Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
“Se algum dia homem feito e realizado, sentires que a terra cede a teus pés, que tuas obras
desmoronam que não há ninguém à tua volta para te estender a mão, esquece a tua
maturidade, passa pela tua mocidade, volta à tua infância e balbucia, entre lágrimas e
esperanças, as últimas palavras que sempre te restarão na alma: Minha Mãe, Meu Pai”.
I
Agradecimento
A Deus, que sempre nos acompanhou em todos os momentos de nossa vida, que sempre
nos mostrou luz em caminhos escuros, que sempre despertou a esperança em nosso ser e
que sempre se mostrou amigo e companheiro.
Aos nossos pais, que nos acompanharam nos momentos bons e ruins, que souberam
e/ou sempre tentaram entender os nossos pensamentos e que sempre estiveram ao nosso
lado quando o apoio era necessário. Que sempre souberam nos educar, que sempre
demonstraram amor, carinho, companheirismo em tudo de nossa vida.
Agradecemos também ao nosso orientador, que sempre foi paciente, que sempre confiou
em nosso trabalho e que soube acreditar que seriamos capazes, mesmo quando devida
afirmação não parecia aflorar. Agradecemos aos momentos que dispôs tempo para nos
ajudar com o trabalho. Agradecemos também aos momentos que pronunciou palavras de
apoio e palavras que nos fizeram crescer.
II
Lista de abreviaturas
AT – Alta Tensão
CC – Curto Circuito
MT – Média Tensão
NA – Normalmente Aberto
NF – Normalmente Fechado
SE – Subestação Eléctrica
TP – Transformador de Potência
TT – Transformadores de Tensão
III
Resumo
Tendo em vista a demanda por energia eléctrica que vem crescendo exponencialmente no
mundo e a importância das Subestações Eléctricas para o transporte, é essencial para os
estudantes do curso de Energia e Instalações Eléctricas aprender sobre este tema para poder
desenvolver as competências e habilidades necessárias de um futuro técnico projectista de
electricidade.
E por isso, motivados pela curiosidade no tema para se aprender mais sobre ela na busca de
conhecimentos necessários à um técnico de electricidade utilizou-se o método indutivo como
método de pesquisa para obtenção de quantidade e qualidade de conhecimentos para se
alcançar os objectivos traçados. Tendo como técnica de pesquisa a entrevista estruturada.
Do estudo realizado tirou-se a principal conclusão: “Subestações são muito importantes e por
conta deste facto entende-se o seu tamanho, a quantidade de equipamentos, o quão complexa
ela é e como é importante futuros técnicos terem o máximo de conhecimento que puderem
sobre ela”.
IV
Abstract
Its main focus or objective is to study the operation of an electrical substation, which in order
to get there one has to learn its concept, observe its constitution, investigate the applications
and operation of the electrical equipment that constitute it, scrutinize the electrical diagram of
the substation and finally examine its operation based on its electrical diagram, but in
addition, it will analyze the anomalies or defects that may occur and investigate the behavior
of the substation towards them.
Given the exponentially growing demand for electrical energy in the world and the
importance of Electrical Substations for transportation, it is essential for students of the
Electrical Energy and Installations course to learn about this topic in order to develop the
necessary skills and abilities of a future technical designer of electricity.
Therefore, motivated by curiosity in the subject to learn more about it in the search for
knowledge necessary for an electrical technician, the inductive method was used as a research
method to obtain quantity and quality of knowledge to achieve the outlined objectives. Using
the structured interview as a research technique.
The main conclusion was drawn from the study: “Substations are very important and because
of this fact we understand their size, the amount of equipment, how complex it is and how
important it is for future technicians to have as much knowledge as they can about her".
