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FICHA TECNICA Tle Dione de Hint aT Repiblicr de Repoblicaniso, Volume H-F-M Cooder cei warepuas Pires Justa de Hsia Contrparina da Univer Now de Lisboa) Cris Cordeiro (Cervo de Enudor Caspr Frtuos a Unies David Luna de Cavato (Cent de Eades Hsia Contepor niin da Uveidadede Lshos) lade do Age) sdoISCTE) Ereesto Caso Leal(Cenie de alee Adega Fonsece(NICPRI Mal Lo lta de Hise Conte aUniveriide do Por) sas Femarda ll (tngo de Hira Canerprtsa da Usivesdade Nord ito a Universidade Cutston Peru) ‘Nick de Fvestiapo em Circa Pelt RelagtesIneracorals) pores da Uaivesiade Novade sho Facade e etas Paulo Ponies (Ceru de Estudos de Misti Religie [Rei Ramos lone de Cites Soca) Vaor Neto (Genco de ExudorInerdisilnae do Séeulb XX ds Universidad & Coin c ‘Muda Fernanda Rll ante de eras getal inst Comtemporinca da sive Novede Lsbs) “EdgioAvsnblea da Repl Divie de Bites enna tne Avena Repth - Divo Eis (Conesgto Cte, Fenandn Segui, ‘Dias, Nona Bernardo, Pasi Crespo, Soran Oise, Tes Fonsee) Marie daL Capa design Nuno Tindeo aging epré-inprestoTestypee Ana Rite Chala Arner Rano Neves Lda ‘Tivagem 600 exemplars ISHN 978-972-556856- bra compet) {SBN 979-972 556 556-2 (some) Dept ga 36658615, sho ab 2014 © Avena ds Repiin esrvoen no tros do tig 2a #282008, de 30 dein Discos srvwputaeato gt Social onal, storia sles] FUTURISMO, Em 1909, poucas semanas depois de 0 Manifesto futurista de Marinetti ser publicado no Le Figaro, 0 josnal Didrio des Arores anunciava o surgimento do movi- mento fururista, publicando o texto de Marinetti ¢ um entrevista do poeta. Contado, ‘esta publieagio passou totalmente despercebida. Em margo de 1915, Aquilino Ribeiro, numa créniea parisiense, anunciou na revista Tustrajdo Portuguesa 0 sucesso obtido pelos pintores italianos em Paris. O texto {01 tlustrado com oito zeprodugoes de Boccioni, Severini e Russolo. Estes primeiros antincios nfo tiveram eco nos pintores Dicis Coox Anal) nei Carle (Cen Divi (Cent Ermey (Cent Held (vic Manu! sti Fecuk| Masia| inst Paulo (Coney RuR| nse] Vitor (Centr Coord Ma lost| Fong Muted posse} Foor 128 | FUTURISMO Portugueses de entiio. No dominio da literatura, Si Carneiro, em Paris, ¢ Fernando Pessoa-Alvaro de Campos, em Lisboa, compuseram textos com influéneias marcada. mente futuristas. O futurismo foi um mavimento artistico e lterivio, que eejeltava 0 moralismo ¢ 0 passado e as suas obras baseavamm-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnoldgicos do final do século XIX. Os primeiros futusistas eure peus exaltavam também a guerra e a violencia. Outas caracterstcas fundamentals do faturismo eram a apologia da méquina, da velocidade, da hiz e da propria sensagig dinamica. Defendiam a libertacio ¢ a exaltasio das energias, do presente e das formas dinimieas produzidas pela civilizagao, refletindo a vida moderna. Sugeriam a alter nncia de planos e a sobreposigio de imagens, ora fundidas, ora encadeadas para dar a nosio de velocidade e cinamismo, Eram apologistas da generalizagfo dos planos em Angulo agudo, mais dinémico, bolindo totalmente os fngulos retos cubistas na orga nizagto espacial, permitindo a sensagio da fragmentaso da luz. Os pintores futurists Uusavam cores muito contrastadas, em composigées violentas e chocantes. O fututisino desenvolveu-se em todas as artes ¢ influenciou diversos artistas que depois fundaram ‘outros movimentos modemnistas. No primeiro manifesto futurista de 1909, uilizavacse 0 slogan Les mots en liberté(sliberdade para 2s palavrass)e tinha-se em conta o design tipogrifico da época, especialmente em jornais e na propaganda. Os artistas abando navam toda a distingao entre arte e design e abragavam a propaganda como forma de comunicasio, Foi um momento de exploragzo da lidico, de inguagem vernactlac, da quebra de hierarquia na tipografia tradicional. As exploragdes dos artistas futuistas tiveram grande impacto no dadaismo, no concretismo, na tipografia modema € no design grifico pés-modemo. A pintura futusista foi explicitada pelo cubismo pela