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Hipertensão arterial e as respostas ao tratamento devido a não e

a assimilação ao mesmo.

Laila Cristina Mady

RESUMO: Muitos hipertensos não levam adiante o tratamento, e uma das razões é por
não estabelecerem uma analogia entre as medidas indicadas no controle da hipertensão
arterial. Pudemos comprovar durante o contato com os hipertensos, as reações dos mesmos
quando não estão seguindo o programa, em boa parte devido a não assimilação ao
tratamento recebido e a resposta ao tratamento personalizado.

Palavras chave: HIPERTENSÃO, ASSIMILAÇÃOAO TRATAMENTO,


RESPONSABILIDADE.
INTRODUÇÃO

“Este estudo apresenta um bom potencial para melhorar nossa capacidade de desenvolver
tratamentos adaptados a cada indivíduo, através de medicina personalizada, que permite combater
a hipertensão com mais eficácia”. Yen – pei Christy Chang¹, professora de epidemiologia
da universidade de Maryland (lês te-2008)

Essa pesquisa começou a ser realizada ao entrarmos em contato com pacientes hipertensos
ao longo de 14 anos nas consultas de enfermagem em unidades de saúde quando trabalhei
como enfermeira e com o no (PSF) nas quais trabalhei em três cidades e assim pude
comparar as várias abordagens sobre o tratamento com os mesmos.

Alguns trabalhos expõem a adesão ao tratamento ao hipertenso e nós descrevemos


algumas atitudes realizadas para esta realização.

Podemos melhorar a nossa qualidade de vida e a convivência com a hipertensão?

Programa de Saúde da Família (PSF)


Pressão arterial (PA)
REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Algumas definições sobre hipertensão

Segundo Lolio (1990) a Organização mundial da saúde definiu, em 1978, a Pressão


Arterial como sendo "uma doença caracterizada por uma elevação crônica da pressão
arterial sistólica e/ou pressão arterial diastólica". Cecília Amaro de Lolio7.
De acordo com um consenso realizado em 2000, nos EUA, a definição é dada por
hipertensão arterial (pressão arterial sistólica maior ou igual que 140mmhg e/ou diastólica maior ou
igual que 90mmhg.
Ao sangue circular pelo corpo humano tem a função de atender transportar os
nutrientes até os tecidos, removendo os produtos de excreção,levar hormônios de uma
parte do corpo de uma parte para outra do corpo para manter, em geral,um ambiente
apropriadoà sobrevida e função ótima das células.
(Guyton e Hall) 9ª Ed.
Korner (1995) afirmou que as perturbações que afetam o sistema circulatório,
freqüentemente, acontecem em paralelo com eventos que ocorrem no meio ambiente
externo e afeta o nosso meio ambiente interno. (Korner, 1997)15

ADESÃO AO TRATAMENTO

Intuitivamente, adesão ao tratamento é


expresso pela palavra compliance, em língua inglesa.
Mais recentemente vem sendo proposta uma definição
alternativa, onde a adesão ao tratamento é a extensão a qual o comportamento
do paciente coincide com a recomendação médica³ ou aconselhamento
por outros profissionais de saúde, seja seguindo a
prescrição medicamentosa ou às recomendações sobre dieta,
mudança de hábitos de vida e freqüência de consultas4
OBJETIVOS

.Refletir sobre uma das causas que colaboram com o abandono do hipertenso ao tratamento
através de uma explicação pormenorizada delas.
Tornar evidente o que já tinha vivido que o hipertenso muitas vezes abandonava o
tratamento por não entender o porquê seu seguir o tratamento e desistem por ser crônico
.Assim ao longo de 13 anos que trabalhei em como Enfermeira do PSF nas cidades de
Jaboti, Contenda e Camboriú e com um maior contato com os hipertensos que faziam parte
da região visitada nas casas dos moradores da região que faziam parte do Programa do
Hipertenso nas cidades de Jaboti, Contenda e Camboriú.
Acompanhar a sua adesão ou abandono ao tratamento, nos facilitando por em prática
através um maior contato com os hipertensos aplicarmos um questionário e ouvindo
relatos, dúvidas e acompanhar o retorno ou não dos mesmos.
que é muito importante o hipertenso saber o que acontece em seu organismo quando segue
as medidas propostas pelo médico e como a maneira como ele é abordado contribui.
2.3 Métodos clínicos para aferir a pressão arterial

O método de ausculta

Para a determinação da pressão arterial sistólica e diastólica o braço é comprimido e com


um manguito que é insuflado fazendo pressão na artéria que permanece distendida pelo
sangue e não é ouvido absolutamente qualquer som pelo estetoscópio, apesar do sangue
estar pulsando no interior da artéria . e ao soltar a pressão no manguito a Pressão Arterial
assim, ouve-se, então, um som a cada pulsação. . Esses sons são denominados sons de
Korotkoff.
Fatores que podem influenciar os valores da Pressão Arterial

Os fatores mencionados abaixo representam umas das principais causas que


influenciam os valores da hipertensão arterial e essas causas podem ser internas e externas.
E se a causa do aumento da pressão arterial é desconhecida, é denominada
hipertensão essencial ou primária.
Portanto se conhecemos as causas da hipertensão Arterial,ela se denomina hipertensão
secundária e pode ser um problema do aparelho do sistema circulatório, causas renais,
arteriosclerose entre outras causas internas.

