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Diretoria de Ciências Exatas – Engenharia

Tempos, Métodos e Arranjos Físicos

Teoria das restrições e


Balanceamento de linha

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Teoria das restrições
A teoria das restrições tem como foco identificar as estações de trabalho que
são os gargalos na fábrica, programá-las para mantê-las em pleno uso e
depois programar as estações não-gargalos, com o objetivo de manter as
estações gargalos ocupadas de forma que não fiquem esperando trabalho.
A essência da teoria das restrições é captada através de nove diretrizes:
1. A fábrica deve balancear fluxo e não capacidades
O objetivo é deslocar o material de forma rápida e tranquila pelo sistema de
produção, e não balancear capacidade ou utilização dos equipamentos ou
dos recursos humanos.
2. A utilização de um não gargalo é determinada por outras restrições do
sistema
Os recursos não gargalos não limitam a quantidade de produtos que um
sistema de produção pode gerar. Portanto, esses recursos devem ser
administrados como suporte às operações dos recursos que limitam a
quantidade de produtos (os gargalos). Operar um recurso não gargalo a uma
velocidade mais alta do que a do recurso gargalo não resulta no aumento da
quantidade de produtos gerados por todo sistema de produção.
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Teoria das restrições
3. Utilização de uma estação de trabalho (produzir quando o material
ainda não é necessário) não é o mesmo que ativação
Normalmente, os gerentes não fazem distinção entre utilizar e ativar um
recurso. Porém, na teoria das restrições, um recurso só é considerado
ativado se ajudar todo o sistema a gerar mais produtos. Se uma máquina
estiver produzindo independentemente mais produtos do que o resto do
sistema, o tempo que essa máquina é operada para produzir acima do que o
sistema está produzindo é considerado utilização e não ativação.
4. Uma hora perdida em um gargalo é uma hora perdida em todo o
sistema
Como o recurso gargalo limita a quantidade de produtos que o sistema pode
gerar com um todo, o tempo que esse recurso não está produzindo é uma
perda para todo o sistema. Esse tempo pode ser consequência do tempo
parado para manutenção ou do fato do recurso ter sido forçado a trabalhar.
Por exemplo, se um cabeleireiro fica ocioso por uma hora porque não há
nenhum cliente, essa hora de corte de cabelo perdida não pode ser
compensada, mesmo se na hora seguinte chegarem duas vezes mais
clientes do que o habitual.
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Teoria das restrições
5. Uma hora salva em um recurso não gargalo é uma miragem
Como os recursos não-gargalos não possuem capacidade plena e não
limitam a produção do sistema, poupar tempo nesses recursos não aumenta
a produção total. Para os gerentes isso significa que as melhorias no sentido
de poupar tempo para o sistema devem ser dirigidas aos recursos gargalos.
6. Os gargalos governam tanto o ganho como o inventário
Os gargalos determinam o fluxo de materiais envolvidos no sistema, os
atrasos operacionais (flutuações estatísticas) ocorridos, que terão como
consequência o aumento do inventário e despesas operacionais, bem como
a diminuição do ganho. Além disso, também estabelecem os níveis dos
estoques, que são dimensionados e localizados em pontos específicos de
forma que seja possível isolar os gargalos de flutuações estatísticas
provocadas pelos recursos não-gargalos que os alimentam.

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Teoria das restrições
7. O lote de transferência não precisa ser do mesmo tamanho do lote do
processo
O tamanho do lote de processo é o mesmo do lote produzido toda vez que
uma tarefa é executada, e geralmente esse tamanho é determinado
sacrificando-se vários custos. Por outro lado, o tamanho do lote de
transferência é o mesmo das peças transferidas de um centro de tarefas
para outro. Desta forma, as peças podem ser deslocadas em lotes menores
do que os lotes do processo. Assim, pode-se obter reduções significativas
nos tempos de atravessamento (lead time) utilizando-se um lote de
transferência que seja menor do que o lote do processo.

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Teoria das restrições
8. O tamanho do lote de processo deve ser variável e não fixo
Como as economias de recursos diferentes podem variar, o lote de processo
não precisa ser do mesmo tamanho em todos os estágios de produção. Por
exemplo: vamos imaginar um item que é produzido em uma máquina de
moldagem por injeção e depois vai para um departamento de corte. Como o
tempo e o custo de preparar o equipamento de moldagem por injeção
provavelmente serão diferentes do tempo e do custo de preparar um
equipamento de corte, não há motivo para o tamanho do lote ser o mesmo
em cada um destes estágios. Portanto, o tamanho do lote em cada estágio
deve ser determinado pela economia específica de cada estágio.

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Teoria das restrições
9. A programação da produção deve ser estabelecida observando-se
todas as restrições simultaneamente
As programações da produção são geralmente determinadas
sequencialmente. Primeiro, determina-se o tamanho do lote; depois calcula-
se os tempos de atravessamento e definem-se as prioridades. Por fim,
ajustam-se as programações com base nas restrições de capacidade. A
teoria das restrições defende que se leve em consideração todas as
restrições ao mesmo tempo quando se desenvolver uma programação. A
teoria também argumenta que os tempos de atravessamento são resultados
da programação e, portanto, não podem ser estabelecidos com
antecedência.

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Teoria das restrições
A teoria das restrições procura auxiliar a programação da produção no
tratamento dos recursos gargalos, lembrando que a produção deve ser
puxada e não empurrada, portanto, os gargalos é que ditam a velocidade dos
processos.

https://www.youtube.com/watch?v=i384kVDeFUM

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Teoria das restrições
REFERÊNCIAS
MEREDITH, Jack R. SHAFER, Scott M. Administração da produção para
MBAs. Porto Alegre: Bookman, 2002.
SLACK, Nigel. CHAMBERS, Stuart. JOHNSTON, Robert. Administração da
Produção. São Paulo: Atlas, 2009.

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Exercício 1

• Suponha que um sistema de produção fabrica um único tipo de


produto e é composta pelos Centros de Trabalho A, A’, B, C, D, E e F
• com capacidade de produção conforme registrado abaixo:

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Exercício 1
• a) Se o mercado requer 180 produtos / hora, qual é o gargalo do sistema?
• b) Nessa hipótese, qual ou quais centros devem ter sua produção puxada?
• c)Qual ou quais centros devem ter a sua produção empurrada?
• d)Entre quais centros devem ser colocados pulmões de capacidade?
• e)Entre quais centros devem ser colocados pulmões de cumprimento de
prazo?
• f)O que aconteceria com a capacidade de produção do sistema se o Centro de
Trabalho E tivesse sua capacidade reduzida para 130 produtos por hora? (*)
• g)O que aconteceria com a capacidade de produção do sistema se o Centro de
Trabalho E passasse a produzir 5% de peças defeituosas irrecuperáveis (isto é,
sucata)? (*)
• h) Se houvesse mercado para apenas 80 produtos por hora, quem seria o
gargalo do sistema? (*)
• (*) Observação: As modificações no sistema produtivo apresentadas nos itens
“e”, “f” e “g” não devem ser consideradas de maneira acumulativa.

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