RA 15170173
GARANTIAS DE LOCAÇÃO
Guarulhos
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DE SÃO PAULO
GARANTIAS DA LOCAÇÃO
Guarulhos
2021
JÚLIO CESAR PELICELLI DOS SANTOS
GARANTIAS DA LOCAÇÃO
APROVADA EM: / /
BANCA
EXAMINADORA
-------------------------------------------------------------------------
Prof.
-------------------------------------------------------------------------
Prof.
-------------------------------------------------------------------------
Prof.
Dedico este trabalho a todos os que me
ajudaram ao longo desta caminhada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha Mãe Viviane e meu Pai Pedro, por me amar e não desistir e
comprar o meu sonho junto comigo, sempre me apoiando. A minha segunda família
Louise e meu afilhado Benicio pelo apoio e me aturar nos momentos mais difíceis e
minha família da Atento que se orgulha de onde consegui chegar.
Aos meus amigos Sutis Fig e as Só os fiéis que me ajudaram no começo e até
hoje na faculdade a Jô que hoje mora no meu coração, sempre vai ser a melhor chefe,
ensinou e manteve a humildade de estar de igual para igual com funcionários. Aos
meus colegas de trabalho que hoje sempre incentiva a crescer e buscar novas etapas
na minha vida.
Agradeço a deus pelo dom da vida e ter resiliência de chegar e alcançar tudo
que conquistei.
Por fim, não menos importante agradeço a doutora Tamires por me ajudar a
escolher esse tema e criar uma grande curiosidade para se aprofundar no Direito
Imobiliário.
Não se sinta sozinho, o mundo está melhor do que era antes.
Ainda é difícil, mas você está cercado de gente lutando contigo.
Não desista de ser você só porque o mundo ainda não é bom o
suficiente para todo o seu brilho!
- Gloria Groove
RESUMO
Art. Artigo
CF/88 Constituição Federal De 1988
CC Código Civil
CDC Código de Defesa do Consumidor
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
RENAVAM Registro Nacional de Veículos Automotores
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1. CONTRATOS........................................................................................................... 2
2. LOCAÇÃO ............................................................................................................. 14
3. LEGISLAÇÃO ........................................................................................................ 31
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 71
BIBLIOGRAFIA: ........................................................................................................ 73
1
INTRODUÇÃO
1. CONTRATOS
1
VELMOVITSKY, Arnon. Contrato de locação de imóvel estabelece direitos e deveres. Disponível em:
< http://www.conjur.com.br/2013-out-31/arnon-elmovitsky-contrato-locacao-imovel-estabelece-
direitos-deveres>. Acesso em: 02 mar. 2021.
3
e o que poderia estar em alcance, consoa Arnaldo Rizzardo2 (2009) 3que, remonta-
se a épocas muito distantes, assim é tarefa árdua remeter uma origem para os os
contratos. Tartuce4 complementa nesse sentido “.. é tão antigo como o próprio ser
humano, pois nasceu assim que as pessoas passaram a se relacionar e a viver em
sociedade”. (2014, p. 18)
Mas é sabido sua conhecida associação com o direito romano uma vez que
se faz conhecer a sua importância para o mesmo, uma vez que o Direito Brasileiro e
nossos códigos sofrem influência do Direito Romano. Mas não se limita a ele em sua
importância, pois como Carlos Roberto Gonçalves em sua obra5 (2012) diz, apesar
de encontrar fundamentação a partir do direito romano, evolue depois no Código
Napoleônico e por fim no direito alemão.
No Brasil, até 1991, o direito contratual privado era dividido em dois regimes
jurídicos, de um lado, o civil, em que se aplicavam os contratos privados (exceto
trabalhistas), e de outro, o direito comercial relacionado aos contratos de comércio,
de acordo com Coelho.
2
Arnaldo Rizzardo é um Membro da Academia Brasileira de Direito Civil. Desembargador aposentado
pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, e um conhecido jurista com diversas obras
publicas no ramo do Direito Civil.
3
Rizzardo, Arnaldo. Contratos. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009.
4
Tartuce,Flávio. Direito Civil: teoria geral dos contratos e contratos em espécie. 9. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Método, 2014
5
Direito civil brasileiro, v 3: contratos e atos unilaterias. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
4
1.2 CONCEITO
6
BEVILAQUA, Clovis. Codigo Civil dos Estados Unidos do Brasil commentado. 4. ed. Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1934.
