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[16] E ainda, o termo "gnosticismo" tem sido aplicado como labéu a diversas seitas
modernas com cerimoniais arcanos e iniciáticos, ou mesmo ressignificado para enquadrar
ideologias políticas e facções sociais (como faz Eric Voegelin), mesmo que muitas delas não
explicitem nenhuma autoidentificação com os gnósticos históricos. Longe de esclarecerem,
essas generalizações só obscurecem ainda mais o conceito e dificultam a verdadeira
compreensão histórica do gnosticismo enquanto movimento.[17]
Características gerais
A estimativa do mundo, devido ao que precede, como uma falha ou produto de um "erro",
mas, possivelmente, benévolo na medida do que o limite material permitir;[19]
A introdução de um deus criador distinto ou demiurgo, que é uma ilusão e depois emanação a
partir do único mónada ou fonte. Este segundo deus é um deus menor, inferior ou falso. Esse
deus criador é comumente referido como o demiourgós.[20] O demiurgo gnóstico apresenta
semelhanças com as figuras de Platão em Timeu e A República. No primeiro caso, o Demiurgo
é uma figura central, um criador benevolente do universo que trabalha para tornar o universo
tão benevolente quanto possível dentro do que as limitações da matéria permitirão, neste
último, a descrição de um desejo "leonino" no modelo de psique de Sócrates tem semelhança
com as descrições do demiurgo como tendo a forma de um leão, a passagem relevante de A
República foi encontrada dentro da Biblioteca de Nag Hammadi;[21]
Jesus é identificado por alguns gnósticos como uma encarnação do Ser Supremo para trazer a
gnōsis para a terra.[22] Entre os mandeístas, Jesus foi considerado um mšiha kdaba ou "falso
messias", que perverteu os ensinamentos que lhe foram confiados por João Baptista.[23]
Outras tradições identificam Maniqueu e Sete, como o terceiro filho de Adão e Eva, como a
figura de salvação;[24]
Desejo de conhecimento especial e íntimo dos segredos do universo. A salvação gnóstica era
da ignorância e não do pecado. O conhecimento não era apenas o meio de salvação, era a
única real salvação. O conhecimento era o conhecimento do verdadeiro self, seu lugar no
Pleroma e um retorno de lá.[25]
Dualismo e monismo
Dualismo radical
Ou dualismo absoluto, postula duas forças divinas co-iguais. O maniqueísmo concebe dois
reinos anteriormente coexistentes de luz e de escuridão que se envolveram em um conflito,
devido às ações caóticas desses últimos. Posteriormente, alguns elementos de luz tornaram-se
presos dentro de trevas, o propósito da criação material é decretar o lento processo de
extração destes elementos individuais, ao final do qual o reino da luz prevaleça sobre as
trevas.[27][28]
Monismo qualificado
Conceitos e termos
Note que o texto a seguir é formado por resumos das várias interpretações gnósticas reunidas.
Os papéis de alguns seres mais familiares, como Jesus, Sofia e o Demiurgo geralmente
compartilham os temas centrais entre os vários sistemas, mas pode haver algumas diferentes
funções ou identidades atribuídos a eles em cada uma.
Æon
Em muitos sistemas gnósticos, os aeons são várias emanações de um deus superior, que
também é conhecido por nomes como Mônada, Aion teleos (grego: "O Perfeito Aeon"), Bythos
(grego: Βυθος - 'profundidade') e muitos outros (veja o artigo principal). Deste ser inicial,
também um Aeon, uma série de diferentes emanações ocorreram, começando em alguns
textos gnósticos com o hermafrodita Barbelo[31][32][33] de quem sucessivos pares de Aeons
emanam, frequentemente em pares masculino-feminino chamados de sizígias;[34] o número
destes pares varia de texto para texto, embora alguns identifiquem seu número como sendo
trinta.[35]
Arconte
Abraxas / Abrasax
Abraxas ou Abrasax é o nome gnóstico para o semideus que governa o 365o aeon, a esfera
final e mais alta. Os demonologistas cristãos colocam Abraxas no mesmo patamar de
demônios. Jung chamou Abraxas de "o realmente terrível" por sua habilidade em gerar
verdade e falsidade, bem e mal, luz e sombra com as mesmas palavras e o mesmo
empenho.[37]
Demiurgo
Gnose
Pleroma
Pleroma (πληρωμα) geralmente se refere à totalidade dos poderes de deus. O termo significa
"plenitude" e é usado em vários contextos teológicos cristãos: tanto gnósticos em geral, como
também no cristianismo (como em «Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da
Divindade» (Colossenses 2:9)).
