Você está na página 1de 14

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS PESQUEIRAS
ENGENHARIA DE PESCA

RELATÓRIO DE REFRIGERAÇÃO:
CONSUMO DE GELO EM CAIXA ISOTÉRMICA

MANAUS
2021

1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS PESQUEIRAS
ENGENHARIA DE PESCA

RELATÓRIO DE REFRIGERAÇÃO:
CONSUMO DE GELO EM CAIXA ISOTÉRMICA

Discente: Ivo Campos de Andrade 21457224

MANAUS
2021

2
Sumário

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................3

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................5

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL..............................................................7

4. RESULTADO E DISCUSSÕES.......................................................................8

5. CONCLUSÃO..................................................................................................12

6. REFERÊNCIAS...............................................................................................13

3
1. INTRODUÇÃO

A refrigeração é o nome dado ao processo de remoção do calor de um


meio, reduzindo sua temperatura e mantendo essa condição por meios
mecânicos ou naturais. As aplicações da refrigeração são muitas, tais como a
conservação dos alimentos e a climatização ou condicionamento de ar.
Para manter a qualidade de produtor perecíveis como frutas, carnes e
verduras é importante conserva-los sob condições controladas de temperatura
e umidade, não somente durante a armazenagem, como também durante seu
transporte, desde os pontos de produção até o consumo.
O desenvolvimento da tecnologia da refrigeração moderna teve inocio no
século XIX. Mas a neve e o gelo natural já eram utilizados para o resfriamento
de bebidas pelas antigas civilizações há mais de dois mil anos. Recentemente,
foram descobertas algumas construções milenares destinadas a conservar o
gelo por meio da utilização de materiais isolantes como cortiça e restos de
madeira na Europa, América e Irã. De acordo com Gosney (1982), de Delhi e
Agra. Os indianos também conheciam técnicas de resfriamento evaporativo e
de produção de gelo noturno. A conservação pelo gelo foi uma das principais
técnicas utilizadas para conservar os alimentos ao longo de séculos.
Em 1803, Thomas Moore – de Maryland – construiu uma caixa de gelo
isolada para transportar a manteiga produzida em sua fazenda, patenteando a
palavra “refrigerator”. Em 1804, foi criada uma moderna rede de distribuição de
gelo natural por Frederic Tudor, que mais tarde ficou conhecido como rei do
gelo.
Nos estudos de conservação do pescado, o uso do gelo tem papel
fundamental pois ajuda a levar ao abaixamento da temperatura, reduzindo os
efeitos de deterioração, com consequente aumento na vida útil dos alimentos e
preservação de suas características de frescor.
O presente trabalho consiste em avaliar o consumo de gelo em caixa
isotérmica para se avaliar o quão eficiente é o poliestireno expandido como
isolante térmico.

4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Existem três processos de transferência de calor: (i) por condução, (ii)


por convecção e (iii) por radiação térmica. Quando existe uma diferênça de
temperatura em um meio, que pode ser um material sólido ou um fluido (líquido
ou ar), usamos o termo condução para nos referir à trânsferência de calor que
ocorre através do meio. O termo
convecção descreve à transferência de calor que ocorre entre uma superfície e
um fluido em movimento (o vento, por exemplo). O terceiro modo de
transferência de calor é conhecido por radiação térmica emitida por toda
superfície a uma T > 0 Kelvin.
Uma propriedade física dos materiais que é de grande interesse é a sua
condutividade térmica k. Esta propriedade é caracterizada como uma
propriedade de transporte, pois ela fornece informações a respeito da taxa na
qual a energia é transferida através de um material por meio de difusão térmica
(INCROPERA, 2008). Em qualquer sistema térmico é fundamental que a
condutividade térmica dos materiais que o compõem seja conhecida. Em linhas
de vapor, por exemplo, é necessário utilizar materiais de baixa
condutividade térmica ao redor dos tubos para que a perda de calor para o
ambiente seja a menor possível e, assim, a eficiência de um ciclo seja
assegurada.
A equação que rege os estudos da transferência de calor por condução
é a equação da lei de Fourier. Esta lei é fenomenológica, ou seja, a sua
determinação partiu da observação de fenômenos em experimentação. Para
entender melhor esta lei, pode-se considerar um experimento de condução de
calor, em regime permanente, que é representado na figura abaixo.

5
Ainda sobre a condutividade térmica k, é importante dizer que esta é
classificada como uma propriedade de transporte, que fornece uma indicação
da taxa na qual a energia é transferida pelo processo de difusão térmica
[INCROPERA, 2008]. Ela depende da estrutura física, atômica e molecular da
matéria, que dependem do estado da matéria. Voltando ao experimento da
figura, sendo conhecidas a taxa de calor transferido através do bastão, as
propriedades geométricas do bastão e a diferença de temperatura entre as
faces, é possível determinar qual é a condutividade térmica deste bastão, caso
o seu material não seja conhecido.
Além da transferência de energia por radiação, uma outra forma de
calor (transferência de energia) é a condução. Enquanto a radiação ocorre e é
até favorecida pela ausência de matéria (vácuo), a condução de energia entre
dois sistemas somente ocorre enquanto há contato material entre os dois.

6
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Material necessário
 Caixa de poliestireno expandido (EPS) (10 litros)
 Termômetro
 Gelo
 Balança (capacidade máxima de 10 kg e graduação de 1 em 1
grama)

Tabela 1. Dimensões internas e externas da caixa de isopor


Dimensões Externa (cm) Interna (cm)
Comprimento 29,9 26,3
Largura 20 16,4
Altura 17,7 14,9
Espessura 3,6

Com uma balança fez-se a pesagem da caixa de poliestireno expandida


vazia (figura 1) e posteriormente com a caixa contendo aproximadamente 2/3
de gelo. Colocou-se a caixa em local externo sombreado e com o termômetro
aferiu-se a temperatura ambiente. Seguidos 60 minutos iniciais fez-se a
drenagem da água, pesou-se a caixa isotérmica e aferiu-se a temperatura. O
procedimento de drenagem da água, pesagem e aferição da temperatura
ambiente repetiu-se até a soma acumulada de 420 minutos de experimento
para posterior análise dos dados. Iniciou-se o experimento as 11h10min a.m. e
estendeu-se até as 18h10min p.m.

