DEPARTAMENTO DE MAQUINAS
CURSO:
Engenharia Mecânica e Controlo de Sistema
CADEIRA:
Analise Energética de Sistemas
Relatório sobre:
Instalações frigoríficas
Discentes
Docente:
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Índice
Introdução........................................................................................................................................3
Objectivos........................................................................................................................................3
Geral.............................................................................................................................................3
Específicos...................................................................................................................................3
Conceitos gerais...............................................................................................................................4
Instalações Frigoríficas....................................................................................................................9
Conclusão......................................................................................................................................21
Referências bibliográficas.............................................................................................................22
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Introdução
Os processos na natureza são irreversíveis. O calor por exemplo flui de uma fonte de alta
temperatura para uma de baixa temperatura. As máquinas frigoríficas de certa forma funcionam
de forma inversa as leis da natureza. Para tal usar uma certa quantidade de energia pode ser
eléctrica ou reaproveitada de algum processo que rejeita fluido a alta temperatura.
As máquinas frigoríficas podem se dividir em refrigeradores e bombas de calor onde ambas tem
os mesmos princípios de funcionamento diferenciando-se apenas na sua finalidade. Refrigerador
tem como objectivo manter o espaço refrigerado a uma temperatura baixa, removendo calor
desse espaço, enquanto que Bombas de calor podem transferir calor de fontes de calor naturais,
que se encontram no meio ambiente, como ar, solo, água ou resíduos industriais e domésticos, de
prédios ou mesmo aplicações industriais. (Moran, 2000)
Para realizar este transporte de energia a partir de uma fonte fria para a fonte quente é necessária
energia externa para accionar a bomba de calor, através do compressor. Teoricamente, o calor
total fornecido pela bomba de calor é igual ao calor extraído da fonte de calor, mais a quantidade
de energia fornecida.
Objectivos
Geral
Debruçar sobre as máquinas frigoríficas.
Específicos
Dar a conhecer os princípios de funcionamento máquinas frigorificas;
Apresentar os diferentes processos do ciclo teórico de refrigeração;
Fazer estudo da análise de energia do ciclo teórico de refrigeração.
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Conceitos gerais
Ao falar das máquinas frigoríficas torna se inevitável não falar da segunda lei da termodinâmica.
Dai que primeiramente propõem-se que se discuta os enunciados da segunda lei de
termodinâmica.
Propriedades Termodinâmicas
Estado Termodinâmico
Processo
Ciclo
É um processo, ou mais especificamente uma série de processos, onde o estado inicial e o estado
final do sistema (substância) coincidem.
Substância Pura
É qualquer substância que tenha composição química invariável e homogénea. Ela pode existir
em mais de uma fase (sólida, líquida e gasosa), mas a sua composição química é a mesma em
qualquer das fases.
Temperatura de saturação
Este termo designa a temperatura na qual se dá a vaporização de uma substância pura a uma dada
pressão. Essa pressão é chamada “pressão de saturação” para a temperatura dada.
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Líquido Saturado
Se uma substância se encontra como líquido à temperatura e pressão de saturação, diz-se que ela
está no estado de líquido saturado.
Líquido Sub-resfriado
Se a temperatura do líquido é menor que a temperatura de saturação, para a pressão existente, o
líquido é chamado de líquido sub-resfriado (significa que a temperatura é mais baixa que a
temperatura de saturação para a pressão dada), ou líquido comprimido, (significando ser a
pressão maior que a pressão de saturação para a temperatura dada).
Título (x)
Quando uma substância se encontra parte líquida e parte vapor, na temperatura de saturação (isto
ocorre, em particular, nos sistemas de refrigeração, no condensador e no evaporador), a relação
entre a massa de vapor e a massa total, isto é, massa de líquido mais a massa de vapor, é
chamada de título (x). Matematicamente, tem-se:
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Vapor Saturado
Vapor Super-aquecido
Quando o vapor está a uma temperatura maior que a temperatura de saturação é chamado “vapor
super-aquecido”. A pressão e a temperatura do vapor super-aquecido são propriedades
independentes, e neste caso, a temperatura pode ser aumentada para uma pressão constante. Em
verdade, as substâncias que chamamos de gases são vapores altamente super-aquecidos.
