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ESCOLA ESTADUAL ANTONIO FLORENTINO

CAUAN ALAN

ERIK DIAS

GABRIEL FERREIRA

GUSTAVO CARDOSO

LUIS FELIPE

UMA BREVE HISTORIA SOBRE PORNOGRAFIA:

E SUA INFLUENCIA NO COTIDIANO

ITAPECERICA DA SERRA

2020
CAUAN ALAN, N°9 - 3°A

ERIK DIAS, N°12 – 3°A

GABRIEL FERREIRA, N°15 – 3°A

GUSTAVO CARDOSO, N°12 – 3°C

LUIS FELIPE, N°31 – 3°A

UMA BREVE HISTORIA SOBRE PORNOGRAFIA:

E SUA INFLUENCIA NO COTIDIANO

TCC apresentado para fechamento da nota do 4°Bimestre

Orientador: Prof. Douglas Stenferson

ITAPECERICA DA SERRA

2020
A Professor Orientador Douglas Stenferson, pelo apoio e ajuda na realização deste trabalho. As
nossas famílias que nos tem cuidado e apoiado. E a Escola Estadual Antônio Florentino por todos
os anos de aprendizado.
“Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém. ”

- Nelson Rodrigues
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Adônis von Zschernitz........................................................................ 9

Figura 2 - Sátiros Cortejando Dionísio.................................................................... 9

Figura 3 – Kama Sutra ...................................................................................... 10

Figura 4 – Prensa de Gutenberg ....................................................................... 11

Figura 5 e 6 – Pietro Aretino e Giulio Romano................................................... 11

Figura 7 - Shugan .............................................................................................. 12

Figura 8 - Marquês de Sade .............................................................................. 13

Figura 9 - Fauno copulando com cabra ............................................................ 13

Figura 10 e 11 - Mulheres nuas da década de 20, da Coleção IMS .................. 14

Figura 12 – Capa da primeira edição da Playboy .............................................. 15

Figura 13 - Capa da primeira edição sem nudez .............................................. 15

Figura 14 - Pôster de “Deep Throat” (1972) ...................................................... 16

Figura 15 e 16 - Capa de “Barbarella” e Capa de “Druuna”................................ 18

Figura 17 - Catecismos de Carlos Zéfiro ........................................................... 18

Figura 18 - Venda de conteúdo erótico no Japão ............................................... 19

Figura 19 – Beate Uhse ....................................................................................... 20

Figura 20 - Annie Sprinkle – Nova York, 1989..................................................... 24


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................... 7

A Parte Obscena da História Humana

I. ANTIGUIDADE...................................................................................... 9

II. KAMA SUTRA..................................................................................... 10

III. RENASCIMENTO............................................................................... 10

IV. UKIYO-E E SHUNGA......................................................................... 12

V. MARQUES DE SADE.......................................................................... 12

VI. PORNOGRAFIA MODERNA.............................................................. 13

O pornô contemporâneo

I. FOTOGRAFIA E AS REVISTAS ADULTAS.........................................14

II. CINEMA ............................................................................................................16

III. QUADRINHOS.....................................................................................17

IV. PORNOGRAFIA E CENSURA NO JAPÃO.........................................18

V.O SURGIMENTO DAS SEX SHOPS E OS PRODUTOS ERÓTICOS..19

VI. PORNOGRAFIA NA INTERNET E SEU CRESCIMENTO..................20

Estética e autoimagem

I. OS PAPÉIS DOS GÊNEROS................................................................ 22

II. A PIOR DAS ESCOLAS....................................................................... 23

III. POS-PORNOGRAFIA.......................................................................... 24

IV. O BRASIL AMA ODIAR TRANSEXUAIS............................................ 25

V. AS CICATRIZES QUE DEIXARAM...................................................... 26

CONCLUSÃO ........................................................................................... 29

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 30
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INTRODUÇÃO

No decorrer da história muitos assuntos foram sendo considerados tabus, taxados como inapropriados,
mas a verdade é que geralmente o que se enquadra como tabu são os temas que mostram para as
pessoas o quanto mal resolvidas elas são consigo mesmas e o mundo a sua volta, e há um assunto que
ao mesmo tempo que faz parte da vida de todos, sempre é evitado de ser comentado, o sexo. Levando
isso em conta, o presente trabalho busca não só quebrar convenções sociais, como também analisar
como o sexo é retratado na mídia e qual é a relação das massas com esses produtos, hora
entretenimentos casuais, hora análises profundas da natureza humana.

É comum do ser humano sempre achar diferentes formas de se expressar, comunicando pensamentos e
sentimentos, normalmente não de forma direta, como em um discurso, mas sim por meio da poesia,
fotografia, música e tantas outras ferramentas que temos à nossa disposição. Por intermédio dessas
ferramentas o tópico sexo é amplamente tratado e divulgado, sendo considerados por muitos um assunto
a ser discriminado.

Esse projeto de pesquisa é trabalhado em cima de como a falta de comunicação gera uma fantasia
acerca do sexo, e é dessa fantasia que as empresas de produtos eróticos, que vão desde filmes até livros
e videogames, se mantem vivas e lucrando. O jeito que uma pessoa se relaciona com essas produções é
diverso e gera análises, e esses estudos são primordiais para haver um auto avaliação e uma nova visão
da maneira que nos relacionamos com nossa própria sexualidade. Se alguém não recebe educação de
forma correta o comum é que esse alguém procure em volta um padrão de comportamento a seguir, para
dessa forma se sentir encaixado no mundo em que vive, e isso se torna perigoso na área do sexo, já que
ficções pornográficas tendem a exagerar e fantasiar sobre o ato sexual, afinal, acabam por ser duas
pessoas atuando, e se determinada pessoa não tem discernimento de ficção e realidade, isso junto com a
falta de orientação, quando chegar a hora de se relacionar com outros vai haver um choque de realidade e
uma confusão que pode acarretar em homens e mulheres mal resolvidos e com comportamento
destrutivos ou abusivos, consigo e com os outros.

A relação entre indivíduo e o pornô chega até o fundo de seu emocional e pode vir a modificar a visão de
si mesmo, pois filmes, quadrinhos e livros desse cunho tendem a endeusar um padrão imaginário de
perfeição, com o constante de atores e personagens que se repetem com a mesma aparência, e o
consumidor em meio a isso concebe a ideia de que ele está errado por não ser desse jeito. Ou devido a
demanda e a diversidade de mercado criam-se produtos baseados em fetiches, que ao mesmo tempo que
fogem do estereótipo que a maioria das produções eróticas impõem, também objetificam determinado
grupo étnico ou cultural.

