocadas no mesmo lado dos bens e direitos
d) Os bens e direitos são alocados no mesmo lado na representação gráfica
4) Classifique os itens abaixo relacionados em Bens (B), Direitos (D) ou Obrigações (O):
5) O senhor Arriscatudo da Silva saiu indignado do Banco do Estado, por lhe ter sido negado um crédito de
R$ 50.000.000,00 após análise minuciosa da sua situação patrimonial.
A revolta do Sr. Arriscatudo baseia-se no fato de possuir uma “grande riqueza”: possui um grande
apartamento (4 dormitórios) recém-financiado pelo BNH; um carro, último tipo, motor 1.8, adquirido no
último mês, graças ao financiamento da Financeira Destemida; uma chácara adquirida, na região de
Itupeva, para pagar em 60 prestações, sem acréscimo, restanto ainda 58 prestações.
Como poderíamos argumentar a não-concessão de crédito ao Sr. Arriscatudo?
6) A Cia Revolução
Pede-se:
a) O total de bens
b) O total de direitos
c) O total de obrigações
d) O patrimônio líquido
e) O total dos bens tangíveis
f) O total dos bens intangíveis
g) O total dos bens móveis
h) O total dos bens imóveis
7) Cia. Lopes
a) Bens e Direitos
b) Bens Móveis
c) Bens Imóveis
d) Bens Intangíveis
3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
3.1 Conceituação
Todo o processo de registro dos fatos contábeis culmina na apresentação de relatórios periódicos
denominados Demonstrações Contábeis ou Demonstrações Financeiras conforme denominou a Lei
6.404/1976 (legislação societária).
Estas demonstrações apresentam de forma sintética a situação patrimonial e os resultados
econômico-financeiros da entidade e são exigidas por força de lei.
A legislação comercial (Lei 10406/2002, art. 1179 e seguintes) e legislação societária (Lei
6.404/1976, Lei 10.303/2001 e Lei 11.638/2007) estabelecem a necessidade da elaboração das seguintes
demonstrações contábeis:
Balanço Patrimonial;
DRE - Demonstração do Resultado do Exercício;
DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa;
DLPA – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;
DMPL - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
Notas Explicativas.
Estes demonstrativos não são confeccionados com o intuito de atender somente as imposições
legais, sejam elas quais forem o objetivo principal para elaboração desses demonstrativos é para auxiliar o
processo de tomada de decisões das organizações.
Além destas demonstrações contábeis é necessário realizar um processo de auditoria
independente que culmina na publicação de um parecer sobre as demonstrações e existe também um
relatório denominado Relatório da Administração onde são relatados fatos relevantes da organização
(estratégica, foco de mercado, política de dividendos, etc).
O exercício social das entidades para elaboração das demonstrações contábeis, tem duração de
um ano, conforme preceitua o artigo 175 da Lei 6.404/1976, e a data do término deste exercício será fixada
no estatuto ou contrato social.
Na constituição da entidade, e aqui esta se falando de pessoas jurídicas em geral, é definida a
data que os proprietários desejam que seja levantando os demonstrativos contábeis, com base na
escrituração mercantil da companhia.
Apesar de muitos tratarem o exercício social como exercício civil, existe uma diferença entre eles,
que será vista a seguir.
É o período definido pelas entidades para o encerramento dos seus demonstrativos contábeis.
Exemplo: Uma empresa do ramo de fabricação de brinquedos decidiu que será melhor encerrar seus
demonstrativos contábeis em data de 31/03 de cada ano, pois nesta data a empresa tem condições de
exprimir com clareza a sua situação patrimonial, pois passou por dois períodos de relevância em suas
vendas, ou seja o mês de Outubro e Dezembro do ano anterior, e praticamente já recebeu toda sua
comercialização, apropriou todos os custos e despesas e reconheceu as perdas com as vendas concedidas
a prazo a seus clientes, sendo possível apresentar um demonstrativo aos proprietários evidenciando o
verdadeiro resultado destas operações. O exercício social poderá ou não, coincidir com o calendário civil.
As empresas sociedades anônimas de capital aberto, são aquelas que negociam suas ações na
bolsa de valores, devem publicar suas demonstrações contábeis por imposição do artigo 289 da Lei
6.404/1976 no órgão oficial da União ou Estado (Diário Oficial), conforme o lugar em que esteja situada a
sede da companhia, ou em outro jornal de grande circulação editado na localidade onde esta situada a sede
da companhia e arquivar todas as publicações no registro do comércio (Juntas Comerciais ou em Cartórios
de Registro da Pessoa Jurídica).
Foi acrescentado no artigo 289, o parágrafo 7º pela Lei nº.10.303/2001, que autoriza as
companhias abertas a disponibilizar os demonstrativos contábeis publicados na rede mundial de
computadores (internet).
O prazo para publicação deverá ser realizado até 05 dias antes da data marcada para a realização
da Assembléia Geral Ordinária, conforme artigo 133, parágrafo 3º da Lei 6.404/1976. Estas reuniões são
realizadas nos quatro primeiros meses seguintes ao término do exercício social.
Estão dispensadas da publicação das demonstrações contábeis, as sociedades anônimas de
capital fechado (aquelas que não negociam suas ações na bolsa de valores), desde que a companhia
fechada tenha menos de vinte acionistas e seu patrimônio líquido seja inferior a R$ 1.000.000,00 (Um
Milhão de Reais), de acordo com o artigo 294, da Lei 10.303/2001. Ressalta-se que mesmo estando
dispensada de publicar a companhia fechada deverá arquivar os demonstrativos no registro do comércio.
As sociedades limitadas e os empresários (conhecidos antes do novo Código Civil Brasileiro Lei
10.406/2002, como Firma Individual) não estão obrigados a publicar seus demonstrativos contábeis, mas
os mesmos deverão ser registrados no registro do comércio.
Entende-se como ciclo operacional o período entre a compra da matéria-prima, sua fabricação e
transformação em um produto acabado pronto para ser comercializado e o recebimento das duplicatas
oriundas das vendas a prazo deste produto.