5
O novo Código Civil dispõe a função social do contrato em em seu Art. 421
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do
contrato. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
7
TARTUCE, Flávio - Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie – Volume 3.
14º Edição. Rio de Janeiro. Editora Forense. 2019.
8
REALE, MIGUEL. Disponivel em: < www.miguelreale.com.br/artigos/funsoccont.htm#:~:text=5º%2C
salvaguarda o direito de,mas a toda a coletividade. > Acesso em 28 mar.2021
6
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...)
(...)
A função social é dividida em duas partes, uma que vem disposta no artigo
1.228, § 1º do Código Civil Brasileiro, e a outra que vem disposta no artigo 421, ja
citado a cima:
Maria Helena Diniz 9(2009), trás que o princípio da igualdade zela para que o
contrato não seja transformado em um instrumento abusivo e ilegal, causando dano
tanto às partes contratantes como a terceiros, como trazido no artigo 187 do Código
Civil:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Conforme nos textos acimas, percebe-se que o direito contratual é regido por
princípios tradicionais e modernos. Dentre eles, é destaco os que serão de suma
importância para entender mais do contrato de locação que será visto mais a diante.
9
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, v 3: teoria das obrigações contratuais e
extracontratuais. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
8
13
Para explicar melhor esse conceito Cabral diz:
10
RODRIGUES, Silvio. Dos Contratos e das declarações unilaterais de vontade. 30. ed. São Paulo:
Saraiva, 2007. v.3.
12
BORGES, Roxana Cardoso Brasileiro. Direitos de Personalidade e Autonomia Privada. 2ª Edição.
São Paulo/SP: Editora Saraiva, 2007,
CABRAL, Eurico de Pina. A “Autonomia” no Direito Privado. Revista de Direito Privado. a.5, n. 19,
13
jul./set., 2004
9
1.4.3 DO CONSENSUALISMO
14
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: contratos e atos unilaterais.
6. ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2012
15
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil: contratos. 18. ed. rev. e atual. Rio de
Janeiro: Forense, 2014, v. 3.
10
16
RODRIGUES, Silvio. Dos Contratos e das declarações unilaterais de vontade. 30. ed. São Paulo:
Saraiva, 2007. v.3.
17
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos. 13.
ed. São Paulo: Atlas, 2013, v. 2.
11
Esse princípios, trata que aquilo que foi estipulado pelas partes no acordo tem
força de lei, e deve ser cumprido de forma fiel e íntegra, sob pena de ocorrer uma
execução patrimonial em caso de inadimplencia.
18
Gomes (2001, p.38) trás que:
18
GOMES, Orlando, Contratos, 24º ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001.
20
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, v 3: teoria das obrigações contratuais e
extracontratuais. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
12
Como tudo na vida, as coisas tem seu início, meio e fim, assim com o contrato
não poderia ser de outra forma. Conforme leciona Humberto Theodoro Júnior (1999,
p.38):21
As formas de extinção são dispostas nos artigos 472 a 480 do Código Civil.
Assim forma, a extinção de um contrato pode ocorrer pelas:
21
THEODORO JR., Humberto. O Contrato e seus princípios. Rio de Janeiro: Aide, 2003.
14
2. LOCAÇÃO
22
Guilherme (2017), cita que foi no século antes de cristo que a locação de
terras passou a ser um realmente um instrumento “factível”, ao trazer a ideia que
terras podiam ser dadas em locação.
22
Guilherme, Luiz Fernando do Vale de Almeida Comentários à lei de locações : Lei n. 8.245, de 18
de outubro de 1991 / Luiz Fernando do Vale de Almeida Guilherme.-Barueri. SP :Manole. 2017.
15
O contrato sempre foi designado por seu duplo aspecto dentro do glossário
romano, as as figuras do locador que cede e do locatário que recebe a cessão de
uso, isso era conhecido como locatio-conductio, ao contrário da emptio-venditio que
se conservou como compra e venda,conforme ensina Pereira(1996)24.
23
VENOSA, S. S. Direito Civil: Contratos em Espécie. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002, v. 2
24
PEREIRA, Caio Mário da Silva, Instituições de Direito Civil. V. 3.10ª ed. Rio de Janeiro: Forense,
1996.
