“Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pd 1,16). Essa é a nossa primeira
vocação, ser santos, nos exorta Jesus. Neste mês de março que comemoramos no dia 08, o Dia Internacional da Mulher e no dia 19, São José, somos chamamos a ser outros “São Josés” e outras “Marias, mãe do Salvador”, no sentido de imitar suas virtudes. Nesta linha analógica, olhando Maria a mãe de Deus, que não é o centro, mas está no centro como colaboradora da redenção, as mulheres são chamadas a também colaborarem com o plano de Deus que é implantar o Seu Reino nesta Terra. Imitando as virtudes de Nossa Senhora, sendo obedientes e humildes, mas não passivas, e sim ativas como Maria, que guardava tudo em seu coração, e estava junto de São José, cumprindo as leis e observando os mandamentos. Não houve privação de liberdade em Maria para dar seu SIM no plano de Salvação. Houve sim, uma escolha, uma eleição, mas Maria foi livre para responder ou não a esse chamado. Concebe o Filho de Deus de maneira livre e generosa. Sua fé como primeira discípula e primeira cristã, deve inspirar o mover e o agir de todas as mulheres e homens comprometidos com sua salvação e do seu próximo. Nesse sentido também, São José, o pai adotivo de Jesus, não aparece como protagonista nas Sagradas Escrituras. Deixa o protagonismo totalmente para Jesus. Humilde, deixou Deus trabalhar seu coração e gerar frutos, dando o protagonismo necessário também a Maria, mãe de Jesus. Um homem trabalhador, santificava sua vida por meio do trabalho, trazendo o sustento para Jesus e Maria. Um homem justo, vivia sem lesar ninguém, sem ser peso, sendo correto com todos, em uma vida simples. Cumpria as leis e mandamentos, apresentou Jesus no templo após 40 dias de seu nascimento. Foi presença junto a Maria, quando esta ouve a profecia de Simeão, estando junto da Mãe de Deus. Precisou ser forasteiro no Egito, fugindo de Herodes, deixou a carpintaria, sua casa, sua comodidade, atendendo a uma ordem de Deus, sendo um homem responsável, um marido e pai protetor, cuidando de sua esposa e filho. Papa Francisco em sua carta encíclica Patris Corde (Com o coração de Pai), apresenta São José, como: um Pai amado (especial pelo povo de Deus), um Pai na Ternura (Jesus viu a ternura de Deus em José), um Pai na Obediência (aprendeu a fazer a vontade de Deus), um Pai no Acolhimento (José acolhe Maria sem colocar condições), um Pai com Coragem Criativa (soube transformar um problema numa oportunidade), um Pai Trabalhador (o próprio Deus feito homem não desdenhou o trabalho, José ensina Jesus) e um Pai na Sombra (torna Jesus autônomo). Quantas virtudes a serem imitadas encontramos em José. Com um silêncio gritante e orante, é assim que São José serve ao Salvador e à Maria. Fiel aos planos de Deus, José é contemplativo e ao mesmo tempo um homem de ação! Ele procura uma hospedaria para Maria dar à luz a Jesus e não encontra, mas mesmo assim faz o seu melhor, não se acomoda, não se abala, encontra uma gruta e está disposto a cumprir seu chamado! Para este tempo que vivemos, com tantos percalços, assim como Maria e José, temos cotidianamente nossas alegrias e dores, mas encontramos pelo caminho milhares de “Marias” e “Josés” anônimos que já imitam as virtudes da mãe de Jesus e de seu pai adotivo. Quantos pais e mães que lutam para cuidar dos seus filhos, para educar, dar sustento, carinho e amor. Quantas perseguições e sofrimentos sofrem muitas vezes esses pais, outras vezes os filhos, pela ausência da figura paterna ou materna e das condições mínimas de sobrevivência ou afeto e atenção. Deste modo não temos só a São José e a Nossa Senhora para imitar, mas podemos encontrar dentro de nossa casa, em nosso trabalho, em nossas igrejas, “Marias” e “Josés” no nosso dia a dia que já imitam as virtudes dos santos e podem ser fonte de inspiração para todos. Que Deus continue dando perseverança para todos nós neste caminho de santidade! Jefferson Bassetto Seminarista da teologia da Arquidiocese de Londrina