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TEORIA GERAL DO DIREITO

FONTES DO DIREITO E DIMENSÕES DAS


NORMAS JURÍDICAS
Anna Camila Andrade Piantino

-1-
Olá!
Você está na unidade Fontes do Direito e dimensões das normas jurídicas. Conheça as variadas fontes pelas

quais o Direito é aplicado e aprenda as diferenças entre doutrina, jurisprudência, negócios, costume jurídico, lei

e processo legislativo. Descubra também sobre a sua evolução histórica, acepções, processo de formação,

requisitos e técnicas de uniformização. Além disso, conheça também as dimensões das normas jurídicas:

validade, vigência e eficácia.

Bons estudos!

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1. Fontes do direito
O estudo das fontes do Direito é importante para o direito como ciência, pois demonstra que não se trata apenas

de um dado estático e, sim, uma construção dinâmica que se dá no interior da cultura humana (Ferraz Júnior,

2003).

Os ordenamentos jurídicos são complexos e possuem normas provenientes de variadas fontes. Estas fontes, por

sua vez, são os atos e fatos que integram o ordenamento jurídico produzindo normas (Bobbio, 1995).

Segundo Miguel Reale (2001, p. 167), “as fontes de direito produzem modelos jurídicos prescritivos, ou mais

simplesmente, modelos jurídicos, isto é, estruturas normativas que, com caráter obrigatório, disciplinam as

distintas modalidades de relações sociais”.

Nesse sentido, os ordenamentos jurídicos são tão complexos que não é possível que apenas um órgão ou poder

consiga produzir suas normas isoladamente. Assim, além das chamadas fontes reconhecidas - que realizam

recepção de normas já feitas e provenientes de ordenamentos diversos e precedentes -, também há as fontes

delegadas, que são aquelas em que há produção de normas jurídicas pelos poderes e órgãos inferiores (Bobbio,

1995).

Assim, aqui analisam-se os conceitos de fontes materiais e formas do direito, bem como fontes negociais,

doutrinarias, o costume jurídico, a lei como fonte, procedimentos legislativos e a jurisprudência.

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1.1 Fontes materiais e fontes formais do direito

Tradicionalmente, faz-se a distinção entre fonte formal e fonte material de Direito. As fontes materiais (ou

substanciais) são os dados utilizados para construir o Direito, como é o caso dos elementos biológicos,

psicológicos, históricos e ideais (Ferraz Júnior, 2003).

Assim, fonte material é a expressão utilizada para se referir ao “estudo filosófico ou sociológico dos motivos

éticos ou dos fatos econômicos que condicionam o aparecimento e as transformações das regras de direito”

(Reale, 2001, p. 130).

Por sua vez, fontes formais do direito são aquelas que correspondem ao direito construído, que prescrevem a

elaboração técnica das normas com base no conteúdo fornecido pelas fontes materiais. São fontes formais as leis,

as normas consuetudinárias e os decretos, por exemplo (Ferraz Júnior, 2003).

Figura 1 - As leis são fontes formais do Direito


Fonte: ESB Professional, Shutterstock (2020).

#PraCegoVer: A imagem mostra alguns livros de lei dispostos lado a lado em uma prateleira.

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As fontes formais se dividem em primárias e secundárias. As primárias são aquelas que emanam diretamente do

Poder Constituinte, sendo típicas do Poder Legislativo (a Câmara dos Deputados, o Senado, as Assembleias

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Legislativas e as Câmaras de Vereadores). Já as secundárias são aquelas que interpretam e regulamentam as

normas produzidas pelas fontes primárias, garantindo sua eficácia.

Apresentado estes conceitos, é imprescindível destacar que importantes doutrinadores não mais adotam esta

dicotomia das fontes do Direito. A distinção entre fontes formais e fontes materiais é considerada problemática

por impedir a adequada sistematização do ordenamento jurídico, pois este é uno. (Ferraz Júnior, 2003)

Portanto, adota-se aqui a concepção de fonte do Direito, termo dado pelo jurista Miguel Reale. Segundo ele, este

termo é utilizado para “indicar apenas os processos de produção de normas jurídicas” (Reale, p. 129, 2001).

Assim, tem-se diferentes tipos de fontes:

Todas serão estudadas na sequência.


1
Costumes
2
Lei
3
Jurisprudência
4
Negociais
5
doutrinárias

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1.2 O costume jurídico como fonte do direito

O costume jurídico surge quando se tem um certo comportamento social que acaba se consolidando devido à

repetição habitual dos indivíduos. Isso acontece em um certo período temporal (elemento objetivo) e por meio

de uma consciência social da obrigatoriedade desse comportamento (elemento subjetivo).

