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ILHÉUS – BA
2021
ANA CLARA GOMES MACIEL
ILHÉUS – BA
2021
ATIVIDADE AVALIATIVA DE DIREITO PROCESSUAL PENAL II
Em nossa compreensão, face aos fatos e a maneira como o ex-Juiz Sérgio Moro
coordenou todo o processo, há de se falar em suspeição, concordamos assim com a decisão do
Plenário em manter a declaração de suspeição de Moro ao julgar Lula, dado que, como
ressaltou o Min. Ricardo Lewandowski: “O modus operandi da Lava Jato levou a conduções
coercitivas, a prisões preventivas alongadas, a ameaças a familiares, a prisão em segunda
instância e a uma série de outras atitudes, a meu ver, absolutamente incompatíveis com o
Estado democrático de direito”. Em nosso entendimento, Moro agiu com parcialidade afim de
atender a interesse pessoal e político. Lastreando tal prática em um quadro mais amplo, em
última instância, nos parece que tal "ativismo jurídico" guarda sua raiz, política e
jusfilosófica, na tentativa progressista erigida contraditoriamente no momento mesmo de
fortalecimento de um modelo de regulação pós-fordista, no que ficou conhecido como neo-
constitucionalismo, modulação no interior do juspostivismo ético, esse é o entendimento de
Alysson Mascaro, filósofo do Direito, ao analisar a dimensão jusfilosófica da Lava Jato.
3. O que você entende por princípio da serendipidade e qual é posição do STF com
relação a esse tema, respondendo ainda quais os requisitos estabelecidos em Lei
para que seja feita a intercepção telefônica e qual o prazo máximo permitido?
Como bem explica Aury Lopes Jr. (2020), A palavra “serendipidade” vem da lenda
oriental sobre os três príncipes de Serendip, que eram viajantes e, ao longo do caminho,
fizeram descobertas sem ligação com o objetivo original. O tema se relaciona com a chamada
prova emprestada, compartilhamento ou transferência de provas. Neste caso, obtém-se
determinada prova na apuração de um crime e, posteriormente, essa prova é “emprestada”,
transferida, para outro processo (criminal ou não), onde também é valorada. Exemplo típico
são as informações sobre a movimentação bancária obtidas a partir da quebra do sigilo
autorizada em determinado processo criminal e, com base nesse ato, as informações
financeiras são compartilhadas com órgãos administrativos (como Receita Federal, COAF
etc.) para apuração das respectivas infrações.
“[é] possível que, autorizada a interceptação em relação a um crime (p. ex.: tráfico de
drogas), se descubra a ocorrência de outro delito (p. ex.: corrupção ativa). Também pode
ocorrer que, autorizada a diligência em relação a um investigado, se descubra que o crime foi
cometido com a participação de um segundo indivíduo. Ou seja, pode haver a descoberta
fortuita de crimes e a descoberta fortuita de autores ou partícipes, mesmo que se conclua, ao
final, pela inocência do investigado que, originariamente, era o alvo da interceptação
telefônica” (Processo Penal. Rio de Janeiro: Campus: Elsevier, 2012. p. 356- 357).
Quanto ao prazo, expõe o art. 8°-A, § 3º, da mesma lei, que a captação ambiental não
poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por decisão judicial por iguais
períodos, se comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade
criminal permanente, habitual ou continuada. Todavia, a jurisprudência do STJ e STF já se
posicionaram no sentido de que as escutas podem extrapolar o prazo veiculado no artigo,
sempre que comprovada a necessidade. A saber:
A forma adotada pela Lei 9.099/95, dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais,
representou inovação na solução de conflitos e julgamentos de infrações penais de menor
potencial ofensivo. Antes de tratarmos do rito, deve-se observar a competência do Juizado
Especial Criminal: a) que o delito praticado seja de competência da justiça federal, logo, que
se encaixe numa daquelas situações previstas no art. 109 da Constituição; b) que o crime
tenha uma pena máxima não superior a dois anos ou seja apenado exclusivamente com multa.
Não aceita ou não existente a possibilidade composição dos danos civis, será dada ao
ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação ou de ratificar a representação
feita ainda na delegacia de polícia, a qual poderá ser verbal e será reduzida a termo.
Oferecida a denúncia, o réu terá a palavra, por seu procurador para sustentar a sua
defesa. Caso a denúncia seja recebida, proceder-se-á à instrução, com a inquirição da vítima,
das testemunhas de acusação e de defesa e interrogatório do réu.
A Lei 9.099/95 não esclarece a quantidade de testemunhas para cada parte, entretanto,
por aplicação subsidiária do CPP, entende-se ser permitido a cada parte arrolar até 5
testemunhas. É possível a oitiva de testemunha por carta precatória.
Por fim, há de observar alguns pontos para a ação penal de iniciativa privada, na qual
está inserido o crime de injúria. Frustrada a conciliação, nesse caso, poderá (ou não) a vítima
oferecer a queixa-crime; se isso ocorrer, ainda é possível que em audiência seja oferecida a
transação penal. A transação penal consistirá no oferecimento ao acusado, por parte do
Ministério Público, de pena antecipada, de multa ou restritiva de direitos. Não há, ainda,
oferecimento de denúncia.
Este é um instituto que somente terá aplicação quando houver prática de fato
aparentemente criminoso e o preenchimento das demais condições da ação processual penal.
A transação penal deverá ser “negociada” com o autor do fato até que se chegue ou não a um
consenso. Pela facilidade na exigibilidade e no cumprimento, a pena de multa tem sido a
medida mais adotada.
5. A Luz do sistema acusatório analise o texto do jurista Franco Cordeiro,
destacando seus principais aspectos.
De forma introdutória, o autor busca os sentidos das palavras “inquisição” e “acusação”. A
primeira diferença é procedimental: inquisição remete aos atos ex officio, enquanto na
acusação a decisão pressupõe demanda. Na segunda via, analisa o sistema, cujo inquisitor tem
um domínio absoluto, sem possibilidade de interlocução; na acusação, por sua vez, prevalece
o uma série de ritos que favorecem o diálogo. Apesar de o sistema brasileiro ser considerado
acusatório, Cordeiro não ignora o fato de haver resquícios inquisitoriais.
Dando sequência, Cordeiro leva à discussão para a instrução em contraditório, meio pelo qual
as partes participariam da pesquisa e constituição da prova e, posteriormente, decidiriam se o
conjunto justificaria o “dibattimento”. Desde logo, o autor coloca algumas objeções a esse
sistema considerado por ele tentador.
Em primeiro lugar, o código é uma construção que reflete a sociedade. Considerar uma
composição nesses termos é ignorar que as partes, os indivíduos, não agem com tamanha
pureza a ponto de se prejudicarem pela exatidão do processo. Em segundo lugar, o maior
dispêndio de meios, isto é, o aumento desnecessário de entes nessa etapa do processo,
contraria a premissa de alcançar máximo resultado em menos gastos possível.
O réu foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado por razões do sexo
feminino (art. 121, §2º, inciso VI, do Código Penal) após a morte de sua
companheira Maria Regina, em 24/11/2020, com quem convivia há mais de 15 anos.
Desde então, encontra-se preso, contando mais de 100 DIAS, sem jamais
ter passado por audiência de custódia e/ou revisão da prisão . Ante a ilegalidade
do feito, cumprimento de todos os requisitos elencados no art.316 do CPP e em
obediência ao princípio da presunção de inocência, requer a revogação da prisão.
VI. DO PEDIDO