abstragio, mas 0 uso de cores ¢ a sobreposisao das imagens pretendiam dar a idein de dinamica, deformagio e ndo-materializagio por que passam os objetos € 0 esp2s0 quando oconre a asio. O artista futurista nto estava interessado em pintar um auto- ‘mével, mas em captar a forme plistca, a velocidade descrita por ele no espaco. Os seus primeisos seyuidores foram Umberto Boccioni, Carlo Carri ¢ Luigi Russolo, que lanceram um manifesto no Teatro Chiasella, em Tarim, em 8 de margo de 1910, © fiaturismo de Filippo Marinetti prometia um envolvimento na politica da lia, proclamava o fim da arte passada e pugnava pela ode & arte do futuro, Busca tornar a Itlia livre do peso da sua histéria e inseri-la no mundo moderno, A dit mica era 0 centro da arte. © movimento, a velocidade, a vida modema, a violencia, 4s miiquinas ¢ a quebra com a arte do passado eram os principais objetivos do mov mento, Contudo, # I Guerra Mundial ¢ a morte do pintor Boccioni em 1916, ferido no conflto, foram golpes decisivos no movimento futurista que acabou por se dissolve: Entretanto, os faturistas deixaram contribuigdes importantes para a arte do século 2X, seja no futurismo russo, composto por artistas como Malevitch, ou no dadafsmo ‘Também teve grande influéncia para artistas importantes como Marcel Duchamp € Robert Delaunay que representavam 0 movimento que acabaria por marcar os estilos caracteristices dos artistas. Ambos se situaram entre 0s pioneiros a chamar a atengio para a nova vida, para as miquinas. Muitas destasideias jd se encontravam no Mani- festo Faturista de 1909, no qual Marinetti queria «cantar 0 amor do perigo, habita da, energie eda temeridade>. wimobildade pensativa» cpunha o movimeato agessivo, 4 ‘ins6nia febils, Defendia o carter agressvo da obsa de arte pugnava pela eliminssio 4s, e Fernando veias marcada- que sejetava © locidade ¢ nos ‘uturstas euro- ndamentais do pra sensagao das formas eriam a alter fades para dar dos planos era bistas na orge cores fruistas +O faturismo >ois fandaram 19, utilizava-se conta o design, tistas abando- pmo forma de vernacular, da stas futuristas noderna ¢ no abismo e pela dar a ideia de 2s € 0 espago ago. Os seus Rassolo, que de 1910. 12 politica da taro, Buscava mo. A di 1a violénci, vos do movi 1916, ferido se dissolver. fo séeulo X%, 10 dadaismo. Duchamp ¢ car 05 estilos m no Mani- 1,0 habito da o agressivo, a 2 eliminasto FUTURISMO | 129 do tempo e do espago substituidos pelo absoluto e pela eterna velocidade. Glorificava a guerra, o militarism, o patriotism, © gesto destruidor dos Libertario e o desprez0 pela mulher: Propunha a destruicio dos museus, das bibliotecas, das academies de todo 0 tipo, combatia 0 moralismo © o feminismo (MARINETTI, 1909). Defendends uma arte livre © andrquica, capaz de expressar o dinamismo e a enesgia da modetna sociedude industrial, imfuenciow as artes, entre as quaiso teatro. Em 1915, fea apo logia da guerra, tinica higiene do mundo e defendeu a intervenséo italiana na Grande Guerra. Acabaria por se tornar um ativo militant fascist c, em Futuriimo facsme (1924) chegou a afirmar que a ideologia fascista representava uma extensio’ natural clas ideas futuristas. Marinetti morreu em Bellagio, Ilia, em 2 de dezembro de 1944, Sem que tivesse sido um movimento sigaificativo,o fiturismo também encom trou a sua expressio em Portugal, através de intelectuais como Almada Negreiros, Santa-Rite Pintor, Amadeu de Sousa Cardoso e Pessoa-Alvaro de Campos. Na ver, dade, 0 cilebre Manifesto ce 1909 de Marinett, no qual o poeta pré-fascist fazia a apologia da guerra, scrviu de suporte tedrico a Almada e as alus6es que Santa-Rita Amadeu tinham trazido nas suas bagagens patisienses. Guilherme de Santa-Rita eva bolsiro de Belas-Artes, em Paris (1912), posifo que perdeu em setembro deste ano, devido as suas ideias monirquicas que o levaram a entrar em confito com o embai xador republicano Joao Chagas. Com apenas 23 anos de idade, Santa-Rita viw « xposisio dos fururistasitalianos e aderiu a9 movimento. Sa Carneiro eacrevia de Paris