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LEVANTAMENTO DA INCIDÊNCIA DE CÂNCER GÁSTRICO NA

POPULAÇÃO DA REGIÃO NORTE E INTER-RELAÇÃO COM 


FATORES DE RISCO
ALIMENTARES: SEGUNDO DADOS EXTRAÍDOS DO DATASUS.

Laura dos Santos Barros , Fabiana Costa Cardoso , Emily Cristina Barbosa da Silva ,
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Fabiana da Silva Arnaud , Cinthia Regina Sales Furtado Vieira


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lauraarcanos.lb@gmail.com
Universidade Federal do Pará - UFPA - Belém - Pará - Brasil. 
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INTRODUÇÃO
O desenvolvimento tumoral inicia-se na primeira camada do estômago instalando-se nas
camadas seguintes conforme o crescimento, processo este denominado de metástase.
Embora a causalidade do câncer gástrico ainda não esteja bem estabelecida, numerosos
estudos epidemiológicos têm demonstrado que a dieta é o fator de risco exógeno mais
relevante (PINTO,2008). A maioria dos casos de câncer gástrico inicia-se  em
populações expostas aos seguintes fatores: consumo de álcool excessivo, ingestão
excessiva de sal, alimentos salgados ou conservados no sal como embutidos e enlatados,
ingestão de água proveniente de poços com alta concentração de nitrato e doenças pré-
existentes, como anemia perniciosa, lesões pré-cancerosas e infecções pela bactéria
Helicobacter pylori (INCA, 2018). Os conhecimentos atuais também indicam que a
iniciação e a progressão do câncer gástrico podem ser neutralizadas por uma suficiente
ingestão, através dos anos, de frutas e verduras frescas. Assim, a soma das evidências
atuais indica que a adoção de uma dieta prudente e mais realista poderia minimizar os
riscos de desenvolvimento do câncer gástrico. Esta dieta seria a que limita a ingestão
diária de conservas em vinagre e comidas defumadas, sal (6 - 8 gramas por dia) e de
carboidratos (60% do total das calorias), ao lado da ingestão regular de frutas e vegetais
(WHO, 2003). Esse cenário é paradoxal à realidade da região norte que apresenta uma
dieta rica em farinha de mandioca e espécies diversificadas de peixes, em sua maioria,
consumidos fritos, somados a uma variedade de itens alimentares secundários. O sal e a
gordura vegetal são utilizados com abundância na preparação de alimentos, enquanto
que o arroz é consumido com certa frequência, principalmente, como substituto ou
complemento da farinha, e um elevado consumo de carne salgada. Além disso, as
comidas típicas da região, como tacacá e maniçoba, são preparadas com condimentos
fortes como pimenta do reino, tucupi e jambu que conferem o sabor característico do
prato (SANTOS & PASCOAL,2013).
OBJETIVO
Traçar a incidência de câncer gástrico na população da Região Norte e a inter-relação
com sua alimentação.
MATERIAIS E MÉTODOS
Estudo epidemiológico descritivo, realizado a partir da análise de dados presentes no
DATASUS, plataforma: Atlas on-line de mortalidade. Os dados usados foram os de
mortalidade proporcional não ajustada por câncer de estômago,  em percentual de
adultos, de ambos os sexos (≥ 18 anos), na Região Norte, entre os anos de 2006 e 2016.
O levantamento de dados foi efetuado por intermédio no software Microsoft Office
Excel 2016.
RESULTADOS
O câncer de estômago apresentou altas taxas de incidência na população estudada,
resultantes principalmente da influência dos fatores de risco nutricionais na vida dos
entrevistados.  No intervalo de tempo estudado, 10 anos, foi observado no âmbito
nacional, em 2006, cerca de 1.031.691 óbitos foram registrados, sendo 12.648 (1,22%)
óbitos ocasionados pelo câncer de estômago, e quando observado o sexo, os homens
apresentaram prevalência maior de 8.136 (64,32%) e as mulheres 4.509 (35,67%). Já
em 2016 foram 1.309.774 óbitos totais no país, sendo 14.651 (1,11%) por câncer de
estômago, no qual os homens tiveram 9.424 (64,32%) óbitos por câncer de estômago  e
mulheres as mulheres 5.226 (35,67%). A nível regional observou-se que o número de
mortes totais foi 55.872 em indivíduos residentes da região norte do país no ano de
2006, sendo que cerca de 754 (5,96% de 12.648) casos de óbitos por câncer de
estômago ,  e desses 499 óbitos foram masculinos (66,18%) e 254 óbitos femininos
(33,68%). Em 2016  foram 80.105 óbitos totais, 1.217 (8,3% de 14.651) por  câncer,
onde, 804 (66,06%) de homens e 412 (33,93%) de mulheres.
CONCLUSÃO
A partir do exposto acima, pode-se inferir que o câncer de estômago, possui elevada
ocorrência na população norte, sobretudo devido a influência de fatores alimentares
apresentados pela população. Tal fato, pode-ser constatado a partir da análise dos dados,
que ao ser comparado com a média nacional apresenta-se superior (1,23% contra 1,35%
do total de óbitos). Ademais, é possível observar que o sexo masculino apresenta maior
incidência de óbitos por câncer comparado ao sexo feminino, no período avaliado, o que
pode ser explicado por uma menor preocupação com a saúde e alimentação saudável.
Logo, faz-se necessária a implementação de políticas públicas que estimulem a
conscientização da população sobre os riscos de uma adoção de hábitos alimentares
inadequados.

REFERÊNCIAS

DATASUS - Departamento de informática do SUS. Disponível em:


<http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205&id=19465> Acesso: 25
maio, 2019.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER -tipos de câncer. Disponível em:


<http://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-estomago> Acesso: 25 maio, 2019.

PINTO,L, N. Avaliação do Consumo Alimentar e dos Fatores de Risco e Proteção


dos Portadores de Câncer Gástrico Atendidos na Fundação Centro de Controle de
Oncologia do Estado do Amazonas.  2008. 97f. Dissertação de mestrado- Faculdade
De Ciências da Saúdes. Universidade Federal Do Amazonas. 2008.

SANTOS, N, F, V; PASCOAL, B, G. Aspectos gerais da cultura alimentar paraense.


Revista da Associação Brasileira de Nutrição. São Paulo, SP, Ano 5, n. 1, p. 73-80,
jan-jun 2013. Disponível
em:<https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/view/10/12>Acesso:25 maio, 2019.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diet, nutrition and the prevention of chronic


diseases: report of a joint WHO/FAO expert consultation. Geneva: WHO; 2003. (WHO
technical reports series no. 916).

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