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AROMATERAPIA
EM ANIMAIS
Como usar a Aromaterapia com
segurança e eficácia para cuidar da
saúde e bem estar dos animais.

Por Gioconda Assumpção


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1ª EDIÇÃO

AROMATERAPIA
EM ANIMAIS
Como usar a aromaterapia com
segurança e eficácia para cuidar da
saúde e bem estar dos animais.

Por Gioconda Assumpção

Publicado em 2020
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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

NOTAS IMPORTANTES

Este livro não tem a intenção de aprofundar e/ ou esgotar o assunto. Nenhuma informação
presente neste livro substitui o papel do profissional habilitado nas instruções, procedimentos,
atendimentos clínicos e acompanhamento no cuidado terapêutico dos animais.

Recomendamos sempre o acompanhamento de um profissional médico veterinário no


tratamento dos animais. Não nos responsabilizamos pelo uso incorreto dessas informações e por
qualquer dano que possa causar no uso de forma inadequada.

É proibida a reprodução parcial ou total deste livro sem o prévio consentimento escrito e legal da
autora.

Este é um trabalho feito com muito carinho e dedicação, portanto esperamos o respeito da parte
do leitor ao não fazer envios não autorizados do arquivo deste e-book a outras pessoas. O e-book
estará disponibilizado, para quem queira adquiri-lo, através dos canais oficiais da Raralume ou da
autora Gioconda Assumpção.

Estamos abertos para receber sugestões, críticas e pontos de melhoria, ou qualquer outra
necessidade de contato através do e-mail: contato@raralume.com.br.
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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

A autora
Gioconda Assumpção é mineira, mãe de dois Em 2017, idealizou e fundou a empresa
filhos, professora e terapeuta integrativa com Raralume, que significa “luz rara” e remete à
ênfase em Aromaterapia. Possui mais de 20 ideia dessa luz interior que cada ser vivo tem e,
anos de experiência acadêmica e 11 anos em às vezes, precisa ser trabalhada para estar em
docência em curso superior. equilíbrio.

Formou-se em Medicina Veterinária pela A Raralume atua com foco na aromaterapia e


UFMG, onde trabalhou com pesquisa e ensino tem como propósito promover sua prática de
desde o início da sua carreira, em 1998. Em sua forma segura e eficaz, gerando saúde e bem
residência, especializou-se em Cirurgia e estar em animais e pessoas, por meio da
Obstetrícia de pequenos animais e fez entrega de conteúdo de qualidade e baseado
mestrado na área de Neurociências no na literatura científica.
departamento de Fisiologia e Farmacologia do
ICB/UFMG. Hoje, a Gioconda possui uma visão de cuidado
com a saúde integral, visando uma interação
Em 2007, iniciou carreira como professora de saudável entre os seres humanos, os animais e
ensino superior, ministrando disciplinas da área o meio ambiente. Realiza suas práticas e
da saúde, como Fisiologia Humana, Fisiologia estudos com embasamento na literatura
Animal, Patologia Geral Humana, científica ampliando o olhar para o indivíduo
Fisiopatologia Dermatológica Vascular e integral e energético.
Endócrina Humana, Farmacologia e
Terapêutica Veterinária, Clínica Veterinária e Com toda essa bagagem prática, acadêmica e
Técnica Cirúrgica. científica, a Gioconda tem como maior desejo,
poder compartilhar este conhecimento e
Em 2010, iniciou sua trajetória nas práticas espalhá-lo para o máximo de pessoas que
complementares, tendo realizado pós- querem aprender sobre o mundo incrível da
graduação em Medicina Tradicional Chinesa, aromaterapia.
com ênfase em acupuntura, além de cursos
livres de Programação Neurolinguística (PNL),
Shiatsu, Terapia do Bem com Cristais
Radiônicos, Eneamind, Coerência Cardíaca,
Fitoterapia, Nutracêutica e Aromaterapia.
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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

A autora

Feliz aquele que transfere o que


sabe e aprende o que ensina"
– Cora Coralina

Foto: Leandro Couri


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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

APRESENTAÇÃO

O uso de plantas aromáticas faz parte da prática médica veterinária há milênios. Nos últimos
anos, a procura pelas terapias naturais e aromaterapia para animais tem aumentado
significativamente. Este guia surgiu da necessidade de apresentar possibilidades, benefícios e
segurança do uso de óleos essenciais e hidrolatos em animais aos tutores, médicos veterinários e
todos que amam os animais e sentem o desejo de cuidar desses de forma menos invasiva, mais
respeitosa e integral.

Procurei abordar o tema com um texto simples, direto e conciso baseado nos trabalhos dos
profissionais que tenho como referência na aromatologia e aromaterapia em animais, no Brasil e
no mundo.

Este livro não tem o objetivo de aprofundar nos temas ou entrar em


mecanismos fisiológicos e farmacológicos relacionados ao uso de
óleos essenciais em diferentes espécies animais, e sim iniciar os
leitores nos conceitos introdutórios para o uso seguro e eficaz desta
prática terapêutica tão bonita. O estudo continuado em livros
indicados e cursos sempre deve ser prioridade para quem deseja usar
a aromaterapia em animais.

Além das referências citadas, sou grata aos profissionais que


compartilham suas experiências e conhecimentos do uso de óleos
essenciais tanto em pessoas como animais, todos com um coração tão
grande que sempre enxergam o grande potencial de transformação
que essas substâncias vegetais podem fazer na sociedade como um
todo, e reconhecem os cuidados necessários, mantendo assim, o
respeito às plantas, aos animais e ao nosso planeta. Vejo este respeito
na forma de uso sutil e delicado nos animais, na comunidade em que
vivem, nas práticas diárias dentro de consultórios e em cursos e
congressos de aromatologia e aromaterapia.

Agradeço à minha família e amigos que sempre me apoiam em todas as


jornadas. Agradeço aos alunos e pacientes que enriquecem a minha
vida com seus aprendizados e trocas de conteúdo e experiências.
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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

APRESENTAÇÃO

Agradeço à Érika pela parceria, que nos permite a concretização de antigos projetos da Raralume
e a criação de novos, a partir do seu trabalho apaixonado e focado, que busca a perfeição em
detalhes.

Agradeço à Alessandra Almeida, amiga linda que enriqueceu esse livro com conselhos, correção
técnica e apoio imprescindíveis para a sua concretização.

Espero que você encontre nas páginas seguintes conteúdo confiável sobre o uso da aromaterapia
em animais e, principalmente, a vontade de conhecer mais sobre o mundo da aromaterapia e o
encantamento que as plantas trazem a nossa vida e a vida dos animais.