Sofia
Sofia ou Sophia (em grego: Σοφία) é aquilo que detém o "sábio" (σοφός; "sofós"). Na tradição
gnóstica, Sofia é uma figura feminina, análoga à alma humana e simultaneamente um dos
aspectos femininos de Deus. Os gnósticos afirmam que ela é a sizígia de Jesus (veja a Noiva de
Cristo) e o Espírito Santo da Trindade. Ocasionalmente é referenciada pelo equivalente hebreu
Achamōth (Ἀχαμώθ) e como Prouneikos (Προύνικος, "A Libidinosa"). Nos textos da Biblioteca
de Nag Hammadi, Sofia é o mais baixo dos Aeons ou a expressão antrópica da emanação da luz
de Deus.[44]
Escolas gnósticas
As escolas gnósticas podem ser definidas como sendo membros de duas vertentes, a Escola
Persa ou do Leste e da Escola Sírio-Egípcia. [45]
Gnosticismo persa
A Escola Persa possui tendências dualistas mais fáceis de serem demonstradas e que refletem
a influência das crenças dos zoroastras (seguidores de Zoroastro) persas. Aparecendo na
Babilônia, seus escritos foram produzidos originalmente em dialetos aramaicos locais e são
representativos das crenças e formas mais antigas do gnosticismo. Esses movimentos são
considerados pela maioria dos estudiosos como religiões, não apenas emanações do
cristianismo ou do judaísmo.[45]
Mandeísmo é ainda praticado por pequenos grupos no sul do Iraque e na província iraniana do
Cuzistão. O nome do grupo deriva do termo Mandā d-Heyyi, que significa "Conhecimento da
Vida". Embora a origem exata deste movimento não seja conhecida, João Batista
eventualmente se tornaria uma figura chave nesta religião, assim como ênfase no batismo se
tornou parte do cerne de suas crenças. Assim como no maniqueísmo, apesar de certos laços
com o cristianismo,[46] os mandeanos não acreditam em Moisés, Jesus ou Maomé. Suas
crenças e práticas também tem poucas sobreposições com as religiões fundadas por eles. Uma
quantidade significativa das Escrituras originais Mandeanas sobreviveram até a era moderna.
O texto principal é conhecido como Genzā Rabbā e tem trechos identificados pelos estudiosos
como tendo sido copiados já no século II d.C.. Existe também o Qolastā, ou "Livro Canônico de
Oração" e o sidra ḏ-iahia, o "Livro de João Batista".
Maniqueísmo, que representa toda uma tradição religiosa e que agora está quase extinto, foi
fundado pelo profeta Manes (216–276 d.C.). Embora acredite-se que a maior parte das
Escrituras dos maniqueístas tenha se perdido, a descoberta de uma série de documentos
originais ajudou a lançar alguma luz sobre o assunto. Preservados agora em Colônia,
Alemanha, o Codex Manichaicus Coloniensis contém principalmente informações biográficas
sobre o profeta e alguns detalhes sobre seus ensinamentos. Como disse Mani, "O Deus
verdadeiro não tem nada a ver com o mundo material e o cosmos", e "É o Príncipe das Trevas
que falou com Moisés, os judeus e seus sacerdotes. Portanto, cristãos, os judeus e os pagãos
estão envolvidos no mesmo erro quando adora este Deus. Pois ele os leva para perdição
através dos desejos que lhes ensinou".[47][48]
Gnosticismo sírio-egípcio
Simão Mago e Marcião de Sinope: ambos tinham tendências gnósticas, mas as ideias que eles
apresentaram estavam ainda em formação; por isso, eles podem ser descritos como pseudo-
ou proto-gnósticos. Ambos desenvolveram um considerável conjunto de seguidores. O pupilo