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INCLUSÃO

SUMÁRIO
1) Boas-vindas
2) Como Tudo Começou
3) Soneto da Diferença
4) Aperitivo
5) Princípios
6) Sugestões para Inclusão Reversa
6.1 - Na Família - Autoestima
6.2 - Na Convivência - Empatia
6.3 - No Dia-a-dia - Autenticidade
6.4 - No Esporte - Cooperação x Competição
6.5 - Na Terapia - Autoconhecimento
6.6 - Na Moda - Beleza e Conforto
6.7 - Na Escola - Lúdico e Potencial
6.8 - Na Arte - Inspiração
7) A Pessoa com Deficiência no Contexto da
Legislação Brasileira
8) De Pai para Filho
9) Gratidão - Aquele Abraço
10) Participantes

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BOAS-VINDAS!
Querido(a) leitor(a),

É um prazer tê-lo(a) conosco. O presente manual nasceu do Primeiro Congresso


On-line de Inclusão Reversa, celebrado em Setembro de 2020. Realizamos uma
compilação das falas dos mais de 43 participantes, que traduzem a essência do
acolhimento à diferença, com o intuito de ajudar a sociedade no importante labor
de aceitar as diferenças e assim construir uma humanidade mais justa, fraterna e
feliz.

Questionamos a palavra inclusão, que pressupõe a exclusão, em nome do


acolhimento, que na verdade, todos necessitamos. Nenhum ser humano é igual ao
outro e isso é fácil perceber. Em diferentes períodos históricos, no entanto, a
sociedade foi ditando aquelas diferenças que são aceitas e as que são rejeitadas,
excluídas ou marginalizadas. Isso tem que acabar já.

Mas para isso necessitamos conhecimento, empatia, afeto, força de vontade. Nosso
trabalho é olhar para a essência do ser humano e ajudar a nos aceitar como somos.
Se estamos vivos, se a Vida já nos aceitou, já nos fez presente, quem somos nós
para ditar as diferenças que devem ser excluídas?

Esperamos te inspirar com este manual. Aqui você encontrará a voz de pais, mães,
cientistas, professores(as) e profissionais de diferentes áreas, que acreditam em um
mundo mais igualitário, que enxergam nas diferenças oportunidades. Mergulhará
em histórias de vida marcadas pela superação e criatividade. Conhecerá hábitos,
práticas e teorias que te ajudarão a ter uma vida melhor com você mesmo(a), com
sua família, alunos e/ou pacientes, desde uma visão do acolhimento, da aceitação e
do amor.

Acreditamos que cada um de vocês esteja passando por um momento diferente,


por necessidades diferentes. Da mesma maneira, cada mensagem, cada exemplo
aqui exposto, servirá à pessoa que estiver passando por algo parecido. Não
devemos nunca generalizar: respeite o seu momento e o momento dos demais.
Juntos somos mais fortes. A palavra não é igualdade - onde se supõe que todos
somos iguais, e equidade - onde cada um devemos ter aquilo que nossas
particularidades necessitam.

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Como tudo começou
Gostaria de apresentar para vocês como tudo isso começou.
Foi com o diagnóstico do meu filho. Tem um ano mais ou menos que eu
descobri que ele tem autismo, e comecei a perceber que as pessoas
com algum tipo de questão ou deficiência precisavam de um megafone
para falar das dificuldades que enfrentam, mas do seu ponto de vista, e
não da tal inclusão imposta até agora.

O que é inclusão reversa? É o ponto de vista do excluído. Na verdade, se


existe inclusão é porque houve exclusão.
É disso que vamos falar, é sobre isso que queremos levantar a
discussão e o diálogo, para que as pessoas comecem a perceber a
importância do que é ser acolhido, mais do que ser incluído.
Acolhimento é diferente de inclusão.

Então para mim, como mãe de um menino autista de 10 anos, que tem
as suas questões e eu também tenho as minhas, ficou muito claro que o
meu maior desafio na verdade é aceitar as minhas próprias limitações e
imperfeições. Só assim conseguirei aceitá-lo como ele é, e não como eu
gostaria que ele fosse. Então aprendi que o acolhimento realmente
parte da nossa própria aceitação.” (Abertura da Semana da Inclusão
Reversa em 21/09/20)

Liss Lopes
Idealizadora do Sistema de
Ensino Personalizado

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Soneto da
DIFERENÇA
A diferença é para ser respeitada.
O tempo todo, infatigavelmente.
Não deverá ser ela subjugada:
Não há nada de errado em ser diferente.
À diferença a amizade completa;
Conforta e aquece o coração da gente.
Muito infeliz é aquele que a rejeita;
Encerra-se e envenena a própria mente.
Sem a diferença termina a beleza,
E logo um vazio preenche o ambiente.
Na diferença refulge a clareza.
Valorizando sempre a divergência.
Felizes despertamos, finalmente.
Somente assim se alcança a transcendência.