A pornografia é uma forma de produto que com a evolução das tecnologias foi se disseminando até se
tornar a indústria gigante que é hoje, mas se essa grande força cresceu foi devido a uma necessidade das
grandes massas, e estudando a fundo essas necessidades é possível ter uma visão mais ampla do desejo
e do fetiche, a criação de uma necessidade e de que forma ela é preenchida de formas inimagináveis. No
mercado erótico existe todo tipo de mercadoria, mas as formas com que elas afetam quem os consomem
8

são diversas, e tem que ser avaliadas. Nessa pesquisa não se busca condenar ou adorar o mercado
pornográfico, apenas analisar sua importância e impacto e como homens e mulheres tratam essa parte da
mídia que desde sempre tem mexido e provocado uma sociedade que constantemente se perde em
decidir o que é certo ou errado, mas se reprime em suas necessidades mais básicas para se adequar a
padrões antiquados e limitadores.
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CAPÍTULO 1. A Parte Obscena da História Humana

I. ANTIGUIDADE

A palavra pornografia com o decorrer dos anos adquiriu vários significados e interpretações, sendo elas
muito dependentes do contexto histórico em questão. A palavra foi criada em torno de 1800, inicialmente
com um sentido diferente do atual, sendo usada para definir o estudo sobre a prostituição, mas só apenas
no final do século XIX que pornografia começou a ser usada para designar expressões artísticas.

A sexualidade explícita data desde a era paleolítica, com desenhos e estátuas de nudez, que podiam estar
representando tanto excitação como também adoração ao divino, por exemplo, em 2005 arqueólogos
encontraram na Alemanha uma estátua que foi nomeada de Adônis von Zschernitz, considerada a estátua
pornográfica mais antiga do mundo, tendo cerca de 7200 anos.

Figura 1 - Adônis von Zschernitz

Fonte: Museu Estatal de Arqueologia de Chemnitz

A origem das primeiras formas de pornografia continua sendo algo incerto, embora existam evidências de
que durante os festivais em honra ao deus Dionísio, na Grécia, haviam representações eróticas de forma a
se celebrar o divino.

Figura 2 – Sátiros Cortejando Dionísio

Fonte: Jafet Numismástica.


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Na cultura Romana, as representações das prostitutas eram vistas em pinturas eróticas de Pompéia, que
eram exibidas em bordeis onde serviços sexuais eram prestados, assim como em locais que serviam para
orgias e bacanais. As pinturas em barro e vasos mostravam muito da vida sexual do homem grego, mas
servindo muito mais como uma celebração do passado do que como pornografia, que nesses vasos
podiam ser vistos iconografias representando a relação homoerótica.

II. KAMA SUTRA

De modo geral, o Kama é um livro com conselhos e reflexões, sobre os mais variados aspectos da vida,
como o convívio em sociedade, o casamento, riquezas, religião e a satisfação dos prazeres sexuais. A
data da escrita do Kama Sutra permanece incerta, bem como mais informações sobre seu autor,
Vatsyayana, embora o primeiro Kama Sutra parece ter sido composto entre os séculos I e IV da era cristã.

Dentre os variados aspectos da vida tratados no livro de Vatsyayana, o prazer sexual (Kama) teve
considerável destaque, sendo o foco do livro. Segundo Vatsyayana, Kama é o gozo dos objetos pelos
cinco sentidos (audição, visão, tato, paladar e olfato). No entanto, no contexto do livro, Kama (prazer)
abrange todas as relações entre homens e mulheres: educação, namoro, e casamento. Além de Kama,
destacam se outros princípios regulativos, tais como Dharma (deveres religiosos) e Artha (aquisição de
riquezas), portanto, a abordagem de Vatsyayana não foi, unicamente, a do prazer erótico.

Figura 3 – Kama Sutra

Fonte: Amazon.in

III. RENASCIMENTO

A Igreja já era uma força dominante, considerada como poder absoluto e dona da razão, juiz do certo e
errado. A prostituição apesar de ter perdido seu status anterior, devido aos dogmas da igreja, ainda
continuava presente no cotidiano popular, mas a arte do erotismo se encontrava fraca e pouco espalhada,
e aonde antes havia pinturas e esculturas que celebravam a sexualidade, agora as artes focavam no
divino e sagrado, mas com o renascimento houve uma quebra de antigos padrões. Como consequência
das novas tecnologias de impressão do século XVI, invenções de Johannes Gutenberg, aumentou-se a
produção de
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livros, logo seu barateamento, o que gerou medo da elite, já que pela primeira vez em muito tempo havia
conhecimento, não só sexual, mas também religioso e político fora de suas mãos.

Figura 4 – Prensa de Gutenberg

Fonte: cutedrop.

Um marco na história da pornografia foi a parceria entre os artistas italianos Pietro Aretino (1492-1556) e
Giulio Romano (1499-15460), Aretino sendo um escritor, com seu livro Sonetos Luxuriosos (1525) trazia
descrições explícitas de órgãos genitais com críticas ácidas a igreja, e acompanhando o livro, Romano
pintou gravuras eróticas, mais direcionadas a parcela do povo eu não era letrada, demonstrando posições
sexuais entre homens e mulheres, o livro de Aretino se popularizou rapidamente na Europa, porém as
gravuras de Romano se perderam.

Figura 5 - Pietro Aretino Figura 6 - Giulio Romano

Fonte: Uffizi Galleries Fonte: Saber Cultural

A Inglaterra do século XVII e a França do século XVIII viam as obras de cunho erótico como protesto
político, mas foi na Holanda do século XVIII que houve uma imensa venda de pornografia, porque apesar
de não ser uma produtora de tal conteúdo, era lá que muitos livros proibidos no resto da Europa eram
publicados, visando lucrar com o mercado clandestino.

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IV. UKIYO-E E SHUNGA

Ukiyo-e é um gênero de pintura popular no Japão entre os séculos XVII e XIX, e quase todos seus pintores
produziram obras eróticas a que se chamam shunga, sendo seu formato principalmente de dois tipos:
livros impressos e álbuns de imagens soltas; os livros, cada qual com doze ou mais imagens eróticas.

Assim sendo, o mundo das pinturas eróticas ukiyo-e tentou representar de modo exaustivo os usos e
costumes sexuais de todos os homens comuns, podendo-se dizer tratando-se de uma representação de
amor erótico. Os ukiyo-e comuns eram tapeçarias e gravuras decorativas, já os shungas serviam como
explicações de posições para os maridos, lembrando em muito a função do Kama Sutra citado
anteriormente.

Figura 7 - Shugan

Fonte: Sukado

V. O MARQUÊS DE SADE

No fim do século XVIII surge mais um escritor que marca em muito a literatura e pensamento político,
Donatien Alphonse François, o Marquês de Sade. O escritor e aristocrata participou do movimento da
filosofia libertina, que tinha como características principal a rebeldia contra a igreja e também a libertação
sexual do indivíduo, e em seus livros o autor intensifica isso ao máximo, tratando de crueldade, dor, crimes
e tortura, sempre relacionando tudo ao erotismo.

