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UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BACHARELADO

ABIEL LUCAS DE OLIVEIRA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA – SISTEMÁTICA VEGETAL I


Pteridófitas e Gimnospermas

POUSO ALEGRE - MG
2019
ABIEL LUCAS DE OLIVEIRA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA – SISTEMÁTICA VEGETAL I


Pteridófitas e Gimnospermas

Atividade avaliativa apresentada à disciplina de


Sistemática Vegetal I como requisito para obtenção
parcial de média no semestre, Universidade do Vale
do Sapucaí; orientado pelo(a) Prof. MSc. Vanessa Da
Fontoura Custodio Monteiro.

POUSO ALEGRE - MG
2019
PRÁTICA – PTERIDÓFITAS

INTRODUÇÃO

O grupo das pteridófitas, como divisão única, compreende um táxon artificial. Esses
vegetais, segundo Pryer et al. (2004), poderiam ser divididos em dois grupos diferentes:
Lycophyta e Monilophyta. Porém, Smith et al. (2006) argumentam que os nomes aplicados às
Monilophyta ou Infradivisão Moniliformopses não se tratam de categorias taxonômicas
validamente publicadas, e carecem de diagnose ou descrição em latim. Portanto, ainda é
conveniente a atualização da nomenclatura utilizada para designar esses grupos.

As pteridófitas (samambaias e plantas semelhantes) compõem um grupo parafilético


formado por duas linhagens, uma delas representada pelas famílias Lycopodiaceae,
Selaginellaceae e Isoetaceae (lycophytes); e a outra é composta pelas demais famílias de
plantas afins, Equisetaceae e Psilotaceae, e também todas as samambaias eusporangiadas e
leptosporangiadas - monilophytes (KENRICK; CRANE, 1997; PRYER et al., 2001; 2004).
Cada uma destas linhagens é alocada em uma determinada categoria taxonômica de Divisão
(Lycophyta e Monilophyta, respectivamente), ainda que não exista descrição válida para a
segunda linhagem mencionada. Há aproximadamente 13.000 espécies de pteridófitas no
planeta (PRADO, 2003), e destas mais de 1.200 pertencem a Lycophyta (JUDD et al., 2002) e
aproximadamente 11.500 a Monilophyta (PRYER et al., 2004). Deste total, cerca de 3.250 se
encontram nas Américas, das quais 3.000 são endêmicas dos neotrópicos (TRYON; TRYON,
1982). No Brasil, Prado (2003) estimou que existam 1.300 espécies, das quais por volta de
550 estão localizadas na região Amazônica, entre 0 e 500 m de altitude.

Não bastando sua importância biológica, as Pteridófitas ainda apresentam diversas


aplicações, incluindo medicinais, bioindicadoras de poluição, adubos orgânicos, alimentos,
ornamentação, jardinagem e preservação do solo (WINDISCH, 1990). O presente estudo foi
realizado a fim de complementar as aulas teóricas, a fim de compreender melhor as principais
características, linhagens, morfologia e organização do grupo.
OBJETIVOS

 Identificar famílias de Licófitas e Monilófitas, utilizando-se uma chave dicotômica.

MATERIAIS

 Exemplares de licófitas e monilófitas;


 lupa de mão;
 microscópio estereoscópico (lupa);
 pinças;
 chave de identificação (em anexo);
 lápis e folha para desenhar;
 câmera fotográfica.

METODOLOGIA

 Observou-se os caracteres morfológicos dos exemplares de licófitas e monilófitas


dispostos na bancada do laboratório de botânica;
 com o auxílio da chave dicotômica, seguiu-se os passos para identificação das famílias
dos exemplares;
 registrou-se os exemplares observados com fotografias ou desenhos esquemáticos,
identificando as famílias;
 observou-se os exemplares encontrados no Campus da Universidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Fotografia de exemplar vegetal da família Equisetaceae. Observa-se folhas estéreis planas, verticiladas,
concrescidas formando uma ócrea; o caule é articulado; há esporângios reunidos em estróbilos terminais.

Fotografia de exemplar vegetal da família Gleicheniaceae. São plantas perenes, terrestres. A lâmina foliar é
dividida dicotomicamente; há esporângios reunidos em soros nus.