Rafael Mendes
Poeta

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APERITIVO

Para aquecer os nossos motores, incluímos na programação do


nosso evento uma aula prática de INCLUSÃO REVERSA para vocês.

Miguel Marques, famoso especialista em Inclusão Reversa, nos deu


a honra de registrarmos a sua abordagem ultra potente de
acolhimento in loco.

Vale a pena conferir! Funciona até para meninos autistas que não
curtem live.

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“O esforço que cada um faz para interagir com o outro, nos ensina tanto
sobre humildade quanto humanidade. 'Por que você é assim?' questiona
Lelê, de forma sincera tentando compreender a expansiva alegria de Miguel.
E o seu pensamento concreto nos desafia a entender nossos próprios
questionamentos. Quantas vezes nos questionamos o mesmo? Por que
somos assim? Por que isto acontece comigo? A diferença é que em nós estas
perguntas se entrelaçam com uma tristeza existencial, voltada para o ego.
E nos lábios de Lelê soaram como uma simples dúvida em busca do outro,
para compreender mesmo o próximo. Uma questão que sai para abraçar o
outro, e não uma questão que se enlaça na alma e nos puxa mais para
dentro. A resposta não poderia ser menos surpreendente. O artista e cada
vez mais mestre na arte da palhaçaria terapêutica, Miguel, respondeu com
alegria, com gestos e sorrisos, que são próprios de sua arte, como quem diz:
"Porque Deus me fez assim". Sim. Precisamos sorrir mais. Sair mais de dentro
de nós mesmos e interagir com o outro. A inclusão reversa nos convida a
aceitar nossas diferenças, dúvidas e medos como um exercício de aceitação
do próximo. Por que somos assim? Que a resposta nos impulsione a buscar e
entender o outro, e a amar o outro como a nós mesmos. Pois a inclusão
verdadeira inicia da mesma forma que o Miguel se transforma em palhaço, é
um pequeno ponto vermelho no nariz do artista expandindo e irradiando a
própria alegria, para abraçar o outro e ajudar o outro a se abraçar. Uma
alegria que nasce num movimento e transforma o mundo começa em nós
mesmos, olhando para nosso nariz , para nossa vida e nos compreendendo e
nos amando para então compreendermos e amarmos o próximo.
Vale ressaltar que a Glaucia foi quem me ajudou a decodificar o que eu sentia
sobre inclusão e criou o nome INCLUSÃO REVERSA.
Obrigada minha querida amiga, sem você este evento não teria acontecido.
Te amo! Liss Lopes

Glaucia Mizuki
Pedagoga

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PRINCÍPIOS
Acolhimento - Família - Possibilidades

ACOLHIMENTO
Não queremos ser incluídos, porque para incluir é
necessário excluir primeiro. Temos as mesmas necessidades de
todos os seres humanos: sermos amados.
Amor significa respeito.
Amar é desejar e fazer o bem.
Amar é entender.

FAMÍLIA
Pesquisas científicas realizadas no mundo inteiro
descobriram que a família é o núcleo central do bem-estar e
felicidade. Conosco não é diferente, precisamos de você tanto
quanto os demais (talvez mais), e sua capacidade de oferecer-nos
segurança, afeto e autoestima é a mesma: plena!

POSSIBILIDADES
Sabemos das nossas diferenças. Somos tão especiais quanto
as outras crianças. Temos características que apareceram há
pouco tempo na sociedade e às vezes podem ser pouco
entendidas, mas o entendimento é possível com estudo e
vontade. Não queremos ser tratados como todo mundo.
Queremos ser tratados com nossas peculiaridades,
necessidades e potenciais – que são únicos, como os de todo
ser humano.

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SUGESTÕES PARA
INCLUSÃO

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...NA FAMÍLIA
“A inclusão precisou começar na minha casa, na minha família, quando
aceitei que meu filho, que eu tanto idealizava, não estava mais ali, mas
que eu ainda tinha um menino lindo, que ainda sim, pode ser tudo que
ele puder ser. Quando meu amor incondicional de mãe entendeu que
as conquistas são medidas não pelo que os outros estão fazendo, mas
apenas pela singularidade do meu pequeno.”
AUTOESTIMA
Quantos eventos na sua vida ocorreram diferente do planejado?
Diferente não significa ruim, certo? Você já foi surpreendido e
ficou contente depois? O inesperado já teve um impacto positivo
na sua vida? Nem sempre é num primeiro instante. Acostumar-
mos de que na vida as coisas não acontecem como queremos -
elas acontecem como acontecem - é parte do amadurecimento.