Algumas doenças que têm ligação com o aumento ou diminuição da pressão arterial.

Esses fatores citados abaixo, devem ser levados em consideração da aferição da P.A e
muitas vezes não são levados em consideração, até por desconhecimento e possibilitando
erros nos valores na aferição.

Gêmeos idênticos criados em ambientes diferentes, com alimentação diferente, prática de


exercícios físicos, fumo, com uma maior qualidade de vida, poderão apresentar valores
diferentes de pressão arterial e um poderá desenvolver o gene STK39 e o outro não.
Problemas cardíacos como Prolapso de Válvula Mitral, onde o comum é Pressão arterial
ter valores baixos.
Com a idade as artérias se enrijecem e para o sangue levar seus nutrientes, necessita mais
força na artéria e os valores são maiores que o comum.

“Deste modo essas pessoas terão o “seu valor ” da Pressão Arterial, assim como outros
exemplos.Os valores da pressão arterial,não são um modelo a ser seguido iguais a todos,
estipulado como comum em uma pessoa de 25 anos.

Não somos todos iguais, portanto, não pode existir um valor padrão,
para todos.

Por ser uma doença multifatorial, assim envolvendo vários fatores. 0 diagnóstico e cura
são mais complicados (Kohlmann Jr et al , 1999)
CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO

CLASSIFICAÇÃO

Categoria Sistólica Diastólica


Ótima <120 <80
Normal <130 <85
Limites superiores 130-139 85-89
Grau I (leve) 140-159 90-99
Grau II (moderada) 160-179 100-109
Grau III (severa) >180 >110
Hipertensão sistólica isolada >140 <90
Subgrupo limítrofe 140-149 <90

Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH)


DIAGNÓSTICO

Para uma pessoa ser diagnosticada como hipertensa é necessário aferir a pressão arterial
em dias diferentes e no mesmo horário e pela mesma pessoa, visto que a pressão arterial
pode se apresentar mais elevada em horários diferentes do dia devido a fatores externos e
internos;
O médico pede exames laboratoriais para confirmação. E faz a história clínica da pessoa
para diagnosticá-la como Hipertensa.
O diagnóstico deve ser feito aliando-se ao histórico do paciente, os resultados do exame
físico e o valor pressórico.
E para valores acima de 140 x 90 a pessoa é diagnosticada como hipertensa
segundo a organização mundial da saúde.
Porém o Comitê Internacional Americano para Prevenção e Tratamento da
Hipertensão agora classifica como pré-hipertensas pessoas com pressão de 120 a 139 (a
máxima) e de 80 a 89 (a mínima”)

Por ser uma doença multifatorial, assim envolvendo vários fatores. 0 diagnóstico e cura
são mais complicados (Kohlmann Jr et al , 19)

“Nenhum indivíduo é igual pressão arterial é igual, portanto


não existe um valor fixo.
EPIDEMIOLOGIA

No Brasil, cerca de 17 milhões de pessoas são Hipertensas, e que estima-se 35% da


população acima de 40 anos desconhecem que são portadores da mesma.
A prevalência da hipertensão arterial é maior na “população negra” que na
branca, pois os indivíduos brancos têm incidência de 30% na hipertensão e os negros 40%
(Pereira et al, 1999)9;

E de acordo com Harshfield e Grim (1997)10, os negros têm uma maior


sensibilidade ao sal e uma maior dificuldade me eliminá-lo.
- Lessa & Fonseca6, estudando as “diferenças raciais” e o controle da hipertensão e adesão
ao tratamento;
Verificaram que a freqüência de adesão às consultas e tratamento é significativamente
menor nos pacientes negros (19,7%), em relação aos pardos (33%) e brancos (53,6 %)

O III Conselho Brasileiro de Pressão Arterial – CBHA (1998)11 coloca que as


“mulheres” são protegidas de eventos cardiovasculares até a menopausa devido a alguns
hormônios, citamos aqui a progesterona natural.
Após a menopausa, as mulheres ficam mais vulneráveis a um conjunto de
doenças, e muitas desconhecem ainda que nesta fase a hipertensão seja um fator agravante
da sua condição de saúde. Isto porque de acordo com a prática clínica, após a menopausa a
hipertensão torna-se progressivamente mais freqüente e mais intensa em mulheres do que
em homens, fazendo delas as maiores vítimas das doenças cardiovasculares. Esta foi uma
das matérias abordadas no 2º Congresso Português de Hipertensão, 2008.
Segundo Kohlmann Jr et all (1999)14 para mulheres com mais de 35 anos e
fumantes irredutíveis; os anticoncepcionais orais estão contra indicados, substituindo-os
por outros métodos contraceptivos.

