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Anna Clara Garcia de Almeida Souza - Bacharelando no curso de Ciências Contábeis pelo Centro
Universitário de Anápolis (Uni Evangélica) - Brasil - E-mail: garcia.aninhag@gmail.com
2 Milton Neemias Martins Silva – Professor do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário de Anápolis
(Uni Evangélica) – Brasil - E-mail: milton@unievangelica.edu.br
RESUMO
O escopo deste trabalho é destacar a aplicação da contabilidade no orçamento público, onde serão apresentados
conceitos, princípios e leis orçamentárias, o ciclo orçamentário, receitas públicas e despesas públicas, da forma
que seja crucial entender todos os seus dispositivos legais, onde sua principal qualidade legal é a Lei nº 4.320/64,
que determina normas gerais para construção e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal. A Contabilidade Pública oferece consideráveis vantagens à Administração
Pública, compondo os processos de planejamento, orçamento e controle. A metodologia usada foi a descritiva
através da técnica de levantamento bibliográfico de autores sobre o tema em questão e informações resgatadas de
artigos.
ABSTRACT
The scope of this paper is to highlight the application of accounting in the public budget, where concepts, principles
and budget laws, the budget cycle, public revenues and public expenditure will be presented, so that it is crucial
to understand all its legal provisions, where its main quality Law no. 4,320 / 64, which establishes general norms
for the construction and control of budgets and balance sheets of the Union, the States, the Municipalities and the
Federal District. The Public Accounting offers considerable advantages to the Public Administration, composing
the processes of planning, budget and control. The methodology used was the descriptive one through the
technique of bibliographical survey of authors on the subject in question and information retrieved from articles.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Lei 4320/64
A Lei 4320/64 é uma norma federal que estatui normas gerais de direito financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal (DF);
É a lei que rege a destinação e aplicação do dinheiro público por parte dos Poderes
constituídos.
Ao tratar da Lei de Orçamento, a disposição cuida da discriminação da receita e da
despesa, e permite identificar o desdobramento da classificação de ambas. Assim propicia-se
a compreensão desses dois itens, assim como dos objetivos do governo em relação à política
econômico-financeira em seus detalhes ─ receita e despesa por natureza.
Dessa forma os legisladores buscam evidenciar a origem dos recursos (receitas) e a
respectiva aplicação (despesas). Este desdobramento, pelo teor do dispositivo, deve ser
elaborado com respeito aos princípios enumerados no caput do artigo 2º da Lei.
Inteligência do 2º da Lei nº 4.320/64: Art. 2 A Lei do Orçamento conterá a
discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o
programa de trabalho do Governo, obedecidos aos princípios de unidade universalidade e
anualidade.
Princípios orçamentários consagrados são extraídos dessa Lei, como a universalidade
(art. 2º): todas as receitas e despesas públicas devem constar do orçamento, sem exceções,
sem deduções; a anualidade: o orçamento deve vigorar pelo período de um ano, coincidindo
com o ano civil (art. 34) e a não-vinculação: qualquer receita pode ser utilizada para pagar
qualquer despesa (art. 56).
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do
Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar,
observado o disposto no artigo 2.
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender
indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou
quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais,
vedadas quaisquer deduções.
É preciso lembrar que depois de 1988, com a promulgação da Constituição Federal, o
orçamento tornou-se obrigatório para todos os órgãos da Administração Direta, alcançando
também os órgãos anteriormente não contemplados, a saber: autarquias, fundações, fundos, e
empresas públicas, estas somente no tocante ao orçamento de investimentos – art. 165, 5º, da
Constituição Federal.
Inteligência do artigo 7º do dispositivo:
• Art. 7º A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:
• I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as
disposições do artigo 43;
• II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por
antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa.
• 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos que o
Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura. (...)
A elaboração do orçamento pode ser deficitária, porém sua lógica primária é a do
orçamento equilibrado, ou seja, mesmo que deficitário, compete à autoridade tão somente
executá-lo na forma elaborada, com as alterações que normalmente ocorrem durante o
exercício financeiro. Se para cada despesa existe uma receita, somente nos casos de créditos
abertos sem o respectivo financiamento justifica-se a existência de déficit de execução.
Com pouco mais que 50 anos, a Lei 4320/64 define e organiza administração da
contabilidade pública brasileira. É uma norma federal que institui normas gerais de direito
financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal, sendo regida pela aplicação do dinheiro público por parte
dos Poderes constituídos.