Além disso, muitas vezes não sabemos o que é melhor para nós
mesmos, e precisamos ser surpreendidos para aprender.
Aprendemos muito sobre nós mesmos e sobre o mundo sendo
surpreendidos, mas exige equilíbrio e autoestima o suficiente
para se manter, observar e acompanhar as mudanças
inesperadas. Ante o inesperado é a confiança em si mesmo que
fará toda a diferença.

A pessoa que confia em si mesma não desiste de um aparente


desafio. Ela busca soluções, mesmo sem referências, mesmo sem
conhecimento prévio sobre o assunto. Naturalmente tem mais
sensibilidade às necessidades do outro e busca agir de maneira
equilibrada para todos: porque ela não precisa chamar atenção
para si. Ela sabe o que a completa. O diferente não assusta, é só
mais um mistério a ser desvendado. Quando me encontro com o
desconhecido busco entendê-lo, compreendê-lo. Não é uma
questão de aceitar, porque a realidade é maior que nossos
desejos. É uma questão de relacionar-se, de maneira saudável,
porque me sinto seguro o suficiente. A autoestima, naturalmente,
gera boas relações com as diferentes individualidades.

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...NA CONVIVÊNCIA
“Ao se aproximar de uma família de pessoa com deficiência, não puxe
assunto sobre a patologia ou deficiência. A pessoa é muito mais do que
um laudo! Converse sobre assuntos do dia a dia, leves. Se a pessoa
sentir necessidade, ela falará mais especificamente sobre a deficiência
do filho. Saiba que ao se aproximar e demonstrar empatia, você estará
sendo exemplo para seu filho, e como sabemos, o exemplo fala mais
que muitas palavras.”
EMPATIA
Todos já nos sentimos diferentes alguma vez. Na escola, na
família, entre amigos… todos já tivemos aquela sensação de não
estar adaptados ao ambiente que frequentamos. Nesse momento,
o que te faria bem? O que você gostaria que os outros fizessem?
Aqui é fundamental ter empatia, a capacidade de colocar-se no
lugar do outro e sentir como ele sente, tentar pensar como ele
pensa.

Colocar-nos no lugar do outro é a chave das relações saudáveis,


em qualquer esfera. É a base do afeto. É a sustentação do amor. E
todos desejamos e necessitamos ser amados. Talvez nossa
capacidade de amar não seja tão plena: talvez não sejamos
capazes de amar um desconhecido, e não tem problema. Não
precisamos amar todo mundo.

Comecemos do começo. Coloquemo-nos no lugar do outro, e o


mundo certamente será um lugar melhor. É preciso coragem para
ter empatia. É preciso vontade para mergulhar no mundo do
outro. É preciso determinação para estar disposto a compartilhar
a vida com equidade - compreendendo e respeitando
necessidades e particularidades de todos. O outro lado da
empatia é o egocentrismo: agir apenas por si mesmo. A falta de
empatia gera tristeza para todos, pois impede o afeto de quem
poderia dar e de quem poderia receber. Um pouco de amor e
todos seremos mais felizes.

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...NO DIA A DIA
“Não queremos ser tratados com diferença. Temos limitações, mas
somos capazes de muito mais do que nossas limitações! Não podemos
encarar a deficiência como o fim, mas sim como um ponto de partida
para algo espetacular!”
AUTENTICIDADE
Você já teve vontade de esconder uma característica ou algo que
está passando em sua vida por vergonha? Você já fingiu ser alguém
que não é no intuito de ser melhor recebido em um grupo? Ou
mesmo de fazer você mesmo acreditar no que você desejaria, mas,
no fundo, sabe que não é real? A dificuldade de assumir quem
somos, com nossos potenciais e limitações, é humana.

Mas não natural. Ela está diretamente relacionada ao amor


condicional, aquele que só damos quando nossos filhos nos
obedecem ou trilham o caminho que traçamos para eles. O amor
condicional nos ensina que não devemos ser quem somos, mas
quem os outros esperam que sejamos.

Certamente você já viveu este conflito com alguém querido. Chega


um ponto que é tão cansativo “fingir” que decidimos, por
autoamor, reconhecer nossas fraquezas. É neste momento que nos
damos conta de que nossas fraquezas não são o final do caminho,
muito pelo contrário: reconhecer-me em minhas capacidades e
dificuldades me faz traçar metas claras de ação, me faz querer ter
metas realistas e sonhar com o possível. A realidade sempre pode
nos nutrir, nos trazer felicidade. A frustração vem da imaginação
mal colocada - porque ninguém é capaz nem incapaz de tudo. Se
sou autêntico, admirarei também a autenticidade do outro, e
certamente, a vida se tornará uma experiência mais feliz.