V
Índice de figuras
Figura 9 – Barra dupla com dois circuitos de Suprimento – saída dos alimentadores primários.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 17
VI
Índice de tabelas
VII
Índice geral
Dedicatória ------------------------------------------------------------------------------------------------- I
Agradecimento ------------------------------------------------------------------------------------------- II
Resumo ---------------------------------------------------------------------------------------------------- IV
Abstract ---------------------------------------------------------------------------------------------------- V
Introdução -------------------------------------------------------------------------------------------------- 1
Motivação --------------------------------------------------------------------------------------------------- 2
Justificativa------------------------------------------------------------------------------------------------- 2
VIII
1.4.3. Transformador de Corrente---------------------------------------------------------------- 10
3.1.1.4. Barra dupla com disjuntor de transferência (dois circuitos de suprimento) --- 18
IX
3.1.2.1.3. Seccionadores --------------------------------------------------------------------- 22
Conclusão ------------------------------------------------------------------------------------------------- 35
Anexos ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 37
X
Introdução
A vida moderna seria inviável sem o uso da energia eléctrica. Como combustível básico do
desenvolvimento, ela é directamente proporcional ao aumento populacional e económico do
planeta. Qualquer grande invenção tecnológica, ou até mesmo, a maior parte das mais básicas
que são usadas no dia-a-dia de cada um, seria impossível sem o seu uso. Índices importantes
como mortalidade infantil, aumento populacional, e expectativa de vida aumentaram
consideravelmente com seu início. Com isso, essa importância e dependência da vida
moderna com a energia eléctrica fazem com que essa tenha um papel de destaque na
sociedade actual.
1
Motivação
Justificativa
A demanda por energia eléctrica vem crescendo exponencialmente no mundo, tendo em vista
a evolução da tecnologia e as novas formas de geração, transmissão e distribuição de energia.
Diante disso, estudar a componente Subestações Eléctricas é essencial para os estudantes do
curso energia e instalações eléctricas para poder desenvolver as competências e habilidades
necessárias de um futuro técnico de electricidade.
2
Capitulo I: Fundamentos teóricos
A geração de energia pode ser realizada por distintos tipos de usinas: hidráulica, eólica,
térmica, fotovoltaica, etc., até o ponto em que há a conversão na forma de electricidade. Para
conduzir a energia eléctrica obtida dessas fontes até o limite dos sistemas de distribuição são
utilizadas as linhas de transmissão.
As linhas de transmissão além de transportar em tensões elevadas toda a energia gerada, estes
componentes básicos do Sistema Eléctrico de Potência também têm a função de realizar a
interligação de múltiplos sistemas de transmissão, possibilitando o intercâmbio de energia e
permitindo a continuidade do fornecimento às cargas mesmo em casos de emergência.
1.1. Definição
3
1.2. História
A história das subestações está intimamente ligada à história dos transformadores. Desta
forma abordaremos sobre o surgimento dos transformadores e o porquê da sua invenção:
Já em 1882 o francês Lucien Gaulard e o britânico John Gibbs recebem a patente inglesa do
seu gerador secundário. Após uma série de contestações e a perda da patente, um ano depois
um sistema de distribuição de corrente alternada é implantado pelas empresas Hammond and
CO. e Eastbourne Electric Lighting Co. e deste faz parte o gerador secundário de Gaulard e
Gibbs.
Essa foi uma das primeiras demostrações de um sistema completo de distribuição de energia
em corrente alternada utilizando transformadores eléctricos.
4
1.3. Sistema Eléctrico de Potência (SEP)
Figura 1 – SEP.
Fonte: Daniel Motta
Nós buscamos a ilustração para expor o que sabemos sobre as quatro etapas que constituem o
SEP. A geração é feita por uma usina geradora de energia eléctrica, a qual pode ser
hidroeléctrica, nuclear, termoeléctrica, solar ou eólica. A transmissão é o transporte de energia
eléctrica até as subestações. A distribuição é a parte do sistema que se encontra nos centros
consumidores. E é a partir da distribuição que conseguimos utilizar a energia eléctrica para
diversas finalidades.
5
Desse modo, funcionam como pontos de entrega de energia para os consumidores. Para se
ajustar ao consumo, a energia passa por outros transformadores, instalados nos postes das
ruas, isso devido ao facto de que os equipamentos de consumo são fabricados, por motivos
económicos e de segurança, com baixos níveis de tensão, então esses transformadores
reduzem ainda mais a tensão a níveis compatíveis com os equipamentos consumidores,
normalmente variando entre 220 a 440 V, entre fases que será recebida nas casas e nos
estabelecimentos comerciais.
Segundo Carleto (2017) as subestações podem ser classificadas de acordo com o seu tipo, a
sua função, as formas de instalação, os níveis de tensão e as formas de comando e operação.
