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Existencialismo

- O que é?
O Existencialismo é uma escola filosófica presente entre os séculos XIX e XX
(19 e 20) a qual acreditava que o pensamento filosófico começa nas experiencias diárias
de uma pessoa e não em uma essência ou natureza inata, logo a formação do
pensamento é mutável e individual de acordo com as diferentes ações e interações do
ser - “A existência precede a essência”. Dentro desse conceito o grande foco do
existencialismo foi afirmar que o indivíduo é aquele responsável pela motivação e
significado de sua vida, tendo dessa forma que lutar contra os obstáculos distrações do
dia-a-dia.
Seu início se deu principalmente por Soren Kierkegaard o qual em seus estudos
e textos priorizava questões que avaliassem alguém com um “único individuo”,
priorizando as experencias concretas e individuais acima de um pensamento abstrato.
Sendo assim o conceito de liberdade individual e liberdade de escolha se tornaram-se
importantes dentro dessa escola tendo sido mais destacados pelo filósofo existencialista,
Jean-Paul Sartre.
Um fato interessante é o de que o Existencialismo em um certo ponto de sua
história se dividiu em Existencialismo Ateu e Existencialismo Cristão. O primeiro nega
a existência de Deus ou qualquer força maior, logo o homem tem sua moral “em
branco” no início da vida e vai desenvolve-la a partir de suas experiências, dessa forma
também cria se na pessoa uma angustia constante pois ela é a única com
responsabilidade sobre seus atos e suas motivações. E o segundo aponta a união e amor
interpessoal como uma característica moral universal, a qual o ser humano já nasce
possuindo.

- O pai do Existencialismo, Soren Kierkegaard. (1813 – 1855)


Kierkegaard nasceu na Dinamarca, era cristão, e focou muito de seus trabalhos
em observar o “indivíduo único”, sua relação com Deus, e os sentimentos dos
indivíduos em relação as suas escolhas de vida. Sendo assim ele foi um grande nome
dentro do Existencialismo Cristão.
Sua teoria afirmava que as pessoas deveriam fazer escolhas sem nenhuma
estrutura imposta pois isso não alteraria a responsabilidade de cada indivíduo de agradar
a Deus. Dessa forma todo homem é confrontado com a angustia de que deve saber de
sua própria vontade, e que para se viver autenticamente esse deve dar um “salto de fé” e
realizar uma escolha, mesmo que essa venha a se mostrar errada.
Outra de suas teorias baseia-se no fato de dividir a existências em três esferas, a
esfera Estética, a esfera Ética, e a esfera Religiosa. A esfera Estética, de acordo com
Kierkegaard, é a qual a maioria das pessoas se encaixam, nesse plano valorizam-se os
prazeres, as aparências, a busca fama por quaisquer meios, e o conformismo com as
convenções sociais. Já a esfera Ética representa um grupo menor de pessoas a quais
vivem para fazer o que é certo e enxergam além dos desejos superficiais, mesmo que
isso signifique ir contra as convenções sociais estabelecidas. E por fim a esfera
Religiosa é a mais restrita pois Kierkegaard apenas aqueles os quais se entregam
inteiramente a Deus chegam a esse plano de existência.

-Jean-Paul Sartre, o pensador ativista. (1905 – 1980)


Sartre foi não só pensador da escola Existencialista como também ativista e
militante de esquerda, usando de sua obra e estilo de vida para apoiar suas crenças. Em
vida ele criou o grupo Socialismo e Liberdade para adaptar teorias marxistas aos tempos
modernos, teve um relacionamento aberto e estável com a escritora francesa e ativista
feminista Simone de Beauvoir, e recusou um Nobel de Literatura por acreditar que sua
filosofia jamais deverias ser julgada por autoridades acadêmicas.
Deixando sua vida de lado e focando em sua filosofia, Sartre acreditava que o
homem vive em constante angustia. Porque o humano é um ser com noção de sua
finitude, perdido em um mundo material sem um Deus ou paraíso após a morte, e
incondicionalmente livre. Dentre esses três pontos o mais destacado viria a ser a
incondicional liberdade, pois essa implica que o homem não possui uma essência pronta
e de nascença, sendo assim obrigado a cria uma ele mesmo e por isso vive em angustia.
Para demonstrar a angustia da liberdade Sartre apresenta os conceitos de Ser-em-
si e Ser-para-si. O Ser-em-si seria tudo que é material e consequentemente finito, o
corpo humano compõe um Ser-em-si contudo ele não possui essência e logo não é algo
completo. Já o Ser-para-si é a consciência, algo que para Sartre é unicamente humano, e
a qual é formada ao longo da vivencia e da liberdade. Usando desses dois cria-se a
angustia, o Ser-para-si percebe não apenas sua finitude como também sua falta de
essência, e é obrigado a lidar com o fato de que é livre e por isso com sua
responsabilidade por si mesmo (responsabilidade de achar sua essência, sua motivação,
sua felicidade e mais tudo aquilo que o compõem como ser).

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