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RESENHA “INTRODUÇÃO” – SOBRE O TEMPO, NORBERT ELIAS.

 Elias faz uma reflexão de que o tempo parece algo banal, natural, espontâneo e ao
mesmo tempo tão visceral. Pois para nós o tempo é tido como uma entidade para
além da nossa existência.
 Faz uma crítica às concepções objetivas de tempo: 1) tempo como algo natural, físico
(com base a Newton) {físicos dizem medir o tempo} [EX: TEMPO É MOVIMENTO, TUDO
O QUE FAZEMOS DEPENDE DO TEMPO] e 2) Tempo como parte da vida e natureza que
condiciona a vida humana (com base em Kant) [EX: CONTAR OS MINUTOS E VER AS
HORAS PASSAREM].
 Ambas as concepções tratam o tempo como algo natural.
 Elias trata o tempo com a problematização da construção social.
 A QUESTÃO DO CALENDÁRIO: Elias avalia o calendário como uma forma com a qual as
sociedades ritualizam certas práticas durante um período a fim de assegurar sua
repetição. É por meio de um calendário que nós definitivamente somos inseridos num
universo de uma coletividade social.
 TEMPO COMO PARTE DA VIDA E DA NATUREZA: a natureza é a primeira forma usada
para sincronizar nossos tempos individuais e psicológicos na abstração social que
conhecemos como tempo. A colheita, a semeadura, os rituais de passagem, a memória
dos antepassados. Cada sociedade configura a periodicidade dos seus ritos anuais,
bem como, a rotina dos seus dias. Desta maneira, a palavra “tempo” tem certa
ambiguidade, se referindo a clima (tempo está feio hoje) ou a intervalos (não terei
tempo de chegar ao trabalho).
 A QUESTÃO DO TEMPO “PASSAR RÁPIDO” OU “PASSAR DEVAGAR”: Cabe lembrar
também que cada sociedade tem ritmo diferenciado. Tem sua própria forma de
“acelerar” ou “desacelerar” o tempo. As sociedades modernas e industriais, passaram
a racionalizar a medicação do tempo com vistas a potencializar a produtividade. Assim
criou o relógio mecânico, que tem muito mais precisão. Por meio dele é possível
estipular encontros de pessoas cada vez mais atarefas no intervalo cada vez mais
racionalizado e desencantado. {RELACIONA COM THOMPSON, A QUESTÃO DE O
RELÓGIO SER CRIADO PARA AJUDAR OS TRABALHADORES A MEDIR O TEMPO PARA IR
TRABALHAR}.
 O ser humano não deve ser visto apenas por sua condição natural, mas também de
sua cultura. A teoria sobre o tempo também deve levar em conta as experiências
humanas. ELIAS BUSCA, PORTANTO, A FUSÃO ENTRE NATUREZA E SOCIEDADE, A FIM
DE COMPREENDER O TEMPO.
 TEMPO NATURAL/TEMPO LIGADO: ao indivíduo. O tempo deve ser compreendido
como “constrangimento”: “Existem numerosos exemplos da pressão exercida por uma
língua socialmente padronizada nos falantes individuais, de modo a constrangê-los a
recorrer a substantivos reificadores. Pensemos em frases como "o vento sopra" ou "o
rio corre": afinal, seria o vento outra coisa senão a própria ação de soprar, ou o rio
outra coisa senão a água correndo? Haverá um vento que não sopre ou um rio que
não corra? O mesmo acontece com o conceito de tempo”. p. 37.
 TEMPO É PREENCHIMENTO.
 Nas sociedades primitivas, os fenômenos naturais formavam um tempo físico/natural,
e orientavam as atividades sociais, que eram determinadas pelas necessidades
coletivas e contribuíam para a organização do “tempo”. O tempo era determinado
passivamente, não sendo sua determinação experimentada e nem refletida.
 Aponta-se, então, o "processo civilizador" que acabou impondo aos indivíduos um
número maior de atividades e encadeamento das mesmas, quanto mais ampla e
interdependente for a ação humana, maior será sua dependência do tempo. Esses
fatores exigiram um denominador comum que regulasse tais relações – o "tempo".
 A experiência temporal deve ser analisada na interação entre os indivíduos e as
representações sociais do tempo em cada sociedade.
 A proposta de Elias tem o ser humano, em sociedade, como algo primordial (p.26): o
homem só se preocupa com si mesmo.

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