O respeito ao indivíduo, o amor e o conhecimento devem andar juntos, em equilíbrio para fazer-
mos nossa parte para criar um mundo melhor.
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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

ÍNDICE

Introdução 09

Conhecendo a aromaterapia
Capítulo 1 - O que é Aromaterapia ? 11
Extração das moléculas voláteis de plantas aromáticas 13
Óleos essenciais 14
Hidrolatos 15
Óleos vegetais 16
Capítulo 2 - Qualidade, conservação e cuidados na manipulação 17

Aromaterapia e os animais

Capítulo 3 - Zoofarmacognosia 18
Capítulo 4 - Olfato nos animais 20
Capítulo 5 - Óleos essenciais e coerência cardíaca: potencializando o 23
equilíbrio emocional
Capítulo 6 - Como usar aromaterapia nos animais? 24
Facilitando a autosseleção pelo animal 24
Definindo e calculando as concentrações e diluições 26
Diluindo os óleos essenciais 27
Realizando o tratamento 28
Via inalatória 29
Via dérmica 29
Via oral 30
Capítulo 7 - Toxicidade e cuidados 32
Capítulo 8 - Aromaterapia para gatos 33
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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

Promovendo Bem-estar e Saúde


Capítulo 9 - O uso da aromaterapia nos cuidados diários dos animais 35
Capítulo 10 - O uso da aromaterapia como coadjuvante em cuidados e 36
tratamentos em animais

Plantas e Óleos Essenciais


Capítulo 11 - Algumas plantas e seus óleos essenciais 37
Bergamota 37
Camomilas 38
Gerânio 40
Hortelã pimenta 41
Lavanda Francesa 42
Vetiver 43
Capítulo 12 - Sugestões de óleos essenciais de acordo com as indicações 44
terapêuticas
Físico 44
Psique e emocional 46
Cinco movimentos segundo a Medicina Tradicional Chinesa 47

Formulações Naturais
Capítulo 13 - Formulações práticas 48
Solução gel de aloe vera para uso geral 48
Solução de limpeza de patinhas para cães 49
Óleo de massagem para uso geral em cães e equinos 49
Pomada para uso geral 49
Solução spray leve e refrescante com efeito repelente leve 50

Concluindo 51
Referências 52
Anexo 1 - Ficha prática de utilização segura de aromaterapia em seu animal 55
Anexo 2 - Índice de óleos essenciais citados neste livro 56
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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

Introdução

A aromaterapia é uma prática bastante


conhecida e muito utilizada pelas pessoas
Muitos médicos veterinários e tutores já estão
mais conscientes da necessidade de encontrar
para alívio de problemas emocionais e até caminhos terapêuticos integrativos para
mesmo como forma complementar em promover o bem-estar e saúde dos animais
tratamentos de distúrbios físicos como que cuidam.
inflamações e infecções. Ela é perfeita como
terapia integrativa em alterações de sono, Por esses caminhos, somos capazes de atender

ansiedade, dificuldade de concentração, as demandas do animal de forma completa

dermatites crônicas e questões englobando o seu aspecto físico, mental,


emocional e espiritual, solucionando tanto os
musculoesqueléticas e respiratórias, entre
problemas individuais como também as
tantas outras aplicabilidades.
relações desse indivíduo em seu grupo e
convívio com outros animais e pessoas,
Todos os animais se beneficiam muito com o
contribuindo para que o animal alcance o
uso dos óleos essenciais, hidrolatos e extratos
equilíbrio em todo o seu contexto, em seu
de plantas aromáticas.
ambiente e em seu dia-a-dia.

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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

Assim, a cura não ocorre por imposição e sim por meio da transformação e da busca ativa e responsável
pela saúde, fornecendo autonomia, segurança e resultados eficazes e duradouros. O tutor participa
desse processo e se torna parte responsável pelo processo de cura e pela transformação que ocorre em
todo o sistema.

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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

Conhecendo a Aromaterapia
Capítulo 1
O que é a aromaterapia?
“As plantas transmitem os impulsos vitais e emocionais, a
força vital que está oculta na luz. Esse é o presente, a graça, o
poder das plantas...a existência das plantas é uma grande
oferenda, um sacrifício. Elas nos oferecem não apenas seu
valor nutritivo como também a verdadeira luz e o amor das
estrelas e do cosmo, das quais elas são mensageiras. ” (LAD
apud HOZZEL, 2019, p. 14)

A aromaterapia é arte e ciência!


Trata-se de uma prática terapêutica embasada na literatura científica, que utiliza óleos
essenciais, que são substâncias químicas produzidas por plantas aromáticas, para restabelecer o
bem-estar e saúde integral do corpo físico, mental, emocional e espiritual de pessoas e animais.
Além dos óleos essenciais, na prática da aromaterapia utilizamos também outros extratos como
as resinas, bálsamos, óleos fixos, macerados e géis, bem como os hidrolatos.

Como arte, envolve o desenvolvimento da liberdade, criatividade e intuição, permitindo a


entrega do indivíduo aos aromas das plantas na construção de um novo mundo em harmonia
com a natureza.

A aromaterapia também é um processo e uma experiência, que surgem com a interação das
moléculas químicas do vegetal com o nosso corpo. Traz clareza e luz interna, permitindo um
caminhar pela vida com mais lucidez e propósito, reencontrando a liberdade de “ser por inteiro”,
tão necessária à vida dos animais e das pessoas.

A palavra aromaterapia foi cunhada pelo químico francês René Maurice Gattefossé, que
publicou o primeiro livro sobre aromaterapia "Gattefossé Aromatherapy" em 1937. Gattefossé
não foi o primeiro a usar óleo essencial de forma terapêutica ou mesmo escrever sobre sua
aplicabilidade – segundo Tisserand (2017), há registros de que a aromaterapia começou nas
antigas civilizações. Contudo, nenhum dos seus antecessores, desde os primórdios da destilação,

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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

registrou a aplicação terapêutica dos óleos essenciais como uma disciplina, tendo sido, portanto,
seu entusiasmo, visão e dedicação que o inspirou a marcar a história da aromaterapia¹.

O uso da aromaterapia em animais foi registrado pelo Nicholas Culpepper no século XVII e pelo
Dr. Louis Sevelinge na década de 40, na França. Atualmente possuímos outras referências como
Nelly Grosjean, Melissa Shelton, Nancy Brandt, Carolina Ingraham, Nayana Morag e Kelly
Holland.

No Brasil, a aromaterapia em animais tem se fortalecido por


profissionais qualificados e que constroem um caminho com sabedoria
e responsabilidade. Merecem nosso reconhecimento o Fabian Laszlo²,
fundador da Empresa Laszlo, que promove o conhecimento da
aromatologia e aromaterapia com publicações de livros de referência
traduzidos para o português pela Editora Laszlo; Sheila Waligora³,
Médica Veterinária, que utiliza os óleos essenciais em animais há mais
de 30 anos, atualmente inclui a aromaterapia nos atendimentos da
comunicação intuitiva com animais; o Yuri Melo, Médico Veterinário
dedicado à aromaterapia em animais desde 2014, idealizador da
Vetfleur, empresa especializada em aromaterapia em animais; Renata
Rigueira Santiago e Amanda Couto Araújo da Infinitum Natureza, que
cultivam a integridade ecológica, o empoderamento e o bem viver
através de produções artesanais de óleos essenciais de plantas
aromáticas regionais e cuidam de forma responsável de pessoas e
animais da comunidade. Entre tantos outros profissionais que integram
a aromaterapia à sua prática profissional, especialmente com animais.

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Extração das moléculas voláteis de plantas aromáticas

D iversos métodos são utilizados para obtenção das moléculas químicas presentes nas
plantas aromáticas, entre eles temos a extração a vapor, extração por hidrodestilação,
extração supercrítica, extração por prensagem, extração por enfloração, extração por solvente
e extração por óleo.

As composições químicas resultantes do extrato vegetal dependem do método de extração


realizado. Na extração por prensagem de frutas cítricas, por exemplo, como limão, bergamota
e laranja amarga, o óleo essencial possui potencial fototóxico, ou seja, pode causar
queimaduras quando utilizado na pele exposta ao sol. O potencial fototóxico se deve a
presença de moléculas cumarínicas. Quando esses óleos são destilados à vapor, ficam livres de
furanocumarinas, sendo muitas vezes, identificados no rótulo como LFC (livre de
furanocumarinas).

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Óleos essenciais

O s óleos essenciais são misturas complexas de substâncias químicas voláteis extraídas das
plantas por processo de destilação ou processo mecânico de prensagem. Esses extratos
podem ser derivados de diversas partes das plantas como flores, folhas, cascas, sementes,
rizomas e raízes.

