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Atividades com

a criança e o
adolescente
com autismo
Guia prático para pais,

professores e profissionais de

sau'de

Priscila Mertens Garcia


Musicoterapeuta
Especialista em Transtorno do
Espectro Autista
CENTRO DE MUSICOTERAPIA DE CURITIBA
CONTEÚDO

01
Objetivo

02
Estrutura e
Previsibilidade

03
04
Comportamento

05
Independência

Atividades
(muitas atividades!!)

CENTRO DE MUSICOTERAPIA DE CURITIBA

RUA CURUPAITIS, 665, CURITIBA - PR


CONTATO@MUSICKING.COM.BR
(41) 9 9936-4131
1.OBJETIVO

O propósito do presente documento é de oferecer orientações


à família, professores e profissionais da saúde para que
possam desenvolver um trabalho baseado no perfil cognitivo e
comportamental do autismo, com preparo do ambiente e
adaptações das atividades. É essencial considerar que cada
pessoa com autismo é única e necessita de um plano individual
de intervenção para suas demandas específicas, além daquelas
que iremos aqui abordar.

Para que sua criança ou adolescente tenha um bom


desenvolvimento precisamos de motivação, condutas e
adaptações eficazes que acessem toda a sua capacidade para
alcançarmos seu potencial máximo. Aos poucos, a criança ou
adolescente se tornará mais independente na sua vida e com
maior estabilidade emocional para construir suas relações.

Sabemos que não existe uma receita mágica com um padrão


de ensino para todos. Por isso, é primordial conseguirmos
acessar a aprendizagem de cada criança e adolescente com
autismo, para construirmos os programas individuais.

Boa leitura!

Priscila Mertens Garcia


Bacharel em Musicoterapia
Especialista em Neuropsicologia e Aprendizagem
Especialista com Certificação Internacional de Excelência em Transtorno do Espectro Autista
Diretora clínica na Musicking - Centro de Musicoterapia de Curitiba
Departamento Especializado em Transtorno do Espectro Autista

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2.ESTRUTURA E PREVISIBILIDADE

O QUE PRECISO PARA ORGANIZAR O AMBIENTE PARA O


AUTISTA?

A casa , a sala de aula, o consultório ou outro local onde a

criança estará precisa de um mínimo de estrutura e

previsibilidade para atender com eficácia as demandas

comportamentais, comunicativas, cognitivas, sociais, motoras e

sensoriais da criança e do adolescente com autismo. É

fundamental que o mediador adote uma postura com certa


neutralidade e assertividade com relação aos comportamentos e

demandas que surgirem, mesmo que sejam bastante

desafiadores.

2.1 Local. É importante definir a função específica de cada local,

por exemplo um lugar específico para brincar, para fazer

atividade sozinho, para fazer atividade com ajuda de alguém, a

mesa específica de comer, a cadeira de esperar, etc.

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2.ESTRUTURA E PREVISIBILIDADE

2.2 Duração. É necessário mostrar o tempo de cada parte da


rotina de forma objetiva e clara, com início, meio e fim,
oferecendo uma previsão da duração daquela atividade/ação,
para evitar ansiedade, impulsividade, resistência e outros
comportamentos.

2.3 Aprendizagem. Os materiais têm de ser elaborados com


informações visuais bem claras sobre o que deve ser feito ou
tendo um modelo inicial de execução. Facilita ter em mente o
seguinte: o autista precisa olhar para a atividade e visualmente
entender o que ele precisa fazer.

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3.COMPORTAMENTO

Todo comportamento manifestado pelos autistas tem um


objetivo de existir: querem comunicar alguma necessidade. Por
isso devemos nos atentar à função de cada comportamento (se
é atenção, fuga e esquiva de demanda, acesso a algo, etc) para
poder agir da melhor forma.

Quando você se deparar com uma alteração comportamental,


sem conseguir identificar ao certo o que o autista que dizer com
aquele comportamento, o melhor a se fazer é ser neutro no jeito
de agir e de falar para evitar reforçar algum comportamento
disruptivo. Na sequência, entre em contato com o psicólogo da
criança ou do adolescente para saber a conduta adequada para
a função do comportamento manifestado.

Ignorar comportamentos disruptivos é importante quando a


função for “ganhar atenção”, lembrando de protegê-los de
possíveis comportamentos que podem machucar a si
mesmo ou ao outro.

