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Projeto De Sistemas

Mecânicos

Cabos
de Aço
Prof. Dr. Geraldo Roberto de Sousa
UFSJ - Universidade Federal de São João del Rei
DEMEC
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Cabos de Aço

- Definição: conjunto de
pernas dispostas em
forma de hélice,
podendo ou não ter um
centro ou alma de
material metálico ou
não, constituindo-se em
um elemento flexível de
transmissão de força
(NBR 6327).

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Cabos de Aço

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Cabos de Aço

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Cabos de Aço

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Cabos de Aço

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Qualidades e Resistências

Traction Steel
EIPS120
- Cimax
a 140
200
190 a 210
230 kgf/mm
kgf/mm
kgf/mm 2 22

IPS
180 a 200 kgf/mm2
PS
160 a 180 kgf/mm2
MPSIron
140 a 60
160kgf/mm
kgf/mm 2
2

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Comparação entre as
Cargas de Ruptura à Tração

6 x 25 - AACI -  13 mm

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Construção de um Cabo de Aço

- Pernas: conjunto de
arames torcidos, em
forma de hélice,
podendo ou não ter
um núcleo ou alma,
constituído por um
arame ou outro
material metálico.

- Operações: uma, duas


ou mais operações,
conforme construção.
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Construção de um Cabo de Aço

- Alma: centro em torno


do qual as pernas são
dispostas em forma
de hélice.

- Pode ser constituída:


fibra natural ou
artificial, podendo ser
ainda formada por
uma perna ou um cabo
de aço independente.

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Tipos de Alma

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Disposição dos fios em cada perna

- Seale: indica que na composição das


pernas existem pelo menos duas
camadas adjacentes de mesmo
número de arames, sendo que
estes possuem diâmetros iguais em
cada camada.
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Disposição dos fios em cada perna

- Warrington: indica que na


composição das pernas existe pelo
menos uma camada constituída de
arames de diâmetros diferentes e
intercalados.

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Disposição dos fios em cada perna

- Filler: indica que na composição das


pernas existem pelo menos duas
camadas adjacentes de mesmo
número de arames, sendo que
estes possuem diâmetros iguais em
cada camada.
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Torção das Pernas

- Torção Regular:
designação
utilizada para
indicar que a
torção das
pernas de um
cabo de aço
tem o sentido
oposto ao de
torcimento.

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Torção das Pernas

- Torção Lang:
designação utilizada
para indicar que a
torção das pernas
de um cabo de aço
tem o mesmo
sentido que o
torcimento dos
arames que
compõem a perna.

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Torção das Pernas

 Atenção: a não ser em casos especiais, não se deve usar


cabos de torção Lang com AF por apresentarem pouca
estabilidade e pequena resistência aos amassamentos.
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Lubrificação

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Preformação

- Cabo Preformado: na
fabricação é aplicado
um processo adicional,
que faz com que as
pernas e os arames
fiquem torcidos na
forma helicoidal,
permanecendo
colocados dentro do
cabo na sua posição
natural, com um mínimo
de tensões internas.
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Como medir um cabo

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Manuseio errado

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Manuseio errado

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Manuseio correto

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Manuseio correto

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Como enrolar corretamente
o cabo em tambor ou bobina

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Como enrolar corretamente o cabo
em tambor ou bobina

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Escolha da composição
em vista da aplicação

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Diâmetros indicados
roldanas tambores

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Ângulo de desvio máximo

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Inspeção dos Cabos de Aço

1) Número de arames rompidos

- deve-se anotar o número de arames rompidos


em 1 passo do cabo (distância na qual a perna dá
uma volta completa em torno da alma do cabo).

- observar se as rupturas estão distribuídas


uniformemente ou se estão concentradas em 1 ou
2 pernas. Neste caso há perigo dessas pernas se
romperem antes do cabo.

- observar localização das rupturas: externas,


internas ou no contato entre as pernas.
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Inspeção dos Cabos de Aço

2) Arames gastos por abrasão

- mesmo que os arames não cheguem a se romper,


podem atingir um ponto de desgaste que diminua,
consideravelmente, o coeficiente de segurança do
cabo de aço, tornando seu uso perigoso.