Por um longo período histórico, o costume foi considerado a fonte primordial do Direito, sendo que a jurisdição,

a lei e a doutrina só apareceram em um momento muito mais recente da cultura jurídica. Neste viés histórico

(Reale, 2001, p. 138),

dissemos, outrossim, da função que o Direito costumeiro, também chamado de consuetudinário, de

envolta com outras regras, exerceu nas sociedades primitivas, através de dois elementos

fundamentais: de um lado, a preponderância do mais forte ou do mais astuto e, do outro, a influência

do elemento religioso ou mesmo mágico, gerando ‘comportamentos exemplares’, ou ‘modelos de

ação’.

Gradualmente, com o desenvolvimento das civilizações, o costume como fonte do direito cedeu lugar ao Direito

jurisprudencial, chegando ao primado da lei, que se reflete em um processo legislativo e judicial. Essa realidade é

mais evidente nos países que adotam a tradição romanística, como é o caso do Brasil. Já em países que adotam o

sistema de common law, observou-se o primado do precedente judicial (Reale, 2001).

Porém, nem todo costume é um costume jurídico. Ele assim se transforma “quando passa a se referir

intencionalmente a valores do Direito, tanto para realizar um valor positivo, considerado de interesse social,

como para impedir a ocorrência de um valor negativo, de um desvalor” (Reale, p. 149, 2001).

Segundo Bobbio (1995, p. 39),

quando o legislador se atém expressamente ao costume numa situação particular ou se atém

expressamente ou tacitamente ao costume nas matérias não-reguladas pela Lei (é o caso do assim

chamado consuetudo praeter legem, ou seja, do costume além da lei), ele acolhe normas jurídicas já

feitas, e enriquece o ordenamento jurídico em bloco com um conjunto, que pode ser também

considerável, de normas produzidas por outros ordenamentos, e talvez em tempos anteriores à

própria constituição do ordenamento estatal.

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Atualmente, ainda que de forma diversa do que ocorria ao longo da história, o costume jurídico desempenha

relevante papel em alguns ramos do direito, como no Direito Civil e no Direito Internacional, mesmo nos países

de civil law (Reale, 2001).

Por fim, sob o viés interpretativo, pode-se afirmar que os costumes encontram-se previstos na Lei de Introdução

às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei nº 4.657/42), em seu artigo 4º, como mecanismo de resolução de

casos concretos pelo juiz. In verbis: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os

costumes e os princípios gerais de direito” (BRASIL, 1942).

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1.3 A lei como fonte do direito

A lei como fonte do direito se refere ao sentido técnico do termo. Trata-se, portanto, da norma escrita

constitutiva de Direito, que introduz algo novo no sistema jurídico ao disciplinar comportamentos individuais e

atividades públicas (Reale, 2001).

A lei como fonte do direito atua como regra estrutural, regulando e institucionalizando a entrada de normas no

sistema jurídico a partir do momento que ela é reconhecida como legal (lei em sentido estrito). Em outras

palavras, a lei inova no Direito vigente, originando novos preceitos obrigatórios (Ferraz Júnior, 2003).

Nesse sentido, não se pode confundir lei com norma. A lei é a forma que reveste uma norma para que esta

adquira a condição de norma jurídica. Assim, a norma é uma prescrição, enquanto a lei é um revestimento para

esta prescrição, que se dá através de procedimentos institucionalizados (Ferraz Júnior, 2003). Os atos

legislativos, por exemplo, quando realizados pelo poder competente e quando observados os devidos

procedimentos legais, são lei.

Dentro do âmbito da lei, a Constituição Federal ocupa o espaço mais importante dentro do ordenamento jurídico.

Trata-se de um conjunto de normas básicas e articuladas, com caráter supremo, que regem todas as demais

normas jurídicas do sistema. É considerada a lei fundamental de um país, que organiza o Estado, impõe atuação

do Poder Público e gera o reconhecimento de direitos fundamentais, traçando os objetivos de uma sociedade

(Ferraz Júnior, 2003).

Figura 2 - A Constituição Federal é a lei mais importante do país


Fonte: Rafapress, Shutterstock (2020).

#PraCegoVer: A imagem mostra as mãos de uma pessoa segurando o livro da Constituição Federal aberto.

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O conceito de lei abrange todos os atos normativos oriundos do processo legislativo. Conforme o art. 59 da

própria Constituição da República, são eles:

emendas à Constituição

leis complementares

leis ordinárias

leis delegadas

medidas provisórias

decretos legislativos

resoluções

Assim, perante os problemas concretos, sempre deve-se recorrer às normas constitucionais, buscando coordená-

las para que se concretizem, resolvam problemas e orientem procedimentos (Ferraz Júnior, 2003).

