Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A decisão que certifica o direito do credor a uma prestação (fazer, não-fazer, entrega de
coisa ou pagamento de quantia) deve conter pronunciamento sobre: a) o an debeatur
(existência da dívida); b) o cui debeatur (a quem é devido); c) o quis debeat (quem
deve); d) o quid debeatur (o que é devido); e) nos casos em que o objeto da prestação é
suscetível de quantificação, quantum debeatur (a quantidade devida).
CONCEITO DE LIQUIDAÇÃO
Quanto é ilíquida, uma decisão precisa ser liquidada para poder ser título que
fundamente a execução.
Nas execuções para entrega de coisa e para satisfação de fazer ou não fazer,
fundadas em título executivo extrajudicial, é possível que a prestação especifica seja
convertida em prestação pecuniária, sendo que a conversão pode ocorrer tanto no
início como no curso do processo de execução, em qualquer um dos casos as perdas
e danos devem ser apuradas mediante liquidação.
A FASE DE LIQUIDAÇÃO
O PROCESSO DE LIQUIDAÇÃO
A regra é a liquidação como fase do processo; mas é possível que ela seja buscada por
meio de processo autônomo.
Nesses casos, ou não há processo anterior no qual seja possível instaurar-se uma fase de
liquidação ou, mesmo havendo um processo anterior, nele não é possível instaurar-se
essa fase de liquidação.
Aplica-se por analogia, o regramento previsto para fase de liquidação, mas tem a
necessidade de instauração de um processo autônomo e haverá a citação do demandado.
A LIQUIDAÇÃO INCIDENTAL
Esse tipo de liquidação, ocorre por exemplo, na execução para entrega de coisa ou de
obrigação de fazer ou de não fazer, se não for possível ou inútil, fazendo necessário a
conversão em prestação pecuniária.
Tanto o credor como o devedor têm legitimidade para requerer a liquidação. O juiz não
a pode deflagar de ofício.
Quanto se tratar de processo autônomo de liquidação, aplica-se o inciso III do art. 516
“o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de
sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal
Marítimo”.
A sentença arbitral, que se caracteriza como título executivo judicial, é proferida pelo
árbitro/tribunal arbitral, mas executada por um juízo estatal. O cumprimento de sentença
há de ser proposto perante um juízo estatal.
a) Não importa que o recurso tenha ou não efeito suspensivo: é possível liquidar a
decisão judicial, enquanto pendente qualquer recurso contra a decisão
liquidanda.
b) O legislador fala em “recurso”, sem especificar.
c) O requerimento de liquidação de sentença, na pendência de recurso, é incidente
processual que possui autos próprios, devem constar cópias da petição inicial, da
decisão liquidanda e das procurações outorgadas aos advogados de ambas as
partes.
d) Eventual acolhimento do recurso pendente, com a consequente anulação ou
reforma total da decisão liquidanda, esvaziará o conteúdo da liquidação, que
perderá o seu objeto.
Liquidação de decisão que contém parte líquida e outra ilíquida: é possível ao credor
promover, simultaneamente, a liquidação do capítulo ilíquido e a execução do
capítulo líquido, devendo ser feita liquidação em autos apartados.
PRESCRIÇÃO E LIQUIDAÇÃO
STJ vem entendendo que não se pode falar em prescrição quando há demora de
deflagrar a liquidação, porque o prazo de prescrição executiva somente tem início
com a trânsito em julgado da decisão que liquida a obrigação.
A COGNIÇÃO NA LIQUIDAÇÃO
ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO
Súmula 344 do STJ “a liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não
ofende a coisa julgada”.
De acordo com o art. 509, I, do CPC, deve-se optar por esse tipo de liquidação sempre
que:
Fato novo é aquele relacionado com o valor, com o objeto ou, eventualmente, com
algum outro elemento da obrigação, que não foi objeto de anterior cognição na fase ou
no processo de formação do título, sendo fato que ainda não foi discutido no processo,
ainda que anterior à decisão liquidanda.
Submetem-se também à liquidação pelo procedimento, para que possam ser executados,
a sentença penal condenatória, o acórdão que julga procedente revisão criminal e a
decisão que certifica direitos individuais homogêneo, vez que ai, necessariamente, serão
imprescindíveis a alegação e a prova de fatos novos.
A liquidação, nesse caso, pode desenvolver-se como uma fase do processo ou como
processo autônomo.
Tem suas próprias regras, devendo aplica-se o procedimento previsto nos arts. 534 e
535 do CPC.
O parágrafo único do art. 1.015 do CPC dispõe que cabe agravo de instrumento das
decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença. O mesmo vale,
para o processo autônomo de liquidação e para as decisões interlocutórias na liquidação
incidental.