- quando se observar uma forte redução da seção


dos fios externos e, consequentemente, do
diâmetro do cabo, deve-se verificar
periodicamente o coeficiente de segurança para
que este não atinja um mínimo perigoso.

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Inspeção dos Cabos de Aço
3) Corrosão

- verificar: diâmetro do cabo para detectar


qualquer redução brusca do mesmo.

- essa redução: pode ser devida à decomposição


da AF por ter secado ou deteriorado, mostrando
que não há mais lubrificação interna no cabo e,
consequentemente, poderá existir também uma
corrosão interna do mesmo.

- corrosão interna: representa um grande perigo


ela pode existir sem que se manifeste
exteriormente.
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Maus tratos e nós

- Quebra por fadiga: cabo de


aço que trabalhou com
cargas elevadas em polias de
pequenas dimensões.

- Amassamento: devido ao
enrolamento desordenado
no tambor.

- Ruptura: cabo de aço que


soltou da polia e ficou
dobrado e preso no eixo da
mesma.
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Maus tratos e nós

- Amassamento e tomou
forma de espiral:
enrolamento desordenado
em tambor de pequenas
dimensões, cargas elevadas
e passagem por um sistema
múltiplo de polias.

- Gaiola de passarinho: causada


pelo alívio repentino de
tensão proveniente de uma
sobrecarga.
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Substituição dos Cabos de Aço

- substituição: quando o número de arames


rompidos visíveis, no trecho mais prejudicado,
atinja os limites da tabela "AISI - American Iron
and Steel Institute".

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Substituição dos Cabos de Aço

- Importante: ao se examinar um cabo de aço,


se for encontrado algum outro defeito
considerado grave, o cabo deve ser
substituído mesmo que o número admissível
de arames rompidos não tenha atingido o
limite encontrado na tabela, ou até mesmo
sem nenhum arame rompido.

- Inspeção Visual: se sobrepõe a qualquer


norma ou método de substituição dos
mesmos.

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Como fazer um pedido

1) metragem
2) diâmetro
3) construção: número de pernas e fios e a
composição (Seale, Filler, Warrington, etc.)
4) tipo de alma: fibra ou aço
5) torção: regular ou Lang - direita ou esquerda
6) preformação
7) lubrificação: normal, pesada, leve, não
lubrificado
8) resistência: MPS - PS - IPS - EIPS

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Como fazer um pedido

9) acabamento: polido ou galvanizado


10) indicação do fim ao qual se destina o cabo
11) caso seja necessário, indicar a especificação
aplicável.

- Exemplo: 500 m de cabo de aço 13mm, 6x25


Filler, AACI, torção Lang à direita,
preformado, lubrificação normal, Cimax EIPS.
O cabo destina-se ao serviço de terraplanagem
(Moto-Scraper).

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Aplicações

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Aplicações

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Aplicações

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Aplicações - Elevadores

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Aplicações - Ponte Rolante

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Aplicações - Guincho

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Projeto De Sistemas
Mecânicos

Dimensionamento
de Cabos de Aço

Critério Prático
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1) determinar a força de tração Fc

Saída pela roldana fixa

Qt
Fc 
zt t

Fc
vc  zt vQ
Q

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1) determinar a força de tração Fc

Saída pela roldana móvel

Fc Qt
Fc 
zt  1 t

vc  zt  1 vQ
Q

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1) determinar a força de tração Fc

Enrolamento duplo

Qt
Fc 
zt  1 t

vc 
zt  1
v Q
2

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2) determinar fator de segurança

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3) determinar a força de tração F’c
F'c  Fc FS

4) escolher o cabo de aço


construção
lubrificação
tipo de alma
resistência
torção
acabamento
preformação

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5) definir o  do cabo de aço: F'c  CRME

Exemplo: F’c= 11.000 kgf, cabo de aço polido,


6x37, AACI, EIPS, ponte rolante.

 = 13 mm = 1/2"
Dados do catálogo: CRME = 12065 kgf
F’c=11.000  CRME

6) especificação completa do cabo de aço

7) diâmetros do tambor e roldanas


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Projeto De Sistemas
Mecânicos

Dimensionamento
de Cabos de Aço
Critério NBR 8400
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1) Determinar a Força de Tração - Fc

Idem ao critério usado no Método Prático.

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2) Definir o Grupo de Mecanismo

Classe de funcionamento.

