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A transmídia
Eu sei que você provavelmente está se perguntando se já não ouviu falar sobre
algo parecido antes, mas com outro nome, uma tal de ”Crossmedia”.
Para ficar mais claro, vamos utilizar como exemplo a criação de uma campanha
para lançamento de um filme:
Exemplificando Crossmedia e Transmídia
Crossmedia
Transmídia
Ou seja…
Cultura da Convergência
Henry Jenkins traduz a transmídia como um fenômeno dentro da convergência de
mídias na qual vivemos: “fluxo de conteúdos por múltiplas plataformas de mídia, à
cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório
dos públicos dos meios de comunicação”.
Você pode ler mais sobre no livro escrito por Jenkins, o “Cultura da Convergência“.
Inteligência coletiva;
Jenkins acredita que, nos dias de hoje, a união de diferente tipos de mídias para propagar
conteúdo é moldada de forma estratégica e natural.
https://media.giphy.com/media/l0MYBQSaLvKxe0G6A/giphy.gif
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FONTE: https://www.aicinema.com.br/narrativa-transmidia/
Se você acha que não sabe o que é narrativa transmídia, grandes são as chances de não
saber só que ela tinha esse nome. Com certeza, algum filme ou série que você assistiu
recentemente fez uso desse recurso em suas histórias, de uma forma ou outra.
A escolha de como contar uma mesma história com elementos que se interligam
perpassando diferentes meios requer muito talento do cineasta e, sobretudo,
do roteirista. Em alguns casos, há um público específico e cativo que deve ser agradado, o
que nunca é fácil, já que essas pessoas podem ter um conhecimento profundo da história
original.
Abaixo, você confere a conceituação da narrativa transmídia, assim como dicas para
sua aplicação em roteiros. Também vamos fazer uma breve análise da mecânica que
existe por trás de uma adaptação como essa e dar exemplos de como aplicar. Leia até o
fim!
Esta, por sua vez, só pode sugerir ideias visuais de ambientes e paisagens, contando que
a imaginação do leitor as preencha com suas próprias vivências pictóricas.
Então, cada meio tem suas características próprias, o que o torna mais facilmente
adaptável a um certo tipo de história a ser contada. Os quadrinhos, por exemplo, são
imagéticos, mas também dinâmicos. No storyboard (uma espécie de esboço da narrativa
que o quadrinista realiza antes de começar a desenhar a obra propriamente dita) são
decididos os recursos visuais de que se vai lançar mão para contar a história.
ainda que se trate de uma mesma história, é impossível que essa narrativa seja
idêntica em todos eles.
Seguindo a lógica da adaptação entre mídas, um livro pode ser transformado em filme,
uma história em quadrinhos pode servir de inspiração para um ensaio fotográfico e assim
por diante. O que importa é que haja uma narrativa e que, em essência, ela seja
mantida quando for realizada a transposição entre as mídias.
A narrativa transmídia no cinema vai além da adaptação fílmica. Ela recorre a vários meios
para contar uma mesma história, que pode começar em um filme, passar por uma série e
terminar nos quadrinhos.
O cinema produzido nos dias atuais, mesmo aquele mais notadamente comercial, criou
uma demanda no público. As pessoas se envolvem com seus protagonistas e
antagonistas em níveis mais profundos que antigamente, muito em função do
momento efusivo que vivem as séries produzidas por serviços de streaming, como a
Netflix e a Amazon Prime Vídeo.
Assim, o expectador do século XXI é muito mais paciente com as narrativas que
consome e o tempo de duração delas. Como decorrência disso, ele também passa
muito mais horas assistindo ficção na televisão ou cinema do que acontecia em outras
épocas.
No passado, filmes com mais de três horas de duração, como é o caso da trilogia O
Poderoso Chefão, por exemplo, eram consideradas obras de fôlego. Hoje, boa parte das
séries mais assistidas contam com cerca de 30 episódios de uma hora cada, em média.
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Há outras maneiras menos comerciais de aplicá-la, mas é bom ressaltar que a narrativa
transmídia exige um pacto ficcional profundo. Afinal, ela costuma propor histórias longas e
esmiuçar detalhes que as narrativas comuns deixam passar despercebidos.
Observada essa ressalva, não é exagero dizer que não há limites para a aplicação da
narrativa transmídia. Ela depende apenas de um trabalho cuidadoso e criativo da equipe
de roteiro, antes de mais nada.