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...NO ESPORTE
“Façam atividades com equipes mistas e brincadeiras antes de iniciar
um treino para deixar as pessoas mais descontraídas e rirem. Uma das
vantagens de lidar com grupos heterogêneos é proporcionar atividades
em que misturamos as pessoas e realizamos atividades lúdicas, de
forma que prevaleça o espírito de cooperativismo, união.”
COOPERAÇÃO
x COMPETIÇÃO
Vivemos em uma sociedade, em geral, muito competitiva. Lutamos
para ver quem é mais capaz, quem é melhor, quem chega primeiro,
quem tira as melhores notas… Desde pequenos somos
acostumados a querer - ou necessitar - estar “à frente”. A pergunta
é… por quê?

Sociedades que cooperam prosperam. Não devemos criar


métodos homogeneizados de avaliação de nada, mas buscar
desabrochar a individualidade de cada ser. A vida compartilhada
é muito mais fácil e prazerosa. Sempre que tiver oportunidade,
promova o espírito de equipe, jogos cooperativos, interações
saudáveis onde só existe vitória quando todos ajudam. Para
cooperar é preciso conhecer o outro, vincular-se, relacionar-se.

Boa parte da competitividade é derivada do desconhecimento e


da baixa autoestima. A pessoa de bem consigo mesma não tem
necessidade de sentir-se mais ou melhor que ninguém, ela se
admira, se valoriza, reconhece seu potencial e deseja o mesmo
para os demais: o bem. A vida é possível em suas múltiplas
facetas porque ela é grande, imensa, muito maior que nós; então
há espaço para todos, não precisamos correr nem chegar
primeiro. A caminhada é prazerosa desfrutando e sentindo o
caminho: o vento no rosto, o sol na pele, os pés empurrando o
chão. Quando “chegamos” nos dá pena o caminho ter terminado,
e é tão mais agradável em companhia… Desfrutaremos muito
mais, todos, caminhando de mãos dadas. Sempre que cairmos,
terá alguém ao lado para nos ajudar a levantar.

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...NA TERAPIA
“Como profissional, aprendi a escutar. Com o tempo, descobri que os
grandes especialistas eram eles mesmos. Daí nasce a verdadeira
equipe: a cumplicidade de quem ensina, com a humildade de quem
aprende. A primeira pessoa que devemos acolher é a nós mesmos,
revisitar nossa história com amor e maturidade, tirar os entulhos que
encobrem nossa candeia, revisitar com olhar limpo e próprio, sem o
peso da comparação.”
AUTOCONHECIMENTO
Quem eu sou? O que vim fazer aqui? Qual é o propósito da vida?
São perguntas que a humanidade se faz desde sempre e ainda
persistem no nosso dia a dia. As respostas são variadas - tanto
quanto os seres humanos - e podem mudar ao passar do tempo.
Existem muitas maneiras de se conhecer melhor, começando por
se observar: estar atento aos pensamentos e emoções.

Autoconhecimento é o processo de entender quem sou e porque


sou assim. Este entendimento permite separar temas e
dificuldades que são minhas, e as dificuldades que são da outra
pessoa. É comum projetarmos nossas próprias dificuldades no
outro e estabelecer uma série de ideias pré-concebidas, ou seja,
pré-conceitos.

Ninguém gosta de ser interpretado de maneira equivocada. Todos


valorizamos que nos conheçam, para que possam nos tratar como
realmente somos. Valorizamos que as pessoas busquem nos
entender e entender nosso mundo interior, e não que façam ideias
pré-concebidas de nós. Para isso é necessário autoconhecimento -
só posso conhecer o outro se conheço a mim mesmo. E assim se
produz a abertura necessária para o aprendizado: percebo o que o
outro veio me ensinar, como ele contribui para minha vida, e assim
percebemos que conhecer o outro me permite aprender mais
sobre a vida e sobre mim mesmo. Todas as relações tornam-se
verdadeiros ensinamentos quando estamos dispostos a nos
conhecer melhor.

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...NA MODA
“A inclusão na moda não tem que ser diferenciada, mas sim adaptada.
Podemos, por exemplo, utilizar os aviamentos para facilitar a
vestimenta, e ser sensorial para poder distinguir as peças.”
BELEZA E CONFORTO
A percepção da beleza é subjetiva, quer dizer, cada pessoa julga o
belo à sua própria maneira. Mas algo todos temos em comum: o
belo agrada, encanta, estimula, conforta… O belo é buscado em
diferentes dimensões da vida o tempo inteiro, começando por
quando nos arrumamos, nos olhamos no espelho e gostamos do
que vemos. Aí a moda exerce um papel fundamental.