Industrial – são aquelas que são dedicadas apenas às aplicações industriais. Ou seja, é
quando uma determinada indústria necessita de uma subestação particular para atender
a instalações específicas, ou ajustar a tensão fornecida de acordo com as necessidades
das máquinas e dos equipamentos da indústria.
Sabemos que quanto a forma de comando as subestações podem ser de comando apenas com
o operador, semiautomáticas (quando o operador tem alguma actuação no sistema),
automatizadas quando operadas por meio de equipamentos. A seguir temos as suas definições
de acordo com o conhecimento que temos:
Subestação com operador - esse tipo de subestação exige muito conhecimento e treinamento
do operador, tendo em conta que dependem quase que totalmente dele as tomadas de decisões
e o controle do sistema.
6
Subestação semiautomática - esse tipo de subestação tem computadores ou sistemas de
segurança electromecânicos que impedem operações indevidas por parte do operador. A
ilustração a seguir apresenta a sala de operação de uma subestação do tipo semiautomática.
7
Subestação interna ou abrigada - esse tipo de subestação é construído em locais cobertos.
Os equipamentos são instalados no interior da construção e não ficam sujeitos às intempéries.
Os abrigos podem ser uma edificação ou uma câmara subterrânea. Subestações abrigadas
podem consistir de cabines metálicas, além de isoladas a gás, tal como o hexafluoreto de
enxofre (SF6).
Subestação blindada - subestações blindadas são construídas em locais abrigados nos quais
os equipamentos são protegidos e isolados em óleo ou em gás (SF6). Como o isolamento com
SF6 é realizado em ambiente blindado, é possível compactar a instalação da subestação. Além
disso, exige pouca manutenção, e a operação é considerada segura.
Subestação móvel - as subestações móveis são dispostas sobre veículos (caminhões, por
exemplo) para atendimentos emergenciais, como shows, feiras e manutenção de outra
subestação.
8
1.3.1.4. Quanto à função
Subestação de manobra: é aquela que liga duas ou mais subestações sob o mesmo nível de
tensão, possibilitando a sua multiplicação. É também usada para possibilitar o seccionamento
de circuitos.
Geralmente, uma subestação transformadora próxima aos centros de geração é elevadora pois,
a transmissão e a subtransmissão faz-se em alta tensão para proporcionar um transporte
económico da energia produzida. As subestações no final de um sistema de transmissão,
próximas aos centros de carga, ou de suprimento a uma indústria é uma subestação
abaixadora.
Segundo Carleto (2017) subestação de regulação tem como objectivo evitar as quedas de
tensão nos alimentadores de energia e equilibrar o sistema eléctrico. Para isso, é necessário
utilizar bancos de capacitores para controlar os níveis indesejados de tensão ao longo da linha
de transmissão.
9
Temos como subestação conversora aquela que tem como objectivo converter a corrente
alternada em corrente contínua, tendo em vista a redução das perdas. As pontes conversoras
são formadas por tanques de tirístores arrefecidos a óleo.
Segundo Carleto as subestações eléctricas quanto ao nível de tensão eléctrica podem ser:
Subestações de alta tensão (AT): é aquela que tem tensão nominal abaixo de 230 KV;
Subestações de extra alta tensão (EAT): é aquela que tem tensão nominal acima de
230 KV. É importante enfatizar que em subestações deste tipo são necessários estudos
complementares considerando o Efeito Corona.
A seguir serão descritos alguns dos principais equipamentos instalados em uma subestação de
energia, utilizados na medição, transformação, protecção, controle e manobra.
Responsável pela transformação dos níveis de tensão, operam na faixa de MVA e são
utilizados em sistemas de geração e transmissão;
1.4.4. Religadores
10
religador automaticamente religa, restaurando a continuidade do circuito que está mediante
uma falta, ou interrompe o circuito permanentemente.
1.4.5. Disjuntores
São chaves de manobra, responsáveis por isolar circuitos e realizar a transferência quando
alguma linha ou equipamento deva ser isolado para manutenção ou reparo.
Fazem parte de um conjunto de protecção e são responsáveis pelas acções e controle dos
disjuntores. A sua actuação ocorre através de um sinal de disparo, que é dado após o relé ser
sensibilizado por perturbações no sistema.