O Marquês de Sade é considerado um precursor da pornografia, e á ele se é dado crédito pela


popularização de grupos “sadomasoquistas” e por crimes cometidos por serial-killers, quase como se Sade
fosse um ponto de virada para decadência de morais e dogmas antigos.

Figura 8 – Marquês de Sade


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Fonte: Aventuras na História

VI. A PORNOGRAFIA MODERNA

No século XIX surgem na Europa os “museus secretos”, onde eram exibidas peças exclusivas com
produtos relacionados a produção erótica. O Museu de Nápoles fez história, já que para diferenciar as
aulas com o enfoque obsceno das outras exibições usaram o termo “pornografia”, que assim como visto
anteriormente, se refere ao “estudo da prostituição”.

Figura 9 – Fauno copulando com cabra

Fonte: Hole in the Donut Cultural Travel

Com o aumento cada vez maior da demanda, e de forma a separar o conteúdo do resto, as editoras e
gráficas começaram, assim como o Museu de Nápoles, a usar “pornografia” como algo classificação
própria, do mesmo jeito que se usam termos como “ação”, “suspense” ou “comédia”.
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CAPÍTULO 2. O pornô contemporâneo

I. FOTOGRAFIA E AS REVISTAS ADULTAS

O daguerreótipo foi uma invenção de extremo sucesso dos franceses Louis Jacques Mandé Daguerre
(1787-1851) e William Henry Fox Talbot (1800 -1877), funcionando como um dos primeiros aparelhos
capazes de fotografar, e não demorou muito para que após sua criação fosse usado no mercado erótico. É
de 1850 que se datam a primeiras fotos eróticas, tirada por Féliz-Jacques-Antoine Moulin (1802-1875),
mais tarde preso devido suas fotografias, e inicialmente, prostitutas eram usadas como modelos para as
fotos, usando também as fotos para sua divulgação.

Figuras 10 & 11 – Mulheres nuas da década de 20, da Coleção IMS

Fonte: Brasiliana Fotográfica

Um grande salto para a popularização das revistas eróticas viria por meio da publicação francesa “La Vie
Parisienne”, em que artistas da época ilustraram várias gravuras de cunho sexual, e essas gravuras
acabaram por influenciar o estilo das fotografias do período, com as mulheres em posições semelhantes
aos desenhos, quase como se estivessem se complementando.

Talvez a maior publicação adulta seja a ‘‘Playboy’’, que impulsionou a criação de revistas para adultos em
todo o mundo, criada por Hugh Hefner (1926 – 2017) quando tinha 27 anos. Ele comandou por anos a
revista ‘Children’s Activities’, e decidiu reestruturar a publicação por completo quando percebeu que
apesar de haverem muitas revistas direcionadas ao público masculino, que tratavam de temas como
carros, caça ou armas, em nenhum momento elas abordavam um tema de extrema importância aos
homens, as mulheres. Hefner acreditava que podia criar um produto que ao mesmo tempo que exibia
belas mulheres, também publicaria reportagens e artigos de relevância.

Com um nome que se referia ao estilo de vida extravagante, um financiamento de US$ 8 mil, e Marilyn
Monroe estreando na primeira capa, a primeira edição lançada em outubro de 1953 vendeu 54.175
unidades, e as edições seguintes foram lucrando cada vez mais, o que popularizou a revista rapidamente.
Anualmente são mais de 6.300 páginas de anúncios, equivalente a US$ 43 milhões em publicidade e US$
34 milhões em receita líquida, com 283 edições mensais publicadas e mais de 10 milhões de cópias
vendidas.

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Figura 12 – Capa da primeira edição da Playboy

Fonte: Press Pass Collectibles

A quantidade de conteúdos obscenos gratuitos na internet fez com que a Playboy perdesse popularidade e
logo tivesse uma baixa nas vendas, por isso em outubro de 2015 Scott Flanders, presidente-executivo da
empresa, anunciou que a versão americana da revista não exibiria mais fotos de mulheres nuas, apenas
em poses provocantes. Flanders em uma entrevista ao "New York Times” explicou: "Você agora está a um
clique de distância de cada ato sexual imaginável, de graça", afirmando que a publicação focaria nos
artigos, e em valorizar a beleza feminina de forma respeitosa, mas tal formato não durou muito tempo.

Figura 13 – Capa da primeira edição sem nudez

Fonte: tecmundo

Em 2017 a Playboy americana confirmou que voltaria a exibir fotos de mulheres nuas, explicando que o
problema nunca foi a nudez em si, mas como era apresentada, e desde então a revista continua a ter a
mesma estrutura que teve durante décadas. Desde o surgimento da pornografia na internet, a Playboy não
passa de 800 mil cópias vendidas nos EUA, sendo que em 1975 vendia cerca 5,6 milhões de cópias.

II. CINEMA

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Na Europa, o mercado de filmes explícitos teve seu estopim, mas dizer com certeza a data exata do
primeiro filme desse gênero é incerto, já que não eram feitos registros na época. Os que são considerados
os primeiros filmes oficiais do cinema pornô são On the beach (1916) e Free ride (1915), exibidos
normalmente em bordéis. O cinema pornográfico fazia parte de um circuito comercial fechado, sem grande
distribuição de grandes estúdios, e devido a essa pouca visibilidade, os diretores conseguiam explorar
mais os limites do gênero, criando obras mais atrevidas e mais experimentais.

Na década de 60 o gênero pornográfico chegou as salas dos cinemas, com Mona, A Ninfa Virgem (1970)
sendo considerado um dos primeiros filmes desse gênero a estrear na grande tela, e após certo lucro ser
gerado desses lançamentos, as novas obras eram mais bem trabalhadas, apesar de ainda terem um baixo
orçamento, com uma linha narrativa lógica, mesmo que vezes incoerente.

“Garganta Profunda” (Deep Throat no original) de 1972, é considerado o primeiro grande sucesso do
cinema pornô, com orçamento de 25 mil dólares, e arrecadação de 600 milhões de dólares ao redor do
mundo. Na década de 80, a febre dos videocassetes fez com que as vendas dos filmes aumentassem
drasticamente, gerando um mercado de produções feitas diretas para o cassete. “Garganta profunda” foi
exibido no Brasil apenas em 1983, mais de dez anos depois de sua estreia original devido problemas com
censura.

