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PESQUISA E PRÁTICA

PEDAGÓGICA

Prof.ª Mary Stela Surdine

4ª Aula- 07/04/2021

Tema: Avaliação na Prática e seus Instrumentos


Objetivo da aprendizagem: Refletir de forma crítica a prática da
avaliação, reconhecendo a avaliação como parte do processo de ensino
aprendizagem.

Mais um “PDFzinho” para nossa semana e para não perder o costume vamos
relembrar o que vimos até agora:

Já falamos de didática e cotidiano escolar


na 1ª aula, formação de professor na 2ª
aula e na terceira aula enfatizamos
metodologias ativas. Agora abordaremos
Avaliação. Partiu aprender mais um
pouquinho?
A avaliação tem um sentido filosófico que remente a uma tomada de decisão,
afinal de que lado está? Porque se defender uma educação que mantenha o
status quo, a avaliação servirá para selecionar os sujeitos para assumirem as
posições predeterminadas, mas, se acreditar numa avaliação que democratize
o conhecimento, pensará em práticas que favoreçam as aprendizagens e
combatam o fracasso escolar. Entre
essas duas lógicas, a avaliação
assume algumas funções: a
somativa, a diagnóstica e a
formativa. Tudo vai depender do tipo
de educação que acredita para
conduzir suas práticas.
Pensar avaliação, primeiramente,
significa refletir sobre a filosofia de
educação que se adotará, pois se a
escola estiver a serviço da
manutenção do sistema, ações como
classificar e reprovar são
condizentes, mas, por outro lado, se
acredita na democratização da
sociedade e da escola, a avaliação
não pode ser um mecanismo de expulsão dos alunos. Educação não é neutra.
Avaliação não é neutra. O ato de avaliar é um movimento político, ou seja, de
escolha, de que tipo de educação se acredita e sustenta a prática.

Para começar nossas reflexões acerca de avaliação vamos a uma perguntinha


simples:

Para que serve a avaliação?

Essa é uma pergunta para iniciar a reflexão. Porque, quando se pensa a


serviço de que ou de quem está a avaliação, se está analisando seus fins, que
designam determinados movimentos para serem atingidos. A avaliação pode
servir para o controle ou para a emancipação dos sujeitos. Quando se fala de
controle, se está
dizendo que a avaliação por um método de exclusão/inclusão designa o filtro
daqueles que servem para determinadas funções no sistema e os que servem
para outras funções no sistema.
A avaliação, nesse sentido, serve para a manutenção do status quo. Não há
mudança. O que está instituído pelo sistema capitalista reflete na escola e
ponto final. E toda a exclusão imposta por esse sistema, cujo instrumento pode
ser a própria avaliação, é naturalizada pela sociedade e até mesmo pela
escola.

Você Sabia?
Status quo é um termo em latim, muito difundido pelo educador
Paulo Freire ao questionar a relação entre opressor e oprimido.
Significa o “estado atual”. Então, quando Paulo Freire utilizava
esse termo, o “estado atual” que questionava era o que
representava o sistema vigente, ou seja, o sistema capitalista.

A avaliação serve para manter o status quo, como também serve para romper
o status quo. Quando se pensa em rompimento, se está colocando a avalição a
serviço da democratização do ensino. Se a escola é universal, a avaliação
deveria estar ajudando os alunos a permanecerem nela, e não se evadindo,
abandonando ou interrompendo seu ciclo de escolaridade.
O que se percebe são práticas escolares que consideram a reprovação algo
natural, ao se observar as intenções que estão por detrás dessas práticas.
Acredite ou não, ainda há histórias
circulando de professor que faz prova para
reprovar mesmo. É escola que está no
ranking de boas e más aprendizagens e
coloca os alunos em situações
vexaminosas, como um mecanismo de
punição, que muitas vezes condicionam
uma expulsão não percebida.
O tempo escolar, nessa direção, pode ser
um inimigo da democratização do ensino.
Porque a escola, como instituição, sinaliza
um tempo escolar que não respeita as
diferentes pessoas, percursos, vidas, que
estão presentes na sociedade.
Quando você define sua posição perante o ensino, sua didática, sua
concepção de educação e, consequentemente, de avaliação, você está
colocando a sua prática pedagógica a favor ou contra a manutenção do status
quo, se posicionando em relação à lógica que está presente na concepção de
avaliação. Além de se perguntar “para que

