Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL – UNISC

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM E ODONTOLOGIA - DEO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Eduarda Rafaela Luz de Figueiredo


Hanan Mahmoud Yacoub Al Houbel
Thuane Roberta Algayer

CALLISTA ROY: MODELO DE ADAPTAÇÃO E A TEORIA


NA PRÁTICA DO EXERCÍCIO DA ENFERMAGEM

Santa Cruz do Sul


2021
Eduarda Rafaela Luz de Figueiredo
HananMahmoudYacoub Al Houbel
Thuane Roberta Algayer

CALLISTA ROY: MODELO DE ADAPTAÇÃO E A TEORIA


NA PRÁTICA DO EXERCÍCIO DA ENFERMAGEM

Pesquisa e Trabalho Científico em Enfermagem I


apresentado ao Módulo de Bases para o Exercício
da Enfermagem da Universidade de Santa Cruz
do Sul – UNISC
Profa. Dra. Enfa. Analídia Rodolpho Petry

Santa Cruz do Sul


2021
SUMÁRIO
1. Introdução ___________________________________________________________ 04
2. Desenvolvimento ______________________________________________________ 05
2.1 A Teórica Enfermeira _______________________________________________05
2.2 O Modelo de Adaptação de Roy _______________________________________ 06
2.3 A Teoria na Prática do Exercício da Enfermagem ________________________ 07
3. Conclusão ____________________________________________________________09
4. Referências bibliográficas ______________________________________________10
4
1. INTRODUÇÃO

A enfermagem, ciência voltada ao cuidado do ser humano, desenvolveu ao longo  da


sua evolução um conhecimento crítico e um aprofundamento profissional criativo na  área da
saúde, o que possibilitou que a profissão deixasse de possuir um embasamento  empírico e,
dessa forma, possuísse um caráter científico. De forma análoga e  complementar, a principal
ferramenta na busca pela adoção do exercício da enfermagem  quanto conhecimento científico
foram as teorias, desenvolvidas por mulheres que  buscaram durante suas trajetórias o
cuidado, conforto e satisfação dos enfermos. Logo, a  teoria é uma assistência na execução da
enfermagem desempenhada pelo profissional da  área, que busca entre os diversos modelos
existentes, o cuidado e bem-estar do paciente.  

Outrossim, o presente artigo tem por objetivo a busca pela realização do  entendimento
das definições quanto ao tema proposto, bem como o aprofundamento no  exercício do
mesmo. A pesquisa examina o que é teoria e sua importância sob o estudo  da enfermagem
em sua totalidade, para desta forma compreender o modelo proposto pela  enfermeira
analisada. Procura, também, identificar a vida e vivências da enfermeira  estudada para assim
compreender a forma com que se originou a teoria proposta e qual a  importância do modelo
para a ciência da enfermagem. 

Callista Roy (1939), enfermeira analisada no decorrer do presente trabalho,somou  de


forma significativa na história da enfermagem, tendo em vista sua contribuição teórica  na
evolução da enfermagem quanto ciência, conhecida como Modelo de Adaptação. A  proposta
desenvolvida pela genial enfermeira Callista foi realizada a partir de um estudo  da pessoa -
foco de análise no exercício da enfermagem – quanto um ser adaptável, sendo  que o mesmo,
responde através de estímulos o meio ambiente em que se encontra.  

Além disso, a teoria busca ainda realizar o estudo sobre doença e a forma com que  cada
organismo se adapta ao ambiente com essa, seja o próprio enfermo ou as pessoas  que estão
junto a ele, para assim, compreender os sinais apresentados e, dessa  forma, contribuir na
realização dos processos hospitalares com maior facilidade. Por fim,  o estudo presente
analisa Callista Roy, realiza o exercício da compreensão do fundamento  teórico adaptável da
enfermeira, e o modelo em sua totalidade na prática, para assim  identificar sua importância
para a enfermagem e a adquirir um conhecimento quando ao  estudo realizado.
5
2. DESENVOLVIMENTO

A Teórica Enfermeira

Callista Roy, nascida em 14 de outubro de 1939, foi uma das mais geniais  teóricas
que somaram a história da ciência da enfermagem a partir do modelo teórico  desenvolvido.
Natural de Los Angeles, Califórnia (Eua), foi filha de enfermeira que, desde cedo, ensinou
Roy sobre a arte do cuidado executado pela profissão, fundamental  aspecto que influenciou a
enfermeira posteriormente. Aos 14 anos, foi promovida como  auxiliar de enfermagem no
Hospital em que trabalhava, deixando na mesma época o  cargo para, na Congregação das
Irmãs de San José de Carondelet, tornar-se freira.  (Autor indefinido, s.d.) 

Alcançou em 1963, sua formação em Artes da Enfermagem na Mount Saint  Mary’s


College, ainda nos Estados Unidos, Los Angeles. No ano seguinte, deu início ao  seu Pós-
Bacharelado em Los Angeles, na Universidade da Califórnia. No mesmo  período,
desenvolveu sob orientação de Dorathy E. Johnson seu Modelo de Adaptação,  que bem
sucedido foi integrado ao Currículo da Graduação de Enfermagem na Mount  Saint Mary’s
College, nomeado até então, Modelo de Adaptação de Roy. Além disso,  formou-se em
mestrado (1973) e doutorado (1977) na disciplina de Sociologia ainda na  Universidade da
Califórnia. (LANCINI et al, 2005; Autor indefinido, s.d.)  