Ao tratar da Lei de Orçamento, a disposição cuida da discriminação da receita e da
despesa, e permite identificar o desdobramento da classificação de ambas. Assim propicia-se
a compreensão desses dois itens, assim como dos objetivos do governo em relação à política
econômico-financeira em seus detalhes. Dessa forma os legisladores buscam evidenciar a
origem dos recursos (receitas) e a respectiva aplicação (despesas), regulando o orçamento
público dos entes federativos.
É preciso lembrar que depois de 1988, com a promulgação da Constituição Federal, o
orçamento tornou-se obrigatório para todos os órgãos da Administração Direta, alcançando
também os órgãos anteriormente não contemplados, a saber: autarquias, fundações, fundos, e
empresas públicas, estas somente no tocante ao orçamento de investimentos – art. 165, 5º, da
Constituição Federal.
A elaboração do orçamento pode ser deficitária, porém sua lógica primária é a do
orçamento equilibrado, ou seja, mesmo que deficitário, compete à autoridade tão somente
executá-lo na forma elaborada, com as alterações que normalmente ocorrem durante o
exercício financeiro. Se para cada despesa existe uma receita, somente nos casos de créditos
abertos sem o respectivo financiamento justifica-se a existência de déficit de execução.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, em 2000, destacou-se por dar ênfase às normas
voltadas à gestão fiscal responsável, especialmente no que tange à fixação de metas
garantidoras de equilíbrio entre receitas e despesas, o controle da renúncia de receitas, as
limitações da despesa pública e da dívida pública (inclusive por meio de porcentuais máximos
e sanções caso ultrapassados) e a transparência.
Nesse contexto, verifica-se que a Lei 4.320/1964, apesar de recepcionada com status
de lei complementar pela Constituição de 1988, está desatualizada e superada nos seus
dispositivos, já que não disciplina diversas matérias de finanças públicas trazidas pela
Constituição e não garante o alinhamento da contabilidade pública com os princípios
fundamentais da ciência, impedindo seu avanço conceitual e a convergência ao padrão
internacional.
Contabilidade Geral
Conceito
Para se entender o que é a contabilidade pública, ferramentas e seus princípios é
primordial que se tenha estudo do que é a contabilidade em si.
Greco e Arend define contabilidade como (2013, p. 1):
Ela registra, estuda e interpreta (por análise) os fatos financeiros e econômicos que
afetam a situação patrimonial de determinada pessoa física ou jurídica. Essa situação
patrimonial é apresentada ao usuário (pessoa que tem interesse em avaliar a situação
da entidade) por meio das demonstrações contábeis tradicionais e de relatórios de
exceção, específicos para determinadas finalidades.
Ainda segundo Greco e Arend (2013, p. 2), “a contabilidade capta, registra, acumula e
interpreta os fatos contábeis, isto é, os fenômenos que afetam a situação patrimonial,
financeira e econômica das pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou de direito
privado, e com ou sem fins lucrativos.”
Ribeiro (2014, p. 2) a contabilidade, portanto, “e ́ uma ciência social que tem por
objeto o patrimônio das entidades econô mico-administrativas. Seu objetivo principal é
controlar o patrimônio das entidades em decorrência de suas variações”.
Nas definições abordadas destaca-se alguns pontos cruciais quando objetiva-se
entender e/ou definir essa ciência. Seguindo essa essência, a contabilidade pode ser definida
como a ciência que tem por objetivo principal fornecer informações úteis aos seus usuários
através das demonstrações financeiras, através dela é possível saber se a empresa tem lucro ou
prejuízo, o que deve ser feito para alavancar os recursos, tendo como principal objetivo de
constituir informações que auxiliam na tomada de decisão.
Dentro da contabilidade sempre ouve uma evolução, de acordo com a demanda da
sociedade e da própria contabilidade, conforme a sociedade evoluía a contabilidade não ficava
atrás. Assim se fez com a contabilidade pública, ela nasceu da necessidade em fornecer
informações aos representantes da sociedade, para custear as tomadas de decisões e aos
órgãos do governo.