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3.COMPORTAMENTO

Manter a demanda até ela ser finalizada, mesmo que de


forma reduzida, é necessário quando a função for
fuga/esquiva de demanda.
·Utilizar comunicação alternativa (imagens, objetos, gestos,
escrita) é essencial para ajudá-los a serem compreendidos
de maneira mais funcional.

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4.INDEPENDÊNCIA

O objetivo mais importante que devemos trabalhar em paralelo


com qualquer ensino é a independência. No autismo lidamos
com uma significativa dificuldade na generalização das
aquisições e para isso devemos tornar a aprendizagem
totalmente independente.

O suporte inicial que oferecemos para ajudar o autista deve ser


gradativamente retirado até que ele consiga executar a ação
sozinho, sem mais a necessidade de ajuda física (ex: pegar a
mão da criança e lavar), gestual (ex: apontar para a mão e para a
torneira), visual (mostrar imagem ou objeto referente à lavagem
das mãos) ou verbal (ex: falar “lave a mão!”).

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4.INDEPENDÊNCIA

Devido ao pensamento rígido no autismo, quando as pessoas


repetem a mesma ação uma, duas ou três vezes, o autista pode
entender que sempre será dessa forma e, de maneira rígida, não
irá querer mudar. Por isso é essencial estimular a autonomia,
permitindo que mesmo com dificuldade eles guardem seus
brinquedos/materiais, carreguem sua mochila, coloquem seu
sapato, peguem seu copo, etc. E lembre-se que não podemos
exigir do autista aquilo que não o ensinamos de forma clara e
estruturada. O fato de não saber o que é esperado dele também
pode criar comportamentos.

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5.ATIVIDADES

Objetivos:
Desenvolver o entendimento de “trabalhar”: executar a
atividade do início ao fim);
Fazer discriminação visual de diferenças e semelhanças
variadas ;
Ampliar o tempo de atenção, com estrutura e adaptação nas
atividades;
Evidenciar a noção de “esquerda para direita” e de “cima
para baixo” na organização dos materiais e execução das
atividades. Isso beneficiará a compreensão e futura
leitura/escrita;
Estimular a habilidade de realizar ações que requerem o uso
integrado e simultâneo dos olhos com as mãos (olhar para o
que está fazendo com as mãos);
Explorar a motricidade fina: diferentes formas de preensão,
pinça e pegas.

Sempre utilizar a instrução “acabou” e guardar o material para


mostrar que a atividade foi finalizada.

IMPORTANTE:
Variar cores, formatos, materiais,
texturas, tamanhos, quantidades de
peças e formas de manuseio.

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5.ATIVIDADES

Encaixes vazados

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5.ATIVIDADES

Encaixes em estrutura de pinos

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5.ATIVIDADES

Encaixes em base

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5.ATIVIDADES

Seleção de objetos distintos pela forma e cores

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5.ATIVIDADES

Pareamento concreto de objetos e formatos

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5.ATIVIDADES
Quebra-cabeça de 2 a 4 partes com forma para
encaixe

Quebra-cabeça de 2 metades sem forma para encaixe


(formas geométricas e figuras simples)

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5.ATIVIDADES

Pareamento de cores, figuras, letras e números


(formato bem definido)

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5.ATIVIDADES

Quebra-cabeça com forma para encaixe com mais de


4 peças

Quebra-cabeça sem forma para encaixe com até 6


peças

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5.ATIVIDADES

Sequências

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5.ATIVIDADES
Letras, palavras e frases

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5.ATIVIDADES

Números e quantidades

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5.ATIVIDADES

Categorias

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5.ATIVIDADES

Preposições

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5.ATIVIDADES

Conceitos

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5.ATIVIDADES

Associação de ideias

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5.ATIVIDADES

Análise

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AVISO IMPORTANTE

Este material não substitui nenhuma terapia ou


tratamento. É essencial que a criança ou o
adolescente com autismo seja acompanhado por um
profissional de saúde especialista na área.

As atividades sugeridas neste livro fazem parte de


uma extensa pesquisa ao longo de cinco anos e
contemplam imagens obtidas na internet e na clínica,
formando uma coleção de ideias para pais,
professores e profissionais de saúde.

Este material não tem fins lucrativos e não pode ser


vendido.

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