Figura 14 – Pôster de “Deep Throat” (1972)

Fonte: Wikimedia Commons

Um gênero de filme brasileiro chamado de “pornochanchada” surgiu em 1970, fazendo sucesso imediato,
usando de temas como perda de virgindade e adultério para mover suas tramas. A pornochanchada sofreu
censura, fruto de campanhas contra os filmes, querendo tirá-los das salas de cinema. O primeiro filme a
ser exibido nas grandes telas dos principais cinemas foi “Coisas eróticas”, de Raffaele Rossi, sua estreia
foi em 7 de julho de 1982, em São Paulo, com três mil pessoas diariamente enchendo sessões, no fim o
filme teve cinco milhões de espectadores e seu sucesso impulsionou ainda mais a produções do gênero
pornochanchada. O longa representou um marco contra a censura, e só não foi tirado das salas de cinema
graças a um mandado de segurança. Mas após quase 20 anos no ápice, o subgênero caiu no ostracismo

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devido ao surgimento dos filmes pornô “hardcore”, que eram mais obscenos que a leva de produções
anteriores.

Muito conhecida e de extrema importância no crescimento das produções nacionais, a produtora


“Brasileirinhas”, fundada em 1985, gravava aproximadamente 35 filmes mensalmente, superando a venda
de DVDs da Disney no país, e de acordo com a Revista O Globo em maio de 2007, teve um faturamento
estimado em US$ 1 milhão por ano. Nos anos 80 e 90, o VHS e o DVD provocaram uma explosão na
venda de filmes pornôs. De acordo com O GLOBO, em 1996 nos EUA, o consumo de produções adultas
gerou US$ 8 bilhões. No início dos anos 2000, os canais pagos de conteúdo adulto aumentaram ainda
mais o faturamento da indústria.

Em 1984, devido ao alto consumo de filmes adultos, a revista “Adult Video News” (AVN) criou uma
premiação anual da indústria pornográfica dos Estados Unidos. O “AVN Awards”, tem sua cerimônia
realizada anualmente em Las Vegas, Nevada, com direito a apresentações musicais, discursos políticos,
tapete vermelho e estatuetas.

Inspirado na premiação americana, o canal adulto brasileiro “Sexy Hot” desde 2014 promove o Prêmio da
Indústria Pornô (PIP). Desde 2014 a premiação continua com alta audiência, e em sua edição mais
recente de 2019, causou barulho e gerou elogios ao ter a volta da categoria LGBT, ausente em anos
anteriores devido a falta de inscrições, e dentre as 17 categorias, cinco novas foram: Melhor Atriz Homo;
Melhor Cena Homo Feminina; Revelação do Ano LGBT; Melhor Atriz Trans; e Melhor Cena Transexual.

III. QUADRINHOS

Os primeiros usos de linguagem obscena nos quadrinhos de grande distribuição datam de 1910, quando
uma quantidade enorme de mulheres sensuais, com poses sugestivas, invadiram as tiras de jornal e os
quadrinhos, como a conhecida Betty Boop, que era usada de escada para trocadilhos de duplo sentido e
sempre usando vestidos curtos. E após a América entrar na Segunda Guerra, a erotização se tornou mais
óbvia, com a intenção de que esses quadrinhos fossem aliviar os soldados. Agora todo protagonista
homem tinha uma ajudante mulher sem muita personalidade, disposta a seguir o herói e cumprir suas
ordens.

Frederic Wertham (1895 – 1981) em 1954 publica seu livro “A sedução do inocente”, em que condena o
uso de sensualidade e violência, afirmando que tal tipo de conteúdo nos quadrinhos gerava rebeldia entre
os jovens, os condenando a uma vida marginal, fazendo afirmações como Batman e Robin serem um
casal homossexual, ou sobre a Mulher-Maravilha ser uma metáfora ao lesbianismo. Foi-se criado então o
Comics Code Authority, que proibia qualquer conteúdo explícito e violento.

Na França surge “Barbarella” (1962), primeira história em quadrinhos assumidamente adulta, e o


movimento se espalhou por toda a Europa, com a França trazendo novas versões adultas de histórias
clássicas. Esse período é considerado um marco para os quadrinhos adultos, se provando não só como
um passatempo, mas também como forma de arte, gerando clássicos europeus como “Druuna” (1985).

Figura 15 & 16 – Capa de “Barbarella” e Capa de “Druuna”

18

Fonte: Guias dos Quadrinhos

Robert Crumb trouxe de volta o obsceno aos quadrinhos americanos, sendo um entusiasta das
publicações ‘‘underground’’ (fora do circuito das grandes distribuidoras e do grande público), com
publicações como “Fritz” e “Gore”, histórias cheias de sexo e violência, aumentando as vendas dos
quadrinhos independentes, e tamanho sucesso influenciou as grandes editoras como “Marvel” e “DC”, que
agora sem laços com o Comic Code Authority, podiam ousar mais, sem medo de serem censuradas.

Nos anos 60 o Brasil popularizou o mercado próprio de quadrinhos adultos, e já que o Comic Code tinha
cancelado as publicações americanas, o país não tinha como vender tais histórias, então Carlos Zéfiro
(1921- 1992) se mostrou um grande expoente desse tipo de publicação no Brasil, lançando os chamados
"catecismos", livretos com ilustrações que representavam cenas explícitas de forma didática. A partir de
1969, muitas editoras como Editora Edrel e a Editora Vidente, lançavam em grande quantidade tal tipo de
publicação, com títulos nacionais ou republicando as já conhecidas histórias do mercado europeu.

Figura 17 – Catecismos de Carlos Zéfiro


Fonte: Acervo

IV. PORNOGRAFIA E CENSURA NO JAPÃO

Antes do Hentai, a arte erótica Shunga existia desde o período Heian (794 – 1185), que consistia de
imagens gravadas em blocos de madeira e impressas em papel, mas que foram reprimidos pelos militares
a partir do

19

século XVI, mas a inevitável queda do Shunga veio com o surgimento das fotografias pornográficas no
final do século XIX.

O hentai é definido como representação de nudez excessiva e relações sexuais explícitas, e continuou por
muito tempo livre de qualquer influência externa, até que em 1907, o Artigo 175 ditou especificamente que
representações de relações sexuais homem-mulher e pelos pubianos eram proibidas, mas a genitália nua
não, desde então cenas de sexo tinham genitálias censurados ou não desenhadas, ou barradas com
efeitos de imagem quando se tratava de vídeo. No início da década de 1960, vários estúdios começaram a
produzir "filmes cor-de-rosa", esses filmes rapidamente se diversificaram, trabalhando com variados tipos
de temas e gêneros, incluindo estupro e escravidão.