“Pessoas com “diabete melito” tem uma maior prevalência em desenvolver a doença, pelo
menos duas vezes a da população em geral” (lll CBHA, 1998);
E de acordo com Pierim a “condição sócio-econômica” é um fator que pode
influenciar na gênese e no tratamento da hipertensão arterial.
MÉTODOS

Essa pesquisa foi realizada, ao entrarmos em contato com os hipertensos em visitas nas
casas. Como enfermeira do PSF nas cidades de Jaboti, Contenda e Camboriú, onde
aplicamos questionários ao nosso público alvo, moradores da região e seguidores do
Programa do hipertenso, nas unidades responsáveis pela região.

“O modelo educacional, usando o princípio de que o compromisso é resultado do


conhecimento e do nível de informação que o indivíduo tem sobre sua doença e tratamento,
buscou mostrar que os submetidos a esta intervenção apresentavam comportamento mais
responsivo e constante ao tratamento anti-hipertensivo.” Fonte: Rev Bras Hipertens vol.13(1):
26-29, 2006.5
e neste modelo nos orientamos para realização deste trabalho com o propósito de estimular a
reflexão sobre as razões, que o cliente hipertenso, apresenta para uma menor adesão ao tratamento
e/ou a descontinuação do tratamento, principalmente nas doenças crônica como a Hipertensão.

“Sacket e Haynes3 questionam esta teoria, demonstrando que a informação não determina
maior comprometimento de pacientes hipertensos. Outros autores afirmam que esta
explicação simplista servia apenas para tratamentos de curto prazo, mas não para doenças
que exigiam continuidade no controle”. Fonte: Rev Bras Hipertensão vol.13(1): 26-29, 2006.
CONCLUSÃO e DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Quando trabalhamos no PSF e ao possibilitarmos entrar em contato com os Hipertensos do


programa, na maioria das casas ao sermos convidados a entrar em suas moradias e
desenvolvermos empatia com os mesmos e assim ouvimos suas manifestações sobre o
tratamento ao aplicarmos o questionário e nos facilitando e análise das respostas dos
mesmos.
Ao tornar as medidas preventivas mais personalizadas aos Hipertensos, pudemos concluir
que as maiorias das pessoas que participaram da pesquisa obtiveram uma maior adesão ao
tratamento e também retornaram ao programa.
Uma das principais razões que os participantes do programa de hipertensão responderem as
expectativas se deve ao mesmo se sentir parte integrante de seu tratamento, mantendo seus
estados de saúde e evitando as complicações típicas..
Através de uma melhor boa qualidade de vida.

Pois a Hipertensão, NÃO TEM CURA, somente controle.

Esperamos que a ciência em um futuro não muito distante descubra a cura para o
gene STK39.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1-CHANG, Drª Yen-Pei.Artigo Whole-genome association study identifies STK39 as a novel


hypertension susceptibility gene.Artigo, Maryland. 2008

2 -www.portaldasaude.com.br

3 -Sackett DL, Haynes RB, Gibson ES et al. Randomized Clinical Trial of Strategies
for Improving Medication Compliance in Primary Hypertension. Lancet
1975;1:1205-12

4- I DIRETRIZ BRASILEIRA DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA


SÍNDROME METABÓLICA, volume 7,n°3, 2004

4 - HAYNES RB, MCDONALD H, GARG AX, MONTAGUE P. Interventions


helping patients to follow prescriptions for medications (Cochrane Review).
In: The Cochrane Library. Oxford: Update Software, 2004. Issue for1981; 4:213-8

5-REVISTA Brasileira de hipertensão. vol.13(1): 26-29, 2006.

6 - LÓLIO, Cecília Amaro, Organização mundial da saúde, 1978

7- LESSA I, FONSECA J. Raça, aderência ao tratamento e/ou consultas


e controle da hipertensão arterial. Arq Bras Cardiol, v. 68, p. 443–
449, 1997.

8- GUYTON E HALL, Fisiologia médica 9a, Ed. - Cap. 14 a 26, 1964.

9 - PEREIRA, M. A. et al. Physical activity and incident hypertension in Black and


white adults: the atherosclerosis risk in communities study. Preventive Medicine, v.
28, p. 304-311, 1999.

10 – HARSHFIELD, G. A.; GRIM, C. E. Stress hypertension: the wrong


environment. Acta Physiologica Scandinavica, p.129-132, 1997.

11 - III Conselho Brasileiro de Pressão Arterial – CBHA (1999)


12 -KOHLMAN JR et all. O Tratamento da hipertensão arterial. In: Ribeiro AB.
Atualização em Hipertensão Arterial – Clínica, Diagnóstico e Terapêutica. São
Paulo: Atheneu, 1996. p 193- 223
13-WEINECK, J. Treinamento ideal. 9 ed. [S.L:s.n], 1999

15-KORNER P. Shiffing the circulatory control paradigm. Acta Physiologica


Scandinavica. 1999.

REFERÊNCIAS

Moradores nas localidades que abrange o Programa do Hipertenso, das cidades de


Jaboti;Contenda e Camboriú.
ANEXOS

Questionário aplicado

1-O que é Hipertensão?


2 - Existe cura?
3-Por que seguir as medidas médicas?
4-Razão de deixar de seguir o programa do Hipertenso.
5-Motivos que o fizeram procurar o Programa para Hipertensos.

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