A 2ª lei da termodinâmica estabelece o conceito de entropia, (S), como sendo uma função de
estado e postula o seguinte: “a entropia total de qualquer sistema isolado termodinamicamente,
tende a aumentar com o tempo até atingir um valor máximo”. O que indica duas importantes
consequências:
Enunciado de Clausius da 2ª lei da termodinâmica
“É impossível construir um dispositivo que opere, segundo um ciclo, e que não produza outros
efeitos, além da transferência de calor de um corpo frio para um corpo quente”, ou seja, o calor
não passa espontaneamente de um corpo de menor temperatura (frio) para um corpo de maior
temperatura (quente). (STOECKER, 2002)
É de conhecimento comum que o calor por conta própria não se transfere de um meio frio para
um meio mais quente. O enunciado de Clausius não sugere a impossibilidade de construção de
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um dispositivo cíclico que transfira calor de um meio frio para um meio mais quente. Na
verdade, é exactamente isto que um refrigerador convencional doméstico faz. O enunciado
simplesmente estabelece que o refrigerador não pode funcionar, a menos que seu compressor
seja accionado por uma fonte externa de energia. (Venturini, 2005)
Suponhamos que o Enunciado de Kelvin é falso, então, existe uma máquina térmica com
Isto implica que uma bomba de calor pode ser alimentado por esta máquina e o
dispositivo conjunto operaria sem consumir trabalho violando o enunciado de Clausius.
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Com aplicação da primeira lei de termodinâmica, mostra que
o dispositivo conjunto transfere uma quantidade de calor
Máquinas frigoríficas
Também conhecidas como bombas de calor. Estas são máquinas que transferem calor de uma
região de temperatura inferior para outra a temperatura superior.
Sabe-se que na natureza o calor flui na direcção da temperatura menor, isto é, das regiões de alta
temperatura para as de baixas temperatura, estes processos ocorrem na natureza sem a
necessidade de dispositivos.
Como transferência de calor de uma região de temperatura inferior para outra a temperatura
superior esta não é a direcção natural do fluxo, esse processo não pode ocorrer por si só, tem que
se transferir alguma energia para um dispositivo que fará com que isso seja possível. Os
dispositivos que executam essa tarefa são chamados bombas de calor ou frigoríficos
(refrigeradores). (Venturini, 2005)
Bombas de calor ou frigoríficos (refrigeradores) são dispositivos essencialmente iguais. Estes são
cíclicos.
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As bombas de calor e frigoríficos (refrigeradores) diferem apenas pelo objectivo sendo que o
refrigerador tem como objectivo manter o espaço refrigerado a uma temperatura baixa,
removendo calor desse espaço. Tal rejeição é feita em um meio a temperatura mais alta.
A bomba de calor tem como objectivo manter aquecido um determinado espaço a uma
temperatura relativamente alta, podendo para o efeito, absorver calor, de uma fonte a baixa
temperatura. (STOECKER, 2002)
A Figura mostra o esquema duma máquina frigorífica que funciona para retirar calor da fonte
fria. A fonte fria encontra-se a uma temperatura e é-lhe removida a carga térmica
(energia por unidade de tempo) Por outro lado, há rejeição de carga térmica para a fonte quente,
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Instalações Frigoríficas
São conjuntos de câmaras frias, que permitem, refrigerar, congelar e conservar pelo frio,
produtos perecíveis, além de toda Infra-estrutura (Casa de máquinas, subestação, serviços de
administração, oficinas de manutenção, vestiários, sanitários, etc.) necessária, para seu
funcionamento. (Cengel, 2003)
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constante, por absorção do seu calor latente de evaporação sofre uma mudança de estado,
passando da fase líquida para a fase de vapor. Quando o fluido frigorígeno já se encontra na fase
de vapor ao absorver mais energia sob a forma de calor verifica-se um aumento da sua
temperatura, trata-se do sobreaquecimento.