Devido à influência de fotografias erótica, a arte do mangá (o quadrinho japonês) foi retratada com
personagens realistas, mas a partir da década de 70, quando foram lançados Ero Mangatropa (1973) e
Erogenica (1975), com a principal mudança de estilo sendo a de personagens realistas para personagens
com traços que remetiam a crianças. Toshio Maeda, em 1986, de forma a poder ser mais livre em seus
trabalhos, iniciou o uso de tentáculos sexuais, dessa forma escapando do artigo 175. Isso popularizou o
recorrente aparecimento de monstros, demônios, robôs e alienígenas, tendo relações sexuais com
mulheres, que por terem genitálias diferentes e não serem tecnicamente “homens”, podiam ser
desenhados sem censura.

A partir de 1971, revistas com tema homossexual surgiram, direcionadas para segmentos específicos da
população, como “Badi”, que apresenta jovens adultos, “Sanson”, com homens acima do peso, e G-
homens, com homens musculosos. Desde os tempos de censura a pornografia japonesa já se modificou
muito, e por mais que a censura ainda vigore, diferentes técnicas para “enganar” tais regras foram sendo
aprimoradas, e tal lei já não se mostra um grande obstáculo pra ao mercado.
Figura 18– Venda de conteúdo erótico no Japão

Fonte: The Daily Beast

V. O SURGIMENTO DAS SEX SHOPS E OS PRODUTOS ERÓTICOS

Beate Uhse (1919 – 2001), pilota militar alemã responsável por criar a primeira “sex shop”. Após a morte
de seu marido e de ter seu direito de exercer a profissão revogado, se mudou para Flensburg com seu
filho, onde começou a vender cosméticos femininos, mas rapidamente se tornou popular ao ensinar a suas

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clientes o método contraceptivo Knaus-Ogino, que identificava os dias férteis e inférteis das donas de
casa. Uhse passou a distribuir o guia que detalhava o processo, chamado Schrift X, vendendo 32 mil
cópias, e com o lucro das vendas criou sua própria empresa no ano de 1951, nomeada de ‘‘Versandhaus
Beate Uhse’’, oferecendo conselhos sobre sexo, métodos anticonceptivos e livros sobre a vida sexual de
casais.

Durante a Revolução Sexual, Uhse inaugurou o ‘‘Instituto de Higiene Conjugal’’, a primeira sex shop do
mundo, que tinha esse nome técnico para afastar o julgamento do povo e batidas da polícia, já que pelos
olhos de muitas pessoas tais produtos “feriam a moral e os bons costumes". Na década de 70, com as leis
morais na Alemanha tendo perdido força, Beate Uhse focou em vender diversos brinquedos sexuais,
vibradores e lingeries, e 5 anos após quando a legalização da pornografia no país, Beate Uhse passou a
vender filmes explícitos. Em 1990, por verem os lucros que o mercado trazia, países conservadores como
a Rússia e China legalizaram o novo modelo de comércio iniciado por Uhse

Figura 19 – Beate Uhse


Fonte: Euro Sex Scene

A empresa Norte Americana Wallmart, lucrou cerca de 443 bilhões ao iniciar a venda de produtos do
eróticos, outras empresas também experimentaram a venda de objetos eróticos (máscaras, algemas,
óleos, sexy toys), após o grande impulso de diversas grandes empresas outras empresas menores se
aproveitaram de tal fato, o lucro começou a ultrapassar a média de 35% a 40% em sex shops, a busca por
itens eróticos aumentou.

Um efeito das lutas de Beate Uhse foram o surgimento das feiras eróticas, que apresentam novos
produtos e inovações para o prazer sexual, por exemplo “Sexy fair”, a maior feira erótica da América
Latina. Tal mercado se mostra lucrativo, o volume de vendas também aumentou, aquecendo de vez o
clima no mundo dos negócios, e por ano o lucro chega a ser de R$ 1 bilhão.

VI. PORNOGRAFIA NA INTERNET E SEU CRESCIMENTO

Quando a internet era recente e tinha acabado de ter uma versão básica liberada para o grande público,
os conteúdos adultos encontrados costumavam ser fotografias e revistas escaneadas, depois
compartilhadas por e-mail ou por grupos de conversa online. Os primeiros sites pornográficos surgiram
quando usuários começaram a coletar esses compartilhamentos e juntá-los em posts. Uma forma comum
de obter as imagens

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era a de comprá-las de uma distribuidora e adicionar ao seu próprio site ou revender por um preço maior,
claro que após alguns anos a prática mais comum se tornou a de piratear os conteúdos originais.

A maior parte das fotografias eram escaneadas, armazenadas em CDs sendo então vendidos. Com tanta
pornografia gratuita disponível os sites pagos tinham que exibir mais do que imagens, mas a qualidade e
velocidade da internet aumentaram, e vídeos se tornaram o principal produto, e como uma forma de
sobreviver apesar dos vários sites gratuitos, muitas empresas desenvolviam sites por assinatura, o que foi
benéfico por certo tempo, mas muitos sites pagos vieram a falir devido a quantidade massiva de conteúdo
grátis.

A revista de negócios Forbes estimou que sites adultos geram entre US$ 6 bilhões à US$ 12 bilhões por
ano, e segundo a Folha de São Paulo, 85% dos 5 milhões de sites pornôs dependem de publicidade, e por
conta da falta de assinantes, o lucro vindo de assinaturas caiu de US$ 10 bilhões em 2005, para US$ 5
bilhões em 2011.

O pornô, globalmente falando, vale mais de US$100 bilhões, cerca de 10% desse lucro provém dos
Estados Unidos. Existem 25 milhões de sites pornôs, e eles são 12% de todos os sites da internet,
representando 30% de todo o tráfego online. Antes da recessão de 2009, um fornecedor médio de
conteúdo adulto lucraria cerca de US$350 mil por mês com vendas de DVD, após a recessão, a queda foi
de 50% a indústria ainda está recuperando esse valor.
22

CAPÍTULO 3. Estética e autoimagem

I. OS PAPÉIS DOS GÊNEROS

A pornografia sempre teve como público alvo os homens, desvalorizando o prazer das mulheres, esse
sendo o principal ponto de ataque das mulheres à pornografia (as consumidoras e as profissionais da
área), o fato dos produtos desse gênero serem voltados para a apreciação do sexo oposto. Isso pode ser
percebido em diversos produtos (e não só os de cunho erótico), é necessário um simples olhar para capas
das revistas e de DVDs, cartazes de shows eróticos, propagandas de boates, em todo esses é mais
comum ver o produto “mulher” ser usado de marca do que a figura dos homens.

Em sua maioria, as mulheres servem somente como uma ferramenta para o prazer do homem, com a
ejaculação servindo como o fim de diversos vídeos, ou seja, são as necessidades do homem que ditam
todo o decorrer da demonstração, e o prazer feminino é ignorado. Além disso a figura feminina aparece
muitas vezes infantilizada, vestindo uniformes escolares, sem a presença de pelo pubiano, reafirmando
essa idealização de parceiras “inocentes” e indefesas.