serve a avaliação”, outras perguntas se tornam pertinentes, como “o que


avaliar” e “como avaliar” a partir dos princípios filosóficos que regem a sua
posição como profissional da educação.
Parem pra pensar agora!
Quando uma escola avalia os alunos constantemente e exige a
memorização do conhecimento, é vista como uma escola de excelência.
Muitos pais já perguntam pelas provas quando matriculam seus filhos e
pensam que esta sim é uma boa escola porque tem muitas provas e
reprova muitos alunos. Se reprova é porque é de alto nível. Mas, fica a
questão, será que os alunos estão, de fato, aprendendo?

Vejam esse exemplo:

Numa reunião, a mãe perguntava à pedagoga por que o filho tinha


tanta tarefa. A pedagoga disse que, antes de respondê-la, queria
saber por que a mãe tinha escolhido aquela determinada escola. A
mãe disse que aquela escola foi escolhida porque era uma escola de
excelência. Foi indagada novamente: “O que é uma escola de
excelência?”. E a mãe disse que era escola que preparava para o
vestibular, ou seja, a mãe, embora questionasse o volume de
atividade, tinha, unicamente, o desejo da preparação para o
vestibular e na preparação para a “vida”, que incluiria o vestibular
desejado, mas, não somente. O debate rendeu uma ampla discussão
entre pedagoga, professores e pais, sobre o papel da escola na
sociedade.

Mudanças são necessárias! Esse tipo de pensamento imperou durante anos,


principalmente nos séculos que sucederam a criação da escola que se
conhece. Essa lógica não se encaixa mais com a sociedade atual. Que lógica,
portanto, seria a ideal? Ao se pensar sobre isso, o caminho é contrário, a lógica
seria potencializar as aprendizagens, trazê-las para dentro da escola, então a
avaliação não seria mais a “monstra” do processo. Faria parte, levando a
práticas que conduzissem ao sucesso escolar dos alunos. Está se colocando
aqui a avaliação sob, prioritariamente, duas lógicas, que representam a
exclusão ou a

inclusão dos alunos. Uma forma mais simplificada de analisar a avaliação à luz
dos condicionantes sociológicos.
Nessa direção, Perrenoud (2007) afirma que a avaliação transita em duas
lógicas. Uma lógica classificatória, que seleciona os alunos, distinguindo quem
aprendeu e quem não aprendeu e, assim, mantendo as condições impostas
pelo sistema. Essa lógica é bem conhecida, enfatiza, principalmente, o uso de
provas como únicos instrumentos de avaliação, que recai numa medida (a
nota) e que classifica alunos “bons” e alunos “ruins”. E uma outra lógica, a
formativa, que observa o processo e pensa em intervenções para que os
alunos aprendam. Essa lógica é um grande desafio, pois se está acostumado
com a lógica classificatória e se considera “normal”, frente às condições atuais
da sociedade. Nessa lógica, a formativa, o processo e o acompanhamento dele
são instrumentos importantes para que essas intervenções sejam possíveis.
Percebe-se no cotidiano, mesmo após os anos 2000, que a lógica de avaliação
predominante ainda é a lógica classificatória, mas tentativas têm sido
realizadas buscando romper essa lógica.

Fique muito atento agora!!!

As Concepções de Avaliação são essas aqui:

Desde os anos 1970, muitos estudos têm sido realizados sobre a avaliação.
Bloom (1993) diz que é possível se pensar em três funções da avaliação.
Uma função diagnóstica, que analisaria as condições de aprendizagem reais e
já construídas dos alunos. Uma segunda função denominada formativa, que
regula as aprendizagens. Uma terceira função que chama de somativa, que
está associada ao acúmulo de conhecimento, somar é a mesma coisa que
acumular.
Ficou mais fácil pensar nos questionamentos para o trabalho agora! Mas não
se limite apenas a esse material. Complemente seu estudo com outros
materiais, aproveite a biblioteca virtual, invista no seu acervo pessoal e dê
qualidade ao seu trabalho! É muito importante pensar “fora da caixa”, ampliar
seu conhecimento. E não esquece de dar aquela passadinha em “Vídeo
Complementar” pra saber da tarefa do fórum. Grande abraço e contem
comigo!!!!

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