Além dos atos normativos expressos no art. 59, o processo legislativo ainda gera emendas à Constituição, que

nada mais são do que normas que passam a integrar o texto constitucional, acrescentando novos conteúdos a ela.

Mas não é qualquer norma que consegue ser inserida dentro da Constituição. É preciso respeitar um quórum

especial no Congresso Nacional para que ela seja aprovada, conforme previsto no art. 60 da própria lei

fundamental.

Leis complementares, por sua vez, disciplinam matérias específicas taxativamente previstas na Constituição e

também exigem um quórum de maioria absoluta para serem aprovadas (art. 69, CR). É o caso, por exemplo, do

artigo 18, §2º, CR. Nesse sentido, as leis ordinárias possuem caráter residual em relação às leis

complementares: elas disciplinam todas aquelas matérias que não precisam ser tratadas por espécies

normativas específicas. As leis ordinárias também precisam de aprovação para integrar o ordenamento jurídico:

adotam quórum de maioria simples, conforme art. 47 da Constituição (Fernandes, 2019).

Já as leis delegadas são aquelas elaboradas pelo próprio Presidente da República em virtude de autorização

concedida pelo Poder Legislativo e dentro dos limites determinados pelo órgão (art, 68, da Constituição). Noutro

-9-
giro, outra espécie normativa são os decretos legislativos, que são de competência exclusiva do Congresso

Nacional e que, como regra, tratam de matérias com efeitos externos ao Poder Legislativo, a exemplo dos artigos

62 e 49, V, da Constituição.

As resoluções são uma espécie normativa de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado

Federal, que tratam de matérias com efeitos internos ao Poder Legislativo, como o Regimento Interno das Casas

(Fernandes, 2019).

Por fim, as medidas provisórias não são provenientes do processo legislativo, mas, ainda assim, gozam de força

de lei - apesar de não serem uma lei propriamente dita. São produzidas pelo Poder Executivo em casos de

relevância e urgência, conforme art. 62 da Constituição. Após editadas, elas podem, ainda, se tornar

permanentes, mas, para isso, precisam se converter em leis ordinárias, o que requer o cumprimento normal de

processo legislativo pela Poder Legislativo (art. 62, §3º, Constituição).

Além dos atos normativos, é importante realizar uma breve conceituação de códigos, consolidações e

compilações, por serem termos utilizados no universo das leis. Códigos são conjuntos de normas estabelecidas

por lei, que tratam de um ramo específico do Direito, de modo a regulamentá-lo. Há diversos casos no

ordenamento jurídico brasileiro, como, por exemplo, o Código Civil, o Código Penal e o Código Tributário

Nacional, entre outros.

Por sua vez, consolidações são estabelecidas por decretos e são uma compilação de leis já existentes, juntando-

as num todo unitário, a exemplo da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). As compilações, por fim, tratam da

sistematização de normas preexistentes, de modo a organizá-las para facilitar sua consulta, como num banco de

dados (Ferraz Júnior, 2003).

Por fim, é importante citar, ainda, os tratados e as convenções internacionais, ambas fontes legais

internacionais. Tratam-se de atos normativos que atuam no âmbito das soberanias estatais e que devem passar

por um processo de aprovação interno no país para que possam adquirir status legal. Os tratados, propriamente

ditos, cuidam do acordo de vontades soberanas entre Estados que não adentram normativamente no

ordenamento pátrio, enquanto as convenções são celebradas por organismos internacionais, como a

Organização Internacional do Trabalho (OIT), e que provavelmente são internalizadas pelos Estados para ter

força legal, conforme procedimento adequado (Ferraz Júnior, 2003).

Assista aí

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1.4 Etapas e procedimentos do processo legislativo

O termo processo legislativo é empregado pela Constituição Federal, em seus art. 59 e seguintes, sendo uma

fonte legal dos atos normativos enumerados nos incisos do art. 59, especificamente.

No atual ordenamento jurídico brasileiro existem três tipos de processo legislativo:

o ordinário, que produz leis ordinárias

o sumário, em regime de urgência constitucional e deflagrado pelo Presidente da República para tratar de

matérias urgentes de sua competência

os processos legislativos especiais, que visam a produção das Emendas Constitucionais, Leis Complementares,

Leis Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e das Resoluções.

