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o que é
intertextualidade?
Prof.ª Amanda
“Intertextualidade: a relação “entre textos”, o diálogo entre textos.
Toma-se, aqui, texto num sentido amplo do termo: um poema, um
romance, uma notícia de jornal, os quadrinhos são textos. Mas
também o são uma propaganda, um filme, um quadro, uma
música. [...] A produção de um texto sempre implica a retomada
de muitos outros e depende do olhar do leitor para que se criem e
recriem significações, já que este último é corresponsável por sua
construção. A intertextualidade se dá, pois, tanto na produção
como na recepção da grande rede cultural, de que todos
participam. Escrita e leitura são faces da mesma moeda. O leitor
também participa dessa ampla rede dialógica ao trazer para o
texto que está lendo sua bagagem de leituras de outros textos, de
variadas linguagens e diferentes gêneros.” (Prof.ª Maria Zilda Cury)
Quais exemplos de
intertextualidade
você conhece?
Intertextualidade
* O título da canção, Dom Quixote, possui uma relação intertextual do tipo referência com a obra
homônima do escritor espanhol Miguel de Cervantes; o trecho destacado, entretanto, faz alusão à
mesma obra de Cervantes, pois não a há relação explícita.
Paródia
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=199
Marcel Duchamp (1919)
L.H.O.O.Q. ou La Joconde
https://www.nortonsimon.org/art/detail/P.1969.094
Pastiche
Em liberdade
(Silviano Santiago, 1981)
simula, via pastiche, estilo
literário de Graciliano Ramos
Relacionando temas já
estudados:
poesia, romantismo (europeu
e brasileiro), intertextualidade
e epígrafe
Minha terra tem palmeiras,
Canção do exílio Onde canta o Sabiá.
Kennst du das Land, wo die Citronen blühen, Im dunkeln die Minha terra tem primores,
Gold-Orangen glühen, Kennst du es wohl? — Dahin, dahin! Möcht Que tais não encontro eu cá;
ich... ziehn. — Goethe
Em cismar sozinho, à noite,
Minha terra tem palmeiras, Mais prazer eu encontro lá;
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam, Minha terra tem palmeiras,
Não gorjeiam como lá. Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Nosso céu tem mais estrelas, Sem que eu volte para lá;
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida, Sem que disfrute os primores
Nossa vida mais amores. Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Em cismar, sozinho, à noite, Onde canta o Sabiá.
Mais prazer eu encontro lá;
De Primeiros cantos (1847)
Gonçalves Dias
Epígrafe de Göethe
Trecho de Balada de Mignon - outro exemplo de tradução da balada citada por Gonçalves Dias e
comentários sobre a obra de Göethe em https://escamandro.com/2014/08/01/goethe-1749-1832/
Tarefa
Leia os poemas a seguir e
analise-os a partir de suas
relações intertextuais, indicando
quais elementos os aproximam
e quais, porventura, os afastam
e quais sentidos se podem
apreender dessas relações.
Nova canção do exílio, Carlos
Drummond de Andrade Onde é tudo belo
e fantástico,
Um sabiá só, na noite,
na palmeira, longe. seria feliz.
Estas aves cantam (Um sabiá,
um outro canto. na palmeira, longe.)
Lá?
Ah!
Sabiá…
Papá…
Maná…
Sofá…
Sinhá…
Cá?
Bah!
http://conpoema.org/?p=7026
Referências
CURY, M. Z. Intertextualidade
http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/intertextualidade
Acesso em 11 de maio de 2021.
FORTE, J. S. M. Funções textual-discursivas de processos intertextuais.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de
Letras Vernáculas, Programa de Pós-graduação em Linguística, Fortaleza (CE),
2013. Disponível em http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/8198 Acesso em 18 de
maio de 2021.
GONÇALVES DIAS, A. Canção do exílio. Disponível em
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua00119a.pdf Acesso em 11 de
maio de 2021.
KOCH, I. G. V. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto,
2003.
SANT’ANNA, A. R. Paródia, paráfrase & cia. São Paulo: Ática, 1999.
CEIA, C. Paródia. EDTL. https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/parodia/
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MUNIZ, P. Mona Lisa está diferente.
https://www.oversodoinverso.com.br/mona-lisa-ta-diferente-versoes-ines
peradas-da-obra-de-arte/ Acesso em 19 de maio de 2021.