A rede de pesquisas e proliferação de artigos científicos, Bridges Et Al, analisou o conteúdo de 304 cenas
de vídeos pornográficos mais populares. Os resultados indicaram que 88% das cenas continham alguma
forma de agressão física e 49% de agressão verbal. A violência foi observada com a presença frequente
de espancamento (75%), engasgos durante o sexo oral (54%), xingamentos (49%), tapas (41%), puxões
de cabelo (37%) e sufocamento (28%). Em 70% dos casos o indivíduo ativo que cometia os atos
perpetradores era um homem, e em 94% dos casos, mulheres eram o alvo da agressão.
No decorrer dos anos já foram inúmeros os casos de cenas em que o homem abusava da mulher no
contexto lúdico do produto, mas que na vida real a atriz também estava sendo abusada, mas o processo
não foi parado porque se achava que independente do estado dela, o material adquirido poderia ser
usado. Diversos estupros foram reportados, e muitos deles foram negligenciados por serem vistos como
parte do processo de criação.

“As mulheres são mais vulneráveis porque têm uma educação mais castradora, elas são mais julgadas.
Toda questão sexual ainda é revestida por muito tabu, muito machismo”, afirma a ginecologista e
especialista em sexualidade feminina Carolina Ambrogini, afirmando que a liberdade maior que os homens
têm os leva a criar fantasias mais perversas e que explorem mais das atrizes

Tendo que obedecer os produtores para ganhar seu salário muitas atrizes se veem dentro de práticas
fetichistas, participando de uma produção que explora uma fantasia sexual que vai agradar um certo
demográfico de consumidores, alguns sendo violentos como abuso facial, o fisting anal, sadomasoquismo,
e asfixia erótica. “Teve uma menina que falou sobre o limite da criatividade no pornô, e ela contou que em
uma cena, em que estava embriagada e pingaram vela no seu corpo, mas a vela era colorida então
deixava marcas, ela não sabia disso, não sentiu a dor e no fim o corpo dela ficou cheio de bolhas”, relata a
atriz Patrícia Kimberly em uma entrevista à Revista Esquinas.

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Pesquisas indicam que o consumo de pornografia incita comportamentos sexuais de risco, vezes
relacionados com agressão sexual, e de exemplo tem se como perda da virgindade precocemente,
relações sexuais mais frequentemente, e maior aceitação de sexo casual.

II. A PIOR DAS ESCOLAS

A pornografia não é só um gênero do cinema mas também é uma influência que afeta a nossa relação ao
corpo, ao prazer e ao uso e concepção de imagens, é algo que afeta a maneira que construímos nossas
relações sociais, e também como idealizamos um corpo, dessa forma a presença da pornografia se
entrelaça com o modo que o prazer encontra-se nas novelas, propagandas e filmes, uma forma vezes
sutil, vezes óbvias, de capitalizar em cima do desejo sexual. Esse gênero de cinema vem acompanhado
de certos gestos, posições sexuais, e com o decorrer dos anos essas imagens se tornam comuns e se
tornam pilares na construção do corpo ideal.

Se na mídia convencional as pessoas de pele branca são destaque e se mostram presentes em várias
áreas do entretenimento e propaganda, os pornôs buscam estabelecer padrões diferentes, criando
fetiches com o objetivo de abranger a maior quantidade de tendências, essa é uma prova de que o desejo
sexual vai além de padrões já estabelecidos, e consegue transformar esse desejo em indústria. Os filmes
pornográficos costumam sensualizar de forma excessiva ações cotidianas como um entregador de pizza,
um padrasto e madrasta, professores, criando em uma fantasia que coloca o espectador na posição de
presenciar cenários fantásticos e ideais.
Se diferenciando de produções de grandes estúdios e marcas podemos olhar para os nudes, e junto com
eles produções caseiras e amadoras que estão espalhadas por toda a internet, porque já que a
pornografia continua propagando padrões ideais do passado, a internet colocou o poder de criações
únicas nas mãos do indivíduo comum, que são difíceis de ser encaixadas em antigos padrões e estéticas
por serem extensões da capacidade infinda de ideias e desejos que os consumidores e produtores de
pornografia tem.

O que acontece em muitas famílias é que o assunto sexo é tratado como tabu, e não conversado com os
filhos, dessa maneira, os jovens acabam tendo que basear seu conhecimento no assunto em produtos de
mídia e por puros achismos. Em um mundo conectado em que qualquer criança pode acessar um site
pornô com seu celular, é um perigo real de que esses jovens reproduzam atitudes tóxicas e ofensivas
desde cedo em sua vida, e a falta de diálogo gera pessoas fechadas demais para entender melhor a si
mesmas, e ignorantes demais para saber se o que estão fazendo é ou não certo.

Em 2016, Angela Gregory, uma terapeuta psicossexual britânica, disse à BBC que o acesso fácil à
pornografia levou a um aumento do número de homens encaminhados para tratamentos de disfunção
erétil. Pesquisadores nos Estados Unidos mostram que homens expostos ao pornô quando muito jovens
tendem a concordar com afirmações sobre a dominância masculina, replicando falas e atitudes que
colocam o homem como dominante.

Thaddeus Birchard, terapeuta comportamental cognitivo britânico disse que "Na sociedade em geral, a
pornografia é normalmente uma preocupação masculina, isso deve em parte à neurociência. As mulheres,

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quando estão excitadas, produzem altos níveis de ocitocina no cérebro, algo relacionado ao ato de cuidar
dos outros e de estabelecer conexões com as pessoas. Em comparação, homens produzem altos níveis
de vasopressina, que está relacionada à persistência e ao foco", o que justificaria as quantidades
gigantescas de tempo já registradas contando quanto tempo usuários navegam pela internet.

A pornografia parece ter influência nas agressões sexuais, de forma indireta, impondo no inconsciente
coletivo a inferioridade social da mulher em relação ao homem, incitando comportamentos sexuais que
podem desencadear e violência e abuso, e também de forma direta, banalizando a violência no sexo, o
que faz com que muitos usem da força física excessivamente achando que é algo que dá prazer para
ambos, e o parceiro que é submetido a violência permite que aconteça por também ter ignorância no
assunto, ou por não ter força para impedir a forma invasiva com que tudo está ocorrendo.