Além dos tipos, o processo legislativo também precisa percorrer três etapas ou fases:

iniciativa (introdutória)

constitutiva

complementar

Na etapa iniciativa, a proposição é apresentada por um parlamentar (representantes do Poder Legislativo) ou,

então, por um extraparlamentar (Presente da República, Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores,

Procurador-Geral da República e cidadãos), conforme previsto no art. 61 da Constituição. A iniciativa ainda pode

ser privativa (reservada), concorrente ou conjunta. Iniciativa privativa é aquela que pertence a apenas a um ente

público, em exclusão dos demais, a exemplo do art. 61, §1º, CR. Por sua vez, iniciativa concorrente é aquela em

que existe mais de um legitimado para deflagrá-la, sendo que qualquer ente pode fazê-la de maneira

independente (o art. 61, caput, CR é um exemplo). Já na iniciativa conjunta, todos os legitimados devem exercer

tal faculdade em comunhão, mas essa premissa não existe na atual Constituição da República (Fernandes, 2019).

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Figura 3 - Sessão legislativa na Câmara dos Deputados
Fonte: Diego Grandi, Shutterstock (2020).

Na fase constitutiva ocorre a tramitação da proposição. É, portanto, a fase da discussão e da votação feita pelos

parlamentares durante as sessões. É aqui que nasce a espécie normativa. Por fim, na fase complementar, caso a

proposição seja aprovada pelo quórum suficiente, ocorre a integração da eficácia normativa por meio da

promulgação e publicação (Fernandes, 2019).

- 12 -
1.5 A jurisprudência como fonte do direito

A jurisprudência é uma fonte do direito oriunda do processo interpretativo realizado pelos juízes, que possuem

postura ativa perante os textos legais e, consequentemente, uma margem de poder criador normativo (Reale,

2001). Trata-se, na prática, de uma série de julgados que guardam uma linha essencial de continuidade e

coerência internamente.

Assim, o processo de formação da jurisprudência ocorre a partir da interpretação realizada por juízes, em sua

função jurisdicional, ao aplicarem a norma perante um caso concreto. Todavia, para que seja possível falar de

Direito jurisprudencial, é necessário que alguns requisitos sejam observados para assim falar-se de fonte do

direito.

Para tanto, é preciso ter um número suficientes de decisões sobre determinado assunto. Nesse sentido, Miguel

Reale (2001, p.158) pontua que “para que se possa falar em jurisprudência de um Tribunal, é necessário certo

número de decisões que coincidam quanto à substância das questões objeto de seu pronunciamento”.

Assim, o processo interpretativo que gera a jurisprudência produz normas que não estão contidas estritamente

na lei, resultando na aplicação ao caso concreto. Nesse sentido, é possível dizer que “se uma regra é, no fundo,

sua interpretação, isto é, aquilo que se diz ser o seu significado, não há como negar à Jurisprudência a categoria

de fonte do Direito, visto como ao juiz é dado armar de obrigatoriedade aquilo que declara ser ‘de direito’ no

caso concreto” (Reale, 2001, p.160).

Traçando um panorama histórico desta fonte, é necessário diferenciar as tradições jurídicas romanística e anglo-

saxônica. Evidente a força vinculante dos precedentes na tradição anglo-saxônica, também conhecida como

common law. Desde o século XIII observa-se o costume de mencionar julgamentos anteriores (case law) e, já nos

séculos XVII e XVIII, é possível observar a utilização de precedentes de forma vinculante, fazendo com que juízes

tivessem que observá-los para a tomada decisória. Adentrando o século XIX, o uso de precedentes se consolidou,

consagrando assim uma doutrina conhecida como stare decisis. Na stare decisis há determinação de respeito às

decisões de tribunais superiores e também há a compreensão da força de precedentes como fundamentação de

novas decisões (ratio decidendi). Ainda, precedentes são atemporais e nunca perdem a sua vigência, ainda que

se tornem inaplicáveis, podendo ser invocados sempre que forem úteis em um caso (Ferraz Júnior, 2003).

Já na tradição romanística, adotada no Brasil, inicialmente, no século IV proibia-se a decisão baseada em

precedentes (non exemplis, sed bus judicandum est). Esta determinação se perpetuou até a Era Moderna,

predominando a concepção de que todas as decisões deveriam ser subordinas à lei. Desta forma, os juízes dos

tribunais inferiores não ficam subordinados às decisões de tribunais superiores, devendo basear suas decisões

apenas com base no que diz a lei e a sua ciência (Ferraz Júnior, 2003).

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Enquanto é clara a adoção da jurisprudência como fonte do direito na tradição anglo-saxônica, não há consenso

sobre seu caráter de fonte na tradição romanística. Doutrinadores como Ferraz Júnior (2003) defendem que esta

é mera fonte interpretativa de lei, não podendo ser considerada fonte do direito. Já autores como Miguel Reale

defendem a jurisprudência enquanto fonte do direito. Nesta acepção, jurisprudência é um termo que deve ser

entendido como “a forma de revelação do direito que se processa através do exercício da jurisdição, em virtude

de uma sucessão harmônica de decisões dos tribunais” (Reale, 2001, p.158).