Este ciclo operacional poderá variar de empresa para empresa. Uma empresa cujo ramo de
atividade seja um comércio varejista de tintas, o ciclo operacional poderá ser de 90 dias, que é o período
entre a compra da mercadoria e o recebimento das respectivas vendas. Em uma industria naval o ciclo
operacional é mais demorado podendo levar mais de 01 ano entre a fabricação do navio e o respectivo
recebimento pela venda deste produto.
Como já foi informado, na lei das sociedades anônimas o ciclo operacional das empresas deve ser
observado para classificação das contas no balanço patrimonial em curto e longo prazo. Caso o ciclo
operacional de uma determinada empresa seja de 02 anos, a classificação das contas a curto prazo
obedecerá ao período de 02 anos. Se o ciclo operacional for de 10 meses, a classificação em curto prazo
será de um ano, pois este ciclo não ultrapassou 12 meses.
Via de regra deve ser considerado como curto prazo o período de 12 meses ou o ciclo
operacional, prevalecendo o maior.
3.7 Exercícios
4.1 Conceituação
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A = P + PL, onde:
A = ativo
P = passivo
PL = patrimônio líquido
4.1.1 Ativo
São todos os bens e direitos da entidade, expressos em dinheiro, que representam benefícios
presentes ou futuros para a mesma, como: Caixa, Bancos, Duplicatas a Receber, Estoque de Mercadorias,
Imóveis, Veículos, Máquinas, Terrenos, Equipamentos, etc.
Para ser considerado um Ativo, deve ainda ser observado quatro requisitos fundamentais:
2. Ser de propriedade da entidade: para ser um ativo a entidade precisa ter a propriedade de
seus bens, ou seja, tendo apenas a posse não pode ser considerado um ativo. Como exemplo destaca-se o
pagamento de aluguel de um armazém, embora este objeto esteja sob a posse da entidade, o mesmo não
poderá ser considerado um ativo, pois a propriedade pertence ao locador, portanto é importante não
confundir posse com propriedade.
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo: PASSIVO
Caixa
Bancos (saldo c/c)
Aplicações Financeiras
Duplicatas a Receber
Estoque de Mercadorias
Terrenos
Veículos PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Maquinas
Equipamentos
4.1.2 Passivo
São as obrigações (dívidas) que a entidade possui, que serão cobradas por aqueles que
concederam o crédito à mesma a partir da data de seus vencimentos.
Estas obrigações são também conhecidas como passivo exigível, onde encontram-se, as
duplicatas a pagar (fornecedores), impostos a recolher, encargos sociais a recolher, salários a pagar,
empréstimos bancários a pagar, financiamentos a pagar, entre outros. No mercado financeiro este tipo de
obrigação é conhecido como dívidas com terceiros, ou seja, são recursos empregados na entidade que tem
origem através de pessoas que não fazem parte do quadro societário ou de acionistas da entidade.
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo: Passivo:
Caixa Duplicatas a pagar
Bancos Salário a pagar
Aplicações Financeiras Impostos a recolher
Duplicatas a Receber Encargos Sociais a recolher
Estoque de Mercadorias Financiamentos a pagar
Terrenos
Veículos
Máquinas PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Equipamentos
Toda a entidade para iniciar suas atividades, necessita de um investimento inicial para dar
condições de operacionalização (trabalho), como por exemplo, comprar estoques para serem
comercializados, adquirir móveis, computadores, telefone, impressos, para dar condições de trabalho aos
seus gestores, adquirir veículos para entrega de mercadorias, adquirir máquinas para utilização no processo
industrial, etc. Os interessados em constituir uma organização, empregam seus recursos particulares
(normalmente dinheiro), com o objetivo de proporcionar a organização os meios necessários para iniciar
suas atividades. Esses recursos empregados pelos sócios ou acionistas são denominados de capital social.
O capital social investido pelos sócios na entidade representa o valo da dívida que esta tem para
com os primeiros (sócios ou acionistas). No entanto, está divida não pode ser cobrada, pelo menos
enquanto a entidade estiver em existente, ou até que exista uma transformação societária.
Por este motivo o mercado financeiro convencionou determinar que o patrimônio líquido, onde
figura o capital social, representa o capital próprio da entidade.
Tem-se ainda como parte integrante do patrimônio líquido além do capital social, as contas de
reservas (que são constituídas com parte dos lucros ou por reavaliação de ativos) e os lucros ou prejuízos
acumulados.
O Patrimônio Líquido é a diferença aritmética entre o Ativo e Passivo. Se uma determinada
organização possui um Ativo no valor de R$ 20.000,00, um Passivo no valor de R$ 12.000,00, o valor de
seu Patrimônio Liquido será de R$ 8.000,00 (R$ 20.000,00 - R$ 12.000,00 = R$ 8.000,00).
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo: Passivo:
Caixa Duplicatas a pagar
Bancos Salário a pagar
Aplicações Financeiras Impostos a recolher
Duplicatas a Receber Encargos Sociais a recolher
Estoque de Mercadorias Financiamentos a pagar
Terrenos
Veículos
Maquinas Patrimônio Líquido:
Equipamentos Capital Social
Reservas
Lucros/Prejuízos Acumulados
Os elementos do ativo devem ser classificados por ordem decrescente de grau de liquidez (que se
converte mais facilmente em dinheiro), ou seja, partindo do ativo de maior liquidez para o ativo de menor
liquidez.
Exemplificando:
Se o Ativo no Balanço Patrimonial estiver classificado conforme o exemplo abaixo, estará errado,
pois o item de maior liquidez é o caixa que está classificado como a última conta do Ativo. Nesta situação
entre Equipamentos e Caixa, este último é o que possui maior liquidez, ou seja, o dinheiro já esta em
propriedade da entidade e no caso do equipamento haverá a necessidade de vende-lo primeiro para depois
se transformar em dinheiro.
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo PASSIVO
Equipamentos
Veículos
Estoque de Mercadorias
Duplicatas a Receber
Aplicações Financeiras PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Terrenos
Bancos
Maquinas
Caixa
Para facilitar a leitura, interpretação e análise das demonstrações contábeis o Ativo, Passivo e
Patrimônio Líquido devem estar dispostos de modo a permitir estas análises.
Nada mais racional do que agrupar as contas patrimoniais de mesma natureza. Por exemplo, os
ativos com maior liquidez, os passivos com exigibilidade mais rápida, etc.
