PA R T Í C U L A S E
CONSERVAÇÃO DA
QUANTIDADE DE
MOVIMENTO LINEAR
Curso: Licenciatura em
Física
Disciplina: Mecânica II
Módulo:III
Pr o f e s s o r : Pe d r o Fe i t o s a
1. O Centro de Massa
5. Colisões
1. O Centro de Massa
O movimento de qualquer corpo ou sistema de
partículas pode ser descrito em termos do movimento
do centro de massa superposto ao movimento das
partículas individuais do sistema relativamente ao
centro de massa. Considera-se, inicialmente, um
sistema simples de duas partículas com movimento
unidimensional (Figura 1). Se duas partículas pontuais
com massas 𝑚1 e 𝑚2 têm coordenadas 𝑥1 e 𝑥2 sobre o Fonte: Tipler; Mosca, 2012, p. 146.
eixo 𝑥, então a coordenada do centro de massa, 𝑥𝑐𝑚 , é Figura 1. Centro de massa de duas partículas com movimento
unidimensional.
definida por
𝑀𝑥𝑐𝑚 = 𝑚1 𝑥1 + 𝑚2 𝑥2 (1)
𝑀𝑥𝑐𝑚 = 𝑚1 𝑥1 + 𝑚2 𝑥2 + 𝑚3 𝑥3 + ⋯ 𝑚𝑁 𝑥𝑁 = 𝑚𝑖 𝑥𝑖 (2)
𝑖
Na notação vetorial, 𝑟Ԧ𝑖 = 𝑥𝑖 መi + 𝑦𝑖 መj + 𝑧𝑖 k é o vetor posição da 𝑖-ésima partícula. O vetor posição do centro de massa,
𝒓𝒄𝒎 , é definido por
𝑀𝑟Ԧ𝑐𝑚 = න 𝑟𝑑𝑚
Ԧ (5)
Resolução
Figura 3. Exemplo 1.
𝑥2,𝑐𝑚 = 0,7 𝑚, 𝑦2,𝑐𝑚 = 0,5 𝑚
Vamos calcular as áreas da parte 1 e da parte 2:
𝐴 = 𝐴1 + 𝐴2 = 0,36 𝑚2
As relações de áreas são, então
𝐴1 0,32 𝑚2 8 𝐴2 0,04 𝑚2 1
= = = =
𝐴 0,36 𝑚2 9 𝐴 0,36 𝑚2 9
𝐴1 𝐴2 8 1
𝑥𝑐𝑚 = 𝑥 + 𝑥 = 0,4 𝑚 + 0,7 𝑚 ≅ 0,433 𝑚
𝐴 1,𝑐𝑚 𝐴 2,𝑐𝑚 9 9
𝐴1 𝐴2 8 1
𝑦𝑐𝑚 = 𝑦1,𝑐𝑚 + 𝑦2,𝑐𝑚 = 0,2 𝑚 + 0,5 𝑚 ≅ 0,233 𝑚
𝐴 𝐴 9 9
Obtenção do Centro de Massa por Integração
𝑀𝑟Ԧ𝑐𝑚 = න 𝑟𝑑𝑚
Ԧ = න 𝑥መi 𝑑𝑚
Os limites da integração são de 0 e 𝐿. A taxa 𝑑𝑚Τ𝑑𝑥 Figura 4. Obtenção do centro de massa de uma barra esbelta
representa a massa por unidade de comprimento 𝜆, uniforme.
