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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

CENTRO DAS CIÊNCIAS EXATAS E DAS TECNOLOGIAS

ENGENHARIA CIVIL

Vertedor de Parede Espessa

Relatório - Aula prática 01

MICHEL MATOS DA SILVA

Orientador: Luiz Gustavo Henriques do Amaral

BARREIRAS - BA
2021
Introdução

De acordo com Melo Porto (2006), vertedor é o dispositivo utilizado para medir e/ou
controlar a vazão em escoamento por um canal. Trata-se basicamente, de um orifício de
grandes dimensões no qual foi suprimida a aresta superior, permitindo o contato da veia
líquida com a pressão atmosférica.

Ainda segundo Melo Porto (2006), os vertedores são estruturas relativamente simples,
mas de grande importância prática, devido a sua utilização em numerosas construções
hidráulicas, como sistemas de irrigação, estações de tratamento de água e esgotos, barragens,
medição de vazão em córregos etc.

Os vertedores podem ser classificados quanto à: forma geométrica da abertura, altura


relativa da soleira, largura relativa da soleira, natureza da lâmina, inclinação do parâmetro da
estrutura com a vertical, geometria da crista, e finalmente quanto à natureza da parede
presente relatório classificação sobre a qual nos ateremos no desenvolvimento do presente
relatório.

A classificação quanto à natureza da parede distingue os vertedores em dois tipos: parede


delgada (espessura inferior a dois terços da carga) e parede espessa (espessura superior a dois
terços da carga). A prática experimental que direciona o presente relatório baseou-se em um
vertedor de parede espessa, ensejando os seguintes objetivos:

 Determinar a vazão no vertedor de parede espessa;


 Determinar a vazão do tubo diafragma;
 Comparar as vazões.
Metodologia

A prática experimental foi constituída na realização de um escoamento de água com


vazão constante em regime permanente em um canal retangular com um vertedor de parede
espessa com arredondamento nas superfícies de aproximação, este elemento gerou uma
elevação a montante, tornando o escoamento fluvial, posteriormente, acima do vertedor, o
escoamento entra em regime crítico e imediatamente após o vertedor, assume características
torrenciais em direção a uma segunda e bem mais suave elevação no fundo do canal.

O aparato responsável pelo abastecimento do canal é dotado de um conduto forçado,


com a presença de um diafragma, reduzindo de maneira significativa o diâmetro da tubulação,
causando – consequentemente – uma perda de energia que permite medir a partir de
piezômetros, a pressão d’água tanto na entrada, quanto na saída do diafragma, de forma a
viabilizar o cálculo da vazão através das pressões.

O experimento foi realizado foi realizado em três etapas onde cada uma faz referência
a distintas vazões. Os dados estão disponibilizados na tabela a seguir:

Tabela 01- Dados obtidos experimentalmente


Parâmetro Primeira Segunda Terceira
medição medição medição

Altura da água no canal a montante do vertedor 8,4 cm 9,1 cm 10 cm


(y1)

Carga piezométrica após o diafragma 93 cm 89,6 cm 84,5 cm

Carga piezométrica imediatamente antes 107,1 cm 113,8 124,1cm


do diafragma cm

Para realizar a prática experimental, foram usados os seguintes equipamentos e matérias:

 Tubo Diafragma;
 Quadro de pressões – manômetro;

 Vertedor de parede espessa;

 Água;

 Trena;
 Módulo experimental de hidráulica

Resultados e discussão

A partir dos dados experimentais e utilizando, calculamos as vazões teóricas para cada
medição:

Q1 = 1,704.b.h3 /2 (Equação 10.34 Melo Porto


(2006))
Q1= 1,704x0102x(4,13 / 2) = 1,443x10−3 [m/s]
Q2= 1,704x0102x(4,8 3/ 2) = 1,8278x10−3 [m/s]
Q3= 1,704x0102x(4,8 3/ 2) = 1,8278x10−3 [m/s]

Parâmetro Primeira Segunda Terceira


medição medição medição

Altura da água no canal a 8,4 cm 9,1 cm 10 cm


montante do vertedor (y1)

Carga sobre a soleira (h) 4,1 cm 4,8 cm 5,7 cm

Vazão teórica (Q) 1,443x10−3 1,8278x10−3 2,3653x10−3


[m³/s] [m³/s] [m³/s]
Tabela 02 – Dados calculados

Sequencialmente, calculamos mais alguns parâmetros inerentes à prática experimental, e estes


são explanados na tabela a seguir:
Tabela 03 – Dados Calculados

Parâmetro  Primeira  Segunda   Terceira  


medição medição medição

Energia específica na seçã o a montante do 0,0854 m 0,0930 m 0,1027 m


vertedor (E1)

Nú mero de Froude (Fr) 0,1855 0,2084 0,2341


Tipo de escoamento Fluvial Fluvial Fluvial
Altura crítica do escoamento (yC) 0,0333 m 0,032 m 0,0399

q² q
Em que E1 = y + e Fr =
2 gA √ (g y 3 )
Aplicando o valor de cada grandeza obtida direta ou indiretamente na prática experimental,
nas equações acima, as variáveis impostas na tabela 03 são encontradas.

A altura crítica foi encontrada com o auxílio da figura 10.6 (pág 295) Melo Porto (2006),
viabilizada por cálculos e análises gráficas.

Finalmente, calculamos a vazão através dos dados obtidos por meio do diafragma, utilizando a
equação Q = CD x m x A1 x√ (2 gh), em que:

Q = Vazão no diafragma
Cd = Coeficiente de descarga
m = relação entre as áreas das seções 2 e 1
A1 = Área da seção 1
g = aceleração da gravidade
h = diferença da carga de pressão entre as seções 1 e 2
Aplicando os dados experimentais, e os disponibilizados em roteiro, tem-se:
𝑄1 = 0, 675 * 2, 25 * 0, 00283 * 2 * 9, 81 * 0, 141 = 0,00715 𝑚³/𝑠
𝑄2 = 0, 675 * 2, 25 * 0, 00283 * 2 * 9, 81 * 0, 242 = 0,00963 𝑚³/𝑠
𝑄3 = 0, 675 * 2, 25 * 0, 00283 * 2 * 9, 81 * 0, 396 = 0,012 𝑚³/𝑠
Conclusão
Quando comparadas as vazões, a obtida experimentalmente e a obtida através do
diafragma, constata-se uma diferença significativa, como era esperado. Isso ocorre por conta
da dessemelhança entre os níveis de precisão inerentes à utilização das grandezas em cada um
dos métodos.

O método do diafragma se aproxima mais dos casos reais e vale-se de uma maior
fidelidade com as grandezas e a maneira como elas se comportam de fato. Todos os valores de
vazão obtidos neste método foram superiores aos valores de vazão teórica. Sobretudo, por
conta de uma maior consideração em relação a cada coeficiente sem desprezar nenhuma
característica que se assemelha à realidade. Portanto, este método é mais recomendado para
proceder cálculo de vazões em sistemas que apresentem condições parecidas.
Referências Bibliográficas

1. Porto, M. R. Hidráulica Básica. Ed. RiMa Artes e Textos. EESC-USP.


4ª Edição – São Carlos, SP. 2006.

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