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2) Definir o Grupo de Mecanismo

Estado de solicitação dos mecanismos.

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2) Definir o Grupo de Mecanismo

Grupos de Mecanismos.

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3) diâmetro mínimo do cabo de aço

dc  k Fc

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4) escolher o cabo de aço
construção
lubrificação
tipo de alma
resistência
torção
acabamento
preformação

5) Checagem do fator de segurança


CRME FS' FSCatá log oFabricante
FS'
Fc

6) especificação completa do cabo de aço


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Diâmetro dos Tambores e Roldanas
(Critério Prático)
Composição do Cabo Recomendado Mínimo

6x7 72 42 vezes o  do cabo


6 x 19 Seale 51 34 vezes o  do cabo
18 x 7 Não Rotativo 51 34 vezes o  do cabo
6 x 21 Filler 45 30 vezes o  do cabo
6 x 25 Fuller 39 26 vezes o  do cabo
6 x 19 (2 Operações) 39 26 vezes o  do cabo
8 x 19 Seale 39 26 vezes o  do cabo
6 x 36 Filler 34 23 vezes o  do cabo
6 x 41 Filler ou Warrigton-Seale 31 21 vezes o  do cabo
8 x 25 Filler 31 21 vezes o  do cabo
6 x 37 (3 Operações) 27 18 vezes o  do cabo
6 x 43 Filler (2 Operações) 27 18 vezes o  do cabo
6 x 61 Warrigton (3 Operações) 21 14 vezes o  do cabo

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7) Diâmetros do tambor – NBR -
8400
Dt  H1 H2 dc

H2=1  Seja qual for o tipo de sistemas de cabos


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Diâmetro de Tambores Padronizados –
NBR - 8400

PADRONIZAÇÃO DE DIÂMETROS DE
TAMBORES, SEGUNDO NORMA NBR
8400 (mm)

180, 200, 224, 250, 280, 315, 355, 400,


450, 500, 560, 630, 710, 800, 900, 1000,
1120, 1250, 1400, 1600, 1800, 2000.

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8) Diâmetros das roldanas – NBR -
8400
Dt  H1 H2 dc

6 x 19  adotar os mesmos valores dos cabos regulares.


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8) Diâmetros das roldanas – NBR -
8400
Drf  Drm  H1 H 2 d c

H2=1  roldanas compensadoras.

H2=?  roldanas móveis e fixas - dependem do


número de roldanas no circuito e do número de
inflexões dos sentidos de enrolamento no cabo
(curva em S).
H2 = 1  roldanas compensadoras não entra no
cálculo das inflexões.

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8) Diâmetros das roldanas – NBR -
8400
Drf  Drm  H1 H 2 d c  Cálculo do H 2

 Depende Wt (Nº total de pontos)


 Depende do nº de roldanas no circuito e do nº de
inversões do sentido de enrolamento do cabo.

Obs.

W=2 W=2 W=4

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8) Diâmetros das roldanas – NBR -
8400
Drf  Drm  H1 H 2 d c  Cálculo do H 2

w = 1  Para Tambor
w = 2  Roldanas não gerando
inversão no sentido de
enrolamento no percurso do cabo
w = 4  Roldana que provoca
uma inversão no sentido de
enrolamento (Curva em S).

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8) Diâmetros das roldanas – NBR -
8400
Drf  Drm  H1 H 2 d c  Cálculo do H 2
𝒏
𝟏𝒘
𝑾𝑻 = ∴ 𝐏𝐚𝐫𝐚 𝐃𝐮𝐩𝐥𝐨 𝐄𝐧𝐫𝐨𝐥𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨
𝟐
𝒏
𝑾𝑻 = 𝟏𝒘 ∴ Para Simples Enrolamento

WT ≤5 6a9 ≥ 10

H2 1 1,12 1,25

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Diâmetro de Roldanas Padronizados –
NBR - 8400

PADRONIZAÇÃO DE DIÂMETROS DE
ROLDANAS MÓVEIS E FIXAS, SEGUNDO
NORMA NBR 8400 (mm)
90, 100, 112, 125, 140, 160, 180, 200, 224,
250, 315, 355, 400, 450, 500, 560, 630, 710,
800, 900, 1000, 1120, 1250, 1400, 1600,
1800, 2000.

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