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Em raciocínio semelhante, Löbach (2001) ressalta a relevância de se atender às necessidades


psíquicas do usuário, através das funções estéticas e simbólicas, ao elaborar qualquer produto.
Este autor, argumenta que um produto que atrai visualmente um consumidor, está
estabelecendo com ele um processo de comunicação estética. Logo, o designer é o emissor de
uma mensagem, em forma de produto , e o consumidor/usuário do produto é o receptor da
mensagem estética. Por isso é fundamental que o designer conheça as preferências estéticas e
aspectos sócio-culturais do consumidor com o qual deverá se comunicar.

Sendo assim, o desenvolvimento destes produtos, como já se destacou anteriormente, deve


ter grande preocupação com o bem-estar emocional do usuário, tendo em vista o valor
comunicativo que a vestimenta exerce nas interações do indivíduo com o seu ambiente social,
seja sob o enfoque da ergonomia, da criatividade ou das metodologias de projeto, onde a
coesão e interação das questões práticas e comportamentais são critérios constantes.

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Da mesma maneira, o autor destaca que o ambiente cultural pode afetar os valores pessoais e
sociais, afetando os tipos de simbolismos visuais preferidos pelos indivíduos de uma
sociedade. Apesar desta mudança ser muito mais morosa que a anterior, as variações do
comportamento humano não podem 51 ser ignoradas pelo designer, sobretudo, quando se
transpõe tal argumento para o projeto de produtos de vestuário/moda, pois a maneira de
vestir sempre é importante na compreensão das dinâmicas sócio-culturais humanas. Por isso,
no raciocínio projetual, a etapa de coleta de informações deverá enfocar também as
macrotendências de comportamento que regem a sociedade em geral e, que se refletem, de
alguma maneira, nos grupos específicos de consumidores/usuários. Portanto, quando foram
articuladas as relações de satisfação do consumidor/usuário com o produto, nos diagramas do
item anterior, os elementos perceptivos, principalmente os referentes à percepção visual e a
exploração dos referenciais simbólicos, se mostraram como fatores primordiais nas relações
de bem-estar humano.

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A moda, como fenômeno social, delineia-se através das “mudanças sociológicas, psicológicas e
estéticas, intrínsecas à arquitetura, às artes visuais, à música, à religião, à política, à literatura,
à perspectiva filosófica, à decoração e ao vestuário” (RECH, 2002, p. 29).

Assim, se a concepção destes produtos envolve a articulação de fatores sociais,


antropológicos, ecológicos, ergonômicos, tecnológicos e econômicos, em coerência às
necessidades e desejos de um Mercado Consumidor, é pertinente afirmar que tal processo se
encaixa perfeitamente na conduta criativa de resolução de problemas de design.

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Rech (2002, p. 27) conceitua produto de moda como “qualquer elemento ou serviço que
conjugue as propriedades de criação, qualidade, vestibilidade, aparência e preço, a partir das
vontades e anseios do segmento de mercado ao qual o produto de destina.”

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