No entanto, não é possível chegar à conclusão da adoção ou não da jurisprudência como fonte do direito

meramente comparando as tradições anglo-saxônica e romanística. É preciso também analisar a concepção de

uma interpretação profunda da norma que deve ir além do seu signo verbal, destacando-se a observância

conjunta de sua significância (Reale, 2011). A tendência atual é o aumento da importância da jurisprudência no

ordenamento brasileiro, como ocorreu no texto do atual Código de Processo Civil (em vigor desde 2015), que

fixou expressamente a necessidade dos juízes observarem as decisões já tomadas pelos tribunais superiores

(Didier, 2015).

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1.6 Técnicas de uniformização da jurisprudência

Tendo em vista que a jurisprudência decorre da interpretação dos magistrados em sua função jurisdicional, é

evidente que, por vezes, ocorram divergências quanto a aplicação das normas textuais. Isso ocorre

especialmente pelo fato dos juízes adotarem critérios distintos perante fatos concretos. Sendo assim, deve o

ordenamento jurídico conter técnicas de uniformização da jurisprudência (Reale, 2001).

O Código de Processo Civil, por exemplo, prevê expressamente mecanismos de uniformização de jurisprudência,

preconizando a observação de súmulas e decisões de tribunais superiores e objetivando pacificar o

entendimento dos tribunais. Mister observar a redação do artigo 927, CPC (Brasil, 2015):

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;

II - os enunciados de súmula vinculante;

III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas

e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;

IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do

Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;

V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

Ainda, o controle de constitucionalidade que visa garantir a supremacia das normas constitucionais em relação a

todos os atos normativos também é capaz de exercer uniformização da jurisprudência, uma vez que, através da

fixação de interpretação de normas legais conforme a Constituição, cria balizas para os magistrados

interpretarem e aplicarem a norma, conforme se observa da redação do artigo 28, parágrafo único da Lei nº

9.868/1999, que trata das ações direitas de constitucionalidade e inconstitucionalidade perante o Supremo

Tribunal Federal.

Nesse sentido, Miguel Reale (2001) afirma que é evidente haver uma diferenciação de grau entre as

jurisprudências. Aquela feita pelos tribunais superiores tem maior força em relação àquelas provenientes de

órgãos inferiores. Ainda, o doutrinador ressalta o papel das súmulas, que para ele desempenham papel essencial

na sistematização de julgamentos, o que também pode se extrair da redação do artigo 103-A da Constituição da

República (Brasil, 1988):

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de

dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar

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súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos

demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,

estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em

lei.

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas,

acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração

pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre

questão idêntica.

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1.7 As fontes negociais e doutrinárias como fontes do direito

As fontes negociais nascem das convenções realizadas entre sujeitos, ajustando modelos legais previstos em leis

para constituírem estruturas negociais conforme necessidade, ainda que atípicas. São aquelas relacionadas ao

exercício da autonomia privada, ou da chamada autonomia da vontade, caracterizando-se pela presença de

manifestação de vontade dos sujeitos, não contrariedade das leis, objeto lícito, paridade ou proporcionalidade

entre as partes integrantes da relação jurídica (Reale, 2001).

Tratam-se, portanto, da concepção que todos são capazes de agir e de se omitir, desde que dentro dos limites da

lei, estipulando direitos e obrigações para a realização de um acordo de vontades (Reale, 2001).

Falar de fontes negociais do direito é falar especificamente dos atos negociais praeter legem, ou seja, que agem

no vazio da lei, inovando e assim criando normas. Por outro lado, há outros dois tipos: os atos negociais

secundum legem derivam da própria lei, enquanto os contra legem são ilícitos, fazendo com que nenhum deles

se encaixe na concepção de fonte do direito (Ferraz Júnior, 2003).

Do ponto de vista de embasar a legitimação das fontes negociais, Bobbio (1995) destaca que o poder de

negociação pode ser considerado sob duas esferas. A primeira é baseada na autonomia privada (entendida como

capacidade dos indivíduos) e, portanto, independente de regras jurídicas, que são meramente aceitas pelo

Estado. Já a segunda pode ser considerada produto do poder originário do Estado, no sentido de tratar-se de um

mero poder delegado pelo Estado aos particulares para que eles possam regular seus próprios interesses em

matérias que não sejam de interesse público.