As moléculas químicas voláteis presentes nos óleos essenciais apresentam estrutura química
de terpenóides e fenilpropanóides. Possuem diversos grupos funcionais, entre eles, álcoois,
cetonas, aldeídos, ácidos carboxílicos, ésteres, óxidos, acetatos que interagem com as células
do organismo do animal promovendo atividade farmacológica.

Essas moléculas estão presentes nas plantas aromáticas em quantidades bem pequenas; cada
planta possui uma concentração diferente. O capim limão e a citronela, por exemplo, possuem
1% de óleo essencial em sua matéria vegetal, enquanto precisamos de 3.500 Kg de pétalas de
rosa para extrair apenas 1 litro do seu óleo essencial. Por serem moléculas tão preciosas,
devemos prezar pelo uso responsável de cada gota de óleo essencial, reverenciando a
natureza e nosso planeta.

Cada óleo essencial é constituído de dezenas a centenas de substâncias diferentes, com


estruturas químicas conhecidas. Essas substâncias são lipofílicas, isso é, se misturam com
facilidade em óleos. São voláteis e, portanto, se dispersam no ar, alcançando todos que estão
em um mesmo ambiente; pessoas e animais, permitindo a percepção do cheiro, que traz prazer
e equilíbrio emocional.

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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

Os óleos essenciais são capazes de alterar o comportamento de cães. A inalação da lavanda-


verdadeira promove a diminuição da movimentação e vocalização de cães enquanto os óleos
essenciais de hortelã-pimenta e alecrim-verdadeiro aumentam essas atividades
comportamentais.

A estimulação olfativa com catnip ou lavanda-verdadeira pode influenciar o comportamento


de gatos, com potencial para uso estratégico em enriquecimento ambiental para esses
animais.

Hidrolatos

H idrolato, também chamado de hidrossol, é a água condensada produzida durante a


destilação a vapor e hidrodestilação da planta. Possui moléculas hidrossolúveis das plantas
que não estão presentes nos óleos essenciais e apenas pequena porção de moléculas dos óleos
essenciais. É leve, ótimo para ingestão e usos crônicos quando diluídos adequadamente. Por
possuírem substâncias hidrossolúveis é mais seguro para uso em pessoas e animais.

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Óleos vegetais

O s óleos vegetais são produtos constituídos principalmente de glicerídeos de ácidos graxos


de vegetais. São provenientes de plantas oleaginosas como grãos, castanhas, sementes e
frutos.

Devemos sempre priorizar o uso de óleos vegetais extravirgem e prensados a frio. São usados
na aromaterapia como veículos para diluição de óleos essenciais. Nutrem a pele pois são ricos
em ácidos graxos, vitaminas e sais minerais.

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Capítulo 2
Qualidade, conservação e
cuidados na manipulação
A busca pela qualidade e conservação adequada do óleo essencial é imprescindível para
mantermos sua eficiência terapêutica e evitar intoxicações. As moléculas químicas presentes
nos óleos essenciais são propensas à auto-oxidação quando expostos à luz, calor e contato
com ar ou material inadequado.

Podem ocorrer alteração do aroma e viscosidade;


mas muitas vezes essas alterações são
imperceptíveis, e mesmo assim, as moléculas
oxidadas podem causar sensibilização quando
utilizadas no animal.

Os óleos essenciais devem ser conservados ao


abrigo da luz, em temperaturas entre 4 e 20 graus
Celsius em recipiente inerte (vidro, aço inoxidável ou
polímero inerte).

A falsificação e adulteração de óleos essenciais são


comuns, por isso, devemos buscar empresas
fornecedoras de óleos essenciais idôneas e
estabelecidas no mercado.

A fim de se evitar intoxicações e acidentes, também


recomendamos, principalmente aos novatos na
prática da aromaterapia, que evitem manusear os
vidros perto dos animais para evitar acidentes e/ ou
quebras. Animais costumam ser ágeis e podem,
portanto, pegar os frascos ao primeiro descuido.

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Aromaterapia e os ANIMAIS
Capítulo 3
Zoofarmacognosia
Z oofarmacognosia é um nome derivado das palavras gregas antigas "zoo" (animal),
"pharmaco" (remédio) e "gnose" (conhecimento).

A automedicação é comum e natural em animais de vida selvagem. Observações de animais


curando-se com remédios naturais foram documentadas em diversas sociedades remotas que
vão desde a Europa Medieval até as antigas civilizações de Roma, América do Sul e China.

Os animais têm a capacidade adaptativa de saber o que precisam para a sua saúde e bem-
estar. Uma vez inseridos em um ambiente com liberdade e autonomia, livre de estressores,
eles podem selecionar, ingerir e aplicar topicamente plantas, solos, insetos e drogas
psicoativas presentes no seu habitat natural para tratar ou prevenir doenças. Esse
comportamento é uma resposta hedônica, isto é, o animal percebe como agradável e saboroso
aquilo que o seu corpo precisa para se equilibrar.

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Carolina Ingraham criou e introduziu na prática da aromaterapia em animais, há mais de três
décadas, a zoofarmacognosia aplicada, utilizando óleos essenciais e extratos vegetais em
diversas espécies animais desde animais de companhia até cangurus, ursos polares, ursos
pardos, elefantes, tigres, rinocerontes e primatas.

A zoofarmacognosia pode ser praticada na aromaterapia por meio da autosseleção de óleos


essenciais e outros extratos vegetais pelos animais. Desta forma, permitimos que o animal seja
ativo no seu processo de cura, minimizando os efeitos adversos e trazendo mais segurança e
eficácia com o uso dos óleos essenciais.

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Segundo a zoofarmacognosia aplicada, os animais sabem qual o melhor óleo essencial e qual a
quantidade e quanto tempo eles precisam daquele óleo essencial. Permitir e respeitar essa
escolha, removendo ou reduzindo os estressores ambientais, como dieta inadequada ou falta
de liberdade de movimento, fornecemos a autonomia ao animal, tão importante para a cura.

Essa autonomia sobre as suas escolhas com a autosseleção e o equilíbrio no ambiente é


imprescindível para o restabelecimento do animal de forma natural.

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Capítulo 4
Olfato nos animais
O nariz tem um papel significativo na experiência sensorial dos animais. Os cães e gatos são
animais macrosmáticos, isto é, possui grande acuidade olfativa, e dependem do olfato para
detectar informações ambientais relevantes para a sobrevivência. Para exemplificar, o epitélio
olfativo dos cães possui uma área de superfície de 150-170 cm² comparados a 5 cm² em
humanos, o que, por si só, é um indicativo de atenção no uso da aromaterapia.

Cada espécie animal tem particularidades anatômicas, fisiológicas e genéticas que determinam
como coletam e processam as informações vindas das moléculas odorantes.

Os cães usam o ato de farejar para acentuar a discriminação olfatória. Quando fareja, as
moléculas odorantes são transportadas para o epitélio olfativo por meio de padrões únicos de
fluxo de ar, criando um fluxo aerodinâmico exclusivo nesses animais que permite uma maior
exposição do ar inspirado às células receptoras olfativas. O comportamento de farejar segue um
padrão rítmico de inspirações e expirações curtas com uma frequência de até 20 vezes por
minuto ou 4-7 Hz, podendo variar de acordo com a dificuldade da tarefa.

O fluxo de ar utilizado para respiração é separado do fluxo de ar para o farejar; além disso o ar
que entra nas narinas passa por um caminho diferente do ar que sai, permitindo uma captação
maior das moléculas odorantes.

O cão consegue reconhecer a direção de origem do odor, pois cada narina coleta o ar de regiões
separadas que são enviados para vias separadas no sistema olfativo.