Fotografia de exemplar vegetal de Lycopodiaceae. São plantas terrestres, micrófilas, com até 2 cm de
comprimento, planas, homosporadas e folhas sem lígula.
Fotografia de exemplar vegetal de Selaginellaceae. São plantas heterosporadas; há folhas com lígula.

Fotografia de exemplar vegetal de Plagiogyriaceae. São plantas com soros lineares contínuos sem indúsio; há
folhas estéreis e férteis; há ainda soros lineares contínuos, sem indúsio; as folhas podem ser estéreis e férteis
dimorfas.

Fotografia de exemplar vegetal de Polypodiaceae. São plantas que apresentam soros arredondados a alongados,
sem indúsio; os pecíolos são geralmente articulados ao caule.
Fotografia de exemplar vegetal de Pteridiaceae. São plantas com soros contínuos ou interrompidos, com indúsio
formado pela margem da lâmina retroflexa.

CONCLUSÃO

Por meio desta prática foi possível alcançar de forma satisfatória os objetivos propostos, que
foram: identificar as famílias de Licófitas e Monilófitas, utilizando-se uma chave dicotômica.
Através das fotografias e ilustrações esquemáticas dos exemplares vegetais realizadas durante
a aula, bem como pela utilização de um microscópio estereoscópico para observação de
estruturas menores, foi possível compreender melhor as características morfológicas das
licófitas e monilófitas e, com o auxílio da chave, reconhecer as famílias correspondentes aos
exemplares observados no laboratório de botânica da Universidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, J. M.; PIETROBOM, M. R. Pteridófitas (Lycophyta e Monilophyta) da Ilha de


Mosqueiro, município de Belém, estado do Pará, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio
Goeldi Ciências Naturais, Belém, set-dez 2007. 45-55.
LIMA, R. B. D. BIOLOGIA E SISTEMÁTICA DE PLANTAS VASCULARES.
Universidade Federal da Paraíba. Paraíba, p. 162-233. 2012.
NÓBREGA, G. A.; PRADO, J. Pteridófitas da vegetação nativa do Jardim Botânico
Municipal de Bauru, Estado de São Paulo, Brasil. Hoehnea, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 7-55,
Fevereiro 2008.
PRYER, K.M., et al. Phylogeny and evolution of ferns (Monilophytes) with a focus on the
early leptosporangiate divergences. American Journal of Botany 91: 1582-1598, 2004.
SMITH, A.R. et al. A classification for extant ferns. Taxon 55: 705-731, 2006.

KENRICK, P.; CRANE, P. R. The origin and early evolution of plants on


land. Nature, London, v. 389, p. 33-9, 1997.

PRYER, K. M. et al. Phylogeny and evolution of ferns (Monilophytes) with a focus on the
early leptosporangiate divergences. Am. J. Bot., v. 91, n. 10, p. 1582-98, 2004.

PRYER, K. M. et al. Horsetails and ferns are a monophyletic group and the closest living
relatives to seed plants. Nature, London, v. 409, p. 618-22, 2001.

PRADO, J. Revisões e monografias como base para análise da diversidade, o quanto


conhecemos sobre a nossa flora. In: JARDIM, M. A. G.; BASTOS, M. N. C.; SANTOS, J. U.
M. (Eds.). Desafios da Botânica brasileira no novo milênio: inventário, sistematização e
conservação da diversidade vegetal. Belém: MPEG/UFRA/ EMBRAPA, 2003. p. 278-9.

JUDD, W. S. et al. Plant systematics: a phylogenetic approach. Massachusetts: Sinauer


Associates, Sunderland, 2002.

TRYON, R. M.; TRYON, A. F. Ferns and allied plants, with special reference to Tropical
America. New York: SpringerVerlag, 1982. 857 p.

WINDISCH, P. G. Pteridófitas da Região Norte-Ocidental do Estado de São Paulo: Guia


para excursões. 2a ed. Campus de São José do Rio Preto - SP: UNESP. 1990.
PRÁTICA – GIMNOSPERMAS

INTRODUÇÃO

As gimnospermas formam um grupo que engloba plantas vasculares com sementes


não envoltas por frutos. O grupo é composto principalmente por árvores, os arbustos
(Ephedra) e as lianas (Gnetum) são menos comuns. As gimnospermas possuem apenas
traqueídes no xilema, salvo as Gnetales que, como muitas angiospermas, apresentam
elementos de vaso. A polinização comumente ocorre com auxílio do vento, porém há
exceções entre as Gnetales e Cycadales.