25
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil, 3: contratos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
16
móveis, uma vez que a locação imobiliária é regida pela Lei do Inquilinato nº
8245/1991 que é o diploma civil instrumento subsidiário. Possuindo assim como
exceção apenas a relação de locação de serviços dos profissionais liberais e do
trabalhador rural, que por falta de legislação específica, esse ainda encontra lugar no
direito civil.,
Assim é importante o conceito que para se alugar algo, essa coisa não pode
se exaurir com o uso e gozo proporcionado ao locatário, que é a parte usufruinte,
assim bens como comida, não podem ser objetos de locação.
17
Diniz ainda diz que serão tidos como consentimento o silêncio e a omissão.
Assim nesse elemento proclama-se que o acordo de vontades é suficiente por si só
para a celebração do contrato de locação.
26
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 2013
18
Para que alguém possa ceder o uso da coisa, será necessário que, além da
capacidade de exercer os atos da vida civil, tenha livre disposição do direito
de dar o uso e gozo da coisa e não apenas do direito de transferi-la. Assim
todo aquele que puder administrar poderá locar. (2013, p. 251)
Maria Helena Diniz ainda ressalta que o valor deve ser certo e determinado,
ou determinável, desde que seja estabelecido no contrato.
2.2.5 FORMA
Diniz, então diz que até que se prove o contrário, serão presumidos
verdadeiros os fatos alegados pelo locador; porém, quando houver dúvida sobre o
contrato, a prova deverá ser entendida em favor do devedor e contra o locador,
conforme RT 180:238.27
2.3 CLASSIFICAÇÃO
27
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro... p. 256-257.
20
e) Não solene: a lei não exige forma especial, podendo ser celebrado
por meio escrito ou verbal. Sendo exceção somente o caso de se
convencionar fiança para o contrato de locação, pois como será visto
a frente, este deverá ser necessariamente formalizado mediante
forma escrita,
2.4 ESPÉCIES
28
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, v 3: teoria das obrigações contratuais e
extracontratuais. 29 ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 280 a 290.
29
MONTEIRO, Washington de Barros, curso de Direito Civil: Direito das Obrigações, 2003, 2ª parte.
22
30
Carlos Roberto Gonçalves (2012) diz que em consequência da evolução, a
locação de serviço se desdobou em duas partes: contrato de trabalho (regido pelas
leis trabalhistas) e contrato de prestação de serviço (regido pelo código civil).
31
Em relação, a locação de obra ou empreitada, Diniz afirma:
30
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, v 3: contratos e atos unilaterias. 9. ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
31
DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado. 14ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2009.
23
32
Porém, doutrinados como Silvio Rodrigues dizem também que não seria
exatamente espécie própria ao dizer:
E restando por fim, a locação de coisa, que é onde iremos nos aprofundar
mais pela natureza do tema do presente trabalho. Assim, Diniz diz:
“É o contrato pelo qual uma das partes (locador) se obriga a ceder à outra
(locatário), por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa
infungível, mediante certa remuneração, designada aluguel”.
“Art. 565 - Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra,
por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível,
mediante certa retribuição.”
32
RODRIGUES, Silvio. Dos Contratos e das declarações unilaterais de vontade. 30. ed. São Paulo:
Saraiva, 2007. v.3.
24
“Explicando os termos do Art. 565 do Código Civil, onde temos o verbo usar,
devemos entender como direito de uso, de se servir do bem locado.
Enquanto gozar seria o mesmo que dispor dos frutos do bem locado. Em
regra, a locação é sobre bens não fungíveis. Dizer que o bem é não fungível
significa que ele pode ser utilizado sem se esgotar após o uso. Contudo,
podemos ter o aluguel de bem fungível, um quadro de um pintor renomado
exclusivamente para uma festa beneficente, por exemplo.”33
Como a própria lei expressamente alerta, as coisas locadas não podem ser
fungíveis, cuja definição encontra-se no artigo 85 do Código Civil:
Art. 85 – São bens fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros
da mesma espécie, qualidade e quantidade.