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Circulante Passivo Circulante
4.3.1 Ativo
Este grupo de contas representa os bens e direitos de alta liquidez, realizáveis em até um ano
(curto prazo) ou de acordo do com o ciclo operacional.
Este grupo é representado pelos ativos caixa, bancos (saldo de c/c), caderneta de poupança,
aplicações financeiras, duplicatas a receber, estoques de mercadorias.
O caixa (dinheiro) que é o item mais líquido é agrupado com outras contas que se convertem em
dinheiro rapidamente, assim temos no ativo circulante contas que são capazes de pagar as obrigações da
organização no curto prazo, e este grupo também é conhecido como capital de giro, pois estes itens estão
se renovando constantemente.
Destaca-se dentro do próprio grupo de conta do Ativo Circulante, alguns sub-grupos que têm
como intuito facilitar a leitura e interpretação do Balanço Patrimonial:
4.3.1.1.1 Disponível
Neste subgrupo são classificadas as contas que possuem o maior grau de liquidez dentre as
demais contas do Ativo Circulante. Elas representam as disponibilidades imediatas e quase imediatas. As
disponibilidades imediatas correspondem ao dinheiro que a entidade tem no Caixa ou depositado em conta
corrente bancária, que poderão ser utilizados imediatamente, além das aplicações de liquidez imediata.
4.3.1.1.3 Estoques
Nesse grupo encontram-se classificados todos os ativos que representam bens ou direitos de
menor liquidez, cujos vencimentos ocorram após o término do exercício social subseqüente, isto é, aqueles
cujos vencimentos ocorrem em prazo superior a um ano, contados a partir da data do encerramento do
balanço ou em prazo superior ao ciclo operacional da entidade, quando este for maior que um ano. Como
exemplo: os Títulos a Receber (Duplicatas, Promissórias), empréstimos ou adiantamentos concedidos as
sociedades coligadas ou controladas, a diretores, acionistas, etc.
São os ativos que dificilmente se transformarão em dinheiro, pois a aplicação de recursos nestes
itens são utilizados para dar condições a entidade de produzir ou obter rendas, estes itens não estão
destinados a venda, portanto não possuem nenhuma liquidez.
No ativo permanente encontram-se classificados, os prédios, veículos, máquinas, equipamentos,
móveis, utensílios, edificações, terrenos, gastos pré-operacionais, entre outros.
O ativo permanente divide-se em quatro subgrupos:
4.3.1.3.1 Investimentos
Neste grupo são classificadas as aplicações de recursos que não tem ligação com a atividade
operacional da entidade. Por exemplo, uma indústria de fabricação de veículos que adquiriu um imóvel
comercial com o propósito de obter rendas com aluguel, ou efetuou a compra de ações de outras empresas
com a finalidade de especulação, caso a empresa não fizesse esta aplicação, não afetaria em nada a
atividade principal da entidade que é a fabricação de veículos, pois a mesma continuaria operando
(trabalhado) normalmente, com ou sem imóvel comercial para renda ou aquisição de ações para
especulação.
4.3.1.3.2 Imobilizados
É caracterizado por aplicações que tem por objetivo atender as necessidades operacionais da
entidade.
Utilizando ainda o exemplo da empresa de fabricação de veículos, é fundamental para
consecução das atividades a compra de um imóvel, instalações, móveis, computadores, máquinas,
ferramentas, equipamentos, para dar condições de fabricação dos veículos, caso contrário não haverá a
possibilidade de desenvolver suas atividades.
4.3.1.3.3 Intangível
Neste grupo estão os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção
da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei
nº 11.638,de 2007)
4.3.1.3.4 Diferido
São as aplicações de recursos, ou gastos que contribuem para obtenção de receitas por mais de
um exercício social, tais como: Gastos Pré-Operacionais (Gastos com a constituição da empresa,
treinamento dos empregados), gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos ou melhoria dos
já existentes.
Os gastos classificados no Diferido são aqueles que ainda não proporcionaram resultado para
entidade, a partir do momento em que esta começar a operar e obter os resultados referentes a estas
aplicações, os gastos serão amortizados durante um prazo máximo de 10 anos, ou enquanto durar os
benefícios que este investimento trouxer a entidade.
Exemplificando: Uma empresa esta realizando uma pesquisa na fabricação de um novo tipo de
produto, enquanto esta pesquisa está em fase de execução, todos os gastos relativos a ela deverão ser
classificados no Diferido, após ter concluído os estudos e iniciado a produção deste novo produto, estes
gastos serão amortizados. Caso a expectativa de aceitação do produto no mercado seja de 03 anos, a
amortização das aplicações no Diferido obedecerá este prazo, se este produto tiver uma previsão de
comercialização de aproximadamente 15 anos, o período de amortização será de 10 anos que é o prazo
máximo.
4.3.2 Passivo
São obrigações que possuem vencimento no prazo máximo de um ano (curto prazo) ou de acordo
do com o ciclo operacional. São exemplos, duplicatas a pagar, salários a pagar, impostos a recolher,
encargos sociais a recolher, empréstimos a pagar, energia elétrica a pagar, telefone a pagar.
São obrigações que possuem prazo de pagamento superior a um ano (longo prazo), dessa forma
as obrigações cujo o vencimento ultrapassem o período de classificação no passivo circulante serão
classificados como passivo exigível a longo prazo, a exemplo das duplicatas a pagar e financiamento a
pagar.
Depois de discutido todos os itens que compõe o grupo de contas do Ativo, Passivo e Patrimônio
Líquido, segue um modelo de Balanço Patrimonial, atendendo as exigências da Legislação Societária e da
Resolução do Conselho Federal de Contabilidade:
DIFERIDO 12.000,00
Gastos Pré-Operacionais 12.000,00
TOTAL DO ATIVO 739.000,00TOTAL DO PASSIVO 739.000,00
4.4 Exercícios
1) De acordo com as contas abaixo, elaborar o Balanço Patrimonial da empresa Alfa Ltda:
Responda:
6) No dia 11/02/2008 os alunos do 5º Ciclo ASTI resolveram abrir uma empresa e sua movimentação foi a
seguinte:
a) Momento 01):
- Integralizaram o Capital Social na empresa no valor de R$ 35.000,00 em moeda corrente (dinheiro)
b) Momento 02)
- Compraram um veículo sendo 50% a vista e o restante a prazo no valor de R$ 20.000,00.
