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do sofrimento
Escola de Formação Edith Stein
Dimensão Humana – 1° módulo
Mesa Redonda:
Sentido da vida e autoconhecimento
“Uma visão da saúde integral do ser humano”
https://gshow.globo.com/programas/encontro-com-fatima-bernardes/noticia/mariana-rios-destaca-importancia-da-fe-para-lidar-com-perda-de-bebe-o-sofrimento-e-opcional.ghtml
A REALIDADE DO SOFRIMENTO
Como se apresenta o sofrimento humano hoje?
• Morte
• Depressão, solidão, stress/assoberbamento
• Desemprego, desilusão
• Injustiça/iniquidade/desigualdade
• Violência
• Frustração por uma “busca romântica por felicidade”
• "Os shoppings são templos da nova religião que se impôs no mundo
moderno e, nesse lugar, não há espaço para o sofrimento”1
• Fuga
• Negação
• Conformismo/resignação
• Vergonha
Alguns sofrimentos são realmente
inerentes à condição humana,
“existenciais”, outros são impostos por
uns homens aos outros
O SOFRIMENTO A PARTIR DA FÉ
La mística frente al sufrimiento
Claves para una vivencia cristiana del
sufrimiento
CITeS - 2006
• Todo sofrimento evoca a experiência de se sentir-se
como que esquecido por Deus
• Com isso, surgem perguntas:
– Por quê? Como?
• Esse mistério pode e, no nosso caso, como carmelitas
seculares, deve ser iluminado pela fé
• Abordaremos alguns dos esquemas que tentam
explicar o sofrimento e algumas chaves para vivê-lo
santamente
• Mais que dar respostas, a fé nos oferece
– um interlocutor com quem compartilhar as perguntas
– uma possibilidade de viver o sofrimento de forma sadia e
santa
• Alguns esquemas para refletirmos sobre o
sofrimento
– O binômio sofrimento-pecado
– O sofrimento como purificação
– O sofrimento como expiação/oferecimento
– Como podemos entender a passagem da Carta aos
Colossenses: “Completo em minha carne o que falta às
tribulações de Cristo, em favor do seu Corpo, que é a
Igreja” - Col 1, 24
Sofrimento e pecado
• “O homem deve pagar pelos seus erros, por isso sofre”
• O plano de Deus na criação não incluía o sofrimento, mas o
primeiro homem pecou e esse pecado merece o castigo de
Deus
• Contudo...
• O relato de Gênesis não tem a intenção de responder ao
porquê do sofrimento e não é um relato histórico-físico
• Além disso, pressupõe que uns paguem pelos pecados de
outros
– Essa ideia é equivocada por 2 motivos: por alguém “pagar” pelo
pecado e ser responsabilizado pelo erro de outros
Sofrimento e pecado
• Pode existir relação entre algum comportamento
equivocado e um sofrimento, mas isso não é uma regra
universal
• Nessa ótica, o sofrimento seria um “castigo” de um “Deus
justo”. Isso é possível?
• Ressalve-se que determinadas estruturas injustas podem
determinar sofrimento, o que exige do cristão uma atitude
profética de denúncia
Sofrimento e purificação
• O sofrimento teria uma finalidade educativa - seria uma
prova enviada por Deus
• Pr 3,11: “Deus repreende a quem ama”
– o sofrimento, procedente do amor de Deus, seria um remédio,
um meio de o homem ser purificado, corrigir sua conduta,
tornar-se melhor
• Embora o sofrimento possa levar a pessoa a perceber
novos valores, fazer-se mais humana e aproximar-se de
Deus, pode ter, conforme a pessoa e o contexto, um efeito
exatamente oposto
Sofrimento e purificação
• O “Deus dos cristãos” não é um Deus que desrespeita a
liberdade do homem para provar uma pessoa ou um grupo
• Também não é um sádico que queira provar nossa fidelidade
enviando dor e dificuldade
• Que tipo de prova ou purificação seriam o sofrimento de pessoas
inocentes?
• Aproximar-se de realidades de sofrimento pode promover nosso
amadurecimento e crescimento pessoal, porém isso é fruto da
nossa liberdade em fazer a aproximação, não consequência de
superar provas enviadas por Deus.
Sofrimento e substituição: oferecimento
• O sofrimento seria um “substituto”, satisfatório para Deus
– uma expiação pela culpa dos outros
– uma substituição das penas devidas por injustos e pecadores, que não
pagariam por elas
• Deus seria, contudo, misericordioso por um lado e justiceiro por
outro
• O sofrimento de Cristo seria uma reparação formal segundo leis que
parecem muito humanas: Alguém deve pagar uma culpa
• A partir do entendimento de que a Salvação é a vitória e afirmação
amorosa de Deus para com a humanidade, as ideias de expiação e
sacrifício são supérfluas ou, ainda, contraproducentes para a
compreensão da fé
Sofrimento e substituição: oferecimento
https://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s2cap3_683-1065_po.html
A morte é transformada por Cristo
• Jesus, Filho de Deus, também sofreu a morte, própria da condição
humana.
• A obediência de Jesus transformou em bênção a maldição da
morte
• Para aqueles que morrem na graça de Cristo, morrer é participar na
morte do Senhor a fim de poder participar na sua ressurreição –
Rm 6, 5
• Assim como o pecado reinou para a morte, assim também a graça
reinaria pela justiça para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo,
nosso Senhor – Rm 5, 21
O sentido da morte cristã
• Graças a Cristo, a morte cristã tem um sentido positivo
– Para mim, viver é Cristo e morrer é lucro (Fl 1, 21).
– É digna de fé esta palavra: se tivermos morrido com Cristo,
também com ele viveremos (2 Tm 2, 11)
– Ansiosa por ver-te, desejo morrer – Teresa de Jesus
– Eu não morro, entro na vida – Teresa do Menino Jesus
– Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã a morte corporal,
à qual nenhum homem vivo pode escapar – Francisco de Assis
O que nos diz Santa Teresa de Jesus?
• Após sua experiência de paralisia aos 23 anos, refere que
tinha medo da morte (V 38, 5)
• Sua experiência cristológica, contudo, muda sua percepção a
respeito da morte (V 22):
– Passei a ter pouco medo da morte. Hoje, ela me parece coisa
facílima para quem serve a Deus, porque, com ela, a alma se vê,
num instante, livre deste cárcere e posta em descanso (V 38, 5)
– Meus desejos... entendo que são morrer por Ele (R 5, 9)
– Vê-se [a alma] com tal desejo de louvar ao Senhor que gostaria de
desfazer-se e morrer por Ele mil mortes (M 5, 2, 7)
O que nos diz São João da Cruz?
• A alma não faz muito em querer morrer à vista da formosura
divina a fim de gozá-la para sempre. Se percebesse um só
vestígio da beleza e sublimidade de Deus, não desejaria apenas
uma morte, como aqui, para contemplá-la eternamente, mas
mil acerbíssimas mortes – C 11, 7
• “Rompe a tela desse doce encontro” e “Matando, a morte em
vida me hás trocado”
– Mas... Cautério suave, regalada chaga...
• Vivo sem viver em mim... Morrendo porque não morro (P 5)
Uma palavra de Elisabete da Trindade
• Que mistério incompreensível é a morte! Mas, ao mesmo tempo,
que ato tão simples para quem viveu a fé – C 208