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1. PREFÁCIO:
- Formulas provisórias, que serão repensadas pelos sociólogos do futuro.
- Os métodos mudam à medida que a ciência avança.
- Durkheim o criador da sociologia objetiva?
- Fatos como coisas = base do método durkheimiano.
- Fatos sociais = coisas sociais.
- Do exterior ao interior.
- Distância do senso comum.
- "É preciso que ao penetrar no mundo social, ele - o sociólogo - tenha
consciência de que penetra no desconhecido."
- Será que hoje - diferentemente do tempo de Durkheim - a sociologia já chegou
à maturidade?
- "Um fato, para ser convenientemente determinado, deve igualmente ser
estudado desde fora.
- Importância da concepção de grupo sobre os fatos.
- É preciso usar sempre o mesmo método? Para D, sim. E hoje, ainda pensamos
assim?
- "Fenômenos sociais como exteriores aos indivíduos [...] os fatos da vida
individual e os da vida coletiva são heterogêneos em certo grau."
- Os fatos sociais residem na sociedade que os produz e não em suas partes,
isto é, em seus membros. Nesse sentido, portanto, eles são exteriores às
consciências individuais.
- "Os fatos sociais não diferem apenas em qualidade dos fatos psíquicos, eles
têm outro substrato, não evoluem no mesmo meio, não dependem das mesmas
condições."
- Leis próprias.
- É preciso considerar a natureza da sociedade e não a dos participantes, para
então poder compreender a primeira.
- Individual x coletivo - similitudes abstratas.
- O fato social pode ser caracterizado de várias maneiras diferentes.
- O que é e como funciona a coerção social para Durkheim?
"Maneiras coletivas de agir e de pensar tem uma realidade exterior aos
indivíduos que, a cada momento, conforma-se à elas. [...] Supremacia moral e
material que a sociedade exerce sobre seus membros."
- "As crenças e as práticas sociais agem sobre nós desde fora."
- Sociologia, para D, como ciência das instituições.
- Conceito de instituições: crenças e modos de conduta instituídos pela
coletividade.
2. PREFÁCIO:
- "Pensar os méritos comparados da dedução e da indução e fazer uma
inspeção sumária dos recursos mais gerais de que dispõe a investigação
sociológica."
"É fato social toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer
sobre o indivíduo uma coerção exterior, ou ainda, toda maneira de fazer o que é
geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma
existência própria, independente de suas manifestações individuais."
"Um fato social é normal para um tipo social determinado, considerado numa
fase determinada de seu desenvolvimento, quando ele se produz na média das
sociedades dessa espécie, consideradas na fase correspondente à sua
evolução."
"Os resultados dos métodos precedentes podem ser verificados mostrando-se
que a generalidade do fenômeno se deve às condições gerais da vida coletiva no
tipo social considerado."
CONCLUSÃO:
[...]
INTRODUÇÃO:
- Émile Durkheim - 1858-1917.
- Um pensador positivista, mas não somente.
- Positivista, conservador, comprometido com a ordem e que entende que há
uma primazia do social sobre o individual.
- Contribuições do neokantismo e do socialismo francês, não sendo portanto, a
obra durkheimiana uma mera reprodução do comtismo.
- "em 1895, quando inicia uma série de estudos sobre os fenômenos morais e
religiosos, desloca o centro das suas atenções dos aspectos morfológicos para
os aspectos ideais e morais da vida social. [...] individualismo, moral e educação
são temas que se interpenetram, sendo, pois, difícil separá-los."
- "A educação moral, visto que nessa obra encontram-se os elementos para o
desenvolvimento de uma teoria da moral."
- Moralidade:
"Em 1896, quando passa a se dedicar, com o auxílio de grupo
seleto de alunos, a um leque de temas específicos, tais
como a religião, a família, a educação, o direito e etc, que
Durkheim encara o problema da moralidade com maior
afinco."
A partir de 1896, como mencionado, há uma reorientação dos interesses
do sociólogo em comento, que se deslocam dos aspectos infra estruturais para
os aspectos simbólicos da vida coletiva.
- Conceito de representação coletiva (aparece em 1898, em: Representações
individuais e coletivas): Funções mentais socialmente constituídas, através do qual
o indivíduo pensa a si mesmo e à realidade do qual faz parte, bem como orienta
suas ações.
Para Durkheim, há entre as representações religiosas e morais um forte
vínculo originário, e disso se depreende um dos maiores problemas de sua
pesquisa sociológica:
- É que se os valores são, em essência, derivações do universo religioso, como
vislumbrar, no caso das sociedades complexas, uma moralidade assentada em
bases científicas e racionais?