- Abriram um conta corrente no Banco e depositaram o valor de R$ 15.000,00.
c) Momento 03)
- Compraram mercadoria para revenda a prazo no valor de R$ 15.000,00.
- Compraram móveis e utensílios no valor de R$ 5.000,00 conforme cheque emitido.
d) Momento 04)
- Vendeu as mercadorias que estavam em estoque pelo valor de R$ 20.000,00.
Pede-se:
- Elaborar o Balanço Patrimonial para cada momento.
7) O senhor Antonio Pensa Grande e o senhor José Para Frente, são duas pessoas físicas que estão
iniciando uma empresa. Cada um vai ter que investir um capital de R$ 50.000,00 o que totaliza o valor total
dos investimentos de R$ 100.000,00 (capital social). O capital social foi totalmente integralizado no ato da
constituição da empresa.
No primeiro momento realizaram as seguintes operações:
- compra de um imóvel para instalar a empresa no valor de R$ 40.000,00 a vista pelo caixa.
- compra de móveis e utensílios no valor de R$ 10.000,00 a vista pelo caixa.
- compra de um automóvel no valor de R$ 15.000,00 a vista pelo caixa.
- compra de mercadorias para revenda (estoque) no valor de R$ 20.000,00 a vista pelo caixa.
Pede-se:
Elaborar o Balanço Patrimonial no momento da integralização do capital social e as operações.
8) A empresa Enro lada tem como sócios: o senhor Afrânio Enro Ladinho e a senhora Julieta Enro Ladona.
A empresa já está a algum tempo atuando no mercado de compra e venda de artigos para escritórios e tem
os seguintes valores no seu Balanço Patrimonial:
Caixa R$ 5.000,00; bancos R$ 10.000,00; salários de funcionários a pagar R$ 2.000,00; móveis e utensílios
R$ 20.000,00; automóveis R$ 30.000,00, duplicatas a receber R$ 15.000,00, duplicatas a pagar R$
15.000,00; computadores R$ 10.000,00; capital social R$ 50.000,00; softwares 5.000,00; empréstimos
bancários a pagar R$ 8.000,00.
Pede-se:
No primeiro momento elaborar o Balanço Patrimonial com as informações fornecidas.
No segundo momento:
- recebimento das duplicatas a receber no valor de R$ 5.000,00 (depositado no banco)
- efetuou pagamento de parte das duplicatas a pagar no valor de R$ 4.000,00 (pelo banco).
Pede-se:
Elaborar o Balanço Patrimonial:
5 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
5.1 Conceituação
Resultado Nulo: quando as Receitas são iguais aos custos e despesas do período.
A legislação societária (Lei 6.404/1976, art.187) determina a estrutura mínima para preparação
deste relatório. Seguindo estas orientações verifica-se que esse demonstrativo é apresentado de maneira
dedutiva (sentido vertical), onde são subtraídas das receitas, os custos e despesas do período para então
encontrar um resultado, como a seguir:
DRE:
(+) Receita
( -) Custo
( -) Despesa
(=)
Resultado
De acordo com o porte e a necessidade de informações que as entidades gostariam de obter, este
demonstrativo poderá ser simples, onde são atendidas simplesmente as exigências legais, apresentando
apenas o confronto entre receita, custo e despesas evidenciando o resultado, como é o caso da maioria dos
demonstrativos das pequenas empresas, ou demonstrativos mais complexos, que fornecem maiores dados
para a entidade, compostos por diversos grupos de receitas, custos e despesas, com o propósito de
fornecer o maior número de informações possíveis para a tomada de decisões.
A entidade poderá elaborar, e é aconselhável que o faça, demonstrativos de resultados em
períodos parciais (semanais, mensais, trimestrais, semestrais) com o intuito de promover um melhor
acompanhamento dos resultados obtidos, com isto, a entidade terá condições de comparar os resultados
obtidos nestes períodos com os orçamentos e previsões que foram preparados pelos gestores.
A demonstração do resultado do exercício é composta por diversos grupos de contas, conforme
segue:
A função deste grupo é de efetuar os ajustes necessários da Receita Bruta de Vendas. Para
Marion (1998), ajuste significa que não houve sacrifício financeiro ou esforço para obter renda.
São consideradas dedutíveis as devoluções de vendas em virtude dos produtos comercializados
estarem em desacordo com o pedido efetuado pelo cliente, os descontos ou abatimentos concedidos muito
utilizado em situações onde a entidade concede o desconto ao cliente a fim de antecipar recebimentos, ou
ainda evitar o não recebimento de clientes que passam por dificuldades financeiras, e por último os tributos
incidentes sobre as vendas, tais como:
Os tributos são gerados no momento em que ocorre a venda de mercadorias ou serviços, e estes
devem ser repassados para o governo, por isso deve ser efetuado este ajuste (dedução) para ser
encontrada a verdadeira receita de vendas e serviços que pertence a entidade.
É o resultado encontrado entre a Receita Operacional Bruta e as Deduções das Vendas. O que
interessa para entidade é a Receita Líquida de Vendas, pois é o que sobra em termos de receita, sendo
esta considerada a receita real.
Representa o quanto a entidade gastou para produzir um bem (indústria), adquirir um mercadoria
(comércio) ou para prestar um serviço (empresas prestadoras de serviço).
Depois de efetuado a produção ou aquisição dos produtos necessários para desenvolver sua
atividade operacional, as entidades necessitam comercializa-las (vende-las), e o valor do quanto “custou” os
produtos que foram vendidos em um determinado período é representado por este grupo, ou seja está
demonstrando o quanto a entidade sacrificou de investimentos em mercadorias para se obter as receitas
deste mesmo período.
Para entidades que utilizam o método de inventário permanente, onde é efetuado o controle de
estoque constantemente, ou seja a cada entrada e saída de produtos na entidade é registrada a
movimentação, fica fácil identificar o custo da mercadoria vendida, basta verificar os relatórios de controle
de estoque e localizar no seu campo específico os valores de baixa (saída) de mercadoria.
