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Muito embora alguns, ainda, acreditem que muitos atos praticados naquela esfera não
sejam passíveis de punição pela lei, o contrário é uma realidade, vários atos ali praticados
já foram qualificados como atos ilícitos e contrários a leis escritas, ou contrárias aos bons
costumes e ao campo ético ou moral. Alguns deles inclusive, já tendo encontrado guarida
perante aos nossos tribunais.
O que algumas pessoas não perceberam ainda, é que a internet nada mais é do que um
meio de comunicação, faz tanto sentido dizer que se está na internet como dizer que se
está no telefone, ou estelionato pelo telefone nos casos de falsos seqüestros também
precisam de legislação própria? O que, na nossa visão deve e precisa ser levado em
conta é o ilícito penal, e não por que meios se efetivou o ilícito, ou seja, o estelionato não
deixa sua natureza jurídica apenas por que foi praticado no mundo virtual, o estelionato
continua sendo o ato de obter, para si ou para outrem, vantagem patrimonial ilícita, em
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo em erro alguém mediante artifício, ardil ou
qualquer outro meio fraudulento. A nosso ver crimes são crimes independentemente do
meio utilizado para que tal ato seja realizado, o que temos a analisar é o fato de na
internet haver condutas que não são praticadas fora dela, e são nesses casos de que
precisamos de legislação própria, pois por razões especificas do código penal o que não
estiver definido na lei como sendo criminoso não pode ser punido como tal, Art. 1º do CP,
pois, de outra forma estaria à longa manus do direito na pessoa do estado se tardando e
até se furtando em perceber as mudanças da sua época e do seu povo, deixando seu
efetivo papel de punir com vistas à efetivação do direito mesmo diante da resistência dos
seus jurisdicionados.
O crime virtual mais comum é o furto de identidade, no qual pessoas mal intencionadas se
apropriam de informações da vítima para que possam fazer compras em sites de
comércio eletrônico ou realizar transferências de valores. Comparando-se com fatos
corriqueiros do nosso dia-a-dia é o mesmo que se apossar de um cartão de credito ou de
débito e começar a fazer compras ou sacar dinheiro em caixas automáticos, a diferença
está no fato de que, em rede, seus agentes, não necessitem do cartão físico, apenas do
seu número e outros dados específicos.
Seguindo a mesma opinião está Demi Getschko, conselheiro do comitê gestor de internet,
quando fala que uma legislação especifica para a internet se faz desnecessária. A internet
é muito dinâmica, o que facilmente tornaria as leis especificas obsoletas em um curto
espaço de tempo. O que temos que analisar são as atitudes praticadas na rede, por
exemplo, no caso de uma difusão de vírus, a tipificação se justifica, uma vez que esse é
um crime restrito a rede, já para os outros crimes deve ser aplicada a legislação vigente.
O que não pode ser feito é tentar se criar uma lei abusiva, na qual as pessoas sejam
obrigadas a se identificar para utilizar a rede, fazer isso significa abrir precedente alhures
para que se altere a legislação atual, teríamos que, por exemplo, ter essa mesma conduta
quando uma pessoa vai ao correio postar uma carta ou então utilizar um telefone público,
atualmente não se exige identificação nenhuma nesses procedimentos e o que não
impede a eleição destas vias para prática de atos ilícitos.
Diante desses fatos levanta-se a questão, será que existe mesmo um mundo virtual, ou
seria este apenas uma tecnologia capaz de facilitar a vida das pessoas. Até o momento o
único mundo virtual que se tem conhecimento é o “Second Life”, em que as pessoas
criam um personagem (avatar) e vivem realmente uma segunda vida, mas querer criar
uma legislação apartada para esse mundo é, no mínimo, insano, oras, crimes virtuais são
virtuais, não existem realmente, e neste caso podemos perceber o porquê do Cert.br
preferir o termo “crime informático”. O que tem a nossa concordância, pois, o termo virtual
não pode ser visto como algo irreal, sendo que atrás das teclas, seu agente com o
elemento da vontade de praticar a ação... é real!
O que precisa ser feito é desmitificar a internet, temos que a ver como um recurso
tecnológico, um meio de comunicação moderno, que pode ser utilizado de forma legal ou
ilegal, assim como todos os outros meios. Existe hoje a certificação digital ou identidade
digital que pode ser adquirida por qualquer cidadão, empresa ou entidade, diretamente de
uma das autoridades certificadoras (AC) que fazem parte da Infra-estrutura de Chaves
Públicas Brasileiras (ICP-Brasil).
A aquisição dessa identidade digital já trará grandes benefícios à rede mundial, pois será
possível verificar se, por exemplo, o e-mail que você recebeu veio realmente da pessoa
que está anunciada como o emissor.
REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS
Jurisprudência/STJ,
Disponível em (http://www.stj.gov.br/SCON/jurisprudencia/doc.jsp?
livre=furto+internet&&b=ACOR&p=true&t=&l=10&i=1). Acesso em 29 Ago. 2007.
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=785