Grande parte dos estudos atuais vem apontando que as gimnospermas são
monofiléticas, isto é, possuíam um único ancestral que originou apenas às gimnospermas. No
entanto, caso sejam também levados em conta os grupos fósseis, as plantas com sementes não
constituiriam um grupo monofilético, pois as extintas pteridospermatófitas ou “samambaias
com sementes” possuem uma origem distinta.

A maioria das gimnospermas são encontradas em regiões temperadas do Hemisfério


Norte, podendo serem dominantes nas florestas próximas ao Círculo Ártico. No Brasil há
poucos representantes, com apenas aproximadamente 3% do total de espécies existentes no
planeta. As gimnospermas são comumente divididas em quatro grupos tratados de forma
distinta por diversos autores. Conforme a terminologia utilizada por Judd et al. (2008), os
grupos compreendidos de gimnospermas são: as Cycadales (representadas no Brasil pela
família Zamiaceae), as Ginkgoaceae (não encontradas no Brasil), as coníferas (representadas
no Brasil por Araucariaceae e Podocarpaceae) e as Gnetales (representadas no Brasil por
Ephedraceae e Gnetaceae).

OBJETIVOS
 Identificar famílias de gimnospermas, utilizando-se uma chave dicotômica.

MATERIAIS

 Exemplares de Gimnospermas;
 lupa de mão;
 microscópio estereoscópico (lupa);
 pinças;
 chave de identificação;
 lápis e folha para desenhar;
 câmera fotográfica.

METODOLOGIA

 Observou-se os caracteres morfológicos dos exemplares de gimnospermas dispostos


na bancada do laboratório de botânica;
 com o auxílio da chave dicotômica, seguiu-se os passos para identificação das famílias
dos exemplares;
 registrou-se os exemplares observados com fotografias ou desenhos esquemáticos,
identificando as famílias;
 observou-se os exemplares encontrados no Campus da Universidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Fotografia de estróbilos femininos de exemplar vegetal da família Pinaceae.

Fotografia de ramo de exemplar vegetal da família Pinaceae. Observa-se folhas dispostas em ramos curtos
formando braquiblastos.

Fotografia de braquiblasto, porção de exemplar vegetal da família Pinaceae.


Fotografia de frasco contendo estróbilos de exemplar vegetal da família Araucariaceae.

Fotografia de estróbilo masculino de exemplar vegetal da família Cupressaceae. São caracterizadas por
estróbilos menores que 10cm.

Fotografia de ramo de exemplar vegetal da família Cycadaceae. Observam-se folíolos com nervura central
evidente e megasporófilos não dispostos não dispostos em megastróbilos.
Fotografia de ramo de exemplar vegetal da família Gnetaceae. Observam-se folhas peninérveas.

Fotografia de ramo de exemplar vegetal da família Ginkgoaceae. Observam-se folhas flabeliformes.

Fotografia de ramo de exemplar vegetal da família Podocarpaceae. Observam-se microsporófilos com 2


microsporângios, grãos de pólen com vesículas de ar e sementes sustentadas por receptáculo carnoso.
Fotografia de ramo de exemplar vegetal da família Zamiaceae. Observam-se folíolos com nervura central
evidente e megasporófilos dispostos em megastróbilos.

CONCLUSÃO

Através desta prática foi possível atingir satisfatoriamente os objetivos propostos, que
são: identificar famílias de gimnospermas, utilizando-se uma chave dicotômica. Por meio das
fotografias e ilustrações esquemáticas dos exemplares vegetais realizadas durante a aula,
assim como pela utilização de um microscópio estereoscópico para observação de estruturas
menores, foi possível obter uma melhor compreensão das características morfológicas das
gimnospermas e, com o auxílio da chave, reconhecer as famílias correspondentes aos
exemplares observados no laboratório de botânica da Universidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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