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DIREITO ADMINISTRATIVO

Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto


Curso preparatório exitus

Aula 05
ATOS ADMINISTRATIVO

Sumário:
CONCEITOS PRELIMINARES: ....................................................................................................................................... 1
ATOS ADMINISTRATIVOS: ........................................................................................................................................... 2
Perfeição, Validade e Eficácia do Ato Administrativo ................................................................................................... 2
Elementos ou Requisitos ................................................................................................................................................. 3
Sujeito (Competência) ................................................................................................................................................ 3
Objeto (Conteúdo) ...................................................................................................................................................... 4
Forma .......................................................................................................................................................................... 5
Finalidade ................................................................................................................................................................... 5
Motivo......................................................................................................................................................................... 6

CONCEITOS PRELIMINARES:

• Fato: É todo acontecimento que ocorre no mundo.


• Ato: É toda ação/manifestação de vontade imputável ao homem, isto é, um
comportamento voluntário do homem.
• Fatos jurídicos: são os acontecimentos que ocorrem no mundo e que geram efeitos
mundo jurídicos, ou seja, tem importância no mundo jurídico.
• Ato jurídico: ato humano que decorre de uma manifestação de vontade que
desencadeia efeitos na órbita jurídica.
• Fato Administrativo: é o todo fato que ocorre no âmbito da administração pública e
que o Direito Administrativo lhe confira consequências jurídicas.
• Atos da Administração: Segundo Fernanda Marinela é “todo ato praticado pela
Administração Pública, mais especificamente pelo Poder Executivo, no exercício da
função administrativa, podendo ser regido pelo direito público ou pelo direito privado1.”
E, como se observará o conceito de ato da administração é mais abrangente do que o de
ato administrativo.
o São espécies de Ato da Administração:

▪ Atos privados da Administração: nesse caso a Administração não possui


prerrogativas. Ex.: doação, permuta e compra e venda.

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Disponível em: http://www.marinela.ma/wp-
content/uploads/2015/11/CADERNODEAULAINTENSIVOIAULA09ATOSI.pdf
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▪ Atos materiais: condutas com ausência de manifestação de vontade, ou seja,


são atos meramente executórios enquadrando-se no conceito de fato
administrativo. Ex.: demolição de uma construção e apreensão de
mercadoria.
▪ Atos Políticos: atos praticados no exercício da função política com ampla
discricionariedade e possuem fundamentos na Constituição. Ex.: Veto,
Sanção e Iniciativa de Lei2.
▪ Atos Administrativos.

ATOS ADMINISTRATIVOS:

• Ato Administrativo: é espécie de ato jurídico, sendo que ambos são possuem
elementos comuns como: sujeito, objeto e forma. No entanto, a diferença entre eles é
justamente que nos atos administrativos o sujeito é o administrador público e o objeto a
ser buscado é o interesse público. Assim, pode-se dizer que ato administrativo é a
declaração do Estado que produz efeitos jurídicos, na forma da lei, sob o regime de
direito público e sujeito a controle do Poder Judiciário.

• Em resumo, o ato administrativo:


o É uma declaração jurídica que produz efeitos jurídicos;
o É declaração proveniente do Estado;
o É exarado sob o manto do Direito Público;
o É sujeito a exame de legalidade pelo Poder Judiciário.

• Segundo Celso Antônio Bandeira de Melo “Declaração do Estado (ou de que lhe faça
às vezes – como por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de
prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídica complementares da
lei, a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por órgão
jurisdicional3”.

Perfeição, Validade e Eficácia do Ato Administrativo

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Parte da doutrina critica a inclusão dos atos políticos como atos da administração, pois entendem que os atos políticos
possuem regramento próprio e não são regidos Direito Administrativo e, ainda, discorrem que esses atos são praticados
no âmbito da função política e não no âmbito da função administrativa.
3
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de Direito Administrativo. 15ª ed., São Paulo, Malheiros, 2002.
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o Perfeição: “O Ato Administrativo é perfeito4 quando esgotadas as fases


necessárias à sua produção. Portanto, ato perfeito é o que completou o ciclo
necessário à sua formação. Perfeição, pois, é a situação do ato cujo processo está
concluído5”.

o Validade: “O ato administrativo é válido quando foi expedido em absoluta


conformidade com as exigências do sistema normativo. Vale dizer, quando se
encontra adequado aos requisitos estabelecidos pela ordem jurídica. Validade,
por isto, é a adequação do ato às exigências normativas6.”

o Eficácia: “O ato administrativo é eficaz quando está disponível para a produção


de seus efeitos próprios; ou seja, quando o desencadear de seus efeitos típicos
não se encontra dependente de qualquer evento posterior, como um condição
suspensiva, termo inicial ou ato controlador a cargo de outra autoridade.
Eficácia, então, é a situação atual de disponibilidade para produção dos efeitos
típicos, próprios, do ato7.”

Elementos ou Requisitos

• Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo: existe divergência doutrinária tanto


a respeito da denominação a ser utilizada (Elemento ou Requisito) e quanto a forma de
classificação. Celso Antônio Bandeira de Melo, por exemplo, tem classificação
própria. No entanto, iremos utilizar o entendimento da corrente majoritária da doutrina:

Sujeito (Competência)

o Sujeito (Competência): consiste no conjunto de atribuições fixadas por lei,


sendo, por conseguinte: de ordem pública, irrenunciável e imutável pela vontade
do agente público, consistindo em requisito subjetivo do ato administrativo.

o Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único,


Alínea “a”, dispõe que: “a incompetência fica caracterizada quando o
ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou.”