As moléculas odorantes são


reconhecidas por receptores proteicos
presentes nas células olfativas
receptoras, enviando um sinal
bioelétrico até estruturas centrais do
sistema nervoso do animal. É assim que
o animal reconhece e identifica o cheiro.
O número de células receptoras varia
entre as espécies e raças.

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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

Estima-se que os humanos tenham cerca de 5 milhões e algumas raças de cães têm 200-300
milhões. A densidade das células receptoras no epitélio nasal de um cão é 100 vezes maior do
que em humanos. Quanto maior o número de células receptores, maior é a capacidade de
discriminar os cheiros. O treinamento e exposição à moléculas odorantes é capaz de moldar
essa sensibilidade olfativa. Alguns cães treinados conseguem detectar concentrações de
moléculas odorantes em valores de 1-2 partes por trilhão.

As células olfativas possuem cílios; humanos e ovelhas podem ter 4-25 por célula, enquanto o
cão pode ter 20-100 cílios por célula. Cada célula olfativa expressa um tipo de proteína
receptora na sua superfície. Esse receptor é capaz de reconhecer as moléculas odorantes. O
número de genes olfativos funcionais que expressam esses receptores em humanos foi
estimado em cerca de 450, em comparação ao cão que possui 800 e rato com 1.500 genes.

O sinal enviado pelos receptores ativados, após a ligação com a molécula odorante, chega até
o bulbo olfatório e posteriormente ao sistema límbico presente no cérebro do cão. Essas vias
olfativas estão relacionadas ao órgão vomeronasal do animal, que respondem a feromônios,
sendo essenciais em funções primitivas como determinação do status reprodutivo,
comportamentos sexuais e comunicações específicas da espécie, como o reconhecimento de
membros e filhos, estados de domínio e território.

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O cérebro do cão é capaz de detectar odores individuais ou misturas complexas de formas


diferentes. O reconhecimento do odor está relacionado a componentes fisiológicos das
emoções, podendo ser associado a emoções boas ou ruins.

O ato de farejar envolve áreas anatômicas diferentes no córtex olfativo comparado ao ato de
cheirar. Quando uma pessoa fareja, são ativados neurônios do córtex piriforme no lobo
temporal e dos giros orbito-frontal medial e posterior do lobo frontal. Em contraste, um
cheiro, independentemente do farejar, induz ativação principalmente nos giros orbito-frontal
laterais e anteriores do lobo frontal. Quando associamos tarefas com a percepção do odor,
áreas diferentes do cérebro são recrutadas de maneira paralela e hierárquica.

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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

Capítulo 5
Óleos essenciais e coerência
cardíaca: potencializando o
equilíbrio emocional
A saúde não é apenas um estado de ausência de doenças, e sim um estado em que o animal
está em coerência no seu interior, com os seus sistemas fisiológicos em equilíbrio e seu corpo
interagindo em sinergia com o ambiente ao redor.

A coerência cardíaca é um estado psicofisiológico específico de equilíbrio do corpo. Está


relacionado à estabilidade emocional e funções mentais facilitadas. Nesse estado, o nosso
sistema nervoso autônomo está balanceado, fortalecendo o sistema imune, melhorando nossa
capacidade de lidar com os estressores ambientais, reduzindo o excesso de adrenalina e
cortisol, e diminuindo a susceptibilidade a doenças como alergias e inflamações.

O estado de coerência cardíaca pode ser alcançado com práticas simples na qual o tutor
direciona a mente conscientemente para o momento presente, focando em sentimentos e
emoções de gratidão, alegria e compaixão, se soltando para o “ser livre”. Os animais percebem,
refletem e compartilham esses sentimentos, criando um estado de interação harmoniosa
entre tutor e animal. Ao permitir com que os animais vivam com autonomia e liberdade de
escolha do seu alimento, abrigo e relações sociais, mantendo o contato com a natureza
também favorecemos a coerência e bem-estar.

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Capítulo 6
Como usar aromaterapia nos
animais?

Facilitando a autosseleção pelo animal.

Q uando oferecemos um óleo essencial ao animal estamos iniciando um processo único que
permite que o animal seja o protagonista da sua própria cura. É um momento especial e
delicado que requer respeito, paciência e coração aberto.

Deve ser feito inicialmente um teste olfativo ou processo de autosseleção pelo animal,
seguindo o princípio da zoofarmacognosia aplicada, situação em que o animal identifica e
seleciona a melhor substância para ele naquele momento.

Desta forma, apresentamos alguns óleos essenciais ao animal, conforme os passos descritos a
seguir, e então, ficamos atentos para observar as respostas comportamentais.

Essa observação, passiva e intuitiva, permite uma aproximação verdadeira do tutor ou médico
veterinário com o animal. O tempo e espaço devem ser livres, variando para cada indivíduo,
podendo levar segundos até horas para conseguirmos obter uma resposta de escolha.

Alguns animais respondem de forma aberta, aproximando-se e, até mesmo, querendo lamber
ou pegar o frasco. Mas muitos deles, simplesmente olham para o óleo essencial sem manifestar
qualquer outro movimento ou aproximação; e precisam de tempo para interagir com o aroma,
apresentando assim, respostas mais discretas.

A interpretação das respostas de cada animal é intuitiva e deve ser feita considerando a
espécie, características individuais e personalidade de cada animal.

Em caso de dúvidas sobre o tipo de resposta ou interesse do animal pelo aroma oferecido,
retire o óleo essencial e reapresente-o em um momento posterior.

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P assos para a autosseleção:

1.Após identificar a questão a ser abordada e estabelecer o principal objetivo de intervenção,


faça uma lista de óleos essenciais, hidrolatos e carreadores que melhor atuam dentro do seu
contexto terapêutico e paradigmas escolhidos para o atendimento. Nesta lista, você deve incluir
todos os óleos essenciais que possuem as características que você deseja tratar.
2.Dilua os óleos essenciais a 2% em óleo vegetal.
3.Ofereça os óleos essenciais selecionados para o animal, disponibilizando cada óleo
separadamente, podendo deixar os frascos semifechados distribuídos aleatoriamente no chão ou
pingar algumas gotas nas mãos direcionadas ao animal. Devemos adaptar a forma de apresentar
os óleos essenciais de acordo com cada animal e situação. Importante: NUNCA passe o óleo
essencial no pelo do animal neste momento.
4.Observe a resposta do animal. Respeite a sua intuição!

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Definindo e calculando as concentrações e diluições

A pós a autosseleção, é necessário realizar a diluição dos óleos essenciais em veículos


adequados para a sua aplicação no animal. As bases para diluição podem ser óleos vegetais,
cremes, géis e argilas. Devemos usar sempre produtos naturais, livres de compostos
potencialmente tóxicos como petrolatos e parabenos. Alguns animais podem rejeitar o óleo
essencial devido a presença de algum veículo que não o agrade. Assim, é interessante que o
animal também escolha o veículo a ser usado, dentro das opções estabelecidas pelo tutor ou
médico veterinário.

A escolha da base para diluição e as concentrações usadas devem ser adaptadas para cada
óleo essencial escolhido e para cada animal em seu momento único.