A doutrina, por sua vez, apesar de ser considerada de suma importância para o desenvolvimento da experiência

jurídica, não é considerada fonte do direito. Isso porque as fontes do direito produzem modelos jurídicos

prescritivos, disciplinando relações sociais. Já a doutrina produz modelos dogmáticos, que são esquemas

teóricos, descritos por autores da área, que visam determinar “a) como as fontes podem produzir modelos

jurídicos válidos; b) que é que estes modelos significam; e c) como eles se correlacionam entre si para compor

figuras, institutos e sistemas, ou seja, modelos de mais amplo repertório” (Reale, 2001, p.167).

Desta maneira, a doutrina não gera normas jurídicas. Na verdade, se desenvolve a partir delas por comporem o

Direito vigente. Em outras palavras, diz-se que a doutrina é capaz de gerar fórmulas interpretativas gerais e

valoração a conceitos, mas sem produzir normas jurídicas.

Fique de olho
Apesar de não ser considerada uma fonte do direito para autores como Miguel Reale e Tércio
Sampaio Ferraz Júnior, a doutrina é de suma importância para o Direito como ciência,

embasando a chamada Dogmática Jurídica por criar modelos dogmáticos. O Direito é

- 17 -
embasando a chamada Dogmática Jurídica por criar modelos dogmáticos. O Direito é
considerado uma ciência dogmática por se desenvolver a partir das normas vigentes, ou seja,
do Direito positivo (Reale, 2001).

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2. Dimensões das normas jurídicas: validade, vigência e
eficácia
Antes de adentrar a análise das dimensões das normas jurídicas, é necessário realizar breves considerações

sobre o conceito de norma. O objeto da ciência do Direito é a experiência social que, por sua vez, é disciplinada

pelas normas ou regras jurídicas, que nada mais são do que modelos de organização e de conduta (Reale, 2001).

Existem vários tipos de norma, como as religiosas, morais e as jurídicas. As normas jurídicas, especificamente,

têm como função regular o que devemos, podemos ou não podemos fazer, possuindo capacidade de proibir,

obrigar ou permitir. Nesse sentido: “é próprio do Direito valer de maneira heterônoma, isto é, com ou contra a

vontade dos obrigados, no caso das regras de conduta, ou sem comportar alternativa de aplicação, quando se

trata de regras de organização” (Reale, p. 89, 2001).

Também é importante compreender que o ordenamento jurídico é unitário, apesar de possui variadas fontes

produtoras de normas. Nesse sentido, deve-se ter em vista a teoria da construção escalona do ordenamento

jurídico, que apregoa que as normas jurídicas estão submetidas a um plano hierárquico, existindo normas

superiores e inferiores. Há ainda uma norma suprema, que é a norma fundamental (ou a Constituição Federal,

como já mencionado anteriormente), responsável pelo caráter unitário do ordenamento (Bobbio, 1995).

Ter noção de unidade do ordenamento jurídico e da necessidade de se observar uma norma fundamental

hierarquicamente superior às demais é essencial para compreender as dimensões das normas jurídicas. Esta é a

base que serve como parâmetro máximo de análise normativa.

Desta forma, o tópico irá analisar as dimensões das normas jurídicas propriamente ditas, que são três:

validade

vigência

eficácia

Ao final, faz-se uma breve consideração sobre a questão do fundamento (justeza da norma).

- 19 -
2.1 O conceito de validade jurídica: aspecto formal e material

A Teoria Pura do Direito, consagrada por Hans Kelsen, estabelece um aspecto geral de análise da validade de

uma norma jurídica. Segundo este viés, a validade da norma jurídica se dá, essencialmente, pela análise da sua

coerência hierárquica com outras normas do ordenamento jurídico, em especial, com a norma fundamental, que

é a Constituição. Nesse sentido,

fundamento de validade, isto é, a resposta à questão de saber por que devem as normas desta ordem

jurídica ser observadas e aplicadas, é a norma fundamental pressuposta segunda a qual devemos

agir de harmonia com uma Constituição efetivamente posta, globalmente eficaz e, portanto, de

harmonia com as normas efetivamente postas de conformidade com esta Constituição e globalmente

eficazes (KELSENn, 1998, p.148).

Portanto, a análise da validade jurídica de uma norma nada mais é do que identificar se ela possui pertinência

com o ordenamento jurídico no qual se insere, tendo em vista as condições formais e materiais de sua produção

(Ferraz Júnior, 2003).

As condições formais de validade dizem respeito ao cumprimento dos requisitos do ordenamento jurídico para o

processo de produção normativa. Assim, deve-se observar se a competência do órgão que a produziu está

correta, assim a legitimidade do procedimento e também o emprego das técnicas adequadas, previstas no

ordenamento, usadas para a sua criação.