No caso de entidades que utilizam o método de inventário periódico, onde não são efetuados
controles permanentes dos estoques, existe a necessidade de se aplicar uma fórmula matemática ao final
de cada período em que esteja elaborando a demonstração do resultado do exercício, conforme segue:
CMV = EI + C - EF , onde:
CMV = Custo da Mercadoria Vendida
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF= Estoque Final
É a diferença apurada entre a receita operacional líquida e o custo das mercadorias e serviços
vendidos. Outra nomenclatura utilizada é a de Resultado Bruto, pois, na realidade, o que se obtém é um
resultado que pode constituir um lucro ou prejuízo.
São as despesas incorridas (geradas / consumidas) para realizar as vendas dos produtos
fabricados ou adquiridos e administrar a entidade. Elas ocorrem no desenvolvimento da atividade
operacional da entidade, e para facilitar a análise deste grupo, são divididas em:
São despesas relacionadas a atividade de vender mercadorias e serviços, são registrados todos
os gastos referente aos esforços que a entidade tem em colocar seus produtos no mercado, através de
propaganda, pagamento de salário de vendedores, comissões de vendedores, despesas com viagens dos
vendedores, despesas com entregas, bem como os riscos assumidos pelas vendas, classificada como
despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa, etc.
Por imposição legal (Lei 6.404/1976, artigo 187, parágrafo II), as despesas financeiras deverão ser
deduzidas das receitas financeiras. As despesas financeiras são oriundas da utilização de capital de
terceiros, como juros pagos sobre empréstimos e financiamentos bancários, descontos de duplicatas, juros
referentes ao atraso de pagamento de duplicatas aos fornecedores. Por outro lado, as receitas financeiras
são provenientes de juros recebidos sobre aplicações financeiras, descontos obtidos pelo pagamento
antecipado de duplicatas aos fornecedores e juros cobrados pela entidade de seus clientes pelo atraso de
pagamento das duplicatas.
Se o montante das receitas financeiras for superior as despesas financeiras, a receita financeira
deverá ser deduzida das demais despesas operacionais.
É a diferença entre o resultado operacional liquido e o resultado não operacional. Este resultado
considerado como contábil, será transferido para o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) para que
possa ser calculada a base de cálculo do imposto de renda e contribuição social pelas entidades tributadas
com base no lucro real.
Após ter efetuado a transferência do lucro contábil para o livro LALUR, serão realizadas as
adições e exclusões impostas pela legislação do imposto de renda (RIR, Lei 3000/1999) para se obter a
base de cálculo tributável para fins de recolhimento do imposto de renda e contribuição social.
5.13 Exercícios
Fornecedores......................................100.000,00
Despesas Financeiras........................ 8.000,00
Mercadorias para Revenda................100.000,00
Duplicatas a Receber.........................200.000,00
Impostos a pagar................................ 10.000,00
Vendas de Mercadorias......................210.000,00
Edifícios.............................................. 80.000,00
Equipamentos.....................................120.000,00
Terrenos.............................................. 50.000,00
Custo Mercadorias Vendidas – CMV..100.000,00
Financiamentos a Pagar (48 meses). 65.000,00
Despesas com Comissões de vendas. 5.000,00
Softwares............................................ 55.000,00
Empréstimos a Pagar.........................100.000,00
Despesas c/ veículos (vendas)........... 5.000,00
Contribuições a pagar....................... 25.000,00
Energia Elétrica a Pagar.................. 85.000,00
Duplicatas a pagar........................... 40.000,00
Despesas Manutenção Equipamentos 7.000,00
Despesas c/ Salários (vendas).............13.000,00
Devoluções de Vendas...........................4.000,00
Despesas com fretes (vendas)...............2.000,00
Impostos s/ Vendas................................1.000,00
Despesas c/ Propaganda (vendas)......10.000,00
Aplicações Financeiras.........................75.000,00
Títulos a pagar......................................30.000,00
Capital Social......................................270.000,00
Despesas Diversas (administração)... 2.000,00
Lucros ou Prejuízos Acumulados....... 82.000,00
Caixa.................................................. 100.000,00
Bancos ................................................ 80.000,00
OBS:
- Separar as contas entre ATIVO – PASSIVO – DRE (assim ficará mais fácil para elaborar o Balanço
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício).
2) Classifique os itens abaixo relacionados em Ativo (A), Passivo (P) ou Patrimônio Líquido(PL):
Pede-se:
- Elaborar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício com os valores do
Balancete de Verificação.
Nome da Conta Débito Crédito
6.1 Conceituação
6.2 Conta
Entenda como “conta” o instrumento de agrupamento de itens de mesma natureza. Assim, todos
os móveis de uma entidade terão seu registro em uma “conta” que guardará a memória de todos os eventos
ocorridos com este tipo de bem.
A conta caixa guardará a memória de todos os acontecimentos ocorridos com o bem moeda em
espécie da entidade (todas as entradas e saídas de recursos em espécie), já a conta duplicatas a pagar,
servirá para o registro de todas as operações de compra a prazo da entidade e servirá para apurar o saldo
das dívidas desta espécie, etc.
O Plano de Contas de uma entidade destina-se a orientar o registro das operações, oferecendo a
vantagem de uniformizar as contas utilizadas para cada registro, e consiste de um elenco (relação) de todas
as contas que se prevê serem necessárias aos registros contábeis de uma entidade. Portanto, ele não pode
ser rígido e inflexível, devendo permitir alterações que se mostrarem necessárias por ocasião de sua
utilização.
O plano de contas deve ser o mais completo possível: para atender às necessidades de
informação de cada entidade.
Os títulos utilizados em cada conta devem refletir com objetividade e clareza o que irão
representar: a nomenclatura adotada deve permitir a fácil interpretação do que a conta registra.
São contas que não recebem lançamentos diretos, mas sim, saldo de outras contas.
São contas onde o registro contábil será feito de forma direta através dos lançamentos contábeis.