33
SANCHES, Beatriz. 2020. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/87205/as-garantias-no-
contrato-de-locacao-e-a-responsabilidade-ou-nao-em-caso-de-prorrogacao-por-prazo-
indeterminado#:~:text=Explicando%20os%20termos%20do%20Art,%C3%A9%20sobre%20bens%20
n%C3%A3o%20fung%C3%ADveis. > Acesso em: 02 abril. 2021
34
LISBOA, Roberto Senise. Manual de Direito Civil: Contratos e declarações unilaterais: teoria geral e
espécies. 3. ed. Vol. III. São Paulo, 2002
35
PACHECO, José da Silva. Tratado das Locações, Ações de despejo e Outras. 11 ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
25
Assim a locação de coisas pode ser sobre bens móveis ou imóveis. O Objeto
desta locação pode ser o uso, a fruição ou ambos (locação para fins residenciais ou
não residenciais), além de claro o objeto em questão deve ser lícito, caso contrário,
será nulo o negócio jurídico realizado.
Pereira, complementa: 37
36
GOMES, Luiz Roldão de Freitas. Contrato. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2002, p
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil: Contratos – Declaração Unilateral de
37
Vontade; Responsabilidade Civil. 13. ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2009, p. 232. v. 3.
26
As indenizações
Mesmo sendo de 1934 o decreto, era praticada até a década de 90, pois
mesmo sendo uma contravenção, era cometida se fazendo valer do
desconhecimento da população. Hoje em dia, a norma já encontra lugar na atual lei
do Inquilinato como veremos mais a frente.
27
2.5.2 ATUALIDADE
38
LOPES, Nathalia. Um em cada quatro domicílios no Brasil é alugado, cedido ou
ocupado. AEC web, São Paulo, 03, maio de 2018. Disponível em:
https://www.aecweb.com.br/cont/n/um-em-cada-quatro-domicilios-no-brasil-ealugado-cedido-ou-
ocupado_17325. Acesso em: 8 de janeiro de 2019.
29
difícil para todos terem acesso a um terreno, em uma casa. Sem dizer dos efeitos
mediatos do capitalismo, o número de arrendamentos no Brasil vem aumentando,
pois se tornou uma opção de investimento para quem tem meios financeiros (ou
seja, através da “especulação” imobiliária), assim tornando-se fonte de renda para
algumas pessoa, e por consequência, resultando em cada vez mais contratos de
locação celebrados ao redor do país.
39
Disponível em: < https://exame.com/mercado-imobiliario/falta-de-pagamento-responde-por-887-das-
acoes-de-locacao-de-imoveis/ > Acesso em: 25 mar.2021
40
Disponível em: < https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/06/15/pandemia-eleva-inadimplencia-
no-setor-de-alugueis-mostra-pesquisa.ghtml > Acesso em: 26 mar.2021
30
3. LEGISLAÇÃO
Art. 2.036. A locação de prédio urbano, que esteja sujeita à lei especial, por
esta continua a ser regida.
Nota-se que no artigo supra, é usado o termo “prédio urbano” invés de “imóvel
urbano”, assim é entendido pela doutrina que esses dois termos podem se
considerar sinonimos, podendo se valer sem distinção, tal afirmação é corraborada
pela doutrinadora Marina Helena Diniz em sua obra41
41
DINIZ, Maria Helena. Lei de locações de imóveis urbanos comentada. 8 ed. São Paulo: Saraiva,
2006, p.14.
42
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Contratos em Espécie.4. ed. São Paulo: Atlas, 2004
43
RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009.
32
44
ALVES, Francisco Lucas Rodrigues. Uma Análise Sobre as Garantias Locatícias. Disponível em: <
https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/7143/1/FLRAlves.pdf > Acesso em: 05 abril.2021
33
a) as locações:
1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos
Municípios, de suas autarquias e fundações públicas;
2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para
estacionamento de veículos;
3. de espaços destinados à publicidade;
4. em apart- hotéis, hotéis - residência ou equiparados, assim
considerados aqueles que prestam serviços regulares a seus
usuários e como tais sejam autorizados a funcionar;
O código civil de 2002 também trouxe alterações à lei do inquilinato, visto que
permitiu coisas como a exoneração extrajudicial da fiança, prevista no artigo 845 do
Código Civil de 2002, o estabelecimento da multa proporcional ao tempo que o
locatário cumpriu do contrato, a possibilidade de sub-rogacao do companheiro do
locatário no polo passivo.
poderia efetuar o pagamento de todos os débitos no prazo supra para que não fosse
despejado.