assim, 𝑑𝑚 = 𝜆𝑑𝑥:
𝑀𝑟Ԧ𝑐𝑚 = መi න 𝑥 𝑑𝑚 = መi න 𝑥𝜆 𝑑𝑥
0
Sendo a barra uniforme, 𝜆 é constante e igual a 𝑀Τ𝐿. Assim,
𝐿
1 𝑥21 𝑀 𝐿2
𝑟Ԧ𝑐𝑚 = መi 𝜆 อ = መi
𝑀 2 𝑀 𝐿 2
0
1
𝑟Ԧ𝑐𝑚 = 𝐿መi
2
Aro Semicircular
𝑑𝑚 = 𝜆𝑑𝑠 = 𝜆𝑟𝑑𝜃
𝑟2 𝜋
𝑟Ԧ𝑐𝑚 = න cos 𝜃 መi + sin 𝜃 መj 𝜆𝑑𝜃
𝑀 0
Uma vez que o aro é uniforme, sabe-se que 𝜆 = 𝑀Τ𝜋𝑟, onde 𝜋𝑟 é o comprimento do semicírculo. Então,
𝜋
𝑟 𝑟 𝜋
𝑟Ԧ𝑐𝑚 = መi න cos 𝜃 𝑑𝜃 + መj න sin 𝜃 𝑑𝜃
𝜋 0 𝜋 0
𝑟 𝜋 𝑟 𝜋 2𝑟
𝑟Ԧ𝑐𝑚 መ ቚ መ
= i sin 𝜃 − j cos 𝜃 ቚ ⟹ 𝑟Ԧ𝑐𝑚 = መj
𝜋 0 𝜋 0 𝜋
2. O Movimento do Centro de Massa
Será mostrado que, em geral, a aceleração do centro de massa de um sistema de partículas é igual à força
externa resultante atuante sobre o sistema dividida pela massa total do sistema. Para obter a aceleração do
centro de massa, determina-se, inicialmente, a velocidade por derivação da Equação (4) em relação ao tempo:
De acordo com a segunda lei de Newton, 𝑚𝑖 𝑎Ԧ𝑖 é igual ao somatório das forças atuantes sobre a 𝑖-ésima partícula;
assim,
𝑚𝑖 𝑎Ԧ𝑖 = 𝐹Ԧ𝑖
𝑖 𝑖
onde o termo da direita é o somatório de todas as forças atuantes sobre cada uma das partículas do sistema.
Algumas dessas forças são internas (exercida por alguma partícula do sistema sobre outra partícula do sistema) e
outras são externas (exercidas sobre uma partícula do sistema por uma partícula de fora do sistema). Assim,
𝐹Ԧ𝑖,𝑖𝑛𝑡 = 0
𝑖
assim,
O centro de massa de um sistema se move como uma partícula de massa 𝑀 = σ 𝑚𝑖 sob a influência da força
externa resultante atuando sobre o sistema.
3. Conservação da Quantidade de Movimento
Linear
A quantidade de movimento linear 𝑝Ԧ de uma partícula é uma grandeza vetorial que pode ser imaginada como
uma medida do esforço necessário para levar uma partícula até o repouso. Ela é definida como o produto de
sua massa pela velocidade:
𝑝Ԧ = 𝑚𝑣Ԧ (9)
A segunda lei de Newton pode ser descrita em termos da quantidade de movimento de uma partícula.
Derivando a Equação (9) em relação ao tempo, obtém-se
𝑑 𝑝Ԧ 𝑑(𝑚𝑣)Ԧ 𝑑 𝑣Ԧ
= =𝑚 = 𝑚𝑎Ԧ
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
Assim,
𝑑𝑝Ԧ
𝐹Ԧ𝑟𝑒𝑠 =
𝑑𝑡
Logo, a força resultante atuando sobre uma partícula é igual à taxa temporal de variação da quantidade de
movimento linear da partícula.
A quantidade de movimento total 𝑃𝑠𝑖𝑠 de um sistema de partículas é igual ao somatório das quantidades de
movimento individuais das partículas:
𝑑𝑃𝑠𝑖𝑠 𝑑 𝑣Ԧ𝑐𝑚
=𝑀 = 𝑀𝑎Ԧ𝑐𝑚
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Porém, de acordo com a segunda lei de Newton (Equação 8),𝑀𝑎Ԧ𝑐𝑚 é igual à força externa resultante atuando
sobre o sistema. Assim,
𝑑𝑃𝑠𝑖𝑠 (11)
𝐹Ԧ𝑒𝑥𝑡 = 𝐹Ԧ𝑟𝑒𝑠,𝑒𝑥𝑡 =
𝑑𝑡
𝑖
Quando a força externa resultante que atua sobre um sistema de partículas permanece nula, a taxa de variação
da quantidade de movimento total permanece nula e a quantidade de movimento total do sistema permanece
constante:
𝑃𝑠𝑖𝑠 = 𝑚𝑖 𝑣Ԧ𝑖 = 𝑀𝑣Ԧ𝑐𝑚 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ⟹ 𝐹Ԧ𝑟𝑒𝑠,𝑒𝑥𝑡 = 0 (12)