Por outro lado, as condições materiais tratam de uma análise mais voltada para o conteúdo da norma,

observando se ela está de acordo com o restante do ordenamento jurídico, em relação às normas de mesma

hierarquia ou hierarquicamente superiores.

Cumpre ressaltar que para o doutrinador Miguel Reale (2001), a validade depende de três aspectos:

Legitimidade subjetiva
Competência do órgão produtor da norma.
Legitimidade objetiva
Se o órgão é competente tendo em vista a matéria sobre a qual a legislação versa – competência ratione materiae.
Legitimidade do procedimento
Due process of law.

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2.2 O conceito de vigência da norma

Segundo Ferraz Júnior (2003), vigência é a demarcação temporal da validade de uma norma, tornando exigível

os comportamentos prescritos na norma. Assim, a vigência é o que garante que a norma jurídica consiga

produzir efeitos.

Tal vigência também é uma dimensão estritamente relacionada com a validade da norma, apesar de diversa dela.

Enquanto a validade tem a ver com a devida integração da norma ao ordenamento – o que então varia conforme

o procedimento e competência exigido por cada tipo de norma legal –, a vigência possui apenas um critério, que

é a publicação.

Toda norma vigente é válida, mas nem toda norma válida é vigente. No ordenamento brasileiro, para uma norma

entrar em vigor (se tornar vigente), é importante observar a regra contida no art. 1º da Lei de Introdução às

normas do Direito Brasileiro (LINDB - Decreto-Lei nº 4.657/1942): “salvo disposição contrária, a lei começa a

vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada” (Brasil, 1942).

Além disso, é importante observar ainda o disposto no art. 8º da Lei Complementar nº 95/1998:

Art. 8o A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável

para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua

publicação" para as leis de pequena repercussão.

§ 1o A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-

á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia

subseqüente à sua consumação integral.

§ 2o As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor

após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial (BRASIL, 1998).

Fique de olho
Para descobrir se uma lei encontra-se em vigência, basta tentar localizar tal previsão em seu
último artigo. A Lei Complementar nº 95, por exemplo, previu, em seu artigo final, que entraria
em vigor no prazo de 90 dias, contados a partir da data de publicação (Brasil, 1998). No caso
de não haver menção em relação a isso, aplica-se o prazo estipulado pelo artigo 1º da LINDB.

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2.3 O conceito de eficácia da norma

Enquanto a vigência trata da possibilidade de produção de efeitos pela norma, a eficácia (ou efetividade) diz

respeito à produção concreta de efeitos propriamente dita. Assim, para que uma norma jurídica cumpra sua

finalidade não basta que seja válida e vigente: é necessário também que ela possua eficácia (Ferraz Júnior, 2003).

Segundo Ferraz Júnior (2003), a eficácia de uma norma depende de certos requisitos, alguns táticos e outros de

natureza técnico-normativa. Os requisitos táticos dizem respeito à eficácia social da norma, que deve resguardar

conexão com a realidade para ter condições de produzir efeitos. Tal eficácia social, no entanto, não se reduz à

observância da norma. A norma constitucional que fixa o salário mínimo (art. 7º, IV, CR), por exemplo, gera

efeitos por garantir o salário mínimo, mas, ao mesmo tempo, não é observada, uma vez que a sua observação

requer um salário mínimo com valor suficiente para atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e às

de sua família, o que não acontece (Ferraz Júnior, 2003).

Do ponto de vista dos requisitos de natureza técnico-normativa, a eficácia depende da coesão da redação da

norma, no sentido de utilizar termos compreensíveis e de estabelecer relação com outras normas jurídicas.

Noutro giro, Miguel Reale (2001) define a eficácia como expressão do cumprimento da norma jurídica, definindo-

a como aplicação ou execução da norma. Nesse sentido,

a sociedade deve viver o Direito e como tal reconhece-lo. Reconhecido o Direito, é ele incorporado à

maneira de ser e de agir da coletividade. Tal reconhecimento, feito ao nível dos fatos, pode ser o

resultado de uma adesão racional deliberada dos obrigados, ou manifestar-se através do que

Maurice Hauriou sagazmente denomina “assentimento costumeiro”, que não raro resulta de atos de

adesão aos modelos normativos em virtude de mera intuição de sua conveniência ou oportunidade.

O certo, é, porém, que não há norma jurídica sem um mínimo de eficácia, de execução ou aplicação

no seio do grupo (REALE, 2001, p.104).