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Quando nos deparamos com a expressão ato administrativo perfeito ou ato jurídico perfeito, devemos nos lembrar que perfeito é o particípio do
verbo perfazer que significa acabar de fazer, concluir, findar. Dessa forma, quando estamos dizendo que o ato administrativo é perfeito estamos
dizendo nada mais nada menos que é o ato jurídico concluído, findo, terminado, acabado, que completou todo seu ciclo de formação.
5
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de Direito Administrativo. 15ª ed., São Paulo, Malheiros, 2002. p.
354.
6
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de Direito Administrativo. 15ª ed., São Paulo, Malheiros, 2002. p.
354.
7
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de Direito Administrativo. 15ª ed., São Paulo, Malheiros, 2002. p.
355.
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o Segundo José dos Santos Carvalho Filho “O vício no elemento


competência decorre da inadequação entre a conduta e as atribuições do
agente. É o caso que o agente pratica ato que refoge ao círculo de suas
atribuições8.”

o Pode ser delegada ou avocada desde que não seja competência de caráter
exclusivo e exista previsão legal para tanto.

o A competência é requisito vinculado.

Objeto (Conteúdo)

o Objeto (Conteúdo): efeito jurídico imediato produzido pelo ato, isto é, quando
em decorrência desse ato nasce, extingue-se e transforme-se um determinado
direito.
o Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único,
Alínea “c”, dispõe que: “a ilegalidade do objeto ocorre quando o
resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato
normativo”.

o Segundo José dos Santos Carvalho Filho “o vício no objeto consiste,


basicamente, na prática de ato dotado de conteúdo diverso do que a lei
autoriza. Há vício se o objeto é ilícito, impossível ou indeterminável9.”

o O objeto pode ser vinculado ou discricionário.

• Quando o objeto for discricionário Hely Lopes Meirelles


preceitua que “o objeto, nos atos discricionários, fica na
dependência da escolha do Poder Público, constituindo esta
liberdade opcional o mérito administrativo. Não se pode, pois, em
tal elemento, substituir o critério da Administração pelo
pronunciamento do Judiciário, por que isso importaria revisão do
mérito administrativo, por uma simples mudança de juízo de
valor subjetivo – do administrador pelo juiz – sem qualquer
fundamento em lei10.”

8
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24a ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris.
2011.
9
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24a ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris.
2011
10
MEIRELES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25ª ed., atualizada por Eurico de Andrade Azevedo,
Délcio Balestero Aleixo e José Emmanuel Bulle Filho. São Paulo: Editora Malheiros: 2000.
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Forma

o Forma: é o revestimento exterior do ato, ou seja, é o modo pelo que se


manifesta.
o Em regra a forma do ato deve ser a escrita.
• Exceção:
o Atos consubstanciado em forma verbal.
Ex.: ordem emanada por um agente de trânsito.
o Atos consubstanciado na forma de sinais.
Ex.: gestos de um agente de trânsito.
• Escrita:
o Rígida: critérios específico estabelecidos em lei para a
validade. Ex.: ato que deve ser realizado escritura pública.
o Livre: deve ser escrito, mas o procedimento é livre, ou
seja, não se exige forma específica.

o Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único,


Alínea “b”, dispõe que: “o vício de forma consiste na omissão ou na
observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
existência ou seriedade do ato”.

o A forma é requisito vinculado.

Finalidade

o Finalidade: resultado que a Administração Pública deseja alcançar, isto é, o


interesse público. É o efeito jurídico mediato (finalístico do ato). Ou seja, é a
prospecção do ato.

o Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único,


Alínea “e”, dispõe que: “o desvio de finalidade se verifica quando o
agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou
implicitamente, na regra de competência.”.

o A Finalidade é requisito vinculado.

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Motivo
o Motivo: são os pressupostos que fundamentam o ato (aquilo que desencadeou o
ato), ou seja, são os fundamentos fáticos e de direito que determinam a
realização do ato.

o Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único,


Alínea “d”, dispõe que: “a inexistência dos motivos se verifica quando a
matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado
obtido”.

o José dos Santos Carvalho Filho faz uma crítica ao referido dispositivo
e assevera o seguinte: “o vício pode ocorrer de três modos, muito embora
a Lei n. 4.717/65 só se refira a inexistência de motivos (art. 2º, parágrafo
único, “d”): 1º) inexistência de fundamento para o ato; 2º) fundamento
falso, vale dizer, incompatível com a verdade real; 3º) fundamento
desconexo com o objetivo pretendido pela Administração11.”

o Motivos pode ser vinculado ou discricionário.

o A teoria dos motivos determinantes: em consonância com a qual a


validade do ato se vincula ao motivos indicados como seu fundamento,
de tal modo que, se inexistentes ou falsos, implicam a sua nulidade.
(Maria Sylvia Zanella Di Pietro)

Motivo Motivação Móvel


São os pressupostos de Descrição/demonstração, O que se passa na
fato e de direito que a exposição dos motivos. mente do agente, ou
fundamentam o ato seja, é a intenção, o
administrativo. propósito do agente
público.

Obs.: Cabe ressaltar que basta o objeto ou a motivo do ato serem discricionários que o
ato logicamente passa a ser discricionário.

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CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24a ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris.
2011.
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