Segundo André de Bastiani Lancini et al (2005), em “Cuidado da criança com  câncer


e seu familiar acompanhante em internação hospitalar: um olhar a partir da teoria  de
adaptação de Sister Callista Roy”, a Sister Callista Roy:  

1. Foi nomeada pela Universidade de California, onde cursou seu mestrado,  Doutora em
Sociologia; 
2. Ainda na Universidade de Califórnia, fez parte do Pós-Doutorado e Doutorado  em
Enfermagem Clínica; 
3. Tornou-se presidente do Departamento de Enfermagem na Mount Saint Mary’s  College e
Diretora e consultora de Enfermagem em Tucson Arizona no Hospital  Saint Mary’s; 
4. Ocupou o cargo de professora na Escola de Enfermagem da Universidade de  Portland;
5. Tornou-se integrante na American Academy of Nursing, Sigma Theta Tau e na  North
American Nurses Diagnoses Association (NANDA).  
6
O Modelo de Adaptação de Roy

Durante muitos anos, a Enfermagem, ciência que antes tinha por base o caráter
empírico, é advinda de outras profissões, como a medicina, fisioterapia, sociologia e 
psicologia. A ABEn (Associação Brasileira de Enfermagem), companhia da  enfermagem, foi
por um longo período a ímpar corporação que buscou os direitos da  profissão em defesa ao
desenvolvimento da mesma. Entre uma das principais ferramentas que auxiliou de forma
significativa a ampliação do conhecimento científico  foram as teorias. (OLIVEIRA;
CURADO, 2019)  
Segundo John Silva e Vivian Barbosa em “Utilização de teorias de enfermagem  na
sistematização na prática clínica do enfermo: revisão integrativa”:  
As teorias de enfermagem consistem num referencial de trabalho que  favorece o
desenvolvimento do conhecimento científico. Em virtude disso, as  teorias de
Enfermagem têm sido descritas na literatura como possibilidade de  oferecer
respaldo científico à prática assistencial, além de proporcionar  segurança e
qualidade para as ações de enfermagem, uma vez que  possibilitam intervenções
planejadas passíveis de avaliação para alcance de  melhores resultados,
possibilitando a visibilidade do trabalho em  Enfermagem. (2018, pag. 261) 

Outrossim, em 1963 foi desenvolvido uma das teorias que somou significativamente
a história da enfermagem, com origem em Los Angeles, nasce o  Modelo de Adaptação de
Roy. De acordo com Coelho e Mendes (2011), Callista Roy acredita que o individuo  pode
ser influenciado por estímulos biológicos, sociais ou psicológicos. Considerando que sua
teoria tem como foco, o homem em adaptação, ela  conceitua que o ambiente pode afetar e
influenciar a conduta da pessoa. Sua  teoria é baseada em quatro conceitos: pessoa, ambiente,
saúde e  enfermagem.  

Tendo em vista como objetivo a adaptação do homem em situações de saúde e


doença, a pessoa, grupo ou sociedade, está sempre lidando com fatores que  auxiliam na sua
evolução, tendo a capacidade de se adaptar a fatores que a  rodeiam. O ambiente, estudo
principal da enfermeira teórica, é visto como uma influência que afeta o comportamento  do
individuo. Logo, o bem-estar é um reflexo de adaptação  da interação entre pessoa e
ambiente. O objetivo da enfermagem, nada mais é que ajudar  nesta adaptação, contribuindo
para a saúde que é um modo de  desenvolvimento do ser humano. (COELHO; MENDES,
2011) 

Partindo da sua vivência como enfermeira pediátrica, Roy considera o conceito  de


adaptação fundamental e orientador para a prática de enfermagem.  Segundo a teórica, as
7
respostas adaptativas podem ser manifestadas através de  quatro modos: físico-fisiológico,
identidade de autoconceito, interdependência e  desempenho de papel. O modo de adaptação
físico-fisiológico é a forma como  o individuo responde aos estímulos do local, sendo as
atividades fisiológicas do  organismo: oxigenação, nutrição, eliminação, atividade e repouso e
proteção. (COELHO; MENDES, 2011)

Os demais modos de adaptação são modos psicossociais, o autoconceito  refere-se a


integridade do eu, focando nos aspectos espirituais e psicológicos.  O modo de adaptação
desempenho de papel, refere-se ao papel que o  individuo desempenha na sociedade, ou seja,
ter consciência de sua função na  sociedade. O modo de adaptação interdependência são as
necessidades  afetivas, as relações próximas entre as pessoas. (KAMIYAMA, 1984) 

Para Roy, o ambiente é um mundo tanto interior, quanto exterior, e está em  constante
mudança. Sendo descritos três tipos de estímulos que interagem  com as pessoas: focal,
contextual e residual. Estímulos focais são estímulos  internos ou externos que causam mais
impactos e confrontam imediatamente a  pessoa, determinando mudanças. Estímulos
contextuais são todos os outros  estímulos que se derivam do meio interno ou externo à
pessoa, contribuindo para o  efeito do estímulo focal, ou seja, tem influência positiva ou
negativa sobre a  situação. E por fim, estímulos residuais são fatores ambientais internos ou
externos,  cujos efeitos não são claramente identificados (COELHO E MENDES, 2011). 