1.4.8. Isoladores
São fabricados com materiais altamente isolantes, sendo de vidro, cerâmica ou polímeros, e
sua principal função é isolar os condutores entre fase-fase, fase-terra e fase-suporte, além de
resistir a esforços mecânicos e perturbações climáticas.
1.4.9. Pára-raios
São resistores não lineares destinados à protecção que tem por objectivo resguardar os
equipamentos instalados de surtos atmosféricos ou sobretensões provocadas por manobras do
sistema. Normalmente encontram-se na entrada e saída de cada fase da linha e na entrada e
saída dos equipamentos mais caros, como transformadores de força. Os pára-raios
normalmente utilizados são de Carboneto de Silício (SiC) ou de Óxido de Zinco (ZnO).
11
Capitulo II: Metodologia de investigação
A geração de energia eléctrica é estabelecida por uma usina ou central geradora, a qual aqui
em Angola utiliza-se centrais hidroeléctricas. Esta energia é transportada das centrais por
longas distâncias até as cidades e depois faz-se a distribuição da mesma pelos centros
consumidores (área urbana, rural ou industrial). É por meio da distribuição que conseguimos
utilizar a energia eléctrica para diversas finalidades, como accionar um motor eléctrico,
acender lâmpadas e ligar um computador.
2.1. A problemática/problema
O transporte de energia eléctrica é inexecutável sem as subestações pois, a secção dos
condutores a utilizar seria muito grande e mesmo que se fabricassem os custos seriam
elevados e se gastaria bem mais ainda criando condições para o transporte. E isso
consequentemente impossibilitaria a chegada dos consumidores finais, causando uma viagem
no tempo até a idade das pedras.
12
2.3. Hipóteses
Tendo em vista a sua importância já que o método é o caminho pelo qual se chega a um
determinado resultado, mesmo que este caminho não tenha sido fixado, este tipo de escolha
necessita de ser precisa para poder nos levar ao objectivo traçado. Como o objectivo que foi
traçado tem como base o estudo, o método indutivo para esta situação é o mais viável pois se
trata de um tema com um problema que necessita ser fundamentado na experiencia e carece
de ser profundamente estudado.
13
2.5. Técnicas de pesquisa
14
Capitulo III: Memória descritiva
Como visto no Capitulo I existem dois tipos de subestações classificados quanto a sua função,
subestação de manobra e subestação de transformação (abaixadora e elevadora), mas o nosso
foco vai apenas para uma delas, a “subestação abaixadora”, escolhida por nós pelo facto de ser
aquela com a qual nos familiarizamos mais pois ela é responsável por realizar a distribuição
de energia eléctrica e por isso fica próximo aos centros consumidores nos dando a capacidade
de tirar maior proveito dela.
É aquela que reduz o nível de tensão para que se possa efectuar a distribuição de energia
eléctrica evitando inconvenientes para a população como rádio interferência, campos
magnéticos intensos, faixas de passagem muito largas e para serem compatíveis com os níveis
de tensão dos aparelhos de utilização.
Segurança do sistema;
Flexibilidade de operação;
Habilidade na redução de correntes de curto-circuito;
Simplicidade dos dispositivos de protecção;
Facilidade de manutenção e seu efeito na segurança;
Facilidade de expansão;
Área total;
Custo.
15
São apresentados, a seguir, alguns dos arranjos de subestações mais usuais, que vão desde a
barra simples e disjuntor singelo até barra dupla e disjuntor duplo.
O arranjo designado Barra Simples, apresenta um custo bastante baixo, é utilizado para suprir
regiões de baixa densidade de carga. Normalmente, o transformador da SE apresenta potência
nominal de 10 MVA. Este tipo de SE pode contar com uma única linha de suprimento. Este
arranjo conta, na alta tensão de um único dispositivo para a protecção do transformador. Sua
confiabilidade é baixa, pois quando ocorre uma contingência na subtransmissão, há a perda de
suprimento da SE.
16
Figura 8 – Barra Simples – Dois circuitos de suprimento.
Fonte: Paulo Roberto Duailibe Monteiro.
Este arranjo é utilizado em regiões com maior densidade de carga. Aumenta-se o número de
transformadores o que torna a SE com maior confiabilidade e maior flexibilidade operacional.
