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Molécula da glicose
Gliconeogênese ou neoglicogénese ou
ainda neoglucogénese("formação de
novo açúcar") é a rota pela qual é
produzida glicose a partir de compostos
aglicanos (não-açúcares ou não-
carboidratos), sendo a maior parte deste
processo realizado no fígado
(principalmente sob condições de jejum)
e uma menor parte no córtex dos rins.
Em humanos, os principais precursores
são: lactato, glicerol e aminoácidos,
principalmente alanina. Exceto por três
sequências específicas(Piruvato para
PEP, Frutose1.6-bifosfato para frutose-6-
p, Glicose-6-p para glicose), as reações
da gliconeogênese são inversas às da
glicólise. [1]
Precursores
As três maiores fontes de carbono para
a gliconeogênese em humanos são
lactato, glicerol e aminoácidos,
particularmente alanina. O lactato é
produzido pela glicólise anaeróbica em
tecidos como músculo em exercício ou
hemácias, assim como por adipócitos
durante o estado alimentado, sendo
convertido em piruvato pela enzima
lactato desidrogenase. Glicerol é
liberado das reservas adiposas de
triacilglicerol e entra na rota
gliconeogênica como diidroxiacetona
fosfato (DHAP). Aminoácidos provém
principalmente do tecido muscular, onde
podem ser obtidos pela degradação de
proteína muscular. Todos os
aminoácidos, exceto a leucina e a lisina,
podem originar glicose ao serem
metabolizados em piruvato ou
oxaloacetato, participantes do ciclo de
Krebs. A alanina, o principal aminoácido
gliconeogênico, é produzida no músculo
a partir de outros aminoácidos e de
glicose.[1]
Reações da gliconeogênese
O processo de gliconeogênese superpõe-
se ao da glicólise, sendo que, iniciando
pelo piruvato, a maioria das reações de
síntese de glicose são no sentido inverso
aos da glicólise. As enzimas envolvidas
na catalização desses passos são
reguladas para que, ou glicólise, ou
gliconeogênese predomine, dependendo
das condições fisiológicas. A maioria
das etapas da gliconeogênese usa as
mesmas enzimas que catalizam o
processo da glicólise, porém, o fluxo de
carbonos, é claro, é na direção reversa.[1]
Entretanto, em três pontos as reações da
glicólise são irreversíveis in vivo (por
liberarem energia livre em forma de
calor): conversão de glicose em glicose
6-fosfato pela hexoquinase, a
fosforilação da frutose 6-fosfato em
frutose 1,6-bisfosfato pela
fosfofrutoquinase-1 e a conversão de
fosfoenolpiruvato em piruvato pela
piruvato quinase.[2] Para contornar essas
barreiras energéticas, reações e enzimas
especiais são necessárias.[1]
Reações da gliconeogênese a
partir de lactato mostradas
por projeções de Fischer e
por modelo poligonal
As reações mostradas por projeções de
Fischer podem ser comparadas à
representação utilizando o modelo
poligonal. [4]
Reações da gliconeogênese a partir do lactato
mostradas por projeção de Fischer, à esquerda, e
pelo modelo poligonal, à direita. Exceto para a
desidrogenação do lactate a piruvato, as reações
aqui mostradas são aquelas não comum às reações
da via glicolítica, pois algumas das mesmas são
irreversíveis in vivo. Os compostos correspondem
ao lactato (LAC), piruvato (PIR), oxaloacetato (OxA),
fosfoenolpiruvato (PEP), frutose 1,6-bifosfato (
F16BP), frutose 6-fosfato (F6P), glicose 6-fosfato
(G6P) e glicose (Glu). As enzimas que participam
dessas reações são indicadas pelos números
sublinhados, e correspondem à lactato
desidrogenase (1), piruvato carboxilase (2),
fosfoenolpiruvato carboxiquinase (3), frutose 1,6-
bifosfatase (4) e glicose-6-fosfatase (5). A única
reação que ocorre na mitocôndria é a carboxilação
do piruvato a oxaloacetato, que é dependente de
biotina como grupo prostético da enzima 4. As
outras reações ocorrem no citoplasma. As
coenzimas participantes (NAD+, NADH + H+, ATP,
GTP, ADP e GDP) foram omitidas nessas
representações. As reações de fosforilação
utilizando ATP ou GTP são representadas como ~P
entrando nas reações. A reação de oxirredução
utilizando NAD+ pode ser observada como
hidrogênios “2H” entrando na reação. Os fosfatos
inorgânicos liberados são representados como Pi
saindo das respectivas reações.
Balanço energético da
gliconeogênese
A neoglicogênese é uma reação de
síntese porque utiliza um precursor de 3
carbonos e tem como produto final a
glicose, com seis carbonos. Assim como
as demais reações de síntese, a
neoglicogênese consome energia na
forma de ATP. Para cada molécula de
glicose formada a partir de piruvato, seis
moles de pontes de fosfato de alta
energia são clivadas[1]: quatro ATP, dois
GTP, e dois NADH,[2] que são utilizados
nas reações catalisadas por piruvato
carboxilase, fosfoenolpiruvato
carboxiquinase e fosfoglicerato quinase.
Dois moles de ácido pirúvico são
requeridos para a síntese de um mol de
glicose.[1]
Reação Global
Regulação
O controle da gliconeogênese é realizado
pelo glucagon, que estimula esse
processo, e pela insulina, que atua de
maneira oposta.[1] Glicólise e
gliconeogênese são reguladas
reciprocamente. Se glicólise (a
conversão de glicose em piruvato) e
gliconeogênese (a conversão de piruvato
em glicose) fossem permitidas ocorrer
simultaneamente em altas taxas, o
resultado seria o consumo de ATP e a
produção de calor.[2] Embora a
gliconeogênese ocorra durante o jejum, é
também estimulada durante exercício
prolongado, por uma dieta altamente
protéica, e sob condições de estresse.
Os fatores que promovem o fluxo geral
de carbono do piruvato até glicose
incluem a disponibilidade de substrato e
mudanças da atividade ou quantidade de
certas enzimas chave da glicólise e
gliconeogênese.[1]
Referências
1. Michael Lieberman e Allan D Marks
(2009). Mark's Basic Medical
Biochemistry: a clinical approach 3rd
edition ed. USA: Lippincott Williams
& Wilkins. 1011 páginas.
ISBN 078177022x Verifique |isbn=
(ajuda)
2. David L Nelson e Michael M Cox
(2000). Lehninger Principles of
Biochemistry. USA: Worth
Publishers. 724 páginas. ISBN 1-
57259-153-6
3. Reginald H Garrett e Charles M.
Grisham (2002). Principles of
Biochemistry with a Human Focus.
USA: Brooks/Cole, Thomson
Learning. pp. 578,585. ISBN 0-03-
097369-4
4. Bonafe, C. F. S.; Bispo, J. A. C.; de
Jesus, M. B. (2018). The Polygonal
Model: A Simple Representation of
Biomolecules as a Tool for Teaching
Metabolism. Biochemistry and
Molecular Biology Education. 46: 66-
75. DOI - 10.1002/bmb.21093.
Ver também
Ciclo de Cori
Ciclo de Calvin
Glicogenólise
Glicólise
Glicogênese
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