1.0.0.0 Ativo
1.1.0.0 Ativo Circulante
1.1.1.0 Disponível
1.1.1.1 Caixa
1.1.1.2 Bancos c/c
1.1.1.3 Aplicações de liquidez Imediata
1.1.2.0 Créditos
1.1.2.1 Aplicações financeiras
1.1.2.2 Duplicatas a receber - Clientes
1.1.2.3 (-) Duplicatas Descontadas
1.1.2.4 (-) Créditos de Liquidação Duvidosa
1.1.3.0 Estoque
1.1.3.1 Mercadorias para Revenda
1.1.3.2 Materiais de Uso/Consumo
1.1.4.0 Adiantamentos
1.1.4.1 Adiantamentos a Empregados
1.1.4.2 Adiantamentos a Fornecedores
1.1.5.0 Despesas Antecipadas
1.1.5.1 Prêmios de seguros a apropriar
1.1.5.2 Assinaturas e anuidades a apropriar
3.0.0.0 Receitas
3.1.0.0 Receita Operacional Bruta
3.1.1.0 Receita com Vendas
3.1.1.1 Receita com Vendas
6.8 Exercícios
7.1 Conceituação
Franco (1997) distingue a Contabilidade em uma parte teórica, responsável pelo estabelecimento
dos princípios fundamentais, normas e interpretação dos fatos contábeis, e uma parte, prática, pela qual a
Contabilidade atinge seu objetivo de estudar e controlar o patrimônio. A esta última dá-se o nome de
Escrituração.
Ainda segundo Franco (1997:57) pode-se entender a Escrituração como “o registro dos fatos
contábeis, segundo os princípios e normas técnico-contábeis, tendo em vista demonstrar a situação
econômico-patrimonial da entidade e os resultados econômicos por ela obtidos em um exercício”.
Todos os fatos contábeis deverão ser registrados no sistema contábil (escrituração). A esse
registro damos o nome de lançamento contábil e ao conjunto de lançamentos, escrituração contábil.
O método de partidas dobradas é utilizado para a execução dos lançamentos que dão origem a
escrituração contábil e registram os fatos contábeis motivados pelas mutações patrimoniais.
Este método foi apresentado com maestria pelo frade franciscano Luca Pacioli, ou Paciolo, no final
do século XV, tido por muitos doutrinadores como o Pai da Contabilidade. Na realidade não se conhece
quem teria sido o autor do método, mas sem dúvida alguma, foi após a publicação de uma obra pelo frade
que a contabilidade adquiriu novo patamar científico para o registro dos fatos modificadores do patrimônio.
Consiste no princípio universalmente aceito de que para cada devedor existe um credor e vice-
versa. Assim um lançamento contábil deverá obrigatoriamente conter um devedor e um credor.
Para cada débito existe um crédito de igual valor.
Seguindo o método de partidas dobradas, para aumentar o saldo de uma conta do ativo basta
realizar um débito (lançamento do lado esquerdo do razonete) correspondente ao valor que se deseja
aumentar. Já para realizar o aumento do saldo de uma conta do passivo é necessário realizar um crédito
(lançamento do lado direito do razonete) correspondente ao valor que se deseja aumentar.
Quando necessitamos diminuir o saldo de um ativo fazemos um lançamento inverso, ou seja,
realizamos um lançamento de credito no valor que se deseja diminuir. No passivo a sistemática é a mesma,
para diminuir realizamos um lançamento de debito no valor desejado.
Quadro Explicativo
Existem várias fórmulas de lançamento contábil, porém a mais utilizada nos dias de hoje é a o
lançamento de primeira fórmula que consiste na realização de “um débito e um crédito”.
Suponha que 2 amigos, Pedro e Paulo, resolvam constituir uma sociedade comercial, a empresa
Fictícia Ltda, em 01/01/X5, e para isto juntaram suas economias alcançando R$ 30.000,00 e que será
investida na empresa.
O lançamento contábil ficará assim composto:
Número: 01
Data: 01/01/X5
Débito: Caixa
Crédito: Capital subscrito
Valor: R$ 30.000,00
Histórico: Constituição da empresa Fictícia S/A, conforme contrato social registrado na
JUCESP sob o número 5000.4000.
Se, resolverem adquirir mercadorias para revenda, por R$ 5.000,00 com prazo de 30 dias para
pagamento, do Fornecedor Provável Ltda, conforme a nota fiscal 009, em 03/01/X5, o lançamento contábil
será este:
Número: 02
Data: 03/01/X5
Débito: Mercadorias para Revenda
Crédito: Duplicatas a pagar
Valor: R$ 5.000,00
Histórico: Aquisição de mercadorias para revenda, a prazo, do fornecedor Provável Ltda,
conforme sua nota fiscal 009.
É evidente que as entidades, mesmo as sem fins lucrativos, apresentam resultado em suas
operações do dia-a-dia. Estas operações provocam também mutações patrimoniais que devem ser
registradas na escrituração contábil.
As receitas apresentam saldo credor e os custos e despesas apresentam saldo devedor, e o
raciocínio para contabilização é o mesmo das contas patrimoniais.
Quadro Explicativo
MÉTODO PARA CONTABILIZAÇÃO
Se forem vendidos 40% dos estoques da empresa, por R$ 15.000,00, a vista, em 10/01/X5,
conforme nota fiscal 001, o lançamento que registrará esta receita será:
Número: 03
Data: 10/01/X5
Débito: Caixa
Crédito: Receita com Vendas
Valor: R$ 15.000,00
Histórico: Venda de mercadorias a vista conforme nota fiscal 001
É necessário que seja dado a baixa no estoque das mercadorias, então o procedimento será da
seguinte forma:
Número: 04
Data: 10/01/X5
Débito: Custo das Mercadorias Vendidas
Crédito: Mercadorias para Revenda
Valor: R$ 2.000,00
Histórico: Baixa da mercadoria vendida.
É importante ressaltar que as contas de resultado não podem ter saldo final, mas para isso é
necessário um novo procedimento, que será visto a seguir.
Número: 06
Data: 31/01/X5
Débito: Resultado do Período
Crédito: Custo das Mercadorias Vendidas
Valor: R$ 2.000,00
Histórico: Transferência para encerramento do exercício.
Número: 07
Data: 31/01/X5
Débito: Resultado do Período
Crédito: Reserva de Lucros
Valor: R$ 13.000,00
Histórico: Transferência para encerramento do exercício.
7.6 Exercícios
Os amigos José e João resolveram abrir sua própria empresa e investiram na empresa o valor
de R$ 50.000,00 em dinheiro no dia 01/08/2006.