sobre o pintor de 1912 a 1915,a Fernando Pessoa, classfcando-o como «imperialist, saltremonsrquico» e evaidoso», Em 1914, fez dele o personagem Gervisio Vila-Nova, ro romance Coyfste de Lavo, Em setembro de 1914, Santa Rita regressou a Lisbon Propondo-se editar, com procuragio do autor, os manifestos de Marinett. Na capital Portuguesa Santa Rita, seria o motor do movimento futurista portugues. No segundo ruimero (¢ dltimo publicado) da revista Orpheu (1915), apareceram varios trabalhos foturistas de artistas nacionais. O pocma Ode Martina de Fernando Pessoa, publicado ‘na revista, merecen de Sé Carneiro a apreciasio de cobra prima do futurismor, Almada Negrcitos comesara com o seu libelo acusativo no célebre Monifiste dnti- Dantas de 1915, no qual derrubava 0 academismo literirio, Em abril de 1917, fo! a apresentaso a0 publico portugués, numa sessio realizada as cinco da tarde no Teatro Republica (hoje Sao Lu), ntiulada «l Conferéacia Futuriste, sob a responsabilidade de Almada Negeeitos. A sessio foi constituida por trés partes ou trés leituras: o Manifesto tnico de maio de 1912 ura sidonista, uma 2 que eliminasse 9 % do completo da como Monar- ovo seria relegado +8 do momento» brento do Super 9). Por seu lado, +,emancipado da la de agitagio, atomével (..),0 ségrafo, 0 2er0~ ista era va tnica “0, sem a forma + todos os dese- chorar e sofie, essivo, Quem democracia e x». Nesta nha idade; a guerra nici.» Ora esta va patria nio Suturisia como de Marinett, FUTURISM | 131 ada seeod, existe um fndo nitzscheano a visto do anand de Alma Bees ree va cos Provocador. Como Joio Gaspar Simges scentuou, PFialas ides que Almas expert nn nn emaneee oo ° 8 guerra, o patrotismo, 4 demowaci ¢ 0 principio da pa comegram a germinayporgac ee He Yam no ae porque a condisespltico-yocias do mundo ort fanaa oe Sto fo qu seta conduro em Ia por Muslin, o pate ne res ingieso de Masinets finda do farsmo, na Academia Talia Gross fons Kis morte de Sana-Rie ¢ Amato ee Sen ee em 1918 e a paride de Almata para Pacis, o movimento finuita portugés enton en dor ‘Alias nos infios do sdonismoe durante a Grande Gurney iis flo- Sis de Nevachec ext de Marin fram nds por Aad Neng einfleniro a ua tajern areca que sed colocada a thine te Bae Nesconfertcis Dirsio Unica e Ante ¢ Artista, ealadas non cede hoax 1230 en Lisboa ¢ Coimbra, revlaa a sua concordincia com ts passers acct Gury pibbment por Sata as etevises« Antnio Rena Atanas Hy pts do Estado Now e qu ndo se cingia 3 conser ce nce, Bebo gus pensva tab na ere vive, Slee egua Maat eee SH Ofto pt existence jovens atts ene os quai eoava tations ten pea il 2 ncio que a autiddes classe, O que oder en BF Pirtenda er integrar o moderismo e, sbreido, 0 turns seve ee SURI Se ceo promover Da ‘ast do Seer eens Nesionyl (Ge) em 1933, 0 qual seca drigido como se ube, por Aver Ne motena de exremacinite nt alia do 202 stv do Orpen Feaeadcn its de rneeno Maier ft, Alan renfomata ge ee Fraena 2 boets Portgale também Portuguese no aco de ae ree Baal Nope eee ope. Ent os tabalon ects per Aled A NO mencionemos a produgto do cart aloo us picket maiso de Fe ns va Contino, A mama tenes epontladn i chaeto ne Fee seh ight Almads no trabalho de predogto editorial de loner cece Be Consett 1384 8 propésito da elias das sts de Tiss Poe en Csinntt Pisaram a encomendar a Almada ao longo das décader oe age 1960, Ua ris de dives costes Sites do cater naanal uc ect oy para sta, que o premiaria com Fiedan,cneomendas ptblicis, tes como os edlebres ean Acie Maritima de Aldivers, 1943-1045, e que culminatiam com os reece Faculdade de Citncias ¢ Sclogia da Universidade de Coimbra, em 1969, com econhecimentos oficiais, Fiblioprafas CATROGA, Fernando © CARVALIO, Palo A. Mt Archer de, Soriedade ¢ Calan Petguie I Lisboa, Univesidade Aber 199%; too in hutpsrwnpitoresco, Nong oct sismor SOUSA Jonge Pas de, Guerre Necro IRepitiea ena Btads Bean # Demacaciae a Dita Vol, Comins Pee de Letras, 2008 (dissertagao SEdoutoremento mimeogratsda), [Vitor Neto]

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