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De acordo:
Isabel Cristina R.C. Meneses Ass:
Diretora Técnica da SUPRAM CM- MASP: 1.043.798-6
Diego Koiti de Brito Fugiwara Ass:
Diretor Controle Processual – MASP 1145849-4
1. INTRODUÇÃO
O presente parecer tem por objetivo subsidiar o julgamento do pedido de Licença Prévia
concomitante com Licença de Instalação (LP + LI) solicitada pela empresa Luciano Carraro
Tavares. Referente à da extração de areia para uso na construção civil com produção bruta
35.000 m3/ano de areia e de argila, referente ao processo DNPM nº. 833.095/2004,
estabelecida na Fazenda Santa Rita do Mangue, no município de Esmeraldas.
Desse modo, a análise técnica pautou-se nas informações apresentadas no RCA/PCA, nas
observações feitas durante vistoria no local do empreendimento realizada em 10/06/2011
(Auto de Fiscalização 78.852/2011), e, também, nas respostas às informações
complementares solicitadas através do Ofício Nº. 1616/2011 SUPRAM CM/SEMAD/SISEMA e
protocoladas junto a esta Superintendência em 18/01/12 sob Nº. R193209/2012.
2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
A jazida de areia e argila explorada pela Luciano Carraro Tavares possui 20,77 ha e se situa na
Fazenda Santa Rita do Mangue, na zona rural do município de Esmeraldas. A areia é um
minério utilizado de maneira geral na construção civil (residências, conjuntos habitacionais,
galpões industriais ou comerciais, entre outros), enquanto a argila é um minério utilizado
principalmente na produção de cerâmicas. O município de Esmeraldas se destaca como maior
produtor de areia dentre os municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
• 01 pá-mecânica;
• 01 caminhão basculante com capacidade de 6 m3;
• 01 draga de sucção;
• 300 metros de tubos;
Quando a cava atingir o lençol freático o processo de lavra passará a ser executado por draga
de sucção, que fará tanto a sucção quanto o recalque/transporte da polpa (mistura de água
com a areia e do cascalho) até a unidade de beneficiamento, a aproximadamente 300 metros
de distância. Na ocasião da lavra ainda realizada pela pá-mecânica, a argila e a areia serão
transportados por intermédio de caminhões basculantes até a unidade de beneficiamento.
A execução da lavra de areia e argila se desenvolverá em fases seqüenciadas de
decapeamento, desmonte e carregamento e transporte, com as operações de lavra se dividirão
em três frentes.
3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
O Rio Paraopeba nasce no município de Cristiano Otoni, segue no território mineiro em sentido
sudeste – noroeste, banhando parte da RMBH, alimenta a Represa de Três Marias e deságua
no Rio São Francisco, já no município de Felixlândia. Desse modo, recebe grande carga de
efluentes sanitários, industriais e minerários das cidades ao longo de seu curso.
O Ribeirão das Abóboras sofre grande pressão antrópica. Suas águas são enquadradas na
Classe 2, conforme Deliberação Normativa COPAM nº 14, e apresentam Índice de Qualidade
Av. Senhora do Carmo, 90 – Carmo
SUPRAM CM Belo Horizonte/MG Página: 3/11
CEP 30330-000 - Tel.: (31) 3228-7700
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana
das Águas (IQA) no nível Médio em razão de a pecuária ser a atividade desenvolvida em toda
a extensão do ribeirão.
Nesse cenário, Esmeraldas é um município localizado no médio curso do Rio Paraopeba com
vocação para a mineração de areia, argila e cascalho e contribui para tal cenário,
especificamente elevando os níveis de turbidez dos corpos d’água, através de grande número
de atividades mineradoras de areia.
Meio físico
O solo encontrado no local é do tipo Aluvial, pouco desenvolvido, por isso pouco espesso, e
resultante de deposições fluviais geologicamente recentes. Desse modo, o horizonte superficial
do solo é bastante retrabalhado, apresentando características mofológicas (coloração, tamanho
das partículas, consistência e estrutura) variantes por vezes sem relação pedogenética com a
camada saprolitizada local.
Meio biótico
altimétrica mais baixa, por matas ciliares que se afiguram a cortinas arbóreas de pequeno
porte. Nas formações ciliares são encontradas espécies florestais como o ingá, jacarandá, pau
d’óleo, angico branco, sangra d’água, etc. Todavia, na região do empreendimento a cobertura
vegetal está bastante degradada, principalmente nas áreas de várzea, devido ao histórico de
expansão agropecuária.
Em razão da melhor fertilidade e maior umidade dos solos aluviais, somada à valorização
econômica, a vegetação nativa nas várzeas dos Ribeirões Grande, Carapina e das Abóboras
foi substituída pelas culturas cíclicas de forrageiras (milho, sorgo, cana de açúcar, entre outras)
e por gramíneas (notadamente de capim braquiária) formando pastagens. Na Fazenda Santa
Rita do Mangue as áreas de várzea estão ocupadas por culturas.
As matas ciliares nem sempre apresentam largura corresponde à faixa legal exigida pela
legislação como preservação permanente. A ausência de vegetação mais densa e contínua
facilita a queda das margens promovendo e acelerando o assoreamento dos cursos d’água.
Espécies da avifauna também têm sido bastante perseguidas, a exemplo da codorna (Nothura
maculsa) e do trinca-ferro (Saltador similis). Há insetos, integrantes da cadeia alimentar ou
responsáveis pelo trabalho de polinização, vivendo nas áreas de matas e, preferencialmente,
nas proximidades de cursos d’água.