A Teoria na Prática do Exercício da Enfermagem


A teoria na prática é um fenômeno valioso e é direcionado para explorar os aspectos e
orientar sobre a disciplina e a prática para propor uma visão de possíveis situações que
possam vir a ser presenciadas pelos profissionais e auxilia na análise de comportamentos.
(COELHO; MENDES, 2011).

O Modelo de Adaptação é composto por processos e etapas, onde o principal objetivo


é orientar os profissionais da área em como praticar a enfermagem, deixando sempre claro sua
visão sobre o conhecimento. Avaliação de comportamento, avaliação de estímulos,
diagnóstico, estabelecimento de objetivos e intervenções e avaliação, são os membros
constituintes do processo. Outrossim, a importância de saber praticar e entender as teorias são
fundamentais para se obter vantagem sobre o processo e o modelo estabelecido. (COELHO;
MENDES, 2011).
8
Logo, o Modelo de Adaptação de Roy é um método que é composto por três etapas,
útil para pesquisas e práticas:

1. Primeira etapa: é constituída por estímulos ambientais, mecanismos de resistência e


pelo modo de adaptação;
2. Segunda etapa: buscar examinar literatura para revisão e orientação de pesquisa e
prática;
3. Terceira etapa: estruturar um relatório que comunique sobre as temáticas envolvidas.

Segundo Sónia Margarida Santos Coelho e Isabel Margarida Dias Monteiro Mendes
(2011), em “Da pesquisa à prática de enfermagem aplicando o modelo de adaptação de Roy”:

As vantagens enunciadas incluem: aumento dos cuidados de enfermagem aos


utentes; avaliação e diagnósticos de enfermagem mais abrangentes e rigorosos com
uma especial atenção às necessidades psicossociais dos utentes; melhoria da
comunicação inter e intra-profissional e, conseqüentemente, níveis mais elevados de
auto-estima profissional; registros de enfermagem mais claros, objetivos e
rigorosos. 

Por fim, o Modelo de Roy se relaciona com o paciente, assim como com o
acompanhante do enfermo e o ambiente em geral, na qual é de suma importância os
profissionais na área da saúde, em especial a Enfermagem, promover um ambiente
adequando, realizar atividades que desenvolvam o bem-estar do paciente e do acompanhante e
aguçar a resposta de sentimentos, para enfim, desenvolver o exercício da capacitação
ambiental a fim de realizar a adaptação dos mesmos. (LANCINI et al, 2005)

3. CONCLUSÃO
9

Conclui-se que, Callista Roy foi uma genial mulher que, teórica, socióloga e enfermeira,
desenvolveu o Modelo de Adaptação analisado, estudado e trabalhado pelo grupo. Roy
contribuiu significativamente na evolução da enfermagem e sua teoria visa à realização do
estudo sobre a doença e a maneira com que o organismo se adapta, apresentando
complexidade através de suas etapas fundamentais entre paciente, acompanhante e ambiente,
aspectos que a diferencia de demais modelos.

O foco principal da teoria está em orientar a prática de enfermagem e no indivíduo em


adaptação, onde o ambiente interage na saúde do mesmo. O modelo de adaptação de Roy
auxilia na visualização das situações, colaborando na formação dos diagnósticos e
intervenções. A adaptação do homem é manifestada por desempenho de papel, físico-
fisiológico, identidade de conceito e interdependência. Na prática a teoria se torna vantajosa
por disponibilizar o aumento nos cuidados, além de melhorar e agilizar o atendimento ao
paciente. Em relação à aplicabilidade é perceptível a dificuldade daqueles que contém pouca
prática com a enfermagem.

No decorrer do presente trabalho ficou visível que a ciência é voltada aos cuidados
humanos e que na busca por mais conhecimento científico, foram adotadas as teorias,
desenvolvidas por mulheres enfermeiras. Perante a complexidade vivenciada na elaboração do
trabalho, conclui-se que foi uma ótima maneira de desenvolver conhecimentos sobre as
teorias, em especial, ao modelo desenvolvido pela enfermeira abordada pelo grupo, Sister
Callista Roy, e que, durante o desenvolvimento, o trabalho apresentou um nível médio de
dificuldade de realização.

REFERÊNCIAS
10
AGNES, C.; HAAS, H.; HELFER, I. Normas para apresentação de trabalhos acadêmicos. 3. ed. Santa Cruz do
Sul: EDUNISC, 2019. Disponível em: <https://www.unisc.br/images/upload/com_editora_livro/Ebook-Normas-
3a-ed.pdf>. Acesso em: 16 abr. 2021.

Você também pode gostar