Pede-se
- Efetuar os lançamentos utilizando o plano de contas da apostila.
- Efetuar os lançamentos no balancete de verificação.
- Elaborar o Balanço Patrimonial
2) Mês de Setembro de 2006
Pagou uma despesas de telefone no valor de R$ 500,00 pelo caixa no dia 04/09/2006.
Vendeu as mercadorias para revenda no valor total de R$ 35.000,00 para recebimento de
R$ 20.000,00 a vista pelo banco e o restante a prazo no dia 10/09/2006.
As mercadorias vendidas tiveram um custo de R$ 20.000,00 (valor de compra) - dar baixa
no estoque.
Pagou mediante cheque a suas duplicatas a pagar o no valor de R$ 5.000,00 no dia 15/09/2006
Comprou mercadorias para revenda no valor de R$ 25.000,00 a vista mediante cheque no dia
20/09/2006.
Pede-se
No dia 03/10/2006 pagou despesas com aluguel no valor de R$ 1.000,00 pelo caixa.
No dia 10/10/2006 recebeu o valor de R$ 5.000,00 referente a duplicatas a receber pelo caixa
No dia 15/10/2006 teve receitas de vendas no valor de R$ 25.000,00 pelo banco.
As mercadorias vendidas tiveram um custo no valor de R$ 10.000,00 (15/10/2006).
No dia 20/10/2006 pagou o que devia aos seus fornecedores com cheque.
Pede-se
- No dia 01/11/2006 efetuou junto ao Banco um depósito bancário no valor de R$ 6.000,00 (dinheiro que
saiu do caixa)
- No dia 05/11/2006 teve uma receita de vendas no valor de R$ 15.000,00 sendo a vista conforme depósito
bancário.
- No dia 10/11/2006 teve uma despesa com água no valor de R$ 200,00, pago pelo caixa.
- Pede-se:
Efetuar os lançamentos utilizando o plano de contas da apostila.
Efetuar os lançamentos no balancete de verificação.
5) Mês de Dezembro de 2006
- No dia 02/12/2006 a empresa comprou mercadorias para revenda a prazo no valor total de R$ 30.000,00.
- No dia 10/12/2006 a empresa vendeu mercadorias no valor de R$ 40.000,00 sendo o recebimento a prazo.
- Pede-se:
Efetuar os lançamentos utilizando o plano de contas da apostila.
Efetuar os lançamentos no balancete de verificação.
8 REGIME DE APURAÇÃO DE RESULTADOS
8.1 Conceituação
Ativo Permanente:
Imobilizado....................R$ 9.000,00
Patrimônio Líquido:
Capital Social.................R$ 10.000,00
Total do Ativo.................R$.10.000,00 Total do Passivo.............R$ 10.000,00
Depois de constituída, a entidade realizou dois trabalhos a uma empresa de grande porte na
região e recebeu o valor de R$ 3.000,00 à vista pelo primeiro trabalho, sendo que o segundo, no valor de
R$ 6.000,00, será pago a prazo no próximo exercício social.
A empresa Asti S/A, percebendo que não conseguiria honrar o pagamento de aluguel no valor de
R$ 5.000,00, correspondente ao primeiro ano de aluguel, já que seu caixa apresentava saldo de apenas de
R$ 4.000,00 (R$ 1.000,00 referente ao saldo anterior e mais os R$ 3.000,00, referentes a receita recebida a
vista), solicitou ao proprietário do imóvel que postergasse o pagamento do aluguel para o próximo exercício
social que seria liquidado junto com o segundo pagamento.
Com base nos dados apresentados acima e considerando o regime de caixa para a apuração dos
resultados da empresa, estes ficarão assim compostos:
Serão omitidos alguns grupos de contas do Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado
do Exercício, pois o objetivo desta nota de aula é apresentar os conceitos e as diferenças existentes sobre
os regimes de apuração de resultados.
Através dos relatórios contábeis observa-se que a empresa Asti S/A, apresenta um lucro de R$
3.000,00, um resultado bastante satisfatório dependendo do ramo de atividade, mas será que este lucro é
real?
Com base nas demonstrações contábeis que foram elaboradas pelo regime de caixa, é possível
perceber que estes relatórios não traduzem o seu verdadeiro objetivo que é evidenciar a verdadeira
situação patrimonial da entidade.
O balanço patrimonial não informa aos seus usuários que a entidade possui uma duplicata a
receber no valor de R$ 6.000,00 e uma obrigação com pagamento de aluguel no valor de R$ 5.000,00,
porque pelo regime de caixa, somente serão reconhecidas as receitas quando recebidas e as despesas
quando efetivamente pagas, não demonstrando portanto a verdadeira realidade da entidade.
Por ocasião do não reconhecimento da obrigação do aluguel a pagar no valor de R$ 5.000,00 no
passivo e o direito (duplicata a receber) que a entidade possui no valor de R$ 6.000,00, conseqüentemente
as mesmas não foram reconhecidas como receita e despesa no resultado do período, devido a este fator é
que o lucro da entidade foi de R$ 3.000,00, sendo considerada apenas a receita a vista, única conta que
houve a entrada de caixa (dinheiro) na entidade e no mesmo período não houve nenhuma saída de caixa,
por isso a inexistência da conta de despesa na demonstração do resultado do exercício.
Portanto, estas incorreções apresentadas pelo regime de caixa inviabilizam a sua utilização para a
elaboração das demonstrações contábeis.
É importante informar que a Secretaria da Receita Federal permite as entidades tributadas com
base no lucro presumido e aquelas enquadradas na lei 9.317/1.996 (Lei do Simples/SRF), a efetuarem os
recolhimentos tributários com base no regime de caixa, somente sendo tributados os faturamentos que
foram recebidos.
Como o regime de caixa não consegue captar a realidade do que acontece dentro das operações
empresariais, a contabilidade precisou adotar outro regime de apuração de resultado, que é denominado de
regime de competência.
Este regime praticamente é o oposto do regime de caixa, em relação as receitas e as despesas,
onde o produto ou serviço vendido e entregue, deve ser contabilizado como receita independente do
seu recebimento ou não. Da mesma forma são tratadas as despesas, que são consideradas quando
incorridas (consumidas) independente do seu pagamento ou não.
