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UvesDADE FEDERAL DETAR = vot = saa sannvarahas Torrnannuree ote Bier cme so ei at anee cosa ne at ca Cee eter © CLAMOR DE ANTI Pais 7 Joan Lt Dore Baste IGONA een Pensa ene via 2 moe Po lard Judith Butler tor da UESC Compa Usiversitiro— Tindale ‘cain Rona 3010 70 Rrnopti-SC Fan 372-9408 72 960 3728686 “Sealine WYeditorause ‘e204 Jobat ‘Pot Reet da Sh cape made Gomer St Revit eta Catlogetca ‘Cina bg pl tc Unertira deUieinsFdede Sona oak Bae ah ‘cord Angus: ues neva camort/ th Suter ~Feranpt aor Ss UPSC 204 Ang Mila grep 2. To fein 3 Paes ~ loa Tela “ade ren Nenmpr der chee et then ese Sumario Apcesengb 8 eG Be ne 7 Nt 80 6 een 1 Parade on 8 elmore Aton a ais io excita ravamisestberanes 9 Obed OME nnn 83 Psticio ef Bas eS Apresentagio a edie brass O clamor de Antigona: entre a vida e a morte com satisagso que pubicamos ma colesio Genero & Sexualidade da FAUFSC @ traducio desta importante obra. de Judith Butler. Texto denso e complexo, O clamor de Anmgona traz Sgnificativacontebuicao em relaco as lutaspoltcas minoritiras For of eg Clee Pr: Peay Suse Uaiversity Pre, 96) eect ropa contigs J Mon lame ‘er tani Carl cy Dosing Ange” (MEN'S 5p 90.97 6h, else eons que dogs com sere de igi de lige ont sponse de roentgen «GCF Hegel Te pee of pi ade A.V. Miler London: Oo ‘Univesity Pry 97 p. 256 eeu Tose cages poseroe so fe spr dete dot ses Pinmna pes Wee? er Stk Ver 1970, em termos heglisnos, Na teoria psicanalitica contemporinea, bseada em prestupostosestrutraitas, uja obra mas notivel avez fejaa de Jacques Lacan esa relaco surge ainda de outra mancira Em seu Sominirio VI? Lacan oferece uma leitura de Antigona na qual cla €entendida como na fonteira entre as esferas do imaginrioe do Smbllico eque a compreende, de fat, como ums figura da entrada rn simbdlico, da esfera das lise norms que governam 0 acesso 3 fala eh discursividade, Esa reglasSo ocorre precisumente através da insanciagho de certs relagies de parentesco como norms simbolicax® Como simbélics, ess aormas nto sio precisamente Soria, © € neste sentido que Lacan se distancia de Hegel, pode-se Aizet, so transformar certa nosto idealizada de parentesco numa pressuposigo da intlgibiidae cultural Ao mesmo tempo, Lacan dé fequénciaa certo legado egeliano a separar essa esferaiealizada do parentesco,osimbulic,daexfera do social, Desse modo, para Lacan, © parentesco ¢ rarefeito porsibiltando a estruturalinguistica, uma pressuposigdo de inteligibildade simbilic, e, portanto, removido 0 dominio do socal; para Hegel, 0 parentesco & preisamente ‘uma relagio de “sangue,¢ nfo ums relacto de normas. Ou sea, 0 parentesco ainda nio adentrou 0 socal o qual fundado por meio de linia superact violent do paentesc. ‘A separacio entre o parentesco © o social sssombra inclusive as posides mais anti-egelinas dentro do legadoestruturalist. Para Inigaay,o poder insurecional de Antigona € 0 poder daquilo que permanece fora do politico: Antigona representa 0 parentesco ede 7 Fras Lacan Te emia fg Lack I he tof pecs ‘pha el cq Aan Mil ted Dens Per New Yr: orton 2), 24290 dla phase Soniate I a eel 8 eos ‘Alsi Miler pie 3 © Kap Sleemanse ding do dss ero cna por ist qu do tented ne Seve sr cones prt oot. Ver je stnerman Mal iy the mri (New Yr Rowe 92) 20 octamer agons {ato 0 poder das relacoes de sangue’ as quai Irigaray ndo toma num sentido exatamente literal. Para Irigaray, 0 sangue designa alguma coisa de especifcdade ¢ graficidade corporal, que os princpios {nteiramente abstatos da igualdade politica nao apenas sio incapazes de compreender, como devem ainda rigorosmente excluir © até mesmo aniguilar Assim, a0 dar significado & palavea “sangue’ ‘Antigona nao significa precisameate uma lnhagem consanguines, ‘mas algo que se assemelha a um “derramameato de sangue" ~ squilo que os Estados autoritrios usam para se manter no poder, (0 feminino, por srsim dizer, torni-ee ito que subse, € 0 “sangue™ _assaa sera figura grifca para esse traco que ecoa do parentesc, ‘um refiguraco da Fgura da lishagem consanguiea que aceatus (0 violent esquecimento das primeras relagdes de parentesco na fundagdo