Mas somente com a alteração pela Lei 12.112/09 muitas das críticas a lei
original seriam corrigidas.
ações revisionais, e deixando claro, que a ação pode ser interposta tanto
pelo Locador, quanto pelo Inquilino.45
Aproveitou, ademais, o legislador, para atualizar alguns artigos, como, por exemplo:
o art. 4º, quando à proporcionalidade da multa compensatória; o art. 12, quando à
obrigatoriedade de se comunicar a sub- rogação da locação não só ao locador, mas
também para eventuais fiadores, que desta ciência poderão pedir exoneração de
suas obrigações; o art. 39, quando à extensão temporal da responsabilidade
contratual dos fiadores; o art. 40, regulamentado o direito do fiador de exonerar-se
da fiança nos contratos que estejam valendo por prazo indeterminado, fato que já
vinha sendo deferido pela jurisprudência46.”
45
DIAS, Victor. As alterações da Lei N. 8.245 de 1991. Disponível em:
https://cvitin.jusbrasil.com.br/artigos/143782798/as-alteracoes-da-lei-n-8245-de-1991 > Acesso em:
07 abril.2021
46
ARAUJO JÚNIOR, Gediel Claudino de. Manual de Prática de Locação. 2. ed. São Paulo: Editora
Atlas S.A, 2010.Pag.62
36
47
DAU, Gabriel. Disponível em:< https://www.jornalcontabil.com.br/fim-da-lei-no-14-010-2020/ >
Acesso em: 29 abril.2021
48
Sabrina Marcolli Rui, é Advogada em direito tributário e imobiliário.
37
49
Dau, Gabriel Disponível em:< https://www.jornalcontabil.com.br/fim-da-lei-no-14-010-2020/ > Acesso
em: 29 abril.2021
38
Art. 46. Nas locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior a
trinta meses, a resolução do contrato ocorrerá findo o prazo estipulado,
independentemente de notificação ou aviso.
Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a
trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se
automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado
o imóvel:
50
RIZZARDO, Arnaldo. Contratos... p. 361.
39
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo
mínimo e ininterrupto de três anos.
51
SOUZA, Sylvio Capanema de. A Nova... 1993. p. 175.
41
Art 46 – (...)
Art. 56. Nos demais casos de locação não residencial, o contrato por prazo
determinado cessa, de pleno direito, findo o prazo estipulado,
independentemente de notificação ou aviso.
E por fim, temos a sublocação, que apesar de não ser uma modalidade
propriamente dita, é contemplada na lei do inquilinato em seus artigos 14,15 e 16,
onde é dito que uma relação jurídica ramificada de uma outra da mesma espécie
segue as mesmas normas e procedimentos da locação, sujeitando-se previamente à
permissão do locador original. Maria Helena Diniz 52diz:
DINIZ, Maria Helena . Curso de Direito Civil Brasileiro vol 3, “Teoria das obrigações contratuais e
52
extracontratuais” 2013.
44
53
FILHO, Sérgio Cavalieri. Programa de responsabilidade Civil. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 298.
54
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro - Teoria Geral das Obrigações. 2014, p. 348.
45
55
Ferraz (2009), ao trazer para área das obrigações da locação, mas dessa
vez para certificar a possibilidade de inclusão em contrato de novas obrigações, que
não sejam as já determinadas em lei, conforme ensina:
55
FERRAZ NETO, 2009 . Disponível em: < https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/o-
contrato-de-locacao-de-imoveis-e-suas particularidades/amp/ > - Acesso em: 10.abril.2021
46
4. GARANTIAS DA LOCAÇÃO
São o ajuste, insertos nas locação, que tem objetivo de dar ao locador uma
segurança no trata dos pagamentos e encargos locativos.
56
DINIZ, Maria Helena, Lei de Locações de Imóveis Urbanos Comentada. 8ª ed. São Paulo, Saraiva,
2006.
49
Destaca-se ainda que o direito real de garantia se materializa pelo de fato de conferir
ao seu titular o poder de obter o pagamento de uma dívida com o valor ou a renda
de um bem aplicado exclusivamente à sua satisfação.