"Durkheim procura superar esse dilema afirmando que
também a ciência e a racionalidade têm sua origem mais
remota na religião. Em outros termos, nenhuma delas
constitui uma ruptura com o universo religioso, mas são dele
derivações que, autonomizadas, permitem estabelecer as
bases de uma moral adequada às configurações sociais
modernas."
- Durkheim busca construir uma nova moralidade, para superar o caráter
anômico que acometia às sociedades complexas, posto que os valores religiosos
já não eram, ao seu tempo, capazes de resolver e regular a vida social. Para
criar esta nova moralidade, Durkheim procura analisar os limites e o potencial
transformador da ação educativa, afinal, para ele, é por meio da educação que
o indivíduo adquire uma natureza social, que passa a prevalecer sobre sua
natureza individual.
- Tipo de sociologia de Durkheim: Sociologia da educação (social?).
"Essa relação entre moral e educação, portanto, tem uma
razão de ser, pois é função da educação transmitir às
novas gerações, ou seja, as crianças e adolescentes, os
valores adequados ao seu meio social de origem."
EDUCAÇÃO E MORALIDADE EM DURKHEIM:
- Educação moral: primeiro curso parisiense ministrado por Durkheim em 1902 e
1903, publicado postumamente em 1934.
INTRODUÇÃO
- Problema:
"De que modo é possível fundamentar os enunciados durkheimianos em relação
ao dever ser moral, tendo como ponto de partida a hipótese de que tal
fundamentação não depende - ao menos não exclusivamente - das descobertas
de sua ciência? De onde surgem os ideais que ele próprio defende?"
- O ideal moral defendido por Durkheim não pode ter sido criado pela ciência.
- Georges Davy entende que a moralidade sempre foi a finalidade das pesquisas
e das reflexões teóricas de Durkheim. Célestin Bouglé afirma que a
preocupação central, que permeia todos os livros de Durkheim, sempre foi a de
tentar entender a natureza da moralidade.
- Durkheim defendeu que a ciência poderia emitir juízos sobre as sociedades que
investiga, recusando-se a apenas explicá-las.
- Durkheim defendeu uma moral laica, "que pressupõe o espírito de autonomia, do
culto ao indivíduo como ideal fundamental, e de um modelo político republicano
que busca equilíbrio na interação entre Estado, indivíduos e associações
intermediárias."
- A obra de Durkheim, em certos momentos tem a natureza prático-propositiva
e sua tarefa maior - a constituição de uma ciência da moral - desempenha um
importante papel para isto.
- Gurvitch menciona inicialmente que: "O problema da moral sempre foi uma das
preocupações centrais de Durkheim. Foi para resolvê-lo e encontrar a solução
para a temida crise moral da época que ele empreendeu suas vastas
investigações sociológicas."
- Wallwork entende que: "Não seria um exagero dizer que a sociologia
durkheimiana é inseparável de sua filosofia moral, que é subproduto dela."
- A autora da tese em comento, Weiss, nos lembra que Durkheim partilhava das
convicções de Renouvier, de que aqueles devotados à ciência, tinham o dever, a
obrigação moral, de contribuir para a consolidação da república.
- Segundo Weiss: "O objetivo primordial de Durkheim, especialmente nos primeiros
anos de sua carreira, foi o de construir uma ciência. Tendo proposto a si
mesmo o desafio de fundar uma ciência da sociedade, qual seja, a sociologia, não
tardou em falar sobre uma ciência da moral, que ora aparece como um ramo
da sociologia, ora como uma ciência especial.
"A ciência tem uma finalidade essencialmente prática, qual seja, determinar com
precisão quais devem ser as bases morais da sociedade sendo que, nesse caso,
a sociedade é vista essencialmente como fenômeno moral."
- Nas Regras, D menciona que: "Nosso principal objetivo, com efeito, é estender
à conduta humana o racionalismo científico, mostrando que, considerada no
passado, ela é redutível a relações de causa e efeito que uma operação não
menos racional pode transformar em regras de ação para o futuro.
- Fatos sociais COMO coisas: "Não esta dito que os fatos sociais são coisas,
mas que DEVEM SER TRATADOS COMO coisas, o que restitui o caráter
metodológico da afirmação. [...] Tudo mais que constitutivo da realidade social
que escapa a essa conotação de coisas, também escapa à ciência. Portanto,
para D, a moral também deve ser tratada como uma coisa.