da utoridade simbelica masculina, Para Irigaray, Antigona significa portant, a transcio da egra da el baseada na maternidede, baseada no parentesco, para uma regra dali baseadanapaternidade, ‘Mas o que precisamente esta excui do parentesco? Hi um lugar simbelico da mie que passaa str dominado pelo lugar simbslico do ‘i, mas 0 que institu esses Ingares em primero lugar? Nio seria, inal de conta, mesma nogso de parentesco, apenas com enfase ¢ valor colocados em termos diferentes? ‘Ocontert paraa elturadergaray éclaramente ade Hegel que efende. na Fenomenalogad esprit, que Aatigona és eterna ironia da ‘comunidade” la est fora ds terms da pelis porémcla€umexterior ‘sem o qual a pls nto podria exist, As ironiss so, em vis, mais profundas do que Hegel as entendeu:afnal de conta, cla fla, fla ‘mpiblic,justamente quando deveri cr sequestrads para dentro do {dominio prvado. Que tip de dscurso politic € esse que transgride ‘0s prprios limites do politico, que poe em escandsloso movimento 0 Timite pelo qual dscurso de Antigona devera ser contido? De acordo ‘com Heye, Antigona representa alei dos deuses dolar (misturando os i. [No capitulo intitulado “O problema do incest", Lévi-Strauss 1.) Rega por ex a nk onnerle eweodamino dre 56 Ocanerdesntzons ji clr, exerendoe impondo sua gra sobre fendmenos ‘qe niment oct silion a cn(p.24 2829)" Embors Lévi-Strauss insist que a proibigio nfo é nem uma (oatareza) nem outr (cut, ele também propde pens a probicso ‘como o “vinculo lien” entre uma e outa. Mas, sendo uma relaea0 ‘de midtuaexclusto, € df entendé-Is como um vinculo ou, de ft, ‘como uma tranigio B asim parece que seu texto oscil entre esas ‘irae posies, compreendendo a regra come parcalment, mas nio| ‘clusivamentecompostapelanatureaeplacultura,compreendendo-a como exclisivaaambae acategoras« snda compreendendo-acomoa transi, por vezes visa como casual, ow vincula, por vezes entendido ‘como estrtural entreamatreza ea cultura, ‘Acetate clomantre do parents fi pblicado em 1947, seis nos depos Lacan comecou a desenvover sua letura mals sitemitica {o simbolico, dar regras fundamentals que toram a cultura posivel ‘ intelgivel, que nfo so nem itezamentereduziveis 20 seu aspecto social, nem extio deste permanentemente divorcadss. Uma das squestées que discutrel nos peéximoscaptuls é se podemos aaliar {rtcamenteo estatuto dessa rgras que governam a ntligiiidade 15 Apri dont vem pment de orig cau nem puree fe cngn mtu, tambo ap €Soagem de demos ard omados de Engen puciloate 3 nates pret or. Const 9 uso lene! os peau se sobs no ge Ya = agen ‘Garena aura Em et send petence tre pore ma condo [luca pr ones ne doxenos ns epentar em lensed ‘Suen seu co malts nied Maren oto end bei [Sinead noni rea ltr Senden qu lo depends pinned dem Pars ma cris reve pont perp silt atures em io to tab dons ue pos av me ep finale pene ve Jos Desi Siete, and lan Wing wn fre od de Al Bass {Cheng Uy of hinge Pres 97 em pec. 282284 Casracare Snel Lr i ifr Pcs eS 07 cultural, mas que nio sto redutiveis a uma determinada cultura, Além iso, como funcionam essas regras? Por um lado, somo iformador de que a regra da proibiio do incesto € universal porém Lévi- Strauss também reconhece que cla nem sempre “funciona” O que cle nio investiga no entanto,¢ a seguinte questi: que formas esse rio funcionamento assume? Ademais, quando a proibicto parece funciona, ela deve sutentar © gerenclar um expectro do seu nto funcionamentoafim de operat? ‘Mais especificamente, seri que tal regra, entendida como Juma proibigio, pode realmente operar, de forma efetiva, sem produzir e manter 0 espectro de sua tranepreseio? Seri que tas regras produzem conformidade, ou seri que também produzem umn conjunto de configurages sciss que excedem c desafam as regrss ‘que a5 ocasionam? Tomo essa questo a partir daquilo que Foucault assinaloy como sendo a dimensto produia eexcesva das regres do tstruturalsmo, Aectar a efcicia final da eegra na pedpria desricho tedrica significa viver so o seu regime, cst a forea do seu decreto, por assim dizer. Quio interessant, pois, saber que vris das leitras

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