O diagrama unifilar desta SE apresenta dupla alimentação, dois transformadores, barramentos
de Alta Tensão independentes e barramento de Média Tensão seccionado. Quando ocorre um
defeito ou manutenção em um dos transformadores, abrem-se as chaves anterior e posterior ao
transformador, isolando-o. Fecha-se a chave NA de seccionamento do barramento e opera-se
com todos os circuitos supridos a partir do outro transformador.
Figura 9 – Barra dupla com dois circuitos de Suprimento – saída dos alimentadores primários.
Fonte: Paulo Roberto Duailibe Monteiro.
17
3.1.1.4. Barra dupla com disjuntor de transferência (dois circuitos de
suprimento)
Este arranjo é uma evolução do arranjo anterior, onde se distribui os circuitos de saída em
vários barramentos, permitindo-se maior flexibilidade na transferência de blocos de carga
entre os transformadores, e a manutenção dos disjuntores é realizada através do disjuntor de
transferência.
18
barras; abre-se o disjuntor e procede-se à sua extracção do cubículo, ou abre-se suas chaves
seccionadoras, isolando-o; transfere-se a protecção do disjuntor que foi desenergizado para o
de transferência. Ao termino da manutenção, o procedimento é o inverso do que foi realizado.
Neste arranjo, para a manutenção do barramento principal, é necessário desenergizar a SE,
impossibilitando o suprimento aos alimentadores. Este inconveniente pode ser eliminado
utilizando-se um barramento auxiliar definido como barramento de reserva.
Para o estudo do funcionamento da subestação iremos utilizar o arranjo de barra simples com
dois circuitos de suprimento.
19
3.1.2. Equipamentos de uma subestação abaixadora
20
núcleo ferromagnético. A razão das tensões na entrada e na saída do transformador é
aproximadamente igual à razão do número efectivo de espiras dos respectivos enrolamentos.
Com a máquina em carga, a razão entre o número de espiras é também ela aproximadamente
igual à razão inversa das correntes. Garantindo-se assim potências aproximadamente iguais
em ambos os lados do transformador.
21
É o relé de protecção que detecta e avalia as falhas e determina quando o circuito deve ser
aberto. O disjuntor funciona sob o comando do relé, para apenas abrir o circuito quando
necessário. O disjuntor fechado deve ter energia acumulada, normalmente numa mola,
suficiente para abrir os seus contactos.
3.1.2.1.3. Seccionadores
O seccionador tem a função de efectuar a abertura visível entre dois circuitos activos, contudo,
ao contrario do disjuntor, não tem poder de corte em carga. A ausência de capacidade de
poder de corte em carga impede que o seccionador seja utilizado para interrupção de
correntes, tanto de defeito, como de valor normal, sob risco de ocorrência de arco eléctrico. A
capacidade de corte visível é fundamental para garantir a segurança das pessoas, e a manobra
deve ser de tal ordem, que na posição aberta, está garantida uma distância de isolamento e
impedido o contacto inadvertido com um barramento ou linha em tensão. O seccionador
apenas actua após a abertura do disjuntor.
3.1.2.1.4. Linhas
É nas linhas que ocorrem grande parte dos defeitos num SEE, fruto essencialmente de
contacto com elementos externos, como árvores, animais e elementos climáticos excessivos.
Tratam-se de eventos aleatórios, que podem afectar inúmeros locais da rede eléctrica, com a
designação de permanentes, cuja supressão necessita de intervenção no local, ou não
permanentes, que disparam a protecção da linha e não necessitam de intervenção no local,
podendo ser eliminado com uma religação rápida (também podem-se denominar de fugitivos)
ou com um ligeiro tempo de intervalo (semipermanente).
22
3.1.2.1.5. Reactâncias de Neutro
As reactâncias de neutro (RN) são usadas para criação de neutro artificial no secundário dos
transformadores AT/MT das subestações e são responsáveis pela limitação de corrente de
curto circuito a 300 A em redes aéreas e mistas, e a 1000 A em redes subterrâneas, por via de
bobinas de reactância em série. As RN devem ser trifásicas, com enrolamentos separados, em
cobre, com isolamento uniforme, imersos em óleo mineral e herméticos à penetração de ar
exterior. Um enrolamento diz-se uniforme quando a tensão suportável à frequência industrial
em relação à terra de cada ponto ligado é a mesma. Deve ser criado um neutro artificial por
via de uma bobina em zig-zag, com neutro acessível.