Por outro lado, as garantias fidejussórias são aquelas prestadas por pessoas,
e não por bens. Desta forma, em caso de inadimplencia a satisfação do débito será
garantida por terceiro, que não seja o devedor.
57
FORGIARINI, Giorgio. Aspectos relevantes da alienação fiduciária em garantia. Jus Navigandi,
Teresina, 2002. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/3108/aspectos-relevantes-da-alienacao-
fiduciaria-em-garantia > Acesso em: 15 abril.2021
50
I - caução;
II - fiança;
III - seguro de fiança locatícia.
IV - cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento. (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005)
Em caso de mais de uma garantia ser dada, Barros 58(1997), ensina que
58
BARROS, Carlos, Comentários à Lei do Inquilinato, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 1997, p. 37.
51
Art. 45. São nulas de pleno direito as cláusulas do contrato de locação que
visem a elidir os objetivos da presente lei, notadamente as que proíbam a
prorrogação prevista no art. 47, ou que afastem o direito à renovação, na
hipótese do art. 51, ou que imponham obrigações pecuniárias para tanto.
4.1.1 CAUÇÃO
“Pode ser real ou fidejussória. Real, quando dada em garantia coisa móvel
ou imóvel, e fidejussória, quando a garantia dada é pessoal. Note-se que,
quando a lei não especificar a espécie da caução, poderá ser prestada
mediante depósito em dinheiro, papéis de crédito, títulos da União ou dos
Estados, pedras e metais preciosos, hipoteca, penhor e fiança.”
53
Nesse mesmo sentido, é ensinado por ela que para que a caução possa valer
contra terceiro, ela deverá ser registrada em Cartório de Título e Documentos, e no
caso de bens imóveis, deverá ser averbado a matrícula para dar publicidade ao ato.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode,
sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
Ao falar dos bens que podem ser dados em caução, Diniz, ensina que :
59
DINIZ, Maria Helena. Lei de Locações de Imóveis Urbanos Comentada. 2006, p.155
54
Sendo assim a caução poderá ser prestada em dinheiro, títulos e ações, bens
móveis e imóveis,
“Em legislação, o direito de garantia que recai sobre um imóvel para tal fim é
direito real de hipoteca. E a hipoteca somente tem eficácia constitutiva
através da inscrição (registro) no Registro de Imóveis, jamis por averbação”.
Tal como o instituto da hipoteca está para a caução de bens imóveis, para a
caução de bens móveis, tem-se o Penhor, sendo assim hipótese de tradição eftiva
do bem cacionado para o próprio locador. Ressaltando-se que em caso de
automóveis, será requerida a averbação do ônus junto ao Registro Nacional de
Veículos Automotores — Renavam.
60
FILHO, Elvino Silva, A Caução no Registro de Imóveis, Campinas, 1979, p. 18-19.
56
O que ocorre é que, neste caso a garantia tem risco se tornar precária, uma
vez que o valor limite estabelecido é o equivalente a três meses de aluguel, mas em
caso de uma possível Ação de Despejo por Falta de Pagamento, havendo o risco
evidente de uma demora no trâmite judicial, pode ocorrer de se estender de um a
dois anos, em caso de recurso ou expedientes protelatórios pelo devedor, deixando
o locador no prejuízo, além da limitação de valor correspondente a três alugueres,
portanto acaba não sendo suficente o valor para cobrir evetuais débitos em caso
ação citada ou eventuais danos ao imóvel.
57
Para Moreira61
61
MOREIRA, Pery. Lei de Inquilinato Comentada. 2003, p. 65.
58
62
Sobre a caução de títulos e ações, ensina Venosa (2006):
62
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: contratos em espécie. 2006, p.183
63
DINIZ, Maria Helena. Lei de Locações de Imóveis Urbanos Comentada. São Paulo: 9 ed, Saraiva.
2014. p. 176-190
60
Por fim, o titulo do crédito sujeito ao penhor somente poderá receber com a
devida anuência do credor pignoratício – o locador (Código Civil, art. 1.457).
É possivel se valer dele como caução, sem ser necessário comprovar renda
ou alguma análise de crédito para sua contratação. De acordo com a SUSEP 64, ele
só poderá ser comercializado pelas Sociedades de Capitalização devidamente
autorizadas. É gerado a partir de uma proposta assinada pela parte contratante que
irá gerar um boleto com o valor do título para pagamento á vista, uma vez que na
capitalização para aluguel, o título é do tipo PU (Pagamento Único).