III. PÓS-PORNOGRAFIA

Léa Santana, doutoranda do Programa de Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo
da Universidade Federal da Bahia, define pós-pornografia como “uma forma de pensar a nossa relação
com sexualidade e mídia. É um jeito de fazer pornografia com novos significados, que se expandem para a
música, fotografia e performances". Nessa vertente as mulheres, travestis, transexuais e pessoas com
alguma forma de deficiência costumam ser atores e o foco da pós-pornografia, tomam o controle e criam
expressando sua própria sexualidade, se tornando protagonistas.
A ex-atriz pornô Annie Sprinkle foi um dos grandes nomes dessa vertente, e ganhou destaque quando em
1989 fez um espetáculo no Teatro Harmony, Nova York, espetáculo no qual sentava-se no palco, abria as
pernas, colocava entre elas um espéculo (instrumento médico que mantém o canal vaginal aberto) e
convidava o público a olhar dentro de sua vagina usando uma lanterna. Sua intenção era provocar o
público, que via a vagina como um tabu, algo pessoal que deve ser concedida para ver e apreciar apenas
entre quatro paredes, assim buscando incentivar as mulheres a explorarem suas próprias vaginas, isso
tudo enquanto exclamava para a plateia "Aproximem-se e verão que não há dentes".

Figura 20 – Annie Sprinkle – Nova York, 1989

Fonte: ANNIESPRINKLE.ORG (ASM)

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Um exemplo de um movimento pós-pornográfico pode ser visto em uma passeata que ocorreu em 2013,
chamada Marcha das Vadias, no Rio de Janeiro, nessa passeata duas artistas se masturbaram com
cruzes e uma cerâmica da Virgem Maria. Bruna Kury, uma ativista trans que fazia parte do coletivo dessas
artistas, explicou que elas estavam protestando a favor do fim da violência sexual e a legalização do
aborto, e a masturbação com símbolos sagrados era uma maneira de questionar o controle que a religião
e antigos dogmas ainda tem sobre o corpo da mulher.

As travestis e as pessoas trans costumam ter seus corpos hipersexualizados, principalmente mulheres
trans, representadas na pornografia tradicional com intensa fetichização usando de nomes depreciativos
(“tranny” ou “shemale”, o equivalente a “traveco” em português), com isso em mente, a cineasta
transgênero Tobi Hill-Meyer decidiu produzir um conteúdo erótico que oferecesse uma visão mais
representativa da sexualidade das pessoas trans. Ela dirigiu o filme “Doing It Ourselves”, filme que rendeu
o prêmio de Cineasta Emergente nos Feminist Porn Awards de 2010, elogiado pela forma respeitosa e
honesta pela qual retratou relações entre mulheres trans.

IV. O BRASIL AMA ODIAR TRANSEXUAIS

As categorias de sites pornográficos que envolvem homens e mulheres transexuais como shemale,
transgender, e femboy são algumas das mais pesquisadas ao redor do mundo, no Brasil em sites como
XVideos, Pornhub e RedTube vídeos com buscas pelos termos travesti e suas variações variam de 920
mil até 45 milhões de visualizações. Pelo relatório de 2018 do PornHub, a busca mundial por pornografia
trans aumentou 167% entre homens, e em 2019 o Brasil ocupou a 11ª posição em acessos na plataforma,
com um crescimento de 98% na tendência de busca pelo termo transgender (transgênero), o número mais
alto em todo o mundo.

Ao mesmo tempo, o Brasil lidera o ranking mundial de países que mais matam pessoas trans no mundo,
em média a cada 48h uma mulher trans ou travesti é assassinada. Segundo um levantamento da Antra
(Associação Nacional de Travestis e Transexuais), o número de transgêneros mortos no primeiro semestre
de 2020 foi maior que o registrado no mesmo período de 2019.

Sempre houve uma hipersexualização e fetichização dos corpos trans, interpretados por alguns como uma
figura sem vontade própria, apenas alguém disposto a participar de relações, mas sendo considerado
inferior, de forma a não ser associado com o indivíduo trans. Vistos como objeto que atendem
necessidades, causam repulsa entre quem se encontra desenvolvendo laços afetivos ou sexuais com eles.
Esse comportamento pode ser observado na situação das mulheres transexuais, que também são as mais
pesquisadas em sites pornográficos.

A correlação entre a atração e a violência nas mortes de pessoas é imediata e lógica, ainda mais quando
levado em conta que nos casos de morte 64% dos assassinatos foram contra profissionais do sexo, onde
80% das vítimas não conheciam intimamente o suspeito, tal atitude pode ser entendida como uma
necessidade de eliminar qualquer associação e possiblidade desse de se envolver mais do que
sexualmente com o indivíduo após o sexo.

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Existem inúmeros relatos de pessoas trans que contam sobre homens que mudam completamente a
forma de tratamento com quem acabaram de se relacionar após o sexo, tendo posturas de repulsiva e
agressividade. O fato de homens se relacionarem sexualmente com mulheres trans mas não admitirem
essa atração para si mesmos é explicado por medo de terem sua masculinidade e orientação sexual
questionada, e para eles serem considerados homossexuais pela sociedade é como uma ofensa e vai
contra suas ideias de certo e errado. Essa forma de julgamento inclina homens a esconderem seus
sentimentos, os transformando em raiva e nojo, do mundo e de si mesmos.

V. AS CICATRIZES QUE DEIXARAM

A indústria pornográfica no mundo inteiro arrecada bilhões de dólares anualmente, e apesar do glamour
envolvido e atores com altos salários, polêmicas como de abuso sexual e desrespeito há muito tempo
envolvem a indústria. Shelley Lubben (1968 – 2019) foi uma ex-atriz de filmes pornográficos e fundadora
da Pink Coss Foundation, organização de caridade dedicada a conceder apoio aos trabalhadores da
indústria, e desde que abandonou sua carreira a atriz iniciou um movimento antipornografia, em seu
discurso sempre ressaltando as vidas que foram perdidas e exploradas no decorrer dos anos.

Segundo Lubben 70 atrizes pornôs já cometeram suicídio e pelo menos 228 morreram, desde 2003, de
forma trágica, como overdoses de remédios e drogas e DSTs. Outras atrizes explicam que foram coagidas
a entrar na indústria pornográfica por namorados abusivos e por não terem teto, explicando que entrar
nessa linha de trabalho é uma última opção tomada por desespero, ou por assumir que o mundo
pornográfico as renderia muito dinheiro.

Não existe legislação e leis que ditam o funcionar da indústria pornô no Brasil, e o Projeto de Lei 4211/12O
é o mais próximo que temos de uma regulamentação envolvendo pornografia e venda de serviços sexuais,
que permite qualquer tipo de exploração e prestação de serviços sexuais desde que os envolvidos tenham
mais de 18 anos e sejam remunerados. Tal falta de legislação é permite a criação de muitas produções
amadoras e pouco preocupadas que criam práticas abusivas, nas quais a falta de supervisão e
profissionalismo põe em risco a integridade da mulher, e do homem em certa maneira.

Em 2013, uma lei obrigava no mercado norte-americano o uso de camisinhas durante as filmagens, no
entanto, como uma forma de baratear as produções e de se manter no mesmo estilo que sempre foi
lucrativo, no Brasil a lei foi desregulamentada em 2016.