- Conceito de Moral: Não sendo uma idéia, e sim uma coisa, a moral é algo que
subsiste em si mesmo, que possuí uma existência própria, independente de nossas
representações individuais e que, portanto, só podemos conhecer a partir de
fora, e só lentamente é que podemos saber suas características próprias. [...]
Ela possui leis próprias, não pode ser mudada a partir de um decreto da
vontade, porque ela existe objetivamente. Não que ela seja refratária a qualquer
modificação, pondera D, mas essa modificação depende da transformação
concomitante de uma série de condições objetivas, e é preciso, sobretudo, que
corresponda a uma mudança real na consciência coletiva."
- Natureza social.
Sobre moral e desejabilidade: Essa segunda característica aparece
posteriormente em A educação moral, que é considerado o seu principal
tratado teórico sobre a moral, que foi publicado postumamente a partir de
versões de anotações para um curso dado nos anos de 1902-03. Essa obra
busca, como objetivo: Explicar teoricamente o que é a moral em geral, em que
consiste a nova moral que se pretendia constituir e como ensinar a moral em
geral e a nova moral em particular. Em síntese, segundo Weiss: "Uma tomada de
posição em favor de uma moralidade laica, em detrimento de qualquer tipo de
moralidade religiosa stricto sensu e, ainda, uma doutrina pedagógica."
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DA DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO
PREFÁCIO À 2 EDIÇÃO: ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE OS AGRUPAMENTOS
PROFISSIONAIS
"As paixões humanas só se detêm diante de uma força moral que elas
respeitam."
"A liberdade - entendemos a liberdade justa, aquela que a sociedade tem o dever
de fazer respeitar é, ela própria, produto de uma regulamentação."
"A utilidade comum, qualquer que seja esta, tem sempre um caráter moral, pois
implica necessariamente algum espírito de sacrifício e de abnegação."
"Porém, uma vez formado o grupo, dele emana uma vida moral que traz,
naturalmente, a marca das condições particulares em que é elaborada. [...] Ora,
esse apego que supera o indivíduo, essa subordinação dos interesses
particulares ao interesse geral, é a própria fonte de toda atividade moral."
"Do mesmo modo que a família foi o ambiente no seio do qual se elaboraram a
moral e o direito domésticos, a corporação é o meio natural no seio do qual
devem se elaborar a moral e o direito profissionais."
- Para que serve a moral: para enquadrar e regular uma forma de atividade
coletiva. Exprime e organiza o funcionamento da vida comum. Porém:
"Essa ação reguladora, embora necessária, não deve degenerar em estreita
subordinação, como aconteceu no século XVI e XVII."
E é preciso ainda: "especializar ainda mais a regulamentação profissional
segundo as necessidades locais ou regionais. A vida econômica poderia ser assim
regulada e determinada, sem nada perder de sua diversidade."
Porém: "É preciso evitar acreditar que todo o papel da corporação deva
consistir em estabelecer regras e aplicá-las. Sem dúvida, onde quer que se
forme um grupo, forma-se também uma disciplina moral. Mas a instituição dessa
disciplina não é mais que uma das numerosas maneiras pelas quais se manifesta
toda a atividade coletiva. Um grupo não é apenas uma autoridade moral que rege
a vida dos seus membros, é também uma fonte de vida sui generis."
- Papel da corporação:
- Elemento essencial da estrutura social.
- A saúde geral do corpo social que esta envolvida.
- Está envolvido tão intimamente na vida econômica que não pode deixar de
sentir todas as necessidades desta e ao mesmo tempo tem uma perenidade ao
menos igual a da família.
- Problema mais urgente de atenção pública, porque os demais só
poderão ser abordados quando este estiver resolvido.
- Órgão necessário a instituição de um novo direito. (O novo direito é
determinado pelas forças morais).
INTRODUÇÃO
- O PROBLEMA:
- Durkheim reconhece que em seu tempo já era, e hoje ainda mais, perceptível a
extrema divisão do trabalho. Para ele, a divisão do trabalho "não é mais apenas
uma instituição social que tem sua fonte na inteligência e na vontade dos homens,
mas um fenômeno da biologia geral, cujas condições, ao que parece, precisam
ser buscadas nas propriedades essenciais da matéria organizada. [...] Semelhante
fato não pode, evidentemente, produzir-se sem afetar profundamente nossa
constituição moral. [...] A divisão do trabalho, ao mesmo tempo que lei da
natureza, também é uma regra moral de conduta humana? [...] Todo mundo
sente bem que ela é e se torna cada vez mais uma das bases fundamentais da
ordem social."
- Caráter especial que a educação adquire.