64
CNseg. Título de Capitalização de Garantia Locatícia. Disponível em:
<http://cnseg.org.br/cnseg/servicos-apoio/noticias/titulo-de-capitalizacao-de-garantia-locaticia.html>.
62
4.1.2 FIANÇA
Pelo conceito trazido, é notável a semelhança com o instituto do Aval, que por
67
é também uma garantia fidejussória mas não locatária, Coelho (2000) ensina ao
diferencia-las:
Aval é uma garantia de natureza comercial, que tem por objetivo garantir o
pagamento de um determinado título de crédito por um terceiro, ou seja, o
aval é ato cambiário pelo qual uma pessoa se compromete a pagar título de
crédito, nas mesmas condições do devedor deste título. A fiança, por sua
vez, também é uma garantia prestada por terceiros, porém, garante mais
especificamente o cumprimento da obrigação de um contrato. É uma
GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito das Obrigações – Parte Especial – Contratos, 2014. p. 186
66
67
COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol. 1. 4. Ed. São Paulo: Saraiva, 2000
63
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária
(art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge
pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade
conjugal.
I - morte do fiador;
II - (Revogado)
68
COELHO, José Fernando Lutz, Questões atuais e polêmicas. Curitiba, 2005. p. 35
64
(…) de acordo com a regra do artigo 826 do Código Civil, pode haver
exigência de novo fiador em caso de ausência (Código Civil, art. 22);
65
“Se a fiança for por prazo determinado, findo o tempo de sua duração, o
locador poderá exigir outro fiador, ou outra garantia locatícia, pois sendo a
fiança contrato acessório acompanhará a sorte do principal (locação).
Extinta a locação com prazo certo, rescindida estará a fiança que a
assegura.(2014. p. 182)
69
SANTOS, Gildo. Locação e Despejo. Comentário à Lei 8.245/91. 5 ed. São Paulo: Revista do
Tribunais, 2004.
67
Assim, apesar de uma modalidade muito eficaz pois abrange a totalidade das
obrigações locaticias, conforme o Art 4 da Lei 8.245, seu custo é alto, pois com o
pagamento do prêmio realizado a cada 12 (doze) meses.
Diniz complementa:
Tal cessão fiduciária é admitida pela Lei n. 4.728/65, art. 66-B,§§ 3.° a .°
(com redação da Lei n.10.931/2004) e, salvo disposição em contrario, a
posse direta e indireta dos quotas é atribuída ao credor (locador) que, em
caso de inadimplemento ou mora da obrigação locatícia garantida, poderá
vender a terceiro o bem objeto da propriedade fiduciária,
independentemente de leilão, hasta pública ou qualquer outra medida
judicial ou extrajudicial, devendo aplicar o preço da venda no pagamento do
70
107 RODRIGUES, Silvio. Direito... p. 237.
69
Venosa diz:
71
A constituição, a administração, o funcionamento e a divulgação de informações dos fundos de
investimento à garantia de locação imobiliária regem-se pelo disposto na Instrução CVM n. 409, de 18
de agosto de 2004, ressalvadas as disposições da Instrução CVM n.432/2006.
72
LOURENÇO, Luiz Guilherme. Teoria geral dos contratos no novo código civil. São Paulo: Método.
2002
70
CONCLUSÃO
Com tudo que foi demonstrado, espera-se que de alguma forma tenha-se
contribuido para a discussão e reflexões em relação ao tema, para que seja sempre
pertinente e encontre-se cada vez mais espaço para aperfeiçoamento das relações
decorrentes da locação, sejam mediante pesquisas, medidas e estudos empíricos e
científicos para se embasar e podermos alcançarmos um Direito mais justo com as
devidas garantias garantidas aos envolvidos.
73
BIBLIOGRAFIA:
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações e teoria
geral dos contratos. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2013, v. 2.
VIEIRA, Hugo Amoedo. Breves apontamentos sobre contratos de locação
Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 15 abr 2021. Disponivel em:
https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/45889/breves-apontamentos-sobre-
contratos-de-locacao. Acesso em: 15 abr 2021.