Todos gostamos de usar roupas e acessórios que nos animam,


entusiasmam, que nos trazem sensação de harmonia e prazer.
Mas todos já passamos pela experiência, também, de que
justamente aquilo que queremos usar não nos cabe, porque as
costas estão largas demais, porque a cintura é mais fina, porque o
braço não sobe direito…

Aliada à moda está o conforto, a adaptação ao nosso corpo e


inclusive a possibilidade de usar. Existem tantos corpos quanto
pessoas no mundo, e cada vez mais nos preocupamos para que o
maior número de pessoas possível se sinta representada e levada
em consideração na hora de pensar um novo estilo, uma nova
vestimenta. Muitas vezes não se faz necessária uma grande
mudança: uns ajustes aqui e ali que contemplem a diversidade e
pronto, temos uma variedade de belezas contempladas com
conforto e, consequentemente, mais qualidade de vida. Façamos
com que a beleza e a harmonia se espalhem por toda a parte e
nutram o mundo com afeto. É mais que sentir-nos bonitos e
confortáveis: é fazer parte da sociedade.

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...NA ESCOLA
“Utilizar os jogos e brincadeiras em suas múltiplas possibilidades como
forma de motivação para a aprendizagem.”

“Olhar com empatia os desafios apresentados pela criança em suas


atividades diárias, criando assim oportunidades de maior participação.”
LÚDICO E POTENCIAL
Você sabe tudo o que é capaz de fazer? Quantas vezes te deram
oportunidade para explorar seus potenciais? Um ambiente
acolhedor e divertido sem dúvidas, torna tudo muito mais fácil. A
leveza facilita a criatividade, devido à liberdade de exploração. Se
bem, é certo, que todos somos beneficiados. Quando falamos de
crianças os efeitos são ainda mais importantes.

Todas as crianças, independente da sua maturação cerebral e


características de desenvolvimento, enxergam a vida como uma
grande brincadeira. Isso não é, em definitiva, algo ruim. Muito pelo
contrário: se entrarmos no seu mundo lúdico, imaginativo e
divertido, veremos como a vida é cheia de possibilidades muitas
das quais nós adultos perdemos por falta de imaginação.

Todas as crianças têm muito a nos ensinar. Nosso papel é permiti-


las, em um espaço seguro e afetivo, explorar ao máximo sua
imaginação, porque é justamente ela que a fará ter experiências
de felicidade. Na brincadeira ela cria, se descobre, se desabrocha.
Algumas crianças, devido às suas características de
desenvolvimento, viverão para sempre neste mundo imaginativo.
Em todo caso, devemos observar-nos para nos aproximar delas,
respeitando sua individualidade. Com imaginação resolveríamos
muitos problemas que parecem difíceis na vida, e os
simplificaríamos, sem dúvidas. Além disso, brincando descobrem o
que são capazes de fazer, o que gostam e o que não gostam.
Quantos de nós daríamos tudo para saber o que queremos e
termos a oportunidade de desenvolver nossas capacidades?

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...NO AMOR
“Não dá pra falar de inclusão sem falar de amor. Não um amor
qualquer, mas aquele amor que sabe colocar o outro no centro, em vez
de si mesmo. O amor que sabe sair de si pra acolher.
O amor que sabe olhar além e perceber que sempre há algo bom a ser
descoberto, porque todos somos bons em essência, porque somos
imagem e semelhança daquele que é o bom. Inclusão é dar espaço e
ajuda pra que cada um possa vir a ser exatamente aquilo que foi criado
pra ser, no amor.”
INSPIRAÇÃO
Um passeio no campo, uma boa leitura, aquele clássico do
cinema… o que te inspira? A seguinte pergunte é: O que você
precisa para se inspirar? Talvez a resposta te surpreenda: amor. A
resposta é simples: o amor nos faz sentir seguros, confiantes. O
amor é a rega que toda flor necessita para viver, crescer e
florescer. O amor entende, compreende, acolhe.

O amor é capaz de enxergar o lado bom das coisas, de buscar o


positivo, o entendimento, o propósito. O amor nos dá confiança
suficiente para nos permitir inspirar. Permitir? Isso mesmo.
Quando estamos muito fechados em nós mesmos, limitamos a
própria vida. Quando não estamos dispostos ou não nos sentimos
encorajados a novas experiências, muitas delas passam e sequer
percebemos.