𝑖
1 1
𝐾 = 𝐾𝑖 = 𝑚𝑖 𝑣𝑖2 = 𝑚𝑖 𝑣Ԧ𝑖 ∙ 𝑣Ԧ𝑖
2 2
𝑖 𝑖 𝑖
De modo geral, Se uma partícula se move com velocidade 𝑣Ԧ𝑝𝐴 em relação ao sistema de referência 𝐴 que, por
sua vez, se move com velocidade 𝑣Ԧ𝐴𝐵 em relação ao sistema de referência 𝐵, a velocidade relativamente ao
sistema 𝐵 é expressa por
𝑣Ԧ𝑖 = 𝑣Ԧ𝑐𝑚 + 𝑢𝑖
Assim,
1 1
𝐾 = 𝑚𝑖 𝑣Ԧ𝑖 ∙ 𝑣Ԧ𝑖 = 𝑚𝑖 𝑣Ԧ𝑐𝑚 + 𝑢𝑖 ∙ (𝑣Ԧ𝑐𝑚 +𝑢𝑖 )
2 2
𝑖 𝑖
1
𝐾= 2
𝑚𝑖 (𝑣𝑐𝑚 + 2𝑣Ԧ𝑐𝑚 ∙ 𝑢𝑖 + 𝑢𝑖2 )
2
𝑖
1 1
Ԧ𝑐𝑚 ∙ 𝑚𝑖 𝑢𝑖 + 𝑚𝑖 𝑢𝑖2
2 +𝑣
𝐾 = 𝑚𝑖 𝑣𝑐𝑚
2 2
𝑖 𝑖 𝑖
onde o termo do meio dessa equação 𝑣Ԧ𝑐𝑚 foi fatorado da soma, uma vez que é o mesmo para cada termo da
soma (não varia de partícula para partícula). A quantidade σ 𝑚𝑖 𝑢𝑖 é a quantidade de movimento total do sistema
em relação ao centro de massa. Essa quantidade, que é igual a 𝑀𝑢𝑐𝑚 é necessariamente nula (em relação ao
centro de massa, a velocidade do centro de massa 𝑢𝑐𝑚 é nula). Assim,
1 1 1
2 + 𝑚 𝑢 2 = 𝑀𝑣 2 + 𝐾
𝐾 = 𝑚𝑖 𝑣𝑐𝑚 (13)
2 2 𝑖 𝑖 2 𝑐𝑚 𝑟𝑒𝑙
𝑖 𝑖
onde 𝑀 é a massa total e 𝐾𝑟𝑒𝑙 é a energia cinética das partículas em relação ao centro de massa.
5. Colisões
Em uma colisão, dois corpos se aproximam e interagem fortemente durante um curto intervalo de tempo.
Durante o curto tempo da colisão, quaisquer forças externas sobre os dois corpos são, usualmente, muito mais
fracas do que as forças de interação entre eles. Assim, os corpos que colidem podem ser tratados, usualmente,
como um sistema isolado durante a colisão. Durante a colisão, as únicas forças significativas são as forças in-
ternas de interação, que são iguais e opostas. Como resultado, a quantidade de movimento é conservada. Isto é,
a quantidade de movimento total do sistema no instante antes da colisão é igual à quantidade de
movimento total no instante após a colisão. Adicionalmente, o tempo de colisão é usualmente tão curto que
os deslocamentos dos corpos durante a colisão podem ser desprezados.
Quando a energia cinética total do sistema de dois corpos é a mesma antes e depois da colisão, a colisão é
chamada de colisão elástica. Caso contrário, ela é chamada de colisão inelástica. Um caso extremo é o da
colisão perfeitamente inelástica, durante a qual toda a energia cinética em relação ao centro de massa é
convertida em energia térmica ou interna do sistema, e os dois corpos passam a ter a mesma velocidade comum
(com frequência, grudados um ao outro), no final da colisão.
Impulso e Força Média
A Figura 6 mostra a variação com o tempo da amplitude de uma
força típica exercida por um corpo sobre outro durante uma
colisão. Durante o tempo de colisão, ∆𝑡 = 𝑡𝑓 − 𝑡𝑖 , a força possui
uma alta amplitude. Para outros tempos a força é muito menor e,
portanto, desprezível. O impulso 𝐼Ԧ da força é um vetor definido
como
𝑡𝑓
𝐼Ԧ = න 𝐹Ԧ 𝑑𝑡 (14)
𝑡𝑖
A amplitude do impulso da força é igual à área sob sua curva Fonte: Tipler; Mosca, 2012, p. 249.