Podemos seguir algumas diretrizes como:


1.Quanto maior a área a ser tratada ou aplicada, menor
deve ser as concentrações usadas. Concentrações mais altas,
acima de 2%, só devem ser usadas em situações específicas
de tratamentos curtos em pequenas áreas, considerando as
questões citadas aqui anteriormente. E lembre-se: dosagens
mais baixas é o mais indicado e na dúvida, não use.
2.Para cães, podemos usar concentrações entre 0,05% a 2%
de forma geral.
3.Para gatos, o uso de óleos essenciais permitidos não deve
ultrapassar concentrações de 1%. Conseguimos resultados
incríveis com concentrações de 0,05%! Considerar as
limitações de uso.
4.Em grandes animais como equinos, podemos usar
concentrações alcançando até 5% dependendo do objetivo
terapêutico.
5.As concentrações sempre devem respeitar o limite
máximo de segurança de cada óleo essencial e de seus
componentes presentes. Esses valores podem ser
encontrados na literatura de referência listadas neste livro.
6.Os hidrolatos também devem ser diluídos, com
concentrações de no máximo 50%.

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Diluindo os óleos essenciais

0,05% - 1 gota de óleo essencial em 100 ml de veículo.


0,1% - 2 gotas de óleo essencial em 100 ml de veículo.
0,5% - 1 gota de óleo essencial em 10 ml de veículo.
1% - 2 gotas de óleo essencial em 10 ml de veículo.
1,5% - 3 gotas de óleo essencial em 10 ml de veículo.
2% - 4 a 5 gotas de óleo essencial em 10 ml de veículo.

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Realizando o tratamento

P ara iniciarmos o uso dos óleos essenciais devemos seguir o princípio: “Primeiro, não fazer
mal”. Algumas regras devem sempre ser seguidas:

1.Conhecer os óleos essenciais escolhidos, suas interações, efeitos adversos e


contraindicações.
2.Conhecer as características de cada animal.
3.Respeitar a escolha do animal, que pode modificar com o tempo.
4.Sempre usar óleo essencial diluído.
5.Tempo de tratamento curto.

Uma vez que você já selecionou os óleos para a indicação terapêutica e o animal já fez a
autosseleção, é necessário definir como, quanto tempo e quando os óleos serão aplicados. Os
óleos essenciais e extratos vegetais podem ser usados por diversas vias de administração,
como a inalatória, dérmica e oral (abaixo, apresento algumas características das respectivas
vias).

Observamos na nossa prática, a necessidade de sempre associar o estímulo olfativo dos


aromas com procedimentos de massagens ou tarefas lúdicas e prazerosas, criando
associações agradáveis com o aroma utilizado como pista olfativa. As mudanças fisiológicas e
comportamentais se ampliam diretamente à força da interação entre os procedimentos
terapêuticos realizados.

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Via inalatória

A inalação é a principal via de uso de óleos essenciais. Ela atua diretamente no sistema
nervoso central, modulando emoções e comportamentos. Além de agir no animal, ela permite
a interação e efeito em todos no ambiente: animais e pessoas. Pela inalação, o animal sente o
cheiro que deflagra uma resposta comportamental imediata que modula os
neurotransmissores e hormônios e equilibra o sistema imunológico diretamente.

O cheiro ou sentido do olfato é


extremamente importante para
todos os animais, sendo responsável
pelo seu bem-estar e saúde. Os
animais são capazes de detectar o
cheiro mesmo em altas diluições -
muitas vezes recusam algum óleo
essencial, devido a sua concentração
elevada e não ao aroma da planta.
Desta forma, quando diluímos o óleo
essencial, a resposta do animal se
modifica completamente.

Pela inalação, as moléculas do óleo


essencial também penetram para
dentro do corpo dos animais
chegando à circulação sanguínea
para então modificar o
funcionamento de células e órgãos.

Via dérmica

A via dérmica é bem eficaz, pois permite a associação de técnicas de massagem com
aplicação de óleos essenciais, além do efeito olfativo. Essa forma de utilização é perfeita, pois
permite a interação do tutor com o animal, transformando uma técnica de massagem em um
momento de prazer e entrega. A escolha e preferências do animal sempre devem ser
respeitadas, a cada aplicação.

A via tópica dérmica pode ser utilizada para tratamento de pequenas feridas, dermatites,

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lesões articulares e musculares e prevenção de ectoparasitas. As formulações sempre devem


ser feitas respeitando a autosseleção do animal, conforme os passos indicados acima.

Os óleos essenciais podem ser diluídos em óleos ou manteigas vegetais que fornecem
nutrientes à pele, ou serem dispersos em gel de aloe vera, hidrolatos e argilas formando
suspensões com efeitos anti-inflamatórios e reparadores.

ATENÇÃO! A aplicação tópica de óleos essenciais em felinos para massagem é contraindicada.

Via oral

A lguns animais lambem os óleos essenciais aplicados; quando isso ocorre de forma
espontânea, no momento que você os oferecem diluídos ao animal, não há motivo para se
preocupar. Pequenas e isoladas lambidas em um óleo seguro e diluído não é o problema.
Devemos ter cuidado para não disponibilizar o óleo essencial concentrado ou em volumes
maiores e nunca forçar a ingestão de nenhum óleo essencial.

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As contraindicações devem ser respeitadas para todas as vias de administração.

Os hidrolatos podem ser diluídos em água para ingestão. As diluições, quantidades e escolha
das plantas deve respeitar todo o contexto do animal.

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Capítulo 7
Toxicidade e cuidados
A s moléculas químicas presentes nos óleos essenciais podem causar intoxicações nos
animais. O uso de óleos essenciais contraindicados, bem como a via de administração, doses,
diluição e frequências de utilização inadequadas podem causar intoxicação leves a graves em
todos os animais.

Muitas vezes, os efeitos adversos podem resultar de idiossincrasias, na qual um animal


particular é sensível a algum componente do óleo essencial, apresentando sinais e sintomas
agudos ou crônicos de intoxicação.

Os sinais e sintomas agudos podem incluir irritação da pele, manchas, prurido, queimadura,
salivação excessiva, hipotermia, desidratação, hipotensão, estresse ou depressão respiratória,
agitação, tremores, ataxia, letargia, crises convulsivas, inconsciência, entre outros. Qualquer
suspeita de intoxicação deve ser
avaliada e o animal deve ser
encaminhado para tratamento de
suporte com um médico veterinário
habilitado.

Cada óleo essencial possui


características únicas de indicações
terapêuticas, forma de uso e
contraindicações. Assim, antes de
escolher um óleo essencial para o teste
olfativo, estude e se aprofunde no
conhecimento deste óleo e considere
as individualidades do seu animal.
Essas informações podem ser
encontradas na literatura indicada e
em cursos de qualificação de
aromaterapia para animais.

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Capítulo 8
Aromaterapia para gatos
C ada espécie animal possui particularidades na forma como lida com substâncias químicas
provenientes de fonte natural ou não. Todas as substâncias que ingerimos nos alimentos, que
inalamos no ar ou recebemos em produtos passados na pele no dia a dia ou até mesmo os
hormônios que produzimos, devem ser metabolizados para então serem eliminados do corpo.
Esses processos são imprescindíveis para não acumularmos essas substâncias, o que poderia
causar intoxicação.

Uma importante via de detoxificação de substâncias em animais é a via de glicuronidação,


realizada pela enzima UDP-glicuronosiltransferase. Os felinos possuem menor quantidade
dessa enzima comparado ao ser humano e ao cão, assim, os seus processos de detoxificação
são diferentes. Gatos também são deficientes em várias outras enzimas de conjugação,
incluindo N-acetiltransferase 2 e tiopurina metiltransferase. A via de glicosidação parece ser
mais importante em felinos. Além disso, em gatos, a atividade das enzimas do citocromo P450,
que participam da biotransformação de substâncias no corpo difere dos cães e humanos.

Muitos componentes de óleos essenciais são conhecidos por depender da via de


glicuronidação para detoxificação, por esse motivo, precisamos ter cuidado ao usar óleos
essenciais em gatos. Não possuímos muitos estudos em relação à forma de metabolização dos
óleos essenciais pelos gatos. Os felinos metabolizam muitos fármacos como acetaminofeno,
propofol, carprofeno e ácido acetilsalicílico entre outras substâncias de forma mais lenta do
que cães e pessoas.