Para se inspirar é preciso estar aberto à vida. A própria palavra já


nos remete à vitalidade. Até onde e quão profundo você inspira?
Você se sente conectado com a vida? Feliz? Tem vitalidade para
viver o dia a dia, ou é pesado? Inspirar-se é muito mais que
desfrutar de algo, é permitir se preencher por este algo, deixá-lo
entrar em você de maneira profunda. Sentir, entregar-se, fluir.
É aquela sensação de flow, de que o tempo não existe, de que tudo
está dando certo. Precisamos desses momentos, e quando nos
permitimos, naturalmente nos abrimos ao outro e cultivamos uma
perspectiva otimista da vida, além de estimular as pessoas com
quem convivemos a se inspirarem também.

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A PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO
CONTEXTO DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
Por Profa. Dra. Cristiane Feitosa Pinheiro
SUPERAÇÃO
E VIDA ACADÊMICA
A pessoa com deficiência tem sido alvo discursivo de leis, convenções
internacionais, pesquisas científicas, campanhas educativas e políticas.
Conceituada pelos outros, tornou-se aquela parte do humano de quem
se fala e, raramente, que tem oportunidade para de si mesma falar.

Acessibilidade e tratamento diferenciado são as palavras-chave das


muitas narrativas que os outros constroem e contam a respeito dos
interesses das pessoas com deficiência. Mas, o que pensa e o que quer
a pessoa com deficiência, seja ela física, mental, intelectual ou sensorial?

Por isso, a CONECTEHS preparou uma série de rodas de conversa em


que os protagonistas serão aqueles de quem se fala: as pessoas com
deficiência. A Convenção sobre os Direitos das pessoas com deficiência
(CDPC), em seu artigo 1, define as Pessoas com Deficiência como sendo
“aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais
pessoas”.

Nesse sentido, pode-se afirmar que deficientes são os lugares que


impedem a plena participação efetiva das pessoas em sociedade,
através de algum tipo de barreira. Segundo Gurgel (2019, p. 24), “a
natureza da deficiência das pessoas [...] deixa de ter primazia. Em seu
lugar se coloca o ambiente, com seus efeitos sociais, econômicos e
culturais, que pode restringir ou impedir o pleno exercício e gozo de
direitos”.

Colocando o lugar como o centro do problema e não mais a PCD, a


possibilidade de encontrar soluções para a efetivação da inclusão torna-
se algo a ser atingido de forma mais eficiente.

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Porém, o protagonista das decisões deverá ser a pessoa com
deficiência, ou, como afirma o lema “nada sobre nós, sem nós”, de
William Rowland. Dessa forma, a Semana da Inclusão Reversa
oportunizará as pessoas com deficiência falarem de si mesmas,
narrarem suas histórias de vida e de superação.

Por que inclusão reversa? Porque se pretende abrir um espaço de fala


para as pessoas com deficiência mostrarem seu lado não conhecido, o
seu oposto, uma vez que, na maioria das vezes, só se conhece o lado
do seu impedimento, da sua deficiência e, por ele, tais pessoas são
reduzidas.

A deficiência tem seu reverso: as possibilidades, as potencialidades do


sujeito. Nenhuma pessoa é sua deficiência, logo, projetar os holofotes
sobre o não-dito, o não-revelado fará com que esse sujeito possa ser
identificado, individualizado e não mais rotulado.

Reverso vem do latim “reversu”; de revertere, voltar, tornar. Aplicando


a noção etimológica ao que se propõe com a Semana, dar-se-á
oportunidade à pessoa com deficiência de tornar ao seu lugar de
origem: o de pessoa humana, dotada de direitos, apenas; e não o de
mera pessoa com deficiência, marcada por sua restrição.

Referências:
BRASIL. DECRETO Nº 6.949, DE 25 DE AGOSTO DE 2009.
In.: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/decreto/d6949.htm

GUGEL, Maria Aparecida. Pessoas com deficiência e o


direito ao concurso público: reserva de cargos e
empregos públicos, administração pública direita e
indireta. Belo Horizonte: RTM, 2019.

Profa. Dra.
Cristiane F. Pinheiro

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DE PAI PARA FILHO
Postado no Facebook em 16/03/2016:

"Hoje forma-se um HERÓI.


Quero registrar publicamente o enorme orgulho que sinto pelo maridão Edson
Honório, que apesar de todas as dificuldades que a natureza lhe impôs,
(transtorno de deficit de atenção grave, dislexia e disfunção da fala) se formou
ano passado e hoje terá a sua colação de grau. Foi uma vida inteira se sentindo
diferente, com muita dificuldade em manter-se focado, tendo que ler mais de 3
vezes para conseguir começar a entender o que lia. Até que em março de 2015,
aos 39 anos, finalmente foi diagnosticado.