“Uma história transmídia desenrola-se por meio de múltiplas plataformas de mídia, com
cada novo texto contribuindo de maneira distinta e valiosa para o todo. Na forma ideal de
narrativa transmídia, cada meio faz o que faz de melhor — a fim de que uma história
possa ser introduzida num filme, expandida pela televisão, romances e quadrinhos; seu
universo possa ser explorado em games ou experimentado como atração de um parque
de diversões.”
Logo, para que ela funcione é necessário, antes de tudo, planejamento. O sucesso desse
tipo de estratégia consiste em desdobrar uma história em várias partes e, com base na
natureza de cada uma dessas partes, escolher a melhor mídia para representá-la.
Suas possibilidades práticas são muitas: ela pode subsidiar uma campanha publicitária que
se desenvolve em textos, imagens e vídeo, por exemplo.
Esse tipo de narrativa deve ser planejada, como dissemos acima. Isso porque ela envolve
profissionais de diversas áreas, trabalhando em uma perspectiva multidisciplinar.
Então, o mais difícil não é pensar o que vai acontecer e em que meio artístico,
mas certificar-se de que haja uma coerência estética entre as partes, coisa que só
acontece com uma equipe muito integrada.
Isso pode ser conseguido quando o roteiro ou, pelo menos o brainstorming que dará
origem a ele, for elaborado em grupo. Se não for possível juntar toda a equipe,
experimente marcar reuniões setoriais com todos os roteiristas envolvidos, permitindo que
eles discutam detalhes e conceituações importantes para a coerência da trama como um
todo.
Outro ponto importante é uma revisão atenta para evitar furos no roteiro. Muitas
narrativas transmídia envolvem lapsos temporais, como quando troca-se de mídia e volta-
se no tempo para contar a história de algum personagem ou uma sequência de
acontecimentos que levou a uma decisão importante de um deles.
Mesmo que grandes audiências sejam relativamente tolerantes com furos no enredo, a
ausência deles quase sempre é o que diferencia um bom filme de uma obra memorável.
Uma narrativa transmídia bem fechada prende a atenção das pessoas e as conquista como
nenhum outro recurso técnico cinematográfico.
O início de suas atividades data da primeira metade do século 20, mais especificamente
do ano de 1939. Ao que tudo indica, daqui a 19 anos, a Marvel deve comemorar seu
centenário em grande estilo, como uma das maiores e mais revolucionárias produtoras de
conteúdo de todos os tempos.
E a que se deve o estrondoso sucesso da adaptação fílmica que a editora fez dos seus
quadrinhos para o cinema? Em parte, a uma utilização consciente e muito bem
planejada do conceito de transmídia.
descritos nos filmes e suas consequências, o que torna difícil dizer exatamente quantas
publicações e outras obras secundárias estão incluídas.
Várias são as análises de críticos conceituados que afirmam que a narrativa transmídia
foi o grande trunfo da Marvel e da Disney — empresa que adquiriu os direitos da
Marvel Entertainment Group, braço da editora fora do mundo dos quadrinhos — para
chegar a tantos fãs antigos e, ao mesmo tempo, fidelizar novos espectadores.
É curioso notar como apreciadores de quadrinhos muito exigentes com as histórias que
leram na juventude e um público até certo ponto leigo coexistem muito facilmente nas
salas de cinema da Marvel, sem que nenhum dos dois tipos se desinteresse pelos filmes.
A Saga do Infinito apostou em uma fórmula interessante para conseguir esse feito: a
criação de obras que se completam mutuamente, mas que, separados, têm existência
própria. Então, é possível compreender as histórias em uma perspectiva macro (o duelo
dos heróis contra o vilão Thanos) ou micro (suas origens e dificuldades locais).
Passagens que poderiam causar confusão, se utilizadas no meio dos longas (afinal, nem
todos os espectadores estavam familiarizados com a saga em sua extensão) passaram a
ser exibidas depois de terminados os filmes.
Tomado em conjunto, o faturamento dos filmes da Casa das Ideias é algo sem
precedentes na história do cinema ou na indústria do entretenimento em geral. Embora
alguns filmes tenham sido questionados isoladamente, é incontestável o sucesso da ideia
de narrativa transmídia aplicada à trama, naquela que foi a mais ousada aplicação do
conceito já vista.
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