Embora não seja convertida em trabalho útil como a potência activa, na distribuição de
energia também flui energia reactiva, predominantemente de natureza indutiva, necessária
para excitar os circuitos electromagnéticos dos equipamentos de força motriz, transformadores
e geradores. Uma vez que representa uma carga adicional nos diferentes elementos da rede
eléctrica, provocando perdas adicionais por calor e quedas de tensão, é necessário compensar
esta energia produzindo-a localmente, na subestação, por meio de escalões de baterias de
condensadores (EBC).
A potência máxima estipulada do EBC é dada para os valores estipulados de tensão. Para a
tensão estipulada de 11, 16,5 e 33 kV o EBC tem uma potência máxima de 3,43 MVAr e pode
conter, no máximo, 6 unidades de condensadores de 572 KVAr ou 12 unidades de 286 KVAr,
ligados em dupla estrela com os neutros interligados e isolados em relação à terra, por forma a
realizar a potência estipulada para o escalão.
23
uniformização dos relés, pois a produção destes para os inúmeros níveis de tensão seria
impossível. Desta forma, são os equipamentos de medida que garantem o padrão de grandezas
no secundário para os valores mais reduzidos de tensão e corrente.
Os transformadores de tensão (TT) são ligados em paralelo com o circuito de potência, com a
função de transformar a tensão da rede numa tensão adequada para a utilização dos
equipamentos de protecção. Segundo, devem apresentar uma tensão nos terminais do
enrolamento secundário de 100 V. Podem ser em um de dois tipos:
Electromagnéticos;
Capacitivos.
24
Para tensões de maior valor, é normalmente adaptado um segundo tipo de transformador –
capacitivo, com o primário a consistir em ligações em série de condensadores (isoladores
cerâmicos), de forma a reduzir a tensão primária para valores convenientes.
25
3.1.2.2.2. Transformadores de corrente
Figura 15 – Transformador de corrente com primário em barra de núcleo toroidal e secundário distribuído
uniformemente.
Fonte: Miguel Rebelo de Seixas.
O edifício de comando é constituído por uma sala ampla onde fica instalado o equipamento
principal de MT, nomeadamente o QMMT e os sistemas de alimentação e de comando e
controlo, integrados em armários próprios para o efeito.
Contém as unidades de protecção dos painéis, que recebem informações e medidas analógicas,
provenientes dos TT e TI. Avaliam em tempo real a necessidade de actuar os disjuntores ou as
tomadas do TP.
26
3.1.2.3.2. Armário de Contagens
Contém o computador industrial responsável pelos registos do sistema e por todas as funções
de visualização e interface operacional para o utilizador. Também permite proceder à
parametrização e configuração dos IED´s e análise dos registos de eventos.
Contêm os disjuntores de baixa tensão, que alimentam os circuitos de baixa tensão alternada
da subestação. É alimentado pelos transformadores de serviços auxiliares e alimenta a
ventilação de emergência, o aquecimento dos armários no exterior, ar condicionado,
iluminação e as tomadas da subestação.
27
A alimentação dos Serviços Auxiliares de Corrente Alternada deve ser garantida por duas
fontes distintas, dois transformadores de serviço Auxiliar MT/BT, ligados a cada barramento
MT. Em caso de falha de serviço, deve existir um sistema automático de comutação para outra
fonte, assim que possível.
3.1.2.3.7. Rectificador
Aloja o equipamento que converte a alimentação em tensão alternada para tensão contínua,
que carrega as baterias de corrente contínua.
Quadro metálico do tipo blindado, que contém as celas de média tensão, que interligam as
linhas de MT da rede de distribuição para alimentar os postos de seccionamento e de
transformação da rede de distribuição nos centros de consumo.
28
neutro e dos escalões de baterias de condensadores às respectivas celas do quadro metálico de
MT, serão cabos unipolares, possuindo uma alma condutora em alumínio.
Começamos pela chegada de energia eléctrica que é feita por subestações da RNT que fazem a
alimentação das subestações abaixadoras com uma tensão de 60 KV que normalmente são da
ENDE. Neste caso temos duas chegadas ou dois circuitos de suprimento e têm os mesmos
aparelhos até os barramentos.
