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INTRODUÇÃO – SENTIR
Quantos aqui já trabalharam muito, mas muito mesmo para outra pessoa mudar?
Mudar de opinião, mudar de costume, de hábito, de rotina... foram aquelas pessoas
insistentes mesmo, chegando quase a ser chamada de “chata”. Seja verdadeiro(a):
você já tentou mudar alguém?
As vezes nós transportamos para nossos relacionamentos o que fazemos com coisas:
como conseguimos mudar um vaso de um lugar, achamos que será tão simples assim
mudar o comportamento de uma pessoa. E nisso prejudicamos nossos
relacionamentos, porque de alguma forma, nos fizeram acreditar que evangelizar
alguém é mudar o comportamento daquela pessoa, mudar ela. Mas isso não tem nada
a ver com a maneira que Jesus interagia com as pessoas.
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APRENDER
Projetos podem ser gerenciados, mas as pessoas devem ser amadas. Até
entendermos a diferença entre os dois, teremos dificuldade em aceitar outras pessoas
e teremos tempos difíceis em entender a graça de Deus em nossa vida. Olharemos
para a falta de progresso na vida de alguém e diremos: “Desculpe, é tarde demais.
Incompleto”. E desistiremos dele ou dela. Uma vez que nosso “prazo” expirou,
sentimos que não temos mais a responsabilidade de aceitar ou amar essa pessoa.
Marcos 2:1-12 (NVI-PT) Poucos dias depois, tendo Jesus entrado novamente em
Cafarnaum, o povo ouviu falar que ele estava em casa. 2 Então muita gente se reuniu
ali, de forma que não havia lugar nem junto à porta; e ele lhes pregava a palavra. 3
Vieram alguns homens, trazendo-lhe um paralítico, carregado por quatro deles. 4 Não
podendo levá-lo até Jesus, por causa da multidão, removeram parte da cobertura do
lugar onde Jesus estava e, pela abertura no teto, baixaram a maca em que estava
deitado o paralítico. 5 Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os
seus pecados estão perdoados”.
6 Estavam sentados ali alguns mestres da lei, raciocinando em seu íntimo: 7 “Por que
esse homem fala assim? Está blasfemando! Quem pode perdoar pecados, a não ser
somente Deus?”
8 Jesus percebeu logo em seu espírito que era isso que eles estavam pensando e
lhes disse: “Por que vocês estão remoendo essas coisas em seu coração? 9 Que é
mais fácil dizer ao paralítico: Os seus pecados estão perdoados, ou: Levante-se,
pegue a sua maca e ande? 10 Mas, para que vocês saibam que o Filho do homem
tem na terra autoridade para perdoar pecados” — disse ao paralítico — 11 “eu lhe
digo: Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa”. 12 Ele se levantou, pegou a
maca e saiu à vista de todos, que, atônitos, glorificaram a Deus, dizendo: “Nunca
vimos nada igual!”
O título desta mensagem de hoje é “arranque o telhado”, e imagino que agora você
começa a entender o porquê desse título.
Alguns fatos são importantes de listarmos para compreendermos o que realmente foi
essa atitude desses 4 amigos para com aquele paralítico:
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A crença popular dizia que, se uma pessoa estava passando por algo tão sério,
era porque alguém — ou a própria pessoa ou os pais dela — havia pecado.
A doença era punição por alguma falha oculta.
O que isso significava para o paralítico? Significava que muitas pessoas o evitavam,
julgavam-no, suspeitavam dele. “Ele deve ter feito algo terrível e é por isso que está
assim. Ele deve ser pecador. Ele merece o que recebeu.”
A mentalidade dessa cultura que descrevemos não é tão antiga e antiquada quanto
gostamos de pensar. Dois mil anos depois, a humanidade ainda tende a rotular,
limitar, suspeitar e rejeitar aqueles que estão sofrendo. Não estou falando das pessoas
que sofrem fisicamente, embora isso também ocorra. Estou falando de lutas internas,
lutas morais, lutas pelo vício, lutas relacionais. Mas não Jesus, Ele sempre
demonstrou compaixão, Ele veio exatamente para esses.
Isso nós chamamos de compaixão. O que é algo raro de se encontrar em nossos dias,
pois muitos dos cristãos que mais deveriam demonstrar compaixão, parece que se
esqueceram do lugar que saíram e de onde estão hoje. Eles esqueceram o quanto
Deus fez em suas vidas. Creem que suas mudanças positivas e bons costumes são o
resultado de seu próprio trabalho árduo e autodisciplina. E isso é um risco que todos
nós corremos.