Dispositivo de expansão
O dispositivo de expansão cumpre dois objectivos:
I. Reduzir a pressão do fluido frigorígeno no estado líquido;
O estudo da termodinâmica apresenta o ciclo de Carnot como o ciclo com maior eficiência
quando operado entre dois reservatórios térmicos. Como em vários problemas práticos de
remoção e adição de energia térmica, via transmissão de calor, se dá entre reservatórios térmicos
de alta e baixa temperatura.
O ciclo de Carnot de forma geral é reversível e apresenta quatro processos, que quando
analisados na direcção anti-horária, recebe a denominação de ciclo de Carnot inverso. (Moran,
2000)
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Figure 3 Esquema do Sistema de Refrigeração de Carnot
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ambiente ou sistema a ser refrigerado, utilizando esse calor para vaporizar, seguindo em direcção
ao compressor, onde é fechado o ciclo. (Cengel, 2003)
O ciclo de Carnot é o ciclo mais eficiente que opera entre dois níveis de específico de
temperatura. O ciclo de Carnot descrito para o ciclo de refrigeração é fisicamente impossível de
ser reproduzido. Entretanto é possível atingir-se altas eficiências seguindo seu padrão.
Como já foi dito acima o ciclo de Carnot é o mais eficiente, porem não pode ser adoptado como
ciclo ideal das máquinas frigoríficas.
Os dois processos isotérmicos de transferência de calor não são difíceis de atingir na prática, uma
vez que a manutenção da pressão constante automaticamente mantém a temperatura constante de
uma mistura de duas fases no valor da temperatura saturada, sendo assim os dois processos
isotérmico do ciclo de Carnot podem ser muito próximos dos processos que ocorrem no
condensador e evaporador real. Entretanto os processos 2-3 e 4-1 não podem ser obtido com
exactidão na prática, isso pode ser explicado pelo facto de que o processo 2-3 envolve
compressão de uma mistura de líquido e vapor, o que exige um compressor que lide com duas
fases e o processo 4-1 envolve a expansão de refrigerante com alto conteúdo de humidade em
uma turbina. Tais problemas podem ser eliminados pelas execução do ciclo de Carnot inverso
fora da região de saturação, mas nesse caso será difícil manter as temperaturas constante durante
a absorção e rejeição de calor.
Dessa forma pode se concluir que o ciclo inverso de Carnot não podem ser aproximado de
dispositivos reais e não é uma modelo realista para o ciclo de refrigeração, porem ele podem
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servir de padrão em relação ao qual é possível comparar os ciclos de refrigeração reais.
(Venturini, 2005)
Um ciclo térmico real qualquer deveria ter para comparação o ciclo de Carnot, por ser este o
ciclo de maior rendimento térmico possível. Entretanto, dadas as peculiaridades do ciclo de
refrigeração por compressão de vapor, define-se um outro ciclo, que é chamado de “ciclo
teórico”, no qual os processos são mais próximos aos do ciclo real e, portanto, torna-se mais fácil
comparar o ciclo real com este ciclo teórico.