Paula Aguiar, presidente da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (ABEME)
e do Conselho Empresarial de Prevenção do HIV explora mais o tema da falta de leis, e explica: “No Brasil
não existe nenhuma representação política no pornô. Com a ascensão da pirataria, o meio acabou
ganhando um ar muito mais amador, dificultando a representação, ou mesmo a não facilitar os atores uma
forma mais profissional”.

Britney Bitch, de 22 anos, trabalha na área há 2 anos, e ressalta a agressividade com que se depara
constantemente em sua rotina: “O produtor falou para os atores me pegarem com força e teve uma hora
em que quase desmaiei. Fiquei chateada, chorei, fiquei tonta. E, mesmo assim, a gravação durou o dia
inteiro,

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porque disseram que eu não estava fazendo direito”. O constante trabalho faz com que muitas mulheres
se acostumem e considerem normal atos de abuso, e mesmo que ignorem, acabam por serem marcadas
com danos físicos e psicológicos.

Em uma entrevista para a Revista Esquivas, a atriz Patrícia Kimberly diz que ela segue uma rotina de
comprimidos, relaxantes musculares, e utilização de plugs anais, e tal processo acaba por desgastar a
atriz. Ela conta que em uma de suas cenas chegou a tomar três comprimidos e gravou sua cena dopada.
“Faço isso para relaxar. Mas, em uma das vezes, o cara me jogava de um lado para o outro, e eu nem
sentia mais”.

Relatos das atrizes:

Foram reunidos relatos e depoimentos de diversas atrizes e ex-atrizes pornô pela revista QG Feminista,
tais relatos mostram as diferentes experiências que as atrizes tiveram:

Melissa/Alexa Milano: Eu fiz alguns pornôs mas foi tão traumático que eu voltei a ser stripper. Eu não
conseguia lidar com a dor e o trauma de fazer pornô. Os atos sexuais eram extremamente dolorosos e
degradantes. Em meu primeiro filme eu fui muito mal tratada por três caras. Eles me esmurravam, me
fizeram engasgar em seus pênis e me jogavam de lá pra cá como se eu fosse um objeto. Eu estava
machucada, com dor, e mal conseguia andar. Dentro de mim tudo ardia e doía muito. Depois disso eu não
conseguia e fazer força para evacuar estava fora de questão.

Corina Taylor: Quando cheguei ao set, eu achava que ia fazer uma cena de sexo com um homem, mas
durante a cena o ator pornô Eric Everhard, ele me penetrou analmente contra minha vontade e não
parava. Eu falei para ele parar e gritei várias vezes mas ele não parava. A dor ficou insuportável, eu entrei
em choque, e meu corpo inteiro ficou mole. Eu não conseguia mais lutar contra ele.

Rachel/ Emily Eve: Tive que gravar uma cena em que eu tinha que fingir estar morta e deixar que alguém
estuprasse meu cadáver. Cheguei em casa machucada e sangrando por causa dessas cenas difíceis.
Também gravei cenas de garganta profunda em que cuspiam em mim, me batiam e me chamavam de
coisas horríveis. Vomitei e mesmo assim tive que continuar gravando. Eu não conseguia respirar – por
causa do vômito no meu nariz e de genitais em minha boca.

Jennie Ketcham: A pornografia é uma resposta fácil para mulheres e homens que estão desesperados
pela combinação de dinheiro atenção e amor- mesmo que o dinheiro recebido seja sujo; a atenção,
insalubre; e o amor, inventado. Eu gostaria que houvesse algum folheto que eles lhe apresentassem que
listasse todos os problemas emocionais que você pode enfrentar como resultado da venda de sexo por
dinheiro, e que dessem também talvez uma pílula que você poderia tomar quando começasse sua carreira
pornô para te ajudar a permanecer em contato com a realidade, Mas no momento em que as pessoas
estão prontas para sair, a maioria está tão cansada e ferida (ou confusa, ou catatônica, ou chapada ou
morta) que é quase impossível falar sobre isso.

Mahlia Milian/ Nyesha: Meu pior dia foi quando eu fui forçada a usaram uma esponja para fazer uma
cena porque eu já estava “reservada” mas a minha menstruarão veio mais cedo, eu nunca tinha feito algo
assim. A esponja foi empurrada tão fundo que ficou preá e eu tive que ser levada para o hospital porque
peguei

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uma infecção. Eles tiveram que me abrir para remover a esponja. Eu não pude trabalhar por algumas
semanas e meu agente roubou dois cheques para compensar o dinheiro que eu não havia recebido nesse
meio tempo, me deixando sem dinheiro e sem comida.
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CONCLUSÃO

A relação que a pessoa tem com sua sexualidade costuma ser conturbada, em uma sociedade cheia de
vergonha e repressão, demonstrar quem você é de verdade e o tipo de pessoa que te atrai pode ser
vexatório, é nessa área que a pornografia se mostra essencial para muitos, uma forma de libertação, mas
ainda sim existe vergonha, o que pode criar pessoas mal resolvidas consigo mesmas.

A pornografia sempre foi uma forma de expressão, onde é possível explorar temas que em outras áreas
são consideradas obscenos, uma prova de que o ser humano é capaz de tudo para fugir de padrões pré
estabelecidos, mesmo que isso seja visto com maus olhos por muitos. No fim, o que antes era uma forma
de se expressar, se tornou uma fonte de lucro que chamou a atenção no todo mundo, então algo que era
secreto e até proibido se tornou um dos maiores mercados da história, se beneficiando das necessidades
de homes e mulheres de todos os tipos.

A indústria pornográfica se mostrou prejudicial para muitos de seus profissionais, principalmente as


mulheres por terem seus corpos abusados e sua imagem explorada de forma descarada. Mesmo que haja
muitos profissionais que tentem melhorar a imagem da pornografia, defendendo seu potencial quanto
forma de arte, os danos que tal gênero traz pode ser visto como alguns como o motivo qual essas formas
de produções deveriam acabar.

O que foi feito nesse trabalho foi uma pesquisa e análise das várias vertentes que um assunto como
pornografia pode criar, seja a pior situação imaginável, ou maneiras de criar e publicar arte. Basta olhar as
categorias mais pesquisadas e os filmes mais vendidos para perceber como o mundo é cheio de conflito
interno, algo que poderia acabar se talvez as pessoas fossem mais abertas e livres de preconceitos, mas a
mídia segue de acordo com os seus criadores, e em mundo globalizado e cheio de diferentes culturas e
percepções de mundo, cada vez mais a pornografia se mostra como uma porta de entrada para entender
muito do que o ser humano é, e quem ele tenta evitar ser.

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