Contabilidade
Pública
Conceito
Campo de Aplicação
Conceito
Na realização do PPA, o que foi programado para 4 anos, através da Lei do PPA,
deverá ser cumprido, passo a passo, e ano a ano, por intermédio da Lei Orçamentária Anual –
LOA, portanto, o PPA e a LOA devem estar administrados e adaptados entre si, considerando
- se que a CF estabelece em seu art. 167, § 1º, que nenhum investimento cuja execução
ultrapasse um 12 exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano
plurianual, ou sem lei que autorize a sua inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
(CARVALHO, 2010)
Ciclo Orçamentário
Princípios Orçamentários
O amparo a este princípio deve ser identificado nos art. 37 166 da CF de 1988. O Art.
166 dispõe que: "Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias,
ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional, na forma do regimento comum."
Foi reforçado como princípio orçamentário pela CF/1988, amparado pelo art. 165:
§ 3o: “O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada
bimestre, o relatório resumido da execução orçamentária”; e do art. 165:
§ 6o, que exige que o projeto da lei orçamentária venha acompanhado de
“demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrentes de
isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária
e creditícia”.
O conjunto de conceito e ideias orçamentárias deve ser propagado (publicado) nos
veículos oficiais de comunicação, como o Diário Oficial da União para o conhecimento do
público e para eficiência de sua validade.
Receitas Públicas
Entende-se por receitas públicas todo montante de valores ou bens que entram nos
cofres públicos em definitivo, destinados a suprir as despesas públicas, ou seja, é a
necessidade de arrecadação de cada ente federativo para o movimento estatal. (EBRADI,
2017)
Segundo Kohama (2010, p.60) a definição de receita pública seria a seguinte:
Entende-se, genericamente, por Receita Pública todo e qualquer recolhimento feito
aos cofres públicos, quer seja efetivado através de numerário ou outros bens
representativos de valores – que o Governo tem o direito de arrecadar em virtude de
leis, contratos ou quaisquer outros títulos de que derivem direitos a favor de Estado -
quer já oriundo de alguma finalidade específica, cuja arrecadação lhe pertença ou
caso figure como depositário dos valores que não lhe pertencerem.
Receita pública estabelece em todo recurso atingido pelo Estado para salvar às
despesas públicas. Representa tudo que ingressa aos cofres públicos para executar as
particularidades dos gastos. É representada pelos fontes ou origens de recursos financeiros
que serão utilizados na compra de bens e serviços, tendo em vista a contribuição de serviços
públicos à sociedade.
Receitas de Capital: são aquelas receitas públicas que alteram o patrimônio duradouro
do Estado, como os produtos de empréstimo contraídos pelo Estado a longo prazo. São
Compreendidas na constituição de dívidas, na conversão em espécie de bens e direitos e
dentre outros exemplos.
Art. 11, § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos
financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e
direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado,
destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o
superávit do Orçamento Corrente. (BRASIL, 1982)
Despesas Públicas
Despesa Pública é a soma dos gastos efetivados pelos entes públicos para bancar os
serviços públicos (despesas correntes) prestados à sociedade ou para a realização de
investimentos (despesas de capital).
4 Investimentos
Cabe lembrar que as despesas correntes não fazem parte do grupo das despesas de
capital, assim como, as despesas de capital não vincula-se nas despesas correntes.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos e ARRUDA, Daniel Gomes. Contabilidade Pública: da
teoria à prática, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência das finanças. 14ª ed. rev. atual. por Flávio
Bauer Novelli. Rio de Janeiro: Forense, 1996.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. A pesquisa: noções gerais. Metodologia
Científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil,
1976.
EBRADI. Classificação das receitas públicas. JusBrasil, 20 abr. 2017. Escola Brasileira de
Direito. Disponível em: <https://ebradi.jusbrasil.com.br/artigos/450148288/classificacao-das-
receitas-publicas>. Acesso em: 16 nov. 2018.
CONTI, José Mauricio. Orçamentos Públicos, A Lei 4.320/1964 comentada. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2009.
GIACOMONI, James. Orçamento Público. 17ª ed. São Paulo: Atlas, 2017.
GRECO, Alvisio; AREND, Lauro. Contabilidade: teoria e práticas básicas. São Paulo:
Saraiva, 2013.
HOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública Teoria e Prática. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Técnica de pesquisa. 3ª ed. rev. e
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ROSA, Márcio Fernando Elias. Direito administrativo. 9.ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva,
2013.
SILVA, José Antônio Felgueiras da. Contabilidade Pública. São Paulo: Forense, 2015.
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e tributário. 15ª ed. Rio de Janeiro:
Renovar, 2007.