Após a chegada encontramos os TT´s, ligados em paralelo, que como a linha é trifásica então
temos um TT para cada fase que desempenham a função de protecção (enviando dados dos
níveis tensão para os dispositivos de controle e monitoramento que são os relés e o software
de computadores, usualmente o software SCADA) e medição (enviando os valores de tensão
de chegada aos aparelhos de medida).
A seguir temos os seccionadores que pelo mesmo motivo que os TT´s também temos três,
nesta localização são chamados de seccionadores de linha que têm a função de isolar a
subestação em caso de falha à jusante na linha, mas atenção eles não se podem accionar em
carga. Acompanhando-o estão os TI´s que dão uma intensidade de corrente no seu secundário
proporcional ao nível de intensidade de corrente do primário permitindo assim a sua medição
pelos dispositivos de medida encontrados no edifício de comando e a monitoração para que
em caso de sobreintensidades possa remeter aos dispositivos de controle e protecção para
fazer a abertura dos dispositivos de manobra (disjuntores). Posteriormente localizam-se os
disjuntores, cuja finalidade é proteger a linha a sua jusante contra sobreintensidades de acordo
com a ordem dos relés de protecção.
Logo após os disjuntores encontramos os seccionadores de barra que têm a função de isolar o
barramento de AT, estes seccionadores de barra por terem conexão com o barramento, que se
depois dele, e como este interliga os dois sistemas de suprimento, não devem nunca estar
fechados ao mesmo tempo, ou seja, quando os seccionadores do primeiro sistema de
suprimento estiverem fechados, o do segundo sistema de suprimento devem obrigatoriamente
estar abertos para se evitar um curto-circuito entre fases na SE. E lembrando que eles não
podem ser operados em carga pois não possuem poder corte ou câmara de extinção do arco
29
eléctrico e eles seccionadores podem ser controlados pelos equipamentos dispostos no edifício
de comando ou de forma manual por meio de motores ou alavancas.
Para manter uma boa operação e a integridade dos componentes eléctricos, o sistema eléctrico
deve ser protegido contra curtos-circuitos e demais situações que causam avarias no sistema.
Quando há ocorrência desses eventos, há a necessidade de isolar a parte submetida à avaria do
restante da rede eléctrica, trazendo assim estabilidade para a operação evitando danos e
demais influencias negativas ao sistema.
A ideia de um sistema de protecção é actuar de forma rápida e eficaz, e para isso é necessário
que haja integridade nas informações repassadas de um sistema de medição para meios
analisadores e consequentemente para um dispositivo de actuação.
30
O disjuntor é o equipamento de protecção mais importante do sistema eléctrico, pois ele é
responsável pelo seccionamento imediato do circuito energizado, submetido a
sobreintensidades.
Após a ocorrência de um curto-circuito, estes dados são enviados para o relé que faz as
comparações dos sinais recebidos com parâmetros pré-ajustados de forma a garantir a
actuação dos componentes responsáveis pelo seccionamento do circuito eléctrico
(disjuntores).
O principal foco deste relé é comandar um disjuntor, onde diferente dos disjuntores de baixa
tensão ele é accionado por um mecanismo externo, e não por efeitos termomagnéticos. Para
aumentar a segurança do sistema de protecção, o relé é operado através de transformadores de
tensão e corrente, que diminuem elevados níveis de tensão e corrente para maior comodidade
do mesmo.
A protecção por meio dos relés tem duas funções: onde a principal é desconectar o sistema
que está tendo um defeito ou operando fora dos limites estabelecidos; A secundária é indicar a
localização e especificar o defeito, reduzindo o tempo de recuperação do sistema.
Deste modo, o funcionamento de uma subestação abaixadora perante anomalias será de forma
a comunicar aos relés de protecção por meio dos transformadores de instrumentos (os TT´s e
os TI´s) e estes relés por sua vez localizarão a anomalia e comandarão a abertura dos
31
disjuntores mais próximos do defeito que isolarão a parte do circuito afectada o mais rápido
possível. Este defeito será especificado e notificado para que se possa fazer a devida
manutenção reduzindo o tempo de recuperação da parte afectada.
