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Resumo: Este estudo objetivou mostrar, ainda que de forma resumida, a evolução contábil no
Brasil, tendo como ponto de partida a época do descobrimento. A análise cronológica e
contextualizada pode ser de grande valia para uma melhor compreensão da atualidade, pois
através da história contábil é possível identificar lacunas que merecem melhor atenção, bem
como a necessidade e possibilidade de adequações. A Ciência contábil influencia e é
influenciada pelo meio, razão pela qual não se deve olvidar a importância do conhecimento
histórico. A metodologia adotada quanto aos fins foi à pesquisa exploratória, e quanto aos
meios a bibliográfica, sendo, portanto, objetivo deste estudo apresentar as concepções teóricas
relevantes que influenciaram a contabilidade brasileira. O estudo deixou evidente que a
contabilidade deve estar em constante evolução, notadamente por ser uma ciência dinâmica
influenciada por contextos sociais, culturais, políticos e econômicos. Nesse processo
evolutivo, as exigências legais tiveram um papel muito importante na medida em que
assinalaram a necessidade de adequação dos procedimentos contábeis aos acontecimentos
exigidos em cada época.
Abstract: This study aimed to show, even though briefly, the accounting developments in
Brazil, having as starting point the time of discovery. The chronological and contextualized
analysis can be of great value to the understanding of today, because by the accounting
history it is possible to identify the gaps that deserve more attention, as well as the necessity
and possibility of adjustment. The accounting science influences and is influenced by the
environment, which is why we must not forget the importance of historical knowledge. The
exploratory and bibliographic research was adopted, therefore this study aims to expose the
relevant theoretical concepts that influenced the Brazilian accounting. The study
demonstrated that accounting must be in constant evolution, notedly for being a dynamic
science influenced by social, cultural, political and economic contexts. In this evolutionary
process, the legal requirements had an important role as they pointed the necessity of
adequacy of the accounting procedures to the events required each time.
Introdução
Necessário se faz que historiadores, universidades e até conselhos se interessem pelo tema e
dediquem-se a um estudo mais aprofundado, visto ser a contabilidade uma ciência vital no
controle do patrimônio, capaz de proporcionar aos interessados análises estáticas e dinâmicas.
Contexto histórico
Muita riqueza em conhecimentos da nossa pré-história pode estar sendo deixada para
trás, principalmente da evolução contábil, quando pouco se sabe e se propõe em estudos
sérios e comprobatórios deste período conforme entendimento de Sá (2008: p.14-17).
Como narra Sá (2008: p.20) “Era uso e costume as expedições marítimas possuírem
na tripulação um profissional da escrita, a de Cabral trouxe quem seria o primeiro
contador estrangeiro a aportar em terras Brasileiras e que foi Pero Vaz de Caminha”.
Portugal na época era soberano nos mares, dominava as técnicas de navegações, tinha
as melhores e maiores embarcações. A demanda no Brasil exigia que as frotas viessem e
voltassem carregadas, trazendo escravos, e levando madeiras e derivados da cana de açúcar.
Muitíssimo se arrecadava em impostos, pois a mesma embarcação pagava duas vezes (ida e
volta). Isso exigia rigorosos controles contábeis, considerando a realidade da época.
Narra a história que esse período compreende a chegada da família real no Brasil até a
proclamação da República. No ano de 1808, Portugal atravessava uma forte crise política em
seu cenário, recebendo principalmente da França, comandada por Napoleão Bonaparte,
ameaças de invasões e perseguições de toda sorte. D. João VI o rei de Portugal ao descobrir
uma programada invasão em seu Império busca ajuda junto ao seu grande parceiro comercial,
a Inglaterra, que por vez bastante interessada nas riquezas em terras brasileiras orienta, apoia
e até patrocina a fuga da família real para o Brasil, obviamente visando favorecimentos.
Juntamente com a família real, vários intelectuais franceses vieram para o Brasil
expulsos de sua pátria pelo governo de Bonaparte, muitos deles estudiosos da área contábil, o
que contribuiu para a evolução dos conhecimentos no Brasil, visto que a França nessa época
detinha o domínio literário com o declínio Italiano.
A nossa evolução contábil pode ser associada às ocorrências do campo político, assim
também corrobora Sá (2008: p.61).