Meio socioeconômico
Outra atividade característica do município é a produção de areia que, conta com uma
associação representativa da classe reunindo os empresários do setor. A propriedade Santa
Rita do Mangue apresenta as atividades predominantes de pecuária leiteira e extração mineral
de areia. Já toda a sub-bacia do Ribeirão das Abóboras apresenta predominância de atividade
de pecuária leiteira.
• A porção da área da Fazenda Santa Rita do Mangue a ser lavrada corresponde à Área
Diretamente Afetada (ADA);
• Toda a área da fazenda Santa Rita do Mangue corresponde à Área de Influência Direta
(AID);
4. RESERVA LEGAL
8. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Conforme Relatório Indicativo fornecido pelo SIAM, a Unidade de Conservação (UC) APEM
Florestal se localiza a aproximadamente 6,5 km do empreendimento, em distância superior aos
3 km próprios da área de amortecimento.
Por se tratar de área inserida em região rural e bastante antropizada, ocupada em sua maior
parte por pastagens e sucessivas culturas forrageiras, os impactos sobre os meios biótico e
socioeconômico são levemente acentuados.
A geração de ruídos, emitidos pelos equipamentos, não atinge a núcleos urbanos e as medidas
ambientais empreendidas se referem à saúde ocupacional dos trabalhadores, como o uso de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Etapa de decapeamento
que a frente de lavra avança sobre um trecho, outro trecho equivalente do terreno da cava já se
encontra esgotado e apto à recuperação. Desse modo, a recuperação concomitante ao avanço
da lavra também atua como medida mitigadora incidente sobre os impactos de degradação
visual e aumento da oferta de sedimentos susceptíveis à erosão.
Etapa de desmonte
Compensação Ambiental
Compensação Florestal
Não se aplica o estabelecido no Art. 32, da Lei n° 11.428/2006 (Lei da Mata Atlântica), pois o
empreendimento se localiza no bioma Cerrado.
No dia 07/07/2011 foi firmado Termo de Ajustamento de Conduta autorizando o retorno das
atividades, tendo em vista que o empreendedor possui Autorização ambiental de
Funcionamento (AAF), nº 00642/2010 emitida em 01/03/2010, com válida de até 04 anos, para
as atividades mencionadas, limitada a produção nominal de 30.000 t/a. além disso, o
empreendedor já havia formalizado o processo de licenciamento ambiental
Foi apresentada a Declaração da Prefeitura informando que o local e o tipo de instalação estão
em conformidades com a legislação municipal.
De acordo com analise técnica, não ocorrerá supressão de vegetação, intervenção em área de
preservação permanente.
A Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção, pelo requerente, de
outras licenças legalmente exigíveis, devendo tal observação constar do certificado de
licenciamento ambiental a ser emitido.
12. CONCLUSÃO
Pelo exposto acima neste Parecer Único, a equipe técnica responsável pela análise concluiu
que os estudos, projetos e documentos apresentados para a obtenção da LP concomitante
com LI (LP+LI) atendem à legislação ambiental vigente. Assim sendo, desde que observadas
as condicionantes listadas nos anexos desse Parecer Único, bem como a inclusão/exclusão ou
alteração das mesmas pelo COPAM, a equipe técnica sugere a concessão da LP+LI para o
empreendimento Luciano Carraro Tavares, localizado no local denominado Fazenda Santa
Rita do Mangue, zona rural no município de Esmeraldas/MG, no P.A. nº 11098/2006/003/2011
pelo prazo de 4 (quatro) anos, para as atividades:
ANEXO I
Processo COPAM Nº: 11098/2006/003/2011 Classe/Porte: 3/M
Empreendimento: Luciano Carraro Tavares
Atividade: Extração de areia e cascalho para utilização imediata na construção civil
Endereço: Fazenda Santa Rita do Mangue
Localização: Zona Rural
Município: Esmeraldas/MG
Referência: CONDICIONANTES DA LP+PI
ITEM DESCRIÇÃO PRAZO
Executar o cercamento preventivo da Área de Preservação
1 Permanente – APP no limite com as cavas aluvionares, Durante a instalação
observadas as disposições da Lei Estadual 14309/2002.
(**) Eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes estabelecidas nos Anexos
deste Parecer Único, poderão ser resolvidos junto à própria SUPRAM, mediante a análise técnica e jurídica,
desde que não alterem o mérito/conteúdo das condicionantes
(***) Ressalta-se que as condicionantes devem ser protocoladas no prazo fixado junto ao Órgão Ambiental.
OBSERVAÇÕES:
I – O não atendimento aos itens especificados acima, assim como o não cumprimento de qualquer dos itens do PCA
apresentado ou mesmo qualquer situação que descaracterize o objeto desta licença, sujeitará a empresa à aplicação
das penalidades previstas na Legislação e ao cancelamento da Licença de Operação obtida;
II - Em razão do que dispõe o art. 6º da Deliberação Normativa COPAM Nº 13/1995, o empreendedor tem o prazo de 10
(dez) dias para a publicação, em periódico local ou regional de grande circulação, da concessão da presente licença.
III - Cabe esclarecer que a SUPRAM CM não possui responsabilidade técnica sobre os projetos de controle ambiental e
programas de treinamentos aprovados para implantação, sendo a execução, operação, comprovação de eficiência e/ou
gerenciamento dos mesmos de inteira responsabilidade da própria empresa, seu projetista e/ou prepostos.