Estes campos dos equipamentos inclusive se influenciam mutuamente, razão pela qual a
adopção de medidas de protecção para promover a compatibilidade electromagnética entre
eles se fazem necessárias.
Baseando-se neste contexto, mesmo uma simples inspecção visual ou visita técnica na
subestação representa por si só risco para o observador ao entrar na sala eléctrica, pois, há
perigos inerentes à própria instalação existente.
32
Outro perigo inerente à instalação de uma subestação é o risco real de formação de arco no ar,
principalmente uma vez que suas propriedades dieléctricas estejam comprometidas, como em
dias mais húmidos. As ocorrências de pequenos arcos no interior dos equipamentos são
previstas na sua operação normal, sobretudo nas partes onde ocorrem seccionamento de
contactos eléctricos, como câmaras de extinção de arco de disjuntores de média tensão; nestas
seções do equipamento, geralmente imersas em meio isolante, como SF6, vácuo, óleo isolante
ou até mesmo o ar, ocorrem as chamadas descargas parciais, pois quando é aplicada uma
tensão aos terminais de uma carga isolada, irão ocorrer “descargas” na abertura do disjuntor
em carga ou em curto-circuito.
Além disso, descontinuidades ou falhas na isolação dos cabos podem representar perigo
adicional se houver contacto inadvertido com partes eléctricas energizadas.
Para que se tenha uma ideia mais clara da real utilidade das interacções electromagnéticas,
existem manutenções preditivas realizadas nos equipamentos eléctricos, que compreende
analisar a assinatura eléctrica dos equipamentos, através de uma técnica não invasiva são
utilizadas leituras de tensão e corrente para detectar falhas.
Além de todos esses perigos, embora menos frequente, tem-se o de choque eléctrico por
tensão de passo, que compreende a passagem de corrente pelo corpo devido à diferença de
potencial eléctrico formada entre os dois pés do indivíduo, quando no solo há a formação
curvas equipotenciais de níveis diferentes, por descargas eléctricas absorvidas pela malha de
aterramento da subestação devido a descargas atmosféricas ou curto-circuitos no sistema
eléctrico.
33
É importante manter sempre uma distância segura dos equipamentos, transitando pela área
livre (na prática, a partir de 1,4 m da fonte de risco, para níveis de tensão até 15 kV, é uma
distância segura).
Por fim, mesmo em casos de acesso à subestação com a finalidade de realizar uma inspecção
visual ou visita técnica, é necessário adoptar uma postura de prevenção, cujas acções em
resumo são:
Retirar adornos metálicos (como chaves, correntes, brincos, argolas, relógios, adereços
metálicos nos cabelos, anéis, pulseiras);
34
Conclusão
Subestações são muito importantes e por conta deste facto entende-se o seu tamanho, a
quantidade de equipamentos, o quão complexa ela é e como é importante futuros técnicos
como nós terem o máximo de conhecimento que puderem sobre ela.
35
Referências bibliográficas
36
Anexos
Anexo A
Neste anexo apresentamos o guia de entrevista que se usou na entrevista ao operador da
subestação da ENDE da localizada na Vila de Cacuaco.
Guia de entrevista
1. O que é uma subestação?
2. Quais são os elementos que constituem uma subestação?
3. Qual é a função que cada um, desempenha na subestação?
4. Qual é o nível de tensão que alimenta a subestação?
5. Quem alimenta a subestação?
6. Quais são os bairros que a subestação alimenta?
7. Qual é potência que a subestação recebe, e qual é a potência que ela fornece?
8. Como é que podemos classificar a subestação?
9. Quais são as técnicas utilizadas para se fazer a manutenção?
10. Qual é o princípio de funcionamento da subestação?
Anexo B
Como qualquer outro aparelho eléctrico, os disjuntores de AT também têm características
eléctricas. Abaixo segue-se um quadro dessas mesmas características.
D60 – I 0,8
16
D60 – II
72,5 1,25
D60 – III 25
37
Anexo C
Os transformadores de 60 KV/MT apresentam tipos diferentes de refrigeração e para cada tipo
de refrigeração apresentam potências estipuladas diferentes. E neste anexo apresentamos uma
tabela com as respectivas potências para cada tipo de refrigeração.
10 7
20 15
31,5 25
40 30
38