Lembro-me bem quando a sua médica disse:


- Edson, pela gravidade dos seus problemas, provavelmente quem o ajudou a
fazer as provas desde o tempo escolar deve ter sido o seu anjo da guarda! A
maioria das pessoas com os seus problemas acabam abandonando a escola e
dificilmente completa em uma faculdade. Parabéns!

Enfim, num mundo tão cruel com aqueles que não se encaixam nos 'padrões
normais', você superou todos os preconceitos e virou o jogo. Hoje sabemos que o
fato de você ser um esportista fez toda a diferença, foi o que o manteve em pé.
Esta foi a melhor herança que seu pai lhe deu: o amor pelo esporte! Aproveito
este dia também para agradecer a sua mãe que, mesmo sem fazer a menor ideia
do que você tinha, sempre esteve contigo, funcionando como o seu segundo
cérebro. Obrigada pelo exemplo e pela inspiração, sempre que me vejo
paralisada diante de um obstáculo lembro de você e consigo seguir em frente.
Nosso filho tem muita sorte de ter você como pai!
Te amamos muito.
Lis e Lelê”.

Edson Honório
46 anos, filho do Sr. Osvaldo
e da Sra. Dalva, esposo da Lissandra, pai
do Leandro, analista de negócio, CEO da
Academia Conecte e triatleta amador.
GRATIDÃO!
Dedicamos o poema da Priscila Lima a todos os palestrantes da nossa
Semana da Inclusão Reversa 2020:

Aquele Abraço
Se acolher é aceitar, receber, admitir,
Acolher é abraçar.
Se acolher é atender, ouvir, levar em consideração,
Acolher é abraçar.
Se acolher é abrigar, agasalhar, proteger,
Acolher é abraçar.
E abraçar é oferecer intencional e alegremente os braços.
Movimento de dentro pra fora, de mim para o outro.
Abraçar é buscar o outro, é amar antes mesmo de conhecer.
Abraçar é fazer um cafuné gostoso no coração do outro.
É se colocar no lugar do outro e genuinamente acolher.
Acolher o diferente, único, especial.
Acolher é reconhecer a imagem, a semelhança.
É ver no outro uma potencial identidade em Cristo.
É ajudar o outro a olhar para dentro de si e declarar:
“Graças te dou, visto que de modo assombrosamente maravilhoso me
formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito
bem.”
A todos que sonham com uma sociedade de verdadeiramente incluídos
e acolhidos...
... o meu abraço. Aquele abraço!

Priscila Lima

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PARTICIPANTES E DICAS DE

INCLUSÃO
GIZELE AGUIAR
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"É importante cuidar de quem cuida!"

@mediacao_emocional

NATHALIA QUINTELLA
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"Para incluir é preciso conhecer!"

@nquintella

MARCOS PETRY
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"Confira tudo lá no Diário de Um Autista!"

@omarcospetry
ANA BEATRIZ ARRUDA MARQUES
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"Um abraço oportuno jamais é esquecido. Fortalece, engrandece,
faz ponte e destrói muros. A nossa diferença é o que nos torna
semelhantes. Abraço é pódio de chegada, é largada. É intercessão.
Somos um só corpo, um só Espírito. Estamos voltando pra casa,
somos de lá vivendo aqui. Verdadeiros abraços no mais amplo
sentido que abraço signifique, nos identificam com nosso propósito:
embaixadores do céu na terra. Sal na terra e luz no mundo."

@anabeatrizamarques

IRACEMA KUNKEL
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"Nunca temer ir contracorrente (inclusão
reversa), assim todos excluídos serão acolhidos."

@iracema3168

GLÓRIA BLACK
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"Correlacionar empatia e resiliência para
acessibilidade reversa."

@estevao_gloria
CAIO DE MELO
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"Cultive a felicidade autêntica."

@caio.de.melo

DANIELA RUBI
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"Na adoção todos precisam acolher as necessidades
especiais uns dos outros, pais e filhos. Devemos
estar sensíveis para identificar as necessidades
escondidas nos quartinhos escuros do coração."

@dr_educacional

ROSALICE GUALBERTO
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"Acredito que o portador de necessidade especial precisa
aprender a se comunicar, e por isso precisamos fazer com que
o significado das palavras seja compreendido por eles.
O acréscimo de vocabulário amplia muito essa possibilidade
de interação, e essa é minha dica para essa semana."