Portanto, quando pessoas em nossa vida que não conhecem Jesus dizem ou fazem
coisas erradas, nossa primeira reação não deveria ser evitá-las, envergonhá-las ou
pregar para elas. Elas já devem estar fazendo o melhor que podem, mas a vida sem
Jesus é como viver com paralisia. Temos que lembrar de como éramos antes de
Cristo, e exercer compaixão. Muitas vezes, é assim que a igreja age. “Vamos lá,
levante-se! O que há de errado com você?”, gritamos metaforicamente. Então, ficamos
imaginando por que a pessoa não responde. Mas a verdadeira resposta que devemos
ter é a compaixão, é ter um coração quebrantado. “Sinto muito pelo que você está
passando. Estou aqui para carregá-lo. Estou aqui para ajudá-lo. Estou aqui para levá-
lo àquEle que tem a resposta — e o nome dEle é Jesus.”
Eu acredito que Deus quer que sejamos como esses quatro amigos. Deus não quer
somente nossa cura, mas também quer que nós ajudemos os outros a encontrar
Jesus.
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Uma qualidade importantíssima que quero destacar, dentro de várias que poderíamos
nessa história incrível é:
Teria sido compreensível se esses homens tivessem desejado melhoras para o seu
amigo e continuado com a vida. Afinal, a condição dele era permanente. E, como
vimos antes, muitas pessoas presumiam que era culpa dele, seja como for. Mas havia
algo nesses homens que os fez não apenas notar a necessidade do amigo, mas
também fazer algo a respeito.
“Pensamos que somos incríveis, que estamos trabalhando arduamente, que somos
bem-sucedidos, que somos espirituais, mas não estamos usando a fé no mundo real,
com pessoas reais e problemas reais. Estamos apenas andando no mesmo lugar,
apreciando os elogios e o ar-condicionado. Jesus não morreu na cruz para sermos
cristãos que olham pra dentro. Ele quer que saiamos e façamos alguma coisa” - Rich
Wilkerson Jr.
REFLETIR
Nós somente nos comprometemos com aquilo que nos relacionamos. Talvez, aqueles
quatro amigos não estavam esperando ter que abrir um buraco no telhado aquele dia.
Talvez eles tivessem ido até lá somente para leva-lo até a porta da casa – poderiam
até mesmo ter desistido quando viram que estava lotada. Mas eles foram além, porque
aqueles amigos não estavam comprometidos com um projeto ou uma meta, eles
estavam comprometidos com uma pessoa: o paralítico. Não se importaram com
quanto tempo gastariam, se teriam que pagar o telhado depois – eles tinham um
compromisso com uma pessoa, e foram até o fim por isso, até que ele pudesse ter um
encontro com Jesus.
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Carregar pessoas é desafiador. É fácil dizer que amamos as pessoas e é fácil orar por
elas, mas estamos dispostos a ir até onde elas estão, abaixar-nos e ajudá-las a chegar
a Jesus? Carregar pessoas pode ser lento, pode ser cansativo, pode ser
inconveniente, mas olha só o resultado: um homem sem esperança e sem capacidade
de salvar-se encontrou a liberdade maior do que ele poderia ter imaginado.
APLICAR
Precisamos parar de dar desculpas e agir, nosso coração precisa ser quebrantado e
levado a um nível que rompemos com a “rotina cristã” e vamos até onde os pecadores
estão! E não para ensiná-los algo, nem mesmo para salvá-los (pois nós não
podemos!). Nós temos o compromisso apenas de carregar eles, leva-los até Jesus,
mesmo que isso nos custe tempo, recursos e tudo o que temos. Isso é a compaixão
do evangelho. Isso é o Reino de Deus invadindo a terra.
O amor é o seu chamado, e o amor dá, o amor ajuda, o amor serve. Se você tem de
orar para saber se deve ou não amar as pessoas com o amor de Jesus, então você
não está entendendo nada. Não pense demais nem superespiritualize. Pare de orar e
comece a obedecer.
Vamos pedir ao Espírito Santo que hoje, toque em nossos corações e nos faça ver os
paralíticos ao nosso lado, retire toda frieza do nosso coração, e nos leve a uma
verdadeira vida cristã, que alcança, cuida, ama e forma discípulos de Jesus.