Utilizando os mesmos dados da empresa Asti S/A, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do
Resultado do Exercício elaborados com base nos conceitos do regime de competência, apresentam-se
assim:
BALANÇO PATRIMONIAL ASTI S/A
Ativo Circulante: Passivo Circulante:
Caixa.............................R$ 4.000,00 Aluguel a Pagar............ R$ 5.000,00
Duplicatas a Receber....R$ 6.000,00
Ativo Permanente: Patrimônio Líquido:
Imobilizado....................R$ 9.000,00 Capital Social.................R$ 10.000,00
Reserva de Lucro...........R$ 4.000,00
8.4 Exercícios
2) Se uma empresa registra suas receitas e despesas somente no ato do recebimento, podemos dizer que
esta empresa faz sua escrituração com base em qual regime de apuração?
3) Os alunos do 5º Ciclo Asti, resolveram montar a sua própria empresa, que ficou denominada “5º Ciclo
Asti Ltda”. A empresa está localizada no município de Ourinhos / SP. O capital social investido foi no valor
de R$ 20.000,00 que foi totalmente integralizado em moeda corrente no ato da sua abertura.
- Prestou seu primeiro serviço e teve uma receita de venda de serviços no valor de R$ 10.000,00 sendo que
o recebimento foi a vista.
- Pagou o valor a vista de R$ 2.000,00 referente a despesa com salários de funcionários.
- Pagou a vista o valor de R$ 14.000,00 referente a despesa com aluguel de equipamentos comerciais.
- Alugou um prédio e vai pagar o valor de R$ 3.000,00 a prazo para realizar suas atividades.
- Prestou mais um serviço pelo valor de R$ 10.000,00 mas irá receber a prazo.
Pede-se:
- Elaborar a D.R.E. e o Balanço Patrimonial pelo regime de “caixa” e de “competência”.
4) De acordo com o exercício 03 (pelo regime de competência), qual o valor das origens?
5) A empresa Mundo Ltda trabalha com o ramo de atividade de viagens e turismo. O contador faz a
elaboração das suas demonstrações contábeis no período de 01/09/2007 a 31/08/2008. Qual o exercício
que ele está utilizando?
6) A empresa Carreira Ltda foi constituída no dia 01/09/2008 e seu capital social é de R$ 15.000,00.
Pede-se:
Elaborar a D.R.E. e o Balanço Patrimonial pelo regime de “caixa” e de “competência”.
7) De acordo com o exercício 06 (pelo regime de caixa), qual o valor das aplicações?
9 PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE
Toda ciência possui seus princípios que podem se entendidos como preceitos fundamentais da
doutrina. São esses princípios que dão origem as normas que conduzem aos padrões.
Na Contabilidade é fundamental o estabelecimento de padrões, principalmente porque a
Contabilidade não é uma ciência fim, mas sim uma ciência meio, ou seja, dela se servem outras ciências
como a econômica e a administrativa.
No Brasil o Conselho Federal de Contabilidade estabelece através da resolução 750/93 quais são
os princípios fundamentais de contabilidade, e é importante que os administradores tomem conhecimento
deste até mesmo para entender alguns fenômenos da Contabilidade.
RESOLVE:
CAPÍTULO I
Dos Princípios e de sua Observância
CAPÍTULO II
Da Conceituação, da Amplitude e da Enumeração
SEÇÃO I
O Princípio da Entidade
Art. 4º - O Princípio da ENTIDADE, reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma
a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos
patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma
sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência,
nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aquele dos seus sócios ou proprietários, no caso de
sociedade ou instituição.
Parágrafo único - O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma
ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de
natureza econômico-contábil.
SEÇÃO II
O Princípio da Continuidade
Art. 5º - A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável,
devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e
qualitativas.
§ 1º - A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o
vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE, tem prazo determinado,
previsto ou previsível.
§ 2º - A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio
da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais
e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de
resultado.
SEÇÃO III
O Princípio da Oportunidade
Art. 6º - O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à
integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e
com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.
Parágrafo único - Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:
I - desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na
hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência.
II - o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos
e monetários;
III - o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da
ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao
processo decisório da gestão.
SEÇÃO IV
O Princípio do Registro pelo Valor Original
Art. 7º - Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das
transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na
avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou
decomposições no interior da ENTIDADE.
Parágrafo único - Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:
I - a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada,
considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes;
II - uma vez integrados no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus
valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação,
parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;
III - o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio,
inclusive quando da saída deste;
IV - os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são
compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor
de entrada;
V - o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo
de homogeneização quantitativa dos mesmos.
SEÇÃO V
O Princípio da Atualização Monetária
Art. 8º - Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos
registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.
Parágrafo único - São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA:
I - a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante
em termos do poder aquisitivo;
II - para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais (art. 7º), é
necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente
corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqüência,o do Patrimônio Líquido;
III - a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, o ajustamento dos
valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a
traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.
SEÇÃO VI
O Princípio da Competência
Art. 9º - As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em
que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento
ou pagamento.
§ 1º - O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo
resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das
mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.
§ 2º - O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência
natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.
§ 3º - As receitas consideram-se realizadas:
I - nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso
firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE,
quer pela fruição de serviços por esta prestados;
II - quando da extinção, parcial ou total,de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o
desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;
III - pela geração natural de novos ativos independentemente de intervenção de terceiros;
IV - no recebimento efetivo de doações e subvenções.
§ 4º - Consideram-se incorridas as despesas:
I - quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para
terceiro;
II - pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo.
III - pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.
SEÇÃO VII
O Princípio da Prudência
Art. 10 - O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes
do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas
para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.
§ 1º - O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio
líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais
de Contabilidade.
§ 2º - Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações
posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da
COMPETÊNCIA.
§ 3º - A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos
às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.
10 REFERÊNCIAS
IUDÍCIBUS, Sergio de; MARION, Jose Carlos. Curso de contabilidade para não contadores: para as áreas
de administração, economia, direito e engenharia. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
IUDÍCIBUS, Sergio de et al. Contabilidade introdutória. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
SCHMIDT, Paulo; SANTOS, José Luiz dos; GOMES, José Mário Matsumura. Contabilidade intermediária.
São Paulo: Atlas, 2003.