O uso indevido de grandes quantidades de óleos essenciais de forma forçada deve ser evitado
sempre, pois dessa forma o risco de intoxicação passa a ser existente em todas as espécies.
Evitamos alguns óleos essenciais como o tea tree e outros que possuem compostos com anéis
benzênicos, compostos fenólicos, cetonas e óxidos devido a maior predisposição de
intoxicação. Respeitamos o princípio de nunca aplicar um óleo essencial no pelo do animal e
sempre, quando utilizar aromas difundidos em ambientes na presença de gatos, certificar que
esses têm liberdade de movimento para se retirarem quando assim o desejar. Os aromas
nunca podem ser forçados ao animal e quando usados, respeitar os intervalos de tempo e
exposição máxima para cada caso individual.

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Os hidrolatos são recebidos pelo corpo com mais segurança por possuírem substâncias
hidrofílicas; e, mesmo assim, devem ser usados sob a luz do conhecimento de suas
características, respeitando concentrações e forma de uso. Os óleos vegetais também podem
ser fornecidos com mais segurança.

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Promovendo Bem-estar e Saúde


Capítulo 9
O uso da aromaterapia nos
cuidados diários dos animais
O s óleos essenciais, hidrolatos, óleos vegetais e outros extratos podem ser usados para os
cuidados diários dos animais. Essas substâncias possuem princípios ativos que auxiliam na
limpeza, umectação e nutrição da pele ajudando no equilíbrio saudável do animal e trazendo
bem-estar. Os aromas são leves e voláteis, com baixa fixação, ideal para não interferir na
percepção olfativa natural do animal. Podemos adicionar esses extratos em xampus, sabões,
condicionadores de pelo, produtos de limpeza diária, em pomadas e unguentos de hidratação
de coxins, entre outros. As doses e concentrações devem ser adaptadas a produtos de uso
diário, evitando-se sensibilizações ou intoxicação por acúmulo.

Muitos cosméticos e produtos de limpeza diária disponíveis no mercado para animais possuem
produtos químicos sintéticos que podem danificar a saúde e integridade da pele e equilíbrio
hormonal dos animais. Alguns desses produtos, como fragrâncias sintéticas, petrolatos e
parabenos podem predispor a desequilíbrios hormonais, alergias e até mesmo câncer.

Assim, a escolha de produtos para cuidados diários livre de agentes nocivos é fundamental
para uma abordagem integral buscando o bem-estar e saúde dos animais. Ao escolher um pro-

duto para o animal, verifique no rótulo


quais são os constituintes presentes na
formulação.

A escolha de produtos de limpeza e


cuidados diários dos animais é de
responsabilidade do tutor que preza
pela saúde e bem-estar do seu animal. O
tutor deve conhecer as necessidades do
seu animal de forma a propiciar
qualidade de vida e segurança.

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Buscar o conhecimento para esses cuidados naturais diários feitos no seu lar é imprescindível
para manter a segurança e bem-estar do seu animal. Em casos de doenças, o tutor deve
procurar um médico veterinário habilitado para tratamento de forma integral e natural.

Capítulo 10
O uso da aromaterapia como
coadjuvante em cuidados e
tratamentos em animais
M uitos óleos essenciais possuem atividade anti-inflamatória, analgésica, antioxidante,
hepatoprotetora, imunomoduladora e antimicrobiana auxiliando na manutenção da
homeostasia do corpo dos animais. Quando utilizamos óleos essenciais em combinação com
óleos vegetais e outros extratos que potencializam a resposta interna do animal, estamos
fortalecendo o organismo do animal como um todo, de dentro para fora, permitindo a
manutenção do seu equilíbrio fisiológico.

A aromaterapia é uma ferramenta terapêutica complementar e assim deve sempre ser


associada a outras práticas de manejo ambiental e comportamental, de forma a eliminar os
fatores estressantes externos que impedem a autonomia e participação ativa do animal no seu
processo de busca à cura. Os aromas difundidos no ambiente e aplicados em massagens
permitem o reencontro do tutor com o animal, trazendo a cura a todos da família com
modificações comportamentais transformadoras. A saúde é vista dessa forma, não somente
como um estado livre de doenças, e sim como um estado de equilíbrio completo do corpo
físico, emocional, mental e espiritual. A aromaterapia viabiliza essa saúde verdadeira e
completa.

A aplicação de aromaterapia
para o tratamento de
doenças deve sempre ser
realizada por um profissional
médico veterinário
habilitado, respeitando a
legislação vigente no nosso
país.

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PLANTAS E ÓLEOS ESSENCIAIS


Capítulo 11
Algumas plantas e seus
óleos essenciais

Bergamota

O óleo essencial de bergamota (Citrus bergamia) possui aroma fresco, cítrico e floral. É
extraído da casca do fruto por processo de prensagem a frio. O óleo essencial prensado possui
limoneno, acetato de linalila, linalol, sabineno, g-terpineno, b-pinene, a-pinene, b-mircene e
acetato de nerila, entre outros. A concentração máxima deste óleo essencial prensado para
uso dérmico deve ser de 0,4%, devido a presença de moléculas cumarínicas.

Esse óleo essencial é refrescante, relaxante e antidepressivo. Promove fluxo do Qi e


harmonização do Qi do fígado, com atividade regeneradora e energética.

Auxilia na recuperação em desequilíbrios


de tensão nervosa associada a alterações
digestivas e infecções de forma geral.
Harmoniza emoções reprimidas de
frustração, irritabilidade e raiva.
Promove a serenidade, inspiração e
alegria. É usado pela medicina popular
europeia como antisséptico e febrífugo.

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Camomilas

A s duas camomilas mais conhecidas são a camomila azul ou alemã (Chamomilla recutita,
Matricaria chamomilla ou Matricaria recutita) e a camomila romana (Anthemis nobilis ou
Chamaemelum nobile). O óleo essencial é extraído das partes aéreas das plantas com flores.

O óleo essencial de camomila azul possui aroma doce, herbáceo e amargo. Possui em sua
composição a-bisabolol óxido, (E)-b-farneseno, a-bisabolol, camazuleno, germacreno D, entre
outros.

Esse óleo essencial possui forte ação antiespasmódica, analgésica e carminativa. Também é
muito utilizada em processos dermatológicos com manifestações de prurido. A camomila é
usada ancestralmente para afecções femininas relacionadas a desequilíbrios do útero.

O óleo essencial de camomila romana possui aroma herbáceo e frutado. É extraída das flores.
Possui em sua composição angelatos, esters de butirato, canfeno, borneol, a-pineno, a-
terpineno, camazuleno, (E)-pinocarveol, a-tujona, terpinoleno, antemol, g-terpineno, d-3-
careno, b-felandreno, entre outros. É usada para apaziguar as emoções e reações exageradas
diante das adversidades da vida.

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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

Ambos os óleos de camomila, são usados para relaxar o sistema nervoso, amenizando
espasmos musculares e dor. Possuem efeito calmante, digestivo e analgésico. Promovem
liberação de calor reduzindo a inflamação. São perfeitos para animais com manifestações
somáticas de dores emocionais.

Harmonizam emoções de ressentimento e depressão ligadas ao desejo de controle e


reconhecimento. Dispersa traumas profundos. Libera acúmulos e tensões no plexo solar,
fortalecendo a autoestima e o autocontrole.

Promovem a liberação de ideias fixas, abre a mente e traz satisfação com uma disposição
calorosa. É usado pela medicina egípcia antiga para restaurar a integridade do Eu.

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Gerânio

O óleo essencial de gerânio (Pelargonium graveolens) é extraído das folhas. Possui aroma
floral, exótico e levemente picante. Possui em sua composição citronelol, geraniol, linalol,
isomentona, 10-epi-g-eudesmol, butirato de geranila, b-cariofileno, germacreno D, entre
outros.

Esse óleo essencial é refrescante, relaxante e antidepressivo. Fortalece e circula o Qi e Xue,


especialmente do baço-pâncreas, com atividade calmante, tônica e analgésica. Libera o calor
com ação anti-inflamatória, adstringente e fortalecedora de vasos.

Auxilia na recuperação de alterações relacionadas à circulação linfática, venosa e quadros


dermatológicos e endócrinos. Também tem ação repelente.

Harmoniza emoções de agitação, frustração, irritação e raiva. Promove o centramento,


restabelecimento com segurança e força. Permite a expressão da imaginação, intuição,
espontaneidade e experiência sensorial para momentos de rigidez e excesso de racionalização.
Conhecido por nutrir o feminino e suas características de receptividade e criação.

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Hortelã pimenta

O óleo essencial de hortelã pimenta (Mentha piperita) possui aroma fresco, mentolado,
herbal, e pungente. Possui em sua composição mentol, mentona, acetato de metila, 1,8-cineol,
mentofurano, Isomentona, pulegona, limoneno, b-cariofileno, sabineno, entre outros.

Esse óleo essencial é refrescante e restaurador. Promove fluxo do Qi, libera calor e fleuma com
atividade estimulante, analgésica e expectorante. Auxilia na recuperação em desequilíbrios de
sistema nervoso, respiratório, digestivo e locomotor promovendo livre circulação e
movimento de forma geral.

Favorece a concentração e o estudo, sendo perfeito para restabelecimentos em fadiga mental.


Harmoniza emoções reprimidas de frustração, irritabilidade e raiva. Promove a tolerância
emocional, abrindo espaço ao outro. Tradicionalmente a menta piperita é considerada uma
erva visionária, por abrir os olhos e permitir um caminhar mais lúcido e atento.

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Lavanda -verdadeira

O óleo essencial de lavanda-verdadeira (Lavandula angustifolia ou Lavandula officinalis)


possui nota olfativa doce herbal e floral e é extraído das flores. Possui em sua composição
acetato de linalila, linalol, b-cariofileno, acetato de geranila, terpinen-4-ol, (E)-b-farneseno,
cânfora, entre outros.

Promove liberação de calor e suporte ao Qi do coração, com atividades dispersantes, frescas e


relaxantes curando as dores do coração e manifestações nervosas com agitação e
desorientação.

Possui atividade anti-inflamatória e antisséptica, muito útil em espasmos, dor e infecções de


forma geral.

Auxilia na recuperação em quadros dermatológicos alérgicos ou infecciosos. Harmoniza


emoções de medo, pânico, histeria, frustração e irritabilidade reprimidas e estagnadas.
Perfeito para quebra de hábitos prejudiciais recuperando o autocontrole e parcimônia.
Protege os animais que têm temperamento tímido e retraído com sensibilidade exagerada e
inibição.

Segundo Mojay (1997), Dioscorides recomendava a lavanda para manutenção de um caráter


puro.

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Vetiver

O óleo essencial de vetiver (Chrysopogon zizanioides) possui aroma de raiz, amadeirado,


penetrante, terroso, almiscarado, resinoso, intenso e encorpado. É extraído da raiz. Possui em
sua composição khusimol (zizanol), vetiselinenol (isonootkatol), ciclocopacanfeno-12-ol (epimer
A), a-cadinol, a-vetivona (isonootkatone), b-vetiverona, b-eudesmol, b-vetivona, entre outros.

Esse óleo essencial é restaurador e calmante,


promove a reconexão, aterramento e
nutrição. Nutre o yin, promovendo atividade
tônica geral. Além do seu efeito repelente,
atua como fixador por possuir notas de base.

Auxilia no alívio de inflamações em


articulação e pele, casos de insolação,
restauração do sistema nervoso e
desequilíbrios hormonais femininos.

Harmoniza mentes hiperativas e inseguras com sensações de não pertencimento. Promove o


centramento, completude e satisfação serena. Segundo o conhecimento indiano, o vetiver
promove a reconexão com a força vital.

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Capítulo 12
Sugestões de óleos essenciais
de acordo com as indicações
terapêuticas

S eguem algumas indicações para


consulta rápida de óleos essenciais, de
acordo com a abordagem escolhida e
direcionada pelos aspectos físicos,
emocionais e psíquicos ou pela teoria
dos cinco movimentos segundo a
Medicina Tradicional Chinesa. A
escolha da abordagem terapêutica
envolve a formação prévia do
profissional na área específica, uma vez
que a aromaterapia é uma prática
terapêutica de suporte e amparo
dentro da abordagem de atuação do
profissional.

Físico

Anti-inflamatório: alecrim-verdadeiro, camomila-alemã, camomila-romana, capim-limão,


cardamomo, cedro-do-atlas, citronela, coentro, copaíba, erva-baleeira, gengibre, gerânio,
hortelã-pimenta, jasmim-real, lavanda francesa, laranja amarga, laranja doce, limão,
manjerona, milefólio, néroli, olíbano, patchouli, pinheiro, rosa, sálvia esclaréia, mirra,
sândalo, sempre-viva.

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Antimicrobiano: alecrim-verdadeiro, bergamota, capim-limão, cedro-do-atlas, cenoura


sementes, citronela, coentro, eucalipto glóbulos, laranja amarga, laranja doce, limão, gerânio,
lavanda-verdadeira, milefólio, pimenta-rosa, rosa, sempre-viva.

Antialérgico: camomila-alemã, capim-limão, lavanda, niaouli, limão, milefólio, pinheiro


sândalo, silvestre.

Cicatrizante: benjoim, bergamota, cedro-do-atlas, copaíba, gerânio, goiaba, lavanda-


verdadeira, manjerona, milefólio, mirra, patchouli, pimenta-rosa, pinheiro.

Repelente: alecrim-verdadeira, capim-limão, cedro-do-atlas, citronela, eucalipto-citriodora,


gerânio, hortelã-pimenta, lavanda, patchouli.

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Psique e emocional

Ansiolítico: camomila-alemã, camomila-romana, bergamota, capim-limão, cedro-do-atlas,


coentro, gerânio, laranja doce, lavanda-verdadeira, manjerona, melissa, néroli, rosa, vetiver,
ylang ylang.

Calmante e sedativo: camomila-alemã, camomila-romana, capim-limão, laranja, lavanda-


verdadeira, manjerona, néroli, patchouli, vetiver.

Antidepressivo: alecrim-verdadeiro, bergamota, gerânio, jasmim-real, lavanda-verdadeira,


limão siciliano, néroli, olíbano, patchouli, pimenta-rosa, rosa, sândalo, sálvia esclaréia,
tumérico, vetiver, ylang ylang.

Tonificante: alecrim-verdadeira, coentro, gengibre, grapefruit, hortelã-pimenta, jasmim,


limão-siciliano, pimenta-preta.

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Cinco movimentos segundo a Medicina Tradicional Chinesa

Água: cedro-do-atlas, cipreste, gengibre, gerânio, jasmim-real, sândalo, vetiver.

Madeira: bergamota, camomila, grapefruit, hortelã-pimenta, laranja doce, lavanda-verdadeira,


melissa, milefólio, néroli, sempre-viva.

Fogo: alecrim-verdadeiro, coentro, gengibre, jasmim-real, lavanda-verdadeira, limão-siciliano,


melissa, néroli, palmarosa, patchouli, rosa.

Terra: benjoim, cardamomo, coentro, gerânio, limão-siciliano, manjerona, mirra, olíbano,


patchouli, sândalo, vetiver.

Metal: cipreste, eucalipto, manjerona, milefólio, mirra, olíbano, pinheiro, sálvia-esclaréia.

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Formulações Naturais
Capítulo 12
Formulações práticas

S egue abaixo, algumas formulações práticas criadas para serem usadas como base para
diluição de óleos essenciais. A escolha dos óleos essenciais e hidrolatos devem ser feitas para
cada caso individual. O tempo de validade de cada formulação varia de acordo com as práticas
de manipulação e conservação do produto. Mantenha as formulações conservadas em
geladeira e use em até 7-10 dias ou acrescente algum conservante natural.

Solução gel de aloe vera para uso geral

฀25 ml de gel de aloe vera


฀20 ml de hidrolato à escolha
฀ 04 ml de óleo vegetal ou macerado à escolha
฀0,5 a 1 ml de óleo essencial à escolha (opcional)

Misture os óleos essenciais no óleo vegetal e em seguida no gel de aloe vera, adicione o
hidrolato a essa mistura e agite bem. Forma-se uma suspensão que deve ser agitada sempre
antes do uso. A consistência depende do gel de aloe vera usado, se desejar uma formulação
mais líquida para usar como spray, basta adicionar mais hidrolato até atingir a consistência
desejada.

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Solução de limpeza de patinhas para cães

฀60 ml de hidrolato à escolha


฀20 ml de gel de aloe vera
฀15 ml de decilglicosídeo
฀03 ml de glicerina líquida
฀0,5 ml de óleos essenciais à escolha (opcional)

Misture os óleos essenciais no gel de aloe vera, adicione o hidrolato e os outros componentes
a essa mistura e agite bem. Forma-se uma suspensão que deve ser agitada sempre antes do
uso. Envasar em um frasco com tampa spray, borrifar pequena quantidade em um papel toalha
para limpeza das patinhas do cão. Se necessário, em seguida, usar papel toalha ligeiramente
úmido com água pura. Para uso em gatos, não adicione óleos essenciais.

Óleo de massagem para uso geral em cães e equinos

฀30 ml de óleo vegetal à escolha


฀0,3 a 0,5 ml de óleos essenciais à escolha

Misture os óleos essenciais no óleo vegetal escolhido. Envasar em um frasco de vidro âmbar
esterilizado. Utilizar quantidade suficiente para a massagem.

Pomada para uso geral

฀10 g de cera de abelha


฀50 g de manteiga de karité
฀25 ml de óleo vegetal

Misture a cera de abelha com a manteiga de karité e deixe em banho maria até derreter
misturando-os de forma homogênea. Retire do banho maria e adicione o óleo vegetal
misturando bem. Envase em vidros de abertura larga. Deixe esfriar. Caso necessário, pode-se
adicionar os óleos essenciais ao óleo vegetal antes da mistura, respeitando a concentração
para o objetivo de uso.

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Solução spray leve e refrescante com efeito repelente leve

฀30 ml de hidrolato de Lavanda


฀30 ml de hidrolato de Alecrim
฀30 ml de hidrolato de Gerânio
฀30 ml de álcool de cereais
฀120 ml de água destilada

Misture todos os ingredientes. Envasar em um frasco com tampa spray. Não borrife na região
dos olhos e mucosas.

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Concluindo

O uso de óleos essenciais em animais traz muitos benefícios à saúde dos animais. A
aromaterapia faz parte de uma abordagem terapêutica integral, podendo ser aplicada
dentro do embasamento vitalista ou biomédico. Ambas as abordagens, devem se basear na
responsabilidade com o cuidado do bem-estar e saúde dos animais e no compromisso e
dedicação de aperfeiçoamento contínuo teórico e prático da aromaterapia pelos tutores e
profissionais.

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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

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Aromaterapia em Animais — Por Gioconda Assumpção

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Anexo 1 - Ficha prática de


utilização segura de
aromaterapia em seu animal
1.Ter paciência e observar a resposta do seu animal sem pressa ou distrações.

2.Nunca restringir os movimentos do animal ao oferecer um óleo essencial ou hidrolato.


Deixe o animal livre, para movimentar-se e distanciar-se do frasco.

3.Sempre diluir o óleo essencial. Nunca oferecer ou mostrar ao animal óleos essenciais
puros em frascos abertos. Para o teste olfativo, oferecer o frasco fechado ou diluir o óleo
essencial antes.

4.Observe primeiro, a resposta do animal a uma certa distância, para então aproximar o
frasco ao focinho do animal. A distância ideal varia entre os animais.

5.Respeitar a escolha do animal. Nunca force nenhum óleo essencial ou sinergia sem a
aprovação do animal.

6.Use somente óleos essenciais de boa qualidade e armazenados em local fresco e escuro.

7.Nunca deixe os frascos dos óleos essenciais ao alcance do animal sozinho.

8.Siga as recomendações de segurança de cada óleo essencial para o seu animal.

9.Em caso de quaisquer reações adversas, interrompa o tratamento e procure um médico


veterinário.

10. Siga as indicações e contraindicações de acordo com cada caso individual.

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Anexo 2 - Índice de óleos


essenciais citados neste livro
1. Alecrim-verdadeiro (Rosmarinus officinalis)
2. Benjoim (Styrax tonkinensis)
3. Bergamota (Citrus x bergamia)
4. Camomila-alemã (Matricaria recutita)
5. Camomila-romana (Chamaemelum nobile)
6. Capim-limão (Cymbopogon citratus)
7. Cardamomo (Elettaria cardamomum)
8. Catnip (Nepeta cataria)
9. Cedro-do-atlas (Cedrus atlantica)
10. Cenoura sementes (Daucus carota)
11. Cipreste-europeu (Cupressus sempervirens)
12. Citronela (Cymbopogon winterianus)
13. Coentro (Coriandrum sativum)
14. Copaíba (Copaifera officinalis)
15. Erva-baleeira (Cordia verbenacea)
16. Eucalipto-citriodora (Corymbia citriodora)
17. Eucalipto-glóbulos (Eucalyptus globulus)
18. Gengibre (Zingiber officinale)
19. Gerânio (Pelargonium graveolens)
20. Goiaba (Psidium guajava)
21. Grapefruit (Citrus x paradisi)
22. Hortelã-pimenta (Mentha x piperita)
23. Jasmim-real (Jasminum officinale)
24. Laranja-amarga (Citrus x amara)
25. Laranja-doce (Citrus x sinensis)
26. Lavanda-verdadeira (Lavandula angustifolia)
27. Limão-siciliano (Citrus x limon)
28. Manjerona-verdadeira (Origanum majorana)
29. Melissa (Melissa officinalis)
30. Milefólio (Achillea millefolium)

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31. Mirra (Commiphora myrrha)


32. Néroli (Citrus x aurantium)
33. Niaouli (Melaleuca quinquenervia)
34. Olíbano (Boswellia carteri)
35. Palmarosa (Cymbopogon martinii)
36. Patchouli (Pogostemon cablin)
37. Pimenta rosa (Schinnus therebinthifolius)
38. Pinheiro silvestre (Pinus sylvestris)
39. Rosa (Rosa x damascena)
40. Sálvia esclaréia (Salvia sclarea)
41. Sândalo (Santalum album)
42. Sempre-viva-verdadeira (Helichrysum italicum)
43. Tumérico (Curcuma longa)
44. Vetiver (Chrysopogon zizanioides)
45. Ylang-ylang (Cananga odorata)

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