Segundo Cengel e Boles as dificuldades associadas aos ciclo de Carnot reverso podem ser
eliminadas pela vaporização completa do refrigerante antes de ele ser comprimido e pela
substituição da turbina por um dispositivo de estrangulamento, como válvula de expansão, surge
como resultado disso o ciclo ideal de refrigeração por compressão de vapor. Este ciclo é muito
usado em refrigeradores, sistemas de condicionamento de ar e bombas de calor. (Cengel, 2003)
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Figure 5 Diagrama e Ciclo de funcionamento de máquinas frigoríficas
Esse ciclo usa como fluido de trabalho refrigerante, o mesmo entra no compressor no estado 1
como vapor saturado e é comprimido de forma isoentrópica ate a pressão do condensador. Nota
se a temperatura do refrigerante aumenta durante o processo de compressor isoentrópica. De
seguida o refrigerante entra no condensador como vapor super aquecido no estado 2 e sai como
liquido saturado no estado 3 como resultado da rejeição de calor para a vizinhança, a temperatura
ainda se encontra acima da temperatura da vizinhança.
O refrigerante entra no evaporador no estado 4, como mistura saturado com baixo título de vapor
e evapora completamente devido o calor que absorve no espaço refrigerado. Em seguida o
refrigerante sai do evaporador como vapor saturado e entra novamente no compressor
completado o ciclo. (Cengel, 2003)
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Em refrigerador domésticos, os tubos do compartimento do congelador, no qual é absorvido
calor pelo refrigerante, serve como evaporador e as serpentinas encontradas na parte de trás do
refrigerador onde o calor é dissipado para o ar da cozinha serve como condensador. (Venturini,
2005)
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Análise de energia de máquinas frigoríficas
Os sistemas reais e teóricos têm comportamentos idênticos, tendo o ciclo real apenas um
desempenho baixo relativamente ao teórico. A análise do ciclo teórico permitirá, de forma
simplificada, verificar quais parâmetros têm influência no desempenho do ciclo. Sendo assim a
equação de energia do escoamento em regime permanente em unidade de massa se reduz a:
Cada um dos processos que formam o ciclo deve ser analisado separadamente:
Evaporador
(Venturini, 2005), afirma que neste dispositivo ocorre a transferência de calor a pressão
constante. Sendo que a quantidade de calor por unidade de tempo retirado do meu que se quer
resfriar denomina se capacidade frigorifica. Tendo em conta que o evaporador não há realização
de trabalho, só existe trabalho de escoamento e despreza se a variação de energias potenciais e
cinéticas por essas ser pequenas. Então tem se que:
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Figure 6 Evaporador
Compressor
Condensador
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Válvula de expansão
O processo teórico é adiabatico, Neste caso, aplicando-se a Primeira Lei da Termodinâmica, em
regime permanente, desprezando-se as variações de energia cinética e potencial, tem-se:
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na sucção do compressor, e de todos os componentes do sistema: compressor, condensador,
válvula de expansão e evaporador. (STOECKER, 2002)
As principais diferenças entre o ciclo real e o ciclo teórico estão mostradas na Figura abaixo.
Uma da diferença está na queda de pressão nas linhas de descarga (líquido e de sucção), assim
como no condensador e no evaporador. (Venturini, 2005)
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Conclusão
O enunciado Clausius simplesmente estabelece que o refrigerador não pode funcionar transferido
calor de um meio frio para um meio mais quente, a menos que seu compressor seja accionado
por uma fonte externa de energia. E ainda pode ser visto que a violação de um dos dois
enunciados usados para formulação da segunda lei da termodinâmica automaticamente viola o
outro.
As máquinas frigoríficas funcionam de forma inversa ao estabelecido pela natureza, o calor flui
de uma fonte fria para uma quente. Porem só consegue se alcançar tal facto através do
fornecimento de energia de uma fonte externa.
Para o estudo das máquinas frigoríficas adoptou se um ciclo teórico pois esse se aproxima ao
ciclo real, e que o ciclo de Carnot será usado para efeitos de comparação visto que este é o ciclo
mais eficiente.
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Referências bibliográficas
Moran, M. a. (2000). Fundamentals of Engineering Thermodynamics. Asia: John Wiley & Sons.
STOECKER, W. J. (2002). Refrigeração Industrial . São Paulo.: Editora Edgard Blücher Ltda.
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