7
Figura 1. Pesagem da caixa de poliestireno expandido

4. RESULTADO E DISCUSSÕES

Tempo Peso da
Tempo Temperatura
caixa Perda de
Horário decorrido ambiente
com peso (g)
(min) (ºC)
gelo (g)

0 11h10min 0 3460 29,5 0

1 12h10min 60 3315 30 145 0,0232

2 13h10min 120 3134 31 181 0,0465

3 14h10min 180 2965 31,5 169 0,0232

4 15h10min 240 2790 34 175 0,1163

5 16h10min 300 2622 31 168 -0,1395

6 17h10min 360 2484 32,5 138 0,0698

7 18h10min 420 2352 29,5 132 -0,1395

Para a execução dos gráficos utilizou-se os dados de fluxo de calor


obtidos através das equações abaixo:

DADOS:
L = 0,036
A = 0,0598
K= 0,028

8
 FLUXO DE CALOR TEÓRICO

o Tempo 0 para o tempo 1

∆ t=30−29,5 = 0,5

0,028.0,0598 .0,5
Q= = 0,0232
0,036

o Tempo 1 para o tempo 2

∆ t=31−30 = 1

0,028.0,0598 .1
Q= = 0,0465
0,036

o Tempo 2 para o tempo 3

∆ t=31−30 = 1

0,028.0,0598 .0,5
Q= = 0,0232
0,036

o Tempo 3 para o tempo 4

∆ t=34−31,5 = 2,5

0,028.0,0598 .2,5
Q= = 0,1163
0,036

o Tempo 4 para o tempo 5

∆ t=31−34 = -3

9
0,028.0,0598 .(−3)
Q= = -0,1395
0,036

o Tempo 5 para o tempo 6

∆ t=32,5−31 = 1,5

0,028.0,0598 .1,5
Q= = 0,0698
0,036

o Tempo 6 para o tempo 7

∆ t=29,5−32,5 = -3

0,028.0,0598 .(−3)
Q= = -0,1395
0,036

Segundo os dados obtidos, notou-se que a caixa isotérmica perde peso


em função do tempo. Este fato observado indica a conformidade da realidade
com as leis da termodinâmica descritas teoricamente.

10
Figura 2. Gráfico de perda de peso de gelo em função do tempo

 Possíveis influências no resultado coletado


Os valores alcançados no experimento seguiram uma tendência, porém,
não mudaram de maneira padronizada, mesmo com a variação no tempo ser
igual para ambas, que nesse caso, foi de 60 minutos.
Notoriamente, algumas variáveis e circunstâncias desse experimento
não foram monitoradas e, por conseguinte, nem controladas. A superfície onde
a caixa isotérmica estava fixada, pode ter tido incidência de raios solares, o
que, dependendo do material, acaba exercendo influencia numa maior
transmissão de calor, tanto rapidamente como lentamente; a temperatura
ambiente externa, com ausência ou presença de ventos, principalmente se

11
oriundos do Sul; além disso, o calor perdido por radiação de pessoas que
manusearam o objeto, em menor grau, pode acelerar o derretimento do gelo.

 O que esperar de uma caixa isotérmica dez vezes maior?


A partir dos dados analisados, verificou-se que, caso o experimento foi
extrapolado e área da caixa térmica fosse aumentada sem que se aumentasse
a espessura do isolante, o fluxo de calor seria maior, pois este cresceria em
função da maior área de contato possível para a transferência de calor. O fluxo
de calor é diretamente proporcional à área da secção, e também, diretamente
proporcional a diferença de temperatura entre os dois corpos.

5. CONCLUSÃO

A escolha do material cujo qual fará parte das paredes de uma caixa
para os diversos usos é de importância fundamental para a conservação do
produto. Neste trabalho, verificou-se o consumo de gelo em uma caixa cujo
material escolhido foi de poliestireno expandido que, de acordo com a tabela
apresentada no roteiro, possui 0,027 de condutividade térmica.
Partindo disto, pôde-se concluir que o fluxo de calor variou bastante em
função temperatura, o que era esperado de acordo com a conhecida
bibliografia cientifica da área.

12
Portanto, nota-se que em localidades de maior temperatura, faz-se
necessário uma continua manutenção e reposição do gelo no recipiente em
que se transporta o produto, evitando as sucessivas aberturas da caixa
isotérmica.

6. REFERÊNCIAS

INCROPERA, F.P., Witt, D.P., 2008. “Fundamentos de Transferência de Calor


e de Massa”, Livros Técnicos e Científicos Editora S/A, Brasil.

RAIMUNDO, M. G. M. et al.
Pescado é Saúde: uso do frio - São Paulo - Coordenadoria de
Desenvolvimento dos Agronegócios, 2016.

13
40p. ISBN: 978-85-68492-10- Disponível em: http://www.codeagro.sp.gov.br.
Acesso em: 30 jul de 2021

LIMA, L. F. Pescado: métodos de conservação. Disponível em:


https://www.embrapa.br/documents. Acesso em: 30 jul de 2021.

SILVA, J. G. Introdução à tecnologia da refrigeração e da climatização /


Jesué Graciliano da Silva. – São Paulo: Artliber Editora, 2003.

14

Você também pode gostar