𝐹 𝑣𝑒𝑟𝑠𝑢𝑠 𝑡. As unidades do impulso são 𝑁 ∙ 𝑠. A força resultante Figura 6. Típica variação da força com o tempo
durante a colisão.
𝐹Ԧ𝑟𝑒𝑠 atuante sobre uma partícula é relacionada à taxa de variação
da quantidade de movimento da partículas através da segunda
lei de Newton:
𝑑𝑝Ԧ
𝐹Ԧ𝑟𝑒𝑠 =
𝑑𝑡
Logo, o impulso da força resultante é igual à variação total na quantidade de movimento ∆𝑝Ԧ durante o intervalo
de tempo:
𝑡𝑓 𝑡𝑓
𝑑 𝑝Ԧ
𝐼Ԧ𝑟𝑒𝑠 = න 𝐹Ԧ𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑡 = න 𝑑𝑡
𝑡𝑖 𝑡𝑖 𝑑𝑡
A Equação (15) é chamada de teorema do impulso-quantidade de movimento para uma partícula. Também,
o impulso resultante sobre um sistema, causado pelas forças externas que atuam sobre o sistema, é igual à
variação da quantidade de movimento total do sistema:
𝑡𝑓
𝐼Ԧ𝑟𝑒𝑠,𝑒𝑥𝑡 = න 𝐹Ԧ𝑟𝑒𝑠,𝑒𝑥𝑡 𝑑𝑡 = ∆𝑃𝑠𝑖𝑠 (16)
𝑡𝑖
A força média correspondente a um intervalo de tempo ∆𝑡 = 𝑡𝑓 − 𝑡𝑖 é definida como
1 𝑡𝑓 𝐼Ԧ
Ԧ Ԧ
𝐹𝑚é𝑑 = න 𝐹 𝑑𝑡 = (17)
∆𝑡 𝑡𝑖 ∆𝑡
A força média é a força constante que fornece um impulso igual ao da força real no intervalo de tempo ∆𝑡,
conforme ilustrado pelo retângulo mostrado na Figura 6.
Colisão Elástica em um Dimensão
Considere um corpo de massa 𝑚1 com velocidade inicial 𝑣1𝑖 aproximando-se de um segundo corpo de massa
𝑚2 que se move no mesmo sentindo com velocidade inicial 𝑣2𝑖 . Se 𝑣2𝑖 < 𝑣1𝑖 , os objetos irão colidir. Sejam 𝑣1𝑓 e
𝑣2𝑓 suas velocidades finais após a colisão. Para uma colisão elástica (energia cinética inicial e final do sistema
são iguais) tem-se
1 2 1 2 1 2 1 2
𝑚1 𝑣1𝑓 + 𝑚2 𝑣2𝑓 = 𝑚1 𝑣1𝑖 + 𝑚2 𝑣2𝑖 (18)
2 2 2 2
Essa equação, junto com a conservação da quantidade de movimento para colisões unidimensionais, é
suficiente para determinar as velocidades finais dos dois corpos. Esse problema pode ser tratado mais
facilmente se a velocidade relativa entre os dois corpos após a colisão for expressa em função de sua velocidade
relativa antes da colisão. Reordenando a Equação (18), tem-se
2 2 2 2
𝑚2 𝑣2𝑓 − 𝑣2𝑖 = 𝑚1 𝑣1𝑖 − 𝑣1𝑓
A maioria das colisões fica, na realidade, entre os casos extremos de colisões elásticas e de colisões
perfeitamente inelásticas, em que não há velocidade relativa após a colisão. O coeficiente de restituição 𝒆 é
uma medida da elasticidade de uma colisão. Ele é definido como a relação entre a velocidade de recessão e a
velocidade de aproximação.
2𝑥𝑐𝑚 = 𝑥1 + 𝑥2
No impacto 𝑥𝑐𝑚 = 𝑅 (𝑎𝑙𝑐𝑎𝑛𝑐𝑒) e 𝑥1 = 0,5𝑅, em que 𝑅 = 55 𝑚 seria o alcance do projétil caso ele não explodisse.
Resolvendo para 𝑥2 , tem-se
𝑥2 = 2𝑥𝑐𝑚 − 𝑥1 = 2𝑅 − 0,5𝑅
𝑥2 = 1,5𝑅
𝑥2 = 1,5 55 𝑚
𝑥2 = 82,5 𝑚
EXEMPLO 3
Se apenas forças externas podem acelerar o centro de massa de um sistema de partículas, como é possível
que um carro se mova? Normalmente imagina-se o motor fornecendo a força necessária para acelerar um
carro, porém isto é de fato verdadeiro? Onde atuam as forças externas que aceleram um carro?
Resolução
A única força que pode fazer com que o carro se mova para a frente é o atrito entre os pneus e a estrada. O
motor do carro faz com que os pneus girem, fazendo com que o pneus apliquem uma força para trás na
estrada, e pela terceira lei de Newton a estrada aplica uma força nos pneus para frente (mesmo módulo). Se a
estrada fosse sem atrito as rodas iriam simplesmente girar sem o carro se mover para qualquer lugar.
EXEMPLO 4
Duas partículas de 3,0 𝑘𝑔 possuem velocidades 𝑣Ԧ1 = (2,0 𝑚Τ𝑠) መi + (3,0 𝑚Τ𝑠)መj e 𝑣Ԧ2 = (4,0 𝑚Τ𝑠) መi − (6,0 𝑚Τ𝑠)መj.
Determine a velocidade do centro de massa do sistema.
Resolução
𝑚1 𝑣Ԧ1 + 𝑚2 𝑣Ԧ2
𝑣Ԧ𝑐𝑚 =
𝑚1 + 𝑚2
3,0 𝑘𝑔 (2,0 𝑚Τ𝑠)መi + (3,0 𝑚Τ𝑠)መj + (3,0 𝑘𝑔) (4,0 𝑚Τ𝑠)መi − (6,0 𝑚Τ𝑠)j
𝑣Ԧ𝑐𝑚 =
3,0 𝑘𝑔 + 3,0 𝑘𝑔
(6 𝑘𝑔 ∙ 𝑚Τ𝑠)መi + (9 𝑘𝑔 ∙ 𝑚Τ𝑠)መj + 12 𝑘𝑔 ∙ 𝑚Τ𝑠 መi − (18,0 𝑘𝑔 ∙ 𝑚Τ𝑠)መj
𝑣Ԧ𝑐𝑚 =
6,0 𝑘𝑔
(a) O sistema é formado pelo revólver, plataforma, bloco e a Terra. Então, 𝐹Ԧ𝑟𝑒𝑠,𝑒𝑥𝑡 = 0 e a quantidade de
movimento do sistema é conservado. Vamos aplicar a conservação da quantidade de movimento antes e logo
depois da bala deixar a arma:
𝑃𝑠𝑖𝑠,𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 = 𝑃𝑠𝑖𝑠,𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠
0 = 𝑝Ԧ𝑏𝑎𝑙𝑎 + 𝑝Ԧ𝑝𝑙𝑎𝑡𝑎𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎−𝑟𝑒𝑣ó𝑙𝑣𝑒𝑟−𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜
0 = 𝑚𝑏 𝑣𝑏 መi + 𝑚𝑝 𝑣Ԧ𝑝
𝑚𝑏
𝑣Ԧ𝑝 = − 𝑣 መi
𝑚𝑝 𝑏
(b) Vamos expressar a velocidade da bala em relação ao sistema:
𝑚𝑏
𝑣Ԧ𝑏,𝑝 = 𝑣𝑏 መi − − 𝑣𝑏 መi
𝑚𝑝
𝑚𝑏 𝑚𝑏
𝑣𝑏,𝑝 = 𝑣𝑏 + 𝑣𝑏 = 1 + 𝑣
𝑚𝑝 𝑚𝑝 𝑏
𝑚𝑝 + 𝑚𝑏
𝑣𝑏,𝑝 = 𝑣𝑏
𝑚𝑝
𝐿
∆𝑡 =
𝑣𝑏,𝑝
E a distância percorrida pelo sistema é
∆𝑠 = 𝑣𝑝 ∆𝑡
Assim,
𝑚𝑏 𝐿 𝑚𝑏 𝐿
∆𝑠 = 𝑣 = 𝑣
𝑚𝑝 𝑏 𝑣𝑏,𝑝 𝑚𝑝 𝑏 𝑚𝑝 + 𝑚𝑏
𝑣𝑏
𝑚𝑝
𝑚𝑏
∆𝑠 = 𝐿
𝑚𝑝 + 𝑚𝑏
EXEMPLO 6
Tiago, um adolescente de 85 𝑘𝑔, salta da borda de um cais horizontal até um bote de 150 𝑘𝑔 que flutua
livremente, inicialmente em repouso. O bote, então, com o passageiro dentro, se afasta do cais a 2,0 𝑚Τ𝑠. Qual
era a rapidez de Tiago quando se lançou da borda do cais?
Resolução
O sistema é formado pelo bote e Tiago. Vamos aplicar a conservação da quantidade de movimento para esse
sistema e encontrar a velocidade de Tiago quando se joga do cais:
𝑃𝑠𝑖𝑠,𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 = 𝑃𝑠𝑖𝑠,𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠
𝑚𝑇𝑖𝑎𝑔𝑜 + 𝑚𝑏𝑜𝑡𝑒
𝑣𝑖,𝑇𝑖𝑎𝑔𝑜 = 𝑣𝑓
𝑚𝑇𝑖𝑎𝑔𝑜
85 𝑘𝑔 + 150 𝑘𝑔
𝑣𝑖,𝑇𝑖𝑎𝑔𝑜 = 2,0 𝑚Τ𝑠
85 𝑘𝑔
Resolução
𝑚𝑝𝑟𝑜𝑗é𝑡𝑖𝑙
𝑣𝑓 = 𝑣
𝑚𝑝𝑟𝑜𝑗é𝑡𝑖𝑙 + 𝑚𝑞𝑢𝑒𝑖𝑗𝑜 𝑖,𝑝𝑟𝑜𝑗é𝑡𝑖𝑙
0,0012 𝑘𝑔
𝑣𝑓 = 65 𝑚Τ𝑠 ≈ 0,64 𝑚Τ𝑠
0,0012 𝑘𝑔 + 0,120 𝑘𝑔
Vamos aplicar o teorema do trabalho-energia cinética para o conjunto projétil+queijo, logo após o projétil ter se
alojado no queijo:
𝑊𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∆𝐾
1
−𝑓𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 ∆𝑥 = 𝑚𝑞𝑢𝑒𝑖𝑗𝑜 + 𝑚𝑝𝑟𝑜𝑗é𝑡𝑖𝑙 𝑣𝑓2
2
1
𝜇𝑘 𝑚𝑞𝑢𝑒𝑖𝑗𝑜 + 𝑚𝑝𝑟𝑜𝑗é𝑡𝑖𝑙 𝑔∆𝑥 = 𝑚𝑞𝑢𝑒𝑖𝑗𝑜 + 𝑚𝑝𝑟𝑜𝑗é𝑡𝑖𝑙 𝑣𝑓2
2
Resolução
(a) O impulso exercido pelo taco na bola é igual a variação da quantidade de movimento da mesma:
𝐼 = 2 0,15 𝑘𝑔 20 𝑚Τ𝑠
𝐼 = 6,0 𝑁 ∙ 𝑠
(b) A força média é dada por
𝐼 6,0 𝑁 ∙ 𝑠
𝐹𝑚é𝑑𝑖𝑎 = =
∆𝑡 1,3 ∙ 10−3 𝑠
Figura 9. Exemplo 9.
Resolução
(a) Vamos adotar a direção do movimento do disco que está se movendo antes da colisão seja na direção +𝑥.
Aplicando conservação da quantidade de movimento para a colisão em ambas as direções 𝑥 e 𝑦, temos
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑥
𝑝𝑥,𝑖 = 𝑝𝑥,𝑓
𝑚𝑣 = 𝑚𝑣1 cos 30° + 𝑚𝑣2 cos 60° ⟹ 𝑣 = 𝑣1 cos 30° + 𝑣2 cos 60°
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑦
𝑝𝑦,𝑖 = 𝑝𝑦,𝑓
sin 60°
𝑣1 = 𝑣2
sin 30°
Substituindo esse resultado no anterior, determinamos 𝑣2 :
sin 60°
𝑣 = 𝑣2 cos 30° + 𝑣2 cos 60° ⟹ 𝑣2 ≈ 1,7 𝑚Τ𝑠
sin 30°
sin 60°
𝑣1 = 𝑣2 ≈ 1,0 𝑚Τ𝑠
sin 30°
1 1
𝑣 2 = 𝑣12 + 𝑣22 ⟹ 𝑚𝑣 2 = 𝑚 𝑣12 + 𝑣22 𝐴 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑐𝑖𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 é 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑎!
2 2
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
TIPLER, Paul A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. Vol. 1. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC,
2012.