No Brasil Império, três foram os governantes: D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II.
Várias foram as ocorrências no campo político com reflexos em nossa evolução contábil,
dentre as principais podemos destacar:
A partir de 1831 com a morte de D. João VI, seu filho Pedro I precisou voltar a
Portugal para assumir o reinado em seu lugar, deixando no Brasil seu filho Pedro II, como ele
tinha apenas cinco anos, foi nomeado um governo transitório. Assim que atingiu 14anos, num
golpe de emancipação assumiu o governo ficando até 1889. No período destaca se
principalmente as seguintes ocorrências contábeis:
Entre os anos de 1889 e 1930, o pais viveu um período sem grandes destaques em
relação à evolução contábil. Com a crise do café (1929), começa de forma lenta o processo de
industrialização no Brasil, esfriado pela eminência da 2ª grande guerra, que veio ocorrer em
1939. Porém a partir de 1940, ainda no governo de Vargas, houve um forte incentivo
industrial patrocinado pelo estado, com a criação de empresas estatais, caracterizando o início
da Revolução Industrial brasileira. Tal fato merece destaque, pois a contabilidade a partir da
revolução industrial exerce papel significativo conforme destaca Aquino, W; Santana, A. C.
(1992: p.5):
Não se pode deixar de citar que, sobretudo a partir de 1929, os EUA viveram uma das
maiores crises de sua história, com a quebra da bolsa de valores de Nova York, basicamente
provocada pela demanda reprimida do consumo, com o fim da primeira guerra mundial. Fato
este que perdurou aproximadamente até o fim da segunda grande guerra. O processo de
recuperação da economia americana também modernizou sua contabilidade que se tornou
aliada em processos e tomadas de decisões, proporcionando principalmente aos investidores
segurança e credibilidade nas informações do mercado de capitais conforme estudo de
Agricioneide (2000: p.6).
No Brasil o ano de 1930 no governo de Getúlio Vargas, teve início a era industrial. Em
1940 busca se regulamentar as sociedades, com a publicação da primeira lei das Sociedades
Anônimas por Ações (Lei 2.627/40), nesta data as práticas contábeis brasileiras tinham
influência europeia, o que conflitava com as práticas de várias empresas que utilizavam as
práticas promovidas nos EUA. Enorme pressão foi instalada no país no sentido de se
estabelecer uma nova regulamentação que atendesse os anseios de um cenário de economia
mais globalizada visto que a lei atual era considerada uma “legislação pobre” conforme
Sayed, S; Kussaba, C.T.; Duarte, S.L. (2014: p.5-6).
Harmonização Contábil
Com a quebra da Bolsa de Nova York em 1929, vários bancos e grandes empresas
faliram. Com tal situação, pressões mundiais, exigiram que esse mercado fosse mais
transparente, começa aí a se pensar em Harmonização Contábil. Conforme descreve Carvalho,
N; Lemes, S. (2010: p. 1).
A lei visa adequar disposições da lei das sociedades por ações, principalmente
aquelas que tratam da matéria contábil, à nova realidade da economia Brasileira.
Considerações Finais
O Brasil é um país considerado jovem, cuja história vem sendo difundida somente a
partir da chegada dos portugueses. O povo aqui encontrado foi chamado de índio e tratado
inicialmente como um ser inferior ao homem. Esse passado desconhecido pode ser aos poucos
revelado, pois já tem sido localizados sítios arqueológicos em diferentes regiões do Brasil.
Essas novas descobertas poderão lançar novas luzes sobre o nosso passado e trazer alguns
elementos para a história da Contabilidade no Brasil, dependendo da organização social e da
relação desses primeiros habitantes com as questões patrimoniais.
Embora a evolução contábil no Brasil tenha sido patrocinada pelo ente estatal, foi na
iniciativa privada que se verificam os maiores avanços. A evolução contábil apresenta assim o
seu aspecto paradoxal, representando, portanto, uma quase inesgotável fonte para novas
pesquisas. O avanço da Contabilidade sempre esteve associado ao progresso da humanidade,
e evolui, atrelada a acontecimentos sociais, culturais, políticos e econômicos, sugerindo ser
uma ciência dinâmica, que sob pena de não acompanhar tal evolução se tornar obsoleta e cair
em desuso.
Referências