@rosalicegual
GISÉLIA CARDOSO DE OLIVEIRA
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"A primeira pessoa que devemos acolher é a nós mesmos, revisitar
nossa história com amor e maturidade, tirar os entulhos que encobrem
nossa candeia, revisitar, com olhar limpo, e próprio, sem o peso da
comparação, descobrir a semente que em nós Deus plantou e adubá-la
de acordo com o que ela é, respeitando nosso design próprio,
oferecendo ao mundo que nos cerca aquilo que Deus depositou em nós,
e então florescer, frutificar e AMA-DURE-SER!"

@giseliacoli

TELMA CARVALHO
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"A inclusão começa dentro de casa, com os
familiares, amigos, e assim por diante, não pode
ser forçada."

@mediacaoemocional

RAFAEL DE MOURA
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"A fala que parte daqui sempre é do brincar e do olhar puro da
criança no adulto, e desta permissão que buscamos
ganhar para entrar no jogo do brincar da criança ou da
plateia."

@rafaeldemouraoficial
ANA BEATRIZ PAZ
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"O aprimoramento multidisciplinar dos pais."

@biapazzzz

VERA MAGALDI
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"Incluir seu filho onde ele vai ser feliz, isto é o mais
importante! Outra dica: aceitar que seu filho é
especial e começar as terapias o quanto antes para
desenvolvê-lo em todas suas possibilidades."

@veramagaldi

MONICA SZWARCWING BARROS


DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"Para mim incluir significa dar amor, atenção, limites, incentivo e valores.
Mais do que uma ideia, implica em dar o meu tempo com qualidade. Incluir
meus filhos na minha vida significa fazer escolhas na nossa rotina, a fim de
tê-los perto, estando atenta a formá-los da melhor forma possível. Isso vale
para os 3. Inclusive para Milla com T21.
Não posso pedir ao mundo que a inclua sem inclui-la de verdade na minha
vida e na família."

@doceolhardemilla
DR. JOÃO ALBERTO
DICA DE INCLUSÃO REVERSA:
"A mastigação equilibrada e seu papel na
cognição humana - novas perspectivas para a
inclusão social.”

@joaoalbertomartinez

Ricardo da Costa
REFLEXÃO:
Fala-se muito hoje em inclusão social. O tema
não é novo. Diz respeito à igualdade de
oportunidades. Para todos.
Historicamente, quando surgiu a ideia? Onde?
@prof_ricardodacosta Por que? Para que? Respondo:
1) na Idade Média;
2) através das ações da Igreja Católica -
universalização da Educação, criação de uma
rede de escolas (monásticas, catedralícias) e de
universidades (Oxford, Salamanca, Roma, Paris,
Montpellier...);
3) com a evangelização cristã (Mt 28, 18-20), a
salvação tornou-se possível a todos,
indistintamente. Essa foi a origem da inclusão: o
caráter prosélito e universal da religião católica.
Este manual é uma publicação que reúne todas as dicas e
orientações dos palestrantes da SEMANA DA INCLUSÃO
REVERSA, evento on-line realizado em 2020.

Coordenadores e editores:
Lissandra Lopes de Oliveira
Ana Beatriz Arruda Marques
Gizele Aguar
Caio de Melo

Projeto gráfico e diagramação:


Rosane Aranha

Transcrição das palestras:


Elaine Lariucci

Autores:
Ana Beatriz Arruda Marques
Ana Beatriz Paz
Andressa Leal
Áurea Eveline
Caio de Melo
Caio Gimenes
Carlos Alberto Cordella Junior
Catherine Dantas
Cristiane Feitosa Pinheiro
Daniela Rubi
Edinizis Belusi
Edson Honório de Oliveira
Eliane Rodrigues
Elyse Matos
Eva Mendes
Gabriel Zaidan
Autores (continuação):

Gisélia Cardoso de Oliveira


Gizele Aguiar
Glaucia Mizuky
Glária Black
Iracema Kunkel
Jairo Beppler
Joaõ Alberto Martinez
Leandro Lopes de Oliveira
Lissandra Lopes de Oliveira
Livea Flor
Lu Lopes
Marcos Petry
Maria Clara Arruda
Mariana de Oliveira
Miguel Arruda Marques
Monica Szwarcwing Barros
Nathalia Quintella
Priscila Lima
Rafael de Moura
Renata Costa de Miranda Santos
Renata Mendes
Ricardo da Costa
Roberta Mustacchini
Rosalice Gualberto
Suélen Carolini da Paula
Telma Carvalho
Thayane Mayara Santana de Souza
Vera Magaldi

www.academiaconecte.com.br
Tema da Semana da
Inclusão Reversa de 2020:

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