Ainda segundo o autor, existem normas que possuem sua eficácia não por meio do reconhecimento da sociedade,

mas por possuírem força de compulsoriedade. Normas jurídicas válidas e vigentes devem ser aplicadas pelos

tribunais, que devem atuar de modo a mitigar efeitos aberrantes destas, interpretando-as de modo a garantir

coerência com o espírito do sistema jurídico geral.

Em suma, a eficácia da norma jurídica requer um olhar para os destinatários da norma jurídica, devendo-se

observar se eles a cumprem ou não. A observância não precisa ser constante nem integral para uma norma ser

eficaz. Além disso, também podem ser seguidas de modo espontâneo, ou ainda por força coativa. Assim, constata-

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se que a averiguação da eficácia de uma norma depende de uma análise histórica-sociológica, tratando-se de um

problema fenomenológico para o direito (Bobbio, 2003).

Para Kelsen (1998), a eficácia pode ser vista como condição de validade, nunca um fundamento. No papel de

condição, ela determina a manutenção da “vida” da norma, no sentido de que uma norma jurídica não pode ser

considerada válida quando é destituída de eficácia em um momento posterior à sua criação. Assim, uma norma

jurídica válida pressupõe um mínimo de eficácia. Nesse sentido,

as normas de uma ordem jurídica positiva valem (são válidas) porque a norma fundamental que

forma a regra basilar da sua produção é pressuposta como válida, e não porque são eficazes; mas

elas somente valem se esta ordem jurídica é eficaz, quer dizer, enquanto esta ordem jurídica for

eficaz. Logo que a Constituição e, portanto, a ordem jurídica que sobre ela se apóia, como um todo,

perde a sua eficácia, a ordem jurídica, e com ela cada uma das suas normas, perdem a sua validade

(vigência) (KELSEN, 1998, p.149).

3. A questão do fundamento ou análise da justeza da


norma

é isso Aí!
Além das dimensões da validade, vigência e eficácia, alguns doutrinadores como Norberto Bobbio (2003) e

Miguel Reale (2001) também observam a dimensão do fundamento da norma, ou ainda, o critério de justiça.

Nesse sentido, “o fundamento é o valor ou fim objetivado pela regra de direito. É a razão de ser da norma, ou

ratio júris. Impossível é conceber-se uma regra jurídica desvinculada da finalidade que legitima sua vigência e

eficácia” (Reale, 2001, p.107).

Já o critério de justiça de uma norma jurídica não depende de um ideal de justiça abstrato, mas, sim, da

consciência de que uma ordem jurídica é permeada por valores que devem ser seu objetivo. Assim, uma norma é

justa quando é apta a realizar esses valores. Em outras palavras, norma justa é aquela que deve ser, que

contrasta o mundo real com o mundo ideal (Bobbio, 2003).

Nesta unidade, você teve a oportunidade de:


• conhecer as variadas fontes do Direito;

• aprender sobre as diferenças conceituais entre doutrina, jurisprudência, negócios, costume jurídico, lei e

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• aprender sobre as diferenças conceituais entre doutrina, jurisprudência, negócios, costume jurídico, lei e
processo legislativo;
• entender a evolução histórica, as acepções, o processo de formação, os requisitos e as técnicas de
uniformização de cada uma das fontes;
• conhecer as dimensões de validade, vigência e eficácia das normas jurídicas.

Referências
BOBBIO, N. Teoria da norma jurídica. 2ª ed. Bauru: Edipro, 2003.

_____. Teoria do ordenamento jurídico. Brasília: UnB, 1995.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988. Disponível

em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 31 jan. 2019.

_____. Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942. Institui a Lei de Introdução às Normas do Direito

Brasileiro. Diário Oficial da União, Brasília, 9 set. 1942. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03

/decreto-lei/Del4657compilado.htm>. Acesso em: 5 dez. 2019.

_____. Lei n. 9.868, de 10 de novembro de 1999. Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de

inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. Diário

Oficial da União, Brasília, 10 nov. 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9868.htm

>. Acesso em: 5 dez. 2019.

_____. Lei Complementar n. 95. de 26 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a

consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal, e estabelece

normas para a consolidação dos atos normativos que menciona. Diário Oficial da União, Brasília, 26 fev. 1998.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp95.htm>. Acesso em: 7 dez. 2019.

DIDIER, F. Curso de direito processual civil. 17. ed. Salvador: JusPodvm, 2015.

FERNANDES, B. G. Curso de Direito Constitucional. 11ª ed. Salvador: JusPodivm, 2019.

FERRAZ JÚNIOR, T. S. Introdução ao estudo do Direito: técnica decisão dominação. 4ª ed. São Paulo: Atlas,

2003.

KELSEN, H. Teoria pura do Direito. